Hero escrita por spyair


Capítulo 22
Sumiço


Notas iniciais do capítulo

Yo, minna!
Seguinte! Esse é o arco final da fic (lágrimas), e ele não vai seguir o mangá. Não vai ter luta do Kirishima e nem Yakuzas. O Yakuzas não existem aqui, okay? Serão acontecimentos originais daqui pra frente, e mais uma coisinha. Alguns caítulos pra frente eu vou pular um pouquinho no tempo, okay? Só pra avisar mesmo.
Nos vemos nas notas finais!



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— Então hoje faremos um treinamento de corpo a corpo — Aizawa-sensei anunciou, visualizando alguma coisa em sua prancheta. Ele parecia com bastante sono — Formem duplas entre si e lutem — fez um movimento despreocupado com a mão antes de se virar e caminhar lentamente até seu saco de dormir amarelo. — Ah, e apenas Individualidades do tipo Mutante podem ser usadas — uma reclamação percorreu o ginásio, claro que todos nós queríamos usar nossas Individualidades.

Deixei aquilo de lado, eu podia e conseguia lutar muito bem sem usar minha Individualidade. Busquei com o olhos Izuku, mas ele já havia se agrupado com Iida. Em seguida, procurei Uraraka, que já estava com Todoroki.

— Hanae-chan! Vamos fazer dupla! — uma voz enérgica soou aos meus ouvidos. Kaminari.

— Só se estiver preparado para perder — sorri de forma maldosa. De sábado pra segunda, mais conhecida como hoje, sumiu de mim toda aquela melancolia em decorrência dos acontecidos, e tudo o que eu sentia vontade era de bater nas pessoas. Talvez fosse só a TPM.

Kaminari e eu nos distanciamos um pouco da massa de pessoas, pondo-nos em posição inicial de batalha.

São três metros de distância entre nós… Ele é afobado, mas seu eu fizer o primeiro movimento, obtenho a vantagem, refleti, lendo os movimentos de Kaminari. Antes que ele movesse um músculo, parti em sua direção, movimentando-me com agilidade. Eu corria com o corpo abaixado, dando-me uma aerodinâmica maior e me permitindo chegar até meu oponente num instante. Ao me aproximar o suficiente, notei que ele erguia seu braço esquerdo para desferir um soco, no entanto eu direcionei meu corpo para a direita, desviando de seu soco. Quando seu braço estava rente ao meu rosto, agarrei-o com meus próprios braços e levantei a perna para passá-la por trás de seu pescoço, forçando-o a se curvar sobre o joelho da outra perna. Empurrei seu braço para trás, imobilizando-o atrás das costas. Eu pude ouvir um comentário de Mineta, dizendo o quanto sentia inveja de Kaminari naquele momento, mas decidi ignorar.

— Ai, ai, ai, ai!

— Se rende?

— Não… — forcei seu braço para trás com mais força, enquanto fazia-o se curvar mais ainda com minha perna sobre seu pescoço. — Tá! Eu me rendo! — quando ele proferiu essas palavras, liberei-o do meu aperto, e ele jogou-se dramaticamente no chão. Eu quero uma revanche! — bradