Hero escrita por spyair


Capítulo 25
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Notas iniciais do capítulo

Yo, minna!
Eu voltei! Aplausos!
Gente, tá aí mais um capítulo pra vocês. Esse é meio parado, mas os próximos vão compensar, juro! (Talvez não o próximo, mas o próximo depois do próximo definitivamente via ser mais movimentado). Então, sem mais delongas, nos vemos nas notas finais.



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— Hanae!

Ah, a doce sensação de oxigênio entrando em meus pulmões. Senti-a acompanhada por lábios macios, porém um tanto quanto desesperados.

— Yaoyorozu, uma bomba de oxigênio, rápido!

— Hanae, aguente firme!

Lembro-me desses momentos vagamente, eu já não conseguia raciocinar muito bem devido á falta de oxigênio, então tudo passou como um borrão para mim. Apenas recobrei a consciência quando já conseguia puxar oxigênio livremente, bem como mover todos os meus músculos.

— Nii-chan! — berrei, sentando-me rápido demais. Um erro. Aquilo me deixou tão tonta que eu tive que voltar a deitar. — Ai...

— Fique deitada idiota, você foi envenenada — uma voz conhecida ordenou. Senti a presença do dono daquela voz aproximar-se lentamente e logo estava dentro do alcance da minha visão.

— Katsuki... Meu irmão... Eu... — sentei-me, dessa vez com calma, para fitar o garoto loiro de pé ao lado da cama.

— Tudo bem, são quatro e meia da manhã, uma hora do dia maravilhosa para ouvir a razão do Deku ter sumido. Pode começar — anunciou, jogando-se na cama de frente para mim.

Contei-lhe tudo. Desde quando fui buscar meu celular, quando vi Izuku sendo devorado por aquela garota, contei-lhe da rosa e da seringa, até o momento em que eu fiquei incapacitada. Ele ouviu-me com atenção, prestando atenção em cada um dos detalhes.

— Aquele merda do Deku não serve pra nada mesmo — resmungou, enfiando as mãos nos bolsos. Ignorei o xingamento direcionado ao meu irmão sequestrado e pulei da cama, cambaleando um pouco devido á fraqueza que o suposto veneno ainda me causava. — Onde pensa que vai?

— Salvar meu irmão.

— Está louca? Não pode sair assim! Você acabou de ser envenenada, droga — interviu, colocando-se na minha frente e me conduzindo de volta para a cama.

— Me solte! Eu preciso salvá-lo!

— Sabe onde ele está? Sabe quem foi que o levou? Tem alguma pista dele? — indagou, seus olhos carmesim fixos nos meus safiras.

— Não... — abaixei a vista.

— Então deite-se. Mais tarde eu mesmo irei acionar os profissionais, não se preocupe, okay? — suspirei, dando-me por vencida e me deixando ser conduzida de volta para cama.

Acomodei-me na cama, abraçando o travesseiro e imaginando que ele fosse meu irmão. Antes que o garoto explosivo deixasse o quarto, eu o chamei.

— Katsuki... Pode ficar mais um pouco aqui? — pedi, sem encará-lo.

Perdi meu irmão, não fiz nada para salvá-lo e não tinha pista alguma dele. Apenas não queria ficar sozinha.

— Sabe que só faltam algumas horas até a aula começar, não é? — ergueu a sobrancelha, dando meia volta. Ele sentou-se ao meu lado e começou a brincar com uma mecha do meu cabelo — Ele ficará bem, Hanae. Afinal, a única pessoa que irá matá-lo sou eu.

Não pude deixar de sorrir com aquilo.

***

No dia seguinte, Bakugou praticamente me arrastou para a aula, afirmando que iríamos à polícia no fim do dia, o que tornou aquilo imensamente longo. Quando Aizawa-sensei estava fazendo a chamada, me obriguei a responder “Faltou”, ao chamarem “Midoriya Izuku”.

Na hora do almoço, todos já me bombardeavam com perguntas incansáveis sobre onde Izuku estava, e eu não conseguia respondê-las. Sempre que me perguntavam, eu só conseguia pensar que ele poderia estar sofrendo em algum lugar distante dali, enquanto eu comia confortavelmente uma tigela de rámen.

Durante a tarde, eu simplesmente não consegui me concentrar em nenhuma das aulas. Recebi um sermão de Aizawa-sensei, pois perdi cinco combates seguidos. O sensei perguntou se eu estava doente ou algo assim, e eu quase respondi que sim para ser liberada e correr até a enfermaria.

