Hero escrita por spyair


Capítulo 27
Doce vingança


Notas iniciais do capítulo

Yo, minna!
Aqui está o que vocês tanto esperavam, eu sei, eu sei. Até os fantasminhas ansiavam por esse momento, então aí está! Deliciem-se.



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— Chi... Chikara? — sussurrei para mim mesma, minhas pernas tremendo frente áquele homem. Dei alguns passos desesperados para trás a medida que ele se aproximava, tropeçando em meus próprios pés e caindo no chão. Lágrimas brotavam em meu olhos e minhas mãos suavam de nervosismo.

— Olá, kouhei. Senti saudades de você — disse de forma provocativa, agachando-se ao meu lado e tocando meu rosto.

Reprimi um grito, fechando os olhos com força.

— Era… — comecei, erguendo o braço — Era isso que você esperava que eu fizesse, não era? — bati em sua mão com as costas da minha própria mão, antes de me levantar. — Sabe, você ficou ainda mais idiota com o tempo. — declarei antes de liberar uma quantidade de água suficiente para prendê-lo, em um piscar de olhos.

No entanto, no segundo seguinte toda aquela água havia evaporado e o vapor se espalhava no ar.

— Um truque barato desse não funciona com…

— Ah, faça-me o favor de calar a boca. Sua voz me dá agonia — o interrompi, fitando minhas unhas despreocupadamente. Precisava cortá-las.

— Hã? Você está se achando demais, não é garota? Acho bom tomar cuidado ou eu vou…

— Evaporar a água do meu corpo? — ergui a sobrancelha — Temo que isso não será possível.

— E por que acha isso? — Chikara ergueu as sobrancelhas, querendo parecer mais calmo do que realmente estava. Ele estava suando frio.

— Eu sei o segredo da sua Individualidade — o garoto à minha frente empalideceu — Você só pode evaporar o primeiro líquido à sua frente, então se eu… — ergui uma parede de água em volta dele, circulando-o — não for o primeiro liquido, você não pode me tocar.

— Se acha que isso vai me parar… — tentou, esbanjando uma risada nervosa

— Na verdade, vai. Eu posso repor as moléculas de água mais rápido do que você pode evaporá-las — toquei a palma da minha mão na parede de água para que fosse mais fácil ainda repor as moléculas. Ao meu toque, a água começou a girar ao redor dele numa velocidade absurda, quase como se ele estivesse dentro de um furacão. Era quase cortante, então ele não iria sair dali nem tão cedo.

— Você… — sua voz carregava uma leve pitada de ódio misturada com surpresa.

— Ah, e tem mais uma coisinha — cortei-o — Enquanto você estava vagabundando por aqui, eu estive estudando. Me aperfeiçoando. Desenvolvi uma técnica só pra você, sabia?! — enfiei meu braço pela água, agarrando o pescoço dele por trás. — E eu só preciso de um pequeno cortezinho.

Passei pelo véu de água, abraçando-o por trás enquanto minhas unhas estavam fincadas em seu pescoço. Ele estava tremendo, o que dificultou um pouco meu trabalho, mas por fim, consegui cortar seu pescoço, fazendo escorrer uma gota de sangue.

Cursed Blood.

— Sabe, eu desenvolvi isso especialmente para você — sibilei, observando o fio constante e interminável de sangue ser puxado para fora do corpo de Chikara e fundir-se à parede de água que nos cercava. — Levou tempo, mas eu finalmente consegui — larguei seu pescoço, e seu corpo dessecado e sem vida tombou para o chão, acompanhado pela parede de água — Agora estamos quites.

— Hanae! Isso foi incrível! — a voz animada de Uraraka soou alguns passos de distância no corredor.

— Ah… Obriga… — minhas pernas falharam, me levando a cair no chão. — Estou bem! — assegurei, quando a manipuladora de gravidade correu até mim. — É só que tem muitos componentes anexados á água no sangue, então manipular o sangue como um todo é mais complicado… Requer um pouco mais de energia… Mas eu ficarei bem, não se preocupe.

— Okay… — Uraraka me ajudou a levantar, passando meu braço por cima de seu ombro.

— Como estão lá em cima?

— Conseguimos derrotar a maioria daqueles caras estranhos de uniforme… Yaoyorozu conseguiu imobilizar a Yukiko…

— Yukiko?

