Hero escrita por spyair


Capítulo 26
Um fantasma do passado


Notas iniciais do capítulo

Yo, minna!
Revivi! Eu sei que só faz uma semana que não posto capítulo, mas isso é muito tempo pra mim, então eu aproveitei e trouxe um combo duplo pra vocês! Deliciem-se, e nos vemos nas notaas finais



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— Iida, não deixe que eles olhem para trás — pedi, enquanto despia minha camiseta atrás de um banco do ônibus. Yaoyorozu se trocava atrás do banco no outro lado do corredor, e Uraraka um banco atrás.

— Pode deixar, Midoriya! Nenhum deles vai espiar! — Iida respondeu firme. Ele estava cuidando para que Kaminari e Bakugou não viessem nos espiar. Apesar de Bakugou bancar o durão, ele ainda é um garoto. E garotos tem seus desejos. Todoroki realmente não liga pra isso (eu acho que os gostos dele vão pro outro lado), então não precisamos nos preocupar com ele.

— Qual é?! Até eu?! — ouvi Katsuki reclamar.

— Você principalmente! — retruquei, erguendo minha cabeça acima do banco para vê-los. — Ainda mais com os peitos da Momo me ofuscando…

— Momo, eles estão maiores do que nunca! — Uraraka comentou.

— Parem de falar essas coisas! — implorou Kaminari. Ri ao ver seu sangramento nasal e voltei a me trocar. Estava vestindo meu macacão quando senti um olhar furtivo.

— Kirishima, se você estiver espiando pelo retrovisor, eu vou te matar! — ameacei alto o suficiente para que ele pudesse ouvir do banco do motorista. Já havíamos saído da cidade há algumas horas, e o GPS que Yaoyorozu havia criado nos mostrava rotas para evitar a civilização até chegarmos no Monte. Não seria nada bom sermos pegos, afinal, somos todos menores de idade ainda.

— Sim, senhora! — gritou, fazendo uma curva rápida que quase me derrubou no chão e me fez expor tudo o que eu estava escondendo.

— Kirishima, seu merda! Mais um pouco e elas teriam caído! Você não presta pra nada mesmo! — ouvi Katsuki xingar.

***

— Tudo bem, agora que estão todos vestidos — Todoroki começou. Kaminari murmurou um "infelizmente", que eu ignorei — Precisamos falar sobre o que vamos fazer ao chegar lá.

Nós nos reunimos na cabine do motorista pra debater aquele assunto. Todos, exceto Kirishima que estava focado no volante, me fitaram, esperando que eu desse as informações do que acontecera na noite do sequestro.

— Eu não sei muito… Haviam quatro pessoas lá, mas podem ter mais, então é bom irmos preparados para lutar. Tinha um velho e uma mulher de cabelos brancos... Uma garota engolindo meu irmão…

— Espera, ela estava beijando ele, certo? — questionou Uraraka. Assenti — Por que ele não usou a Individualidade dele pra fugir?

— Talvez ela seja a Apagadora de Individualidades — Kaminari tentou. — Eu não reclamaria se ela apagasse a minha…

— Calado! — gritamos todos em uníssono, fazendo o coitado se encolher num canto. Mas a culpa é dele por ser tão idiota, então prosseguimos.

— Tinha mais um. Mas eu não o vi, então não posso dar mais descrições sobre ele. Ah, e tomem cuidado com o veneno! Ele paralisa todos os músculos e você não consegue se mexer nem respirar sozinho— todos concordaram.

— Galera… nós só vamos até aqui — Kirishima avisou. Senti o solavanco do ônibus estacionando no acostamento. — O resto do caminho é a pé…

À alguns metros da estrada estava o Monte. Mas… eu nunca imaginei que fosse tão grande!

— Pelo menos tem escadinhas — Uraraka tentou amenizar nossa surpresa, sorrindo nervosa.

— Vamos levar a noite toda pra chegar lá!

— Nem pensar! Precisamos chegar agora! Todoroki, plano Beta! — agarrei a manga do garoto, puxando-o para fora do ônibus.

Quando todos alcançamos a base do Monte, Todoroki congelou uma área do chão, grande o suficiente para caber todos nós.

— O que diabos é esse plano Beta? — Katsuki indagou, sentando-se no gelo.

— Você vai ver — sorri divertida quando Todoroki tocou a palma de sua mão no gelo. Não demoraram três segundos para que estivéssemos sendo levantados do chão como num elevador, um grosso pilar de gelo nos empurrando para cima.

As meninas aproveitaram aquilo como se fosse um parque de diversões, enquanto os meninos pareciam poder vomitar a qualquer momento.

— Por que eu não pude ir com meus próprios métodos?! — vociferou Bakugou.