Finalmente o sino tocou, indicando o fim das aulas. Minha mochila já estava pronta e pendurada nos ombros quando aconteceu, e eu apenas rompi para fora da sala.

— Espera! — ouvi Katsuki chamar.

— Anda logo, sua tartaruga reumática!

— Então para de correr, lebre hiperativa! — resmungou, alcançando-me. Juntos nós dois deixamos a escola para pegarmos o metrô mais próximo. Lado a lado no banco, eu estava encarando fixamente a barriga de um homem e nem percebi, só notei quando Katsuki me cutucou. — Acorda, idiota! Já chegamos!

***

— Hum... com licença? — chamei, puxando levemente a manga do uniforme de um policial da delegacia. — Posso falar com seu superior? Eu gostaria de fazer um boletim.

O policial concordou, conduzindo-me pelos corredores até uma sala, onde eu pude localizar o provável chefe dali.

— No que posso ajudar vocês dois?

Direcionei meu olhar para Bakugou, pedindo que ele falasse. Era como ir no médico, mesmo que os sintomas fossem meus, eu sempre iria pedir para minha mãe falar. No caso, Bakugou era a mãe.

Okay, isso saiu bastante estranho.

— Um nerd de merda foi sequestrado na U.A.

— Quantos dias faz desde sua desaparição? — questionou, puxando um bloco de notas.

— Um dia. Foi... Ontem á noite — explicou.

— Ontem? Então como podem saber que ele foi sequestrado? Pode apenas ter saído — o policial soltou seu bloco de notas, nos encarando de sobrancelha erguida.

— Eu vi! — gritei, de repente. — Eu estava lá! Tinham quatro pessoas e elas o levaram!

— Tudo bem... Tudo bem, nós iremos averiguar. Pode dar um telefone para contato? — estendeu-me um papel e uma caneta, onde eu escrevi meu próprio telefone. Poderia me chamar de louca se eu escrevesse o número da minha mãe. — Podem sair, iremos ligar caso tenhamos qualquer informação. — o policial levantou-se de sua poltrona e nos empurrou para fora da sua sala, trancando a porta. Pude ouvir o barulho de chave.

— Ele nem quis saber o nome do Deku — Bakugou estava tão pasmo quanto eu.

— Como cacete ele vai encontrar alguém que nem sabe o nome?! — chutei a porta da sala dele.

— Hanae! Enlouqueceu?! — Katsuki me imobilizou, e me arrastou para fora da delegacia antes que eu cometesse delitos mais graves que poderiam resultar em prisão.

— Isso não vai ficar assim, não mesmo! — puxei meu celular, digitando um número conhecido na chamada de emergência.

— O que vai fazer?

— Calado! — ordenei, batendo o pé freneticamente enquanto esperava que a ligação fosse atendida.

— Alô?

— Tamaki-senpai! Oi! Sou eu, Hanae!

— Ah, Hanae... Precisa de alguma coisa?

— Preciso falar com você.

***

— Tamaki-senpai! — cumprimentei, abraçando-o. Não importa quantos anos se passem, ele continuará sendo a criatura mais fofa do universo e eu irei abraçá-lo. Mesmo sob o olhar fulminante de Katsuki, mas eu me resolvo com ele mais tarde. — Tamaki-senpai, preciso da sua ajuda! Urgente!

— O que foi? — indagou, enquanto se desvencilhava de mim.

— Meu irmão foi sequestrado!

— C-como assim? — ele estava visivelmente confuso, então eu contei tudo o que havia acontecido na noite passada. — E você tem alguma ideia de onde ele possa estar?

— Esse é o maldito problema — Katsuki resmungou — Aquele merda não deixou nenhuma pista.

— E o celular dele? Podemos tentar rastrear… — o herói tentou.

— Não. Estava no dormitório dele — o loiro revirou os olhos.

— Bem… Não há muito que possamos fazer — eu praticamente murchei ao ouvir aquilo sair da boca do moreno. — Mas irei falar com o Fatgum e com o Hydro. Também posso falar com outros heróis especializados em busca… — sorri, esse é o senpai que eu amo! — E Hanae, se você conseguir qualquer pista que seja…

— Conte comigo, senpai!

***

Katsuki e eu demos sorte de conseguir pegar um trem logo após a conversa com o senpai, então voltamos juntos para a Heights Alliance. Logo ao entrarmos no prédio da 3-A, fui barrada por Todoroki.

— Hm… Hanae, posso falar com você?