— Achamos que é o nome da Apagadora de Individualidades… Enfim, o problema maior é Ogawa. O teletransporte dele é bem problemático, mas parece que ele está chegado no limite e está ficando mais lento, então os meninos estão cuidando dele e me mandaram vir ajudar você — finalizou.

— Certo. Vamos prosseguir, acho que estamos perto — Uraraka me ajudou a andar um pouco, mas logo eu já conseguia sozinha, ainda que me apoiando nas paredes.

Chegamos numa última porta, não era lá muito reforçada, mas não tinha fechadura nem brechas, então Uraraka e eu tivemos que cuidar dela á moda antiga. Removemos os pregos que prendiam as dobradiças e então Uraraka anulou a gravidade da porta, desencaixando-a da tranca e colocando-a no chão delicadamente.

Aquela última porta dava passagem para a mais ampla de todas as salas que vimos naquele casarão, mas embora fosse bem grande, estava lotada de prateleiras, que davam a impressão da sala ser um pouco menor do que realmente era. Uma das paredes era totalmente ocupada por janelas de vidro, que davam uma bonita visão da floresta que cercava a montanha e permitia que a luz da lua adentrasse. Haviam também muitos projetos de maquinas muitos estranhas e um computador de alta tecnologia anexado á parede. No entro da sala estava a maior das máquinas, lembrava um globo de plasma. Por trás dele, eu notei, encontrava-se meu irmão. Parecia um tanto magro demais, estava imóvel e preso á uma mesa por correntes grossas. Quando seu olhar bateu com o meu, enviei-lhe um aviso mudo para que ficasse em silêncio. Afinal, próxima á grande janela e iluminada pela luz da lua, conferindo-lhe um ar fantasmagórico, estava mulher de cabelos brancos. Ela mexia distraidamente em algo numa mesa de metal.

Troquei um olhar com Uraraka, mandando-a ir por um lado enquanto eu iria por outro. Assim o fizemos, contornamos o globo de plasma gigante e logo nos aproximávamos de Izuku.

— Que pena... Eu esperava poder passar mais tempo com o Izuku-chan — a voz meio arrastava e leve da mulher de cabelos brancos ressoou na sala. Sua voz parecia um gemido constante, como de atriz pornô. Não que eu já tenha visto pornô, e isso realmente não é algo a ser discutido agora. — Vocês podem sair agora... Está na hora do remédio do Izuku-chan — ela virou-se lentamente, erguendo uma seringa com um líquido transparente.

— Solte-o — exigi, assumindo postura.

— Por que eu o faria? Izuku-chan está feliz em contribuir com minhas pesquisas, não está? — a vilã acariciou lentamente o rosto do meu irmão, que permanecia imóvel, seu olhar era um tanto furioso.

— Pesquisa? Que tipo de pesquisa? — estava enrolando, precisava que Uraraka conseguisse montar um plano rápido, já que ela não havia sido notada.

— Não vamos discutir minha pesquisa agora... Como você se chama? Ah, já sei! É a irmã do Izuku-chan! Ele me falou de você — sua ultima fala saiu como um gemido, provavelmente apenas para provocar Izuku.

— Vitale. E você? — não iria falar meu nome de verdade para ela, então contei meu nome de heroína. Em seguida lancei um olhar rápido para Uraraka, voltando uma atenção para os dois.

— Então me chame de Zero.

— Zero? Por que? Você é inútil ou algo do tipo?

Vamos lá, Ochako! Bole um plano, rápido! Não vou conseguir enrolar ela por muito tempo mais!

— Vou te contar um pouco o da minha história… — continuei encarando-a. — Todas as crianças geralmente despertam suas Individualidades aos quatro anos, e não foi diferente onde eu cresci. Exceto comigo. Eu não manifestei nenhuma Individualidade, e apenas por isso ninguém mais queria brincar comigo…

— Ah, então você se afeiçoou ao meu irmão por isso…

— Então — continuou, ignorando minhas palavras — eu entendi. Individualidades são o câncer da humanidade — a lua encontrava-se exatamente acima da cabeça de Zero, vista pela janela, a luz refletindo em seus cabelos prateados. — E é por isso que eu vou extingui-las da face da Terra!

— Sério? Quer banir todas as Individualidades só porque você não despertou uma? — provoquei, inclinando a cabeça para o lado. — Dor de cotovelo, é?