***

Em menos de cinco minutos chegamos ao topo da montanha, e realmente não consegui entender como não morremos de hipotermia até lá. Todoroki tinha seu lado esquerdo para se aquecer, ao contrário do resto de nós, que foi o percurso inteiro sendo castigado pelo vento frio e a base de gelo em que estávamos sentados.

— Estou congelando! — Uraraka reclamou quando finalmente pusemos os pés em terra firme.

— Estamos em território inimigo, todos em suas posições! — o loiro idiota agachou-se no chão.

— Kaminari, isso não é um RPG. Vamos — passei por ele, caminhando á frente do grupo. Todos os seis me seguiram, cada um checando uma direção. — Uraraka, você me disse uma vez que construíram um casarão aqui pra uma princesa, não é? — a garota concordou — Seria aquele? — apontei, abrindo espaço entre dois arbustos grandes que impediam a visão.

— Acha que o Midoriya está lá dentro? — Yaoyorozu indagou, incerta.

— Tem que estar — atravessei todo o caminho até a porta do casarão, mas antes que eu pusesse as mãos na maçaneta enferrujada, alguém se postou na minha frente.

— Tem certeza que devemos entrar pela porta da frente? Isso é coisa que gente como o Kaminari faria — Bakugou disse, olhando-me nos olhos.

— Ei! O que quer dizer com isso?!

— Midoriya, é melhor pensarmos numa estratégia logo. Você mesma disse, pode ter mais gente do que esperamos aí dentro — Iida, tentou me puxar pelo ombro, mas eu o liquefiz e ultrapassei Bakugou.

— Não me importa. Eu irei salvar o meu irmão, nem que tenha que passar por cima de todos os que tentarem me impedir — girei a maçaneta, escancarando a luxuosa porta dupla.

A primeira coisa que vi foi um espaço muito amplo. Parecia maior por dentro do que por fora, e eu podia jurar que caberia minha casa duas vezes só naquele cômodo. Não tinha muitos móveis, alguns quadros enfeitavam as paredes, um luxuoso tapete cobria todo o chão e só. Nada mais, exceto as escadas de mármore que levavam ao andar superior. No centro da sala, entretanto, havia um senhor. Pude reconhecê-lo como o mesmo daquela noite.

Agora, vendo-o de frente, notei que ele tinha um semblante sério. Como de um ex-combatente que já lutou muitas batalhas. E venceu todas.

— Ei, velho. É melhor sair do caminho — Bakugou ordenou, um sorriso psicótico surgindo em seu rosto.

— Infelizmente, isso não será possível. Fui ordenado a não deixar ninguém passar. A chefe precisa concluir suas pesquisas á sós.

— E desde quando isso é da minha conta? — antes que pudéssemos protestar, Bakugou avançou contra ele. Foi uma investida rápida, ele logo alcançava o senhor, pronto para disparar uma poderosa explosão contra ele. O que mais nos surpreendeu foi que o velho sumiu e reapareceu atrás de Bakugou antes mesmo que ele pudesse atacar, chutando-lhe as costas.

— Teletransporte?!

— É tão rápido que nem os reflexos incríveis do Bakugou conseguem pegá-lo! — Iida apontou, enquanto todos assistiam á luta dos dois. Bakugou desferia chutes, socos e explosões como se não houvesse amanhã, mas nada conseguia acertá-lo. Foi então que Todoroki entrou no meio da briga para ajudar seu colega, mas nem usando ambos, gelo e fogo, ele conseguiu ferir o velho. Nem mesmo com trabalho em equipe. Era simplesmente inalcançável.

No exato momento quem que Bakugou desferiu um soco contra o vento, uma voz pode ser ouvida, sobressaltando-se ao xingamento de Bakugou. No alto das escadas, a garota que beijara meu irmão. Atrás dela era possível encontrar pelo menos meia centena de homens uniformizados.

— Ogawa-senpai, você não planejava ficar com toda a diversão só pra você, não é?! — a garota inclinou sua cabeça para o lado, exibindo um sorriso psicótico.

— Preparem-se para o combate, pessoal — em meu rosto também surgiu um sorriso. Eu estava louca para quebrar cada um desses caras. Principalmente essa garota maldita, de jeito nenhum ela tem o direito de beijar meu irmão.

— Sim, senhora — os quatro restantes se puseram ao meu lado, fitando a multidão de gente no topo da escada. Muitas Individualidades diferentes para lidar de uma vez só, isso seria um problema. Mas heróis enfrentam seus problemas.

Ao mesmo passo que eles avançaram, nós avançamos. Quem visse pensaria que estávamos em desvantagem, eram praticamente dez pessoas para cada um de nós. No entanto, nenhum de nós passou três anos na U.A empurrando com a barriga.