— Claro, Shouto. Falo com você mais tarde, Katsuki — avisei, caminhando para um canto vazio junto com Todoroki enquanto o garoto loiro resmungava e se jogava ao lado de Kirishima no sofá. — Então?

— Você sabe do Izuku? Não vi ele o dia inteiro e ele também não está no quarto nem em nenhum lugar da casa…

Mordi o lábio. A expressão preocupada do garoto era de cortar o meu coração. Eu realmente não queria que a notícia se espalhasse, mas…

— Ele foi sequestrado — sussurrei, fitando o chão.

— Hã?

— Ele foi sequestrado, Shouto — ergui meu olhar. Sua expressão era de pura perplexidade, eu não consegui encará-lo por muito tempo. — Foi ontem… Eu não consegui impedir… — cerrei as mãos, sentindo novamente raiva de mim mesma.

Sem dizer mais nada, Todoroki virou-se e saiu m direção ás escadas.

Após alguns minutos plantada no mesmo lugar, eu decidi subir para o meu quarto. Ao chegar, joguei-me na cama, puxando o celular. Abri a lista de contatos, fixando um contato bastante conhecido.

"Mamãe"

Eu tinha que ligar para ela. Precisava falar para ela, não podia omitir algo dessa magnitude.

Encarei aquilo por muito tempo até surtar e soltar um grito estridente, atirando o celular numa direção qualquer.

— Outro ataque de nervos? — Katsuki indagou, adentrando o quarto sem pedir permissão. Ele jogou-se na cama, ao meu lado, estendendo-me o celular.

— Eu preciso contar para mamãe que o nii-chan foi sequestrado... Mas a culpa foi toda minha! Como vou contar pra ela que o deixei ser sequestrado?!

— Quer parar de ser idiota? — ah, que belo namorado eu tenho — Você foi envenenada, então não podia ter feito nada — o loiro revirou os olhos.

— Mas...

— Sem “mas”! Se você não parar de martírio tudo vai continuar na mesma situação, então faca o favor de parar de se fazer de coitada! — empurrou o celular contra meu peito, virando-se de costas para mim. Ao olhar para o visor do celular, notei que a ligação já estava em andamento. Xinguei-o quando mamãe atendeu o telefone, empurrando-o da cama e o derrubando no chão. Mandei ele calar a boca quando o mesmo se levantou para me xingar de volta.

— Oi, okaa-chan! — sorri nervosa.

— Oi, meu amor! Como vão as coisas por aí? — antes que ela me bombardeasse com mais perguntas, disparei.

— Preciso contar uma coisa...

— O que foi? — pude notar uma gota de preocupação em sua voz.

— Bem... — respirei fundo, meus olhos fixos nos de Katsuki, que apesar de estar com bastante raiva, me acalmava. — O nii-chan... Ele... — foi como se um nó impossível de se soltar se formasse em minha garganta. Eu não consegui falar, não consegui pensar, só o que eu consegui fazer foi largar o celular sem finalizar a ligação e enterrar meu rosto no travesseiro. Pude ouvir Bakugou retomar a conversa ao telefone por mim, explicar toda a situação calmamente (a seu modo), em seguida voltar a subir na cama. — Eu sou uma merda de filha e irmã.

— Claro que não — desenterrei meu rosto do travesseiro, erguendo o rosto para encará-lo. — É uma merda de namorada também. Você me derrubou, cacete!

— Para de ser uma vadiazinha sentida!

***

Na tarde do dia seguinte, meus nervos atacaram. Não consegui manter a atenção nos professores por míseros dez segundos, eu começava a me revirar na cadeira, morder os dedos e pensar em Izuku. Ele poderia estar sendo torturado agora mesmo! Claro, ele tinha o One For All, mas se ele se deixou ser capturado, então eles devem ter um Apagador de Individualidades que dê conta do recado.

— Argh, eu vou pirar se continuar assim! — gritei ao chegar ao meu quarto, pouco me importando se Jirou estava no quarto ao lado. Desde que ela colocou isolamento sonoro no quarto, eu posso ter minhas crises na mais perfeita paz.

Caminhei em círculos por todo o quarto, indo de um lado para o outro. Meus pensamentos trágicos explodiam em minha mente, várias imagens do meu irmão sofrendo estampadas. Bufei, largando meu corpo na cadeira giratória da escrivaninha. Cruzei as pernas, pegando impulso e pondo a cadeira para girar enquanto lembrava-me das imagens daquela noite.