— Brigas, guerras, ódio, desordem, morte… Foi só isso que essas Individualidades nojentas trouxeram ao mundo! Por que, então, preservar algo assim?!

— Sua visão de mundo é tão antiquada… — suspirei, começando a caminhar despreocupadamente pela sala. Meu olhar parou no globo de plasma, onde eu me deti por mais tempo. — É com isso que pretende dominar o mundo? — Zero ignorou meu questionamento, balançando a seringa em seus dedos. — Então se eu quebrasse seu plano iria pelo ralo? — ela sabia que eu estava blefando.

— Claro, fique à vontade. Mas nós não precisaremos de interrupções da sua amiguinha — num segundo Zero estava atrás de Izuku, no segundo seguinte ela havia sumido do alcance dos meus olhos e atravessado a sala inteira. Quando me virei, Uraraka já estava no chão, tossindo. Provavelmente tinha sido atingida. Aquilo não foi como o teletransporte de Ogawa. Ela era realmente muito rápida.

— Uraraka! — cerrei as mãos em punhos. Sem que eu nem piscasse o olho, ela já estava diante de mim. Virei-me rápido para conferir Uraraka, apenas para encontrá-la jogada no chão, tossindo.

— Agora sim, apenas nós duas — declarou, um sorriso sádico nascendo em seu rosto enquanto ela desferia um chute no meu tronco, que eu prontamente interceptei com meu antebraço. Ainda estava um pouco fraca por ter usado aquela técnica em Chikara — Mas não se preocupe, isso será rápido. Acabarei com você num instante e logo poderei voltar para o Izuku-chan.

— Hã? — murmurei, fitando-a por baixo da franja azulada. Ela está me subestimando, e isso me deixa totalmente puta! Mas sem que eu pudesse fazer qualquer movimento, ela me passou uma rasteira, fazendo-me cair. Do chão, apoiei os dois braços e chuteu sua barriga com toda a força de minhas pernas, arremessando-a numa mesa de metal, levantando-me em seguida. Corri até ela rapidamente, apenas tempo o suficiente para que ela ficasse de pá novamente, ela e agarrei seu braço direito e trazendo-o para trás de seu corpo, enquanto envolvia seu pescoço com meu braço livre, apertando-o e impedindo a passagem de ar. Chutei a parte de trás do seu joelho e pisei firmemente em suas panturrilhas, obrigando-a a ficar ajoelhada no chão, imobilizada. — Eu não conquistei o título de melhor lutadora corpo a corpo da 3-A e da U.A á toa.

— Finalmente... — murmurou, erguendo seu braço livre até o meu. Segurou firmemente meu braço, jogando-me longe dali antes mesmo que eu percebesse. — Alguém que pode me divertir um pouco!

Em seu rosto brilhava o mesmo sorriso que no meu, e ao mesmo tempo, corremos uma de encontro á outra. Por um mísero segundo, eu pude realizar o primeiro movimento, portanto desviei de seu ataque enquanto acertava-a com um chute, que a empurrou direto até o globo de plasma no centro da sala. Resultante do impacto, o orbe de vidro que cobria o eletrodo gigante rachou, liberando no ar um cheiro muito enjoativo de ozônio. No meio tempo de nossa pequena batalha, Uraraka havia parcialmente se recuperado e corrido para desamarrar Izuku, que ainda permanecia imóvel e sem pronunciar nenhuma palavra. Provavelmente ele estava envenenado, mas isso não é estritamente importante agora. O importante é que a maquina que iria arruinar o mundo foi destruída, acho...

— Que droga... — Zero levantou lentamente, tentando não encostar nos cacos de vidro trincados. — Você quebrou meu abajur.

Abajur?! Exagerado demais.

Já possuía força o suficiente para conseguir usar minha Individualidade novamente, então passei a duplicar minhas moléculas e reunir água para prendê-la de uma vez por todas.

— Como você ousa usar isso na minha frente?! — ela pareceu ligeiramente alterada, uma veia saltando de sua testa. Cerrando a mão com tanta força que eu quase vi escorrer um fio de sangue, ela tentou se acalmar, o que não deu muito certo. — Okay... Se é assim que vai jogar, vamos jogar.


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Notas finais do capítulo

Ficou pequeno? Eu sei. Desculpa, mas comente mesmo assim!
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