Nos primeiros minutos, eu já via pelo menos doze pessoas flutuando desesperadas. Sentia eletricidade percorrer a sala, mas sem chegar perto dos aliados. O som do corpo de Kirishima trincando com seu modo Unbreakable e das turbinas de Iida de um lado para o outro eram simplesmente reconfortantes demais, mas eu precisava me focar em meu próprio trabalho.

Ele já estava feito antes mesmo de eu começar a me animar. Não importa quantos deles avancem, prendê-los é uma tarefa incrivelmente fácil. Eles simplesmente vem direto para meus casulos, assim como moscas vem direto para a teia da aranha.

— Ah, eu te vi lá naquele dia! Você é irmã do Izuku-chan, não é? — a garota que esteve á frente do grupo surgiu atrás de mim, e eu me apressei para prendê-la. Claro, eu falhei. Ela simplesmente é incrivelmente esguia, então estava tento um tanto de trabalho para conseguir apanhá-la.

— Com problemas aí? — a vozinha irritante de Katsuki soou aos meus ouvidos quando ele foi arremessado perto de mim.

— E você? Ainda não conseguiu explodir esse velho? — entrelaçamos os braços e ele me impulsionou contra um macaco de uniforme. Acertei-o com um chute direto no rosto.

— Vai pro inferno!

Concentrei-me em voltar a prender os macacos uniformizados enquanto a Apagadora de Individualidades estava entretida com Yaoyorozu, que estava sendo muito eficiente em mantê-la afastada.

De acordo com nossa concepção, a garota só podia apagar uma Individualidade se ingerisse alguma amostra de DNA.

— Droga! Não tenho tempo pra todos eles... Pessoal, cuidem das coisas aqui — avisei, fitando as escadarias. O velho Ogawa estava protegendo as escadas, a Apagadora veio de lá com toda aquela gente então... Deve ser lá.

— Boa sorte, Midoriya! — Iida desejou, fazendo um sinal de positivo com a mão.

Tomei impulso, pondo-me a correr por entre a multidão. Eu liquefazia e solidificava meu corpo para desviar de diversos ataques e pessoas no meio do caminho. Não demorou para que eu alcançasse a escadaria, e logo subi todos os lances apressadamente, encontrando mais uma porta dupla. Mas estava trancada.

Sorri diabolicamente. Infiltração, uma das minhas especialidades. Agachei-me até que meus olhos estivessem rente á fechadura, conferindo a presença de uma chave do outro lado. Levei a mão até o couro cabeludo, puxando o grampo que prendia meus cabelos num rabo de cavalo. Clichês são bem úteis ás vezes.

Enfiei o grampo pela fechadura, empurrando a chave para fora. Em seguida, passei o dedo liquefeito por ali, empurrando o resto do meu corpo. Solidifiquei-o do outro lado, respirando fundo. Aquela porta tinha me dado acesso á uma nova sala, bem mais ornamentada do que a anterior. Apesar de eu ter a leve impressão de que seguir pela porta do outro lado da sala não fosse me levar até meu irmão. Talvez fosse meu instinto feminino falando alto.

Quem quer que tivesse sequestrado meu irmão não iria simplesmente traçar um caminho seguro até ele. Vilões gostam de impor desafios, certo?

Com aquilo em mente, vasculhei todo do cômodo com os olhos buscando sinais de coisas movidas recentemente. Em filmes, passagens secretas geralmente estão escondidas nas paredes, mas como isso não é um filme...

Ajoelhei-me, puxando o grosso tapete de veludo verde escuro do chão. Apalpei as tábuas tão bem lustradas que eu podia ver meu reflexo, encontrando uma solta. Com algum esforço consegui tirá-la, revelando um alçapão. Abri a portinha que dava passagem para um buraco tão escuro que eu nem conseguia enxergar se era fundo ou não.

Deixei aquilo de lado, pulando no buraco. Ao tocar o chão novamente, eu fui capaz de ver um extenso corredor iluminado por tochas.

Tão clichê!

Segui pelo corredor, caminhando apressadamente, mas aparentemente aquele maldito corredor não tinha um fim. Quanto mais eu andava, mas chão aparecia. Aquilo já estava me dando calafrios, mas eu não iria parar de jeito nenhum. Traria meu irmão de volta, definitivamente!

— Oh, quanto tempo se passou, kouhei! — uma voz arrastada fez com que eu parasse de andar imediatamente. Engoli em seco, virando-me lentamente. Não havia ninguém lá, o corredor estava exatamente igual á dois segundos atrás. — Sabe... Você está mais gostosa do que antes. Talvez possamos relembrar os velhos tempos, o que acha?

Virei-me mais uma vez, dessa vez encontrando o dono daquela voz.

— Chi... Chikara?


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Notas finais do capítulo

E ai?? Me digam o que gostaram, nem que seja um "continua", me motiva muito a continuar, então bora descer o dedo nocomentário.
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