Meu irmão sendo beijado, o homem velho, a mulher de cabelos brancos, a flor carmesim. Carmesim...

— É isso! — exclamei, colocando os pés no chão e fazendo a cadeira parar de girar. Vasculhei o quarto com os olhos, encontrando aquilo que eu procurava no topo de uma das prateleiras. O porta-retratos com uma bela foto da flor de pétalas carmesim contrastando no céu azul.

“Você sabia que essa flor só cresce lá no Monte da Princesa? Lá é o único lugar do mundo com as condições climáticas e solo ideais para o crescimento dessa flor”, foi o que Uraraka me disse quando me deu aquela flor. Claro, ela não durou muitos dias longe de seu habitat natural, mas eu consegui uma foto dela em seu auge para eternizá-la. Ah, mal sabia eu que essa seria a melhor foto de toda a minha vida.

Corri pelo quarto atrás do celular, já digitando um número conhecido.

— Tamaki-senpai! — exclamei, saltitando.

— Hanae, não posso falar agora, estou no meio de um serviço. Falamos amanhã.

— Mas... — antes que eu dissesse mais alguma coisa, ele desligou. Conti minha raiva, já partindo para o próximo contato. Esperei algum tempo, mas caiu na caixa postal, então eu prossegui. Após ligar para todos os heróis que eu tinha contato e obviamente falhar em todas as minhas tentativa, eu decidi que eles poderiam ir me procurar onde o vento faz a curva, eu mesma iria resgatar meu irmão.

Mesmo que eu quebrasse meu corpo inteiro, mesmo que eu ficasse á beira da morte, eu iria trazê-lo de volta.

***

Após o toque de recolher, deixei meu quarto, uma mochila bem recheada pendurada nos ombros. Ali tinha tudo o que eu poderia usar numa missão de resgate, e dinheiro suficiente  para eu atravessar o país em busca daquele maldito Monte. Já havia salvo a localização no Google Maps e sabia exatamente quais rotas pegar para chegar lá. Tudo estava planejado, exceto...

— Onde você vai? — uma voz feminina chamou-me, no momento em que eu ergui minha mão para girar a maçaneta da porta da frente do prédio da 3-A. Uraraka.

— Ochako, eu... — girei nos calcanhares, surpreendendo-me. Além de Uraraka, diante de mim também estavam Todoroki, Yaoyorozu, Kaminari, Kirishima, Iida e Bakugou. — Todos vocês já sabem, não é?

— Sabemos, e você não vai nos impedir de ir com você! De jeito nenhum! — Kirishima bradou, socando o ar.

— Vocês não vão comigo. É suicídio!

— Que tipo de pessoa eu seria se deixasse você ir sozinha? — Uraraka, inclinou a cabeça — Se estamos enfrentando pessoas capazes de sequestrar o Deku com seu atual poder, então você vai precisar de toda a ajuda possível.

— Ah, que seja... — suspirei.

— Sendo assim, precisamos de um meio de transporte para todos nós — Iida apontou.

— Como vamos arranjar algo assim uma hora dessas? — Kaminari desesperou-se,

— Também vamos precisar dos nossos uniformes... — Yaoyorozu acrescentou.

— Bom, eu tenho um plano — Kirishima anunciou.

***

— N-nós vamos roubar um ônibus?! — estava boquiaberta. O plano de Kirishima incluía surrupiar nossos uniformes da escola, hackear o sistema de segurança e desligar todas as câmeras e roubar um ônibus. — E desde quando você dirige ônibus?!

— Aprendi no verão — ele deu de ombros, como se fosse a coisa mais normal do mundo. Ao meu lado, Iida parecia estar indo contra todos os seus princípios. Um pouco mais distantes, Kaminari e Yaoyorozu trabalhavam no sistema de segurança da escola por um dispositivo louco que Yaoyorozu havia criado, mas que parecia estar funcionando, enquanto Todoroki, Uraraka e Bakugou haviam ido roubar nossos uniformes.

— Conseguimos! — avisou Kaminari, esbanjando um sorriso. — Todas as câmeras vão ficar desativadas por quarenta minutos.

— Ótimo. Onde aqueles infelizes estão?! — bati o pé, olhando de um lado para o outro.

— Bem aqui — a voz monótona de Todoroki soou quando eles surgiram por trás do ônibus com as maletas dos nossos respectivos uniformes em mãos.

— Então vamos logo!


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Notas finais do capítulo

E aí?? O que acharam? Comentar não cai dedo, então bora comentar né galera.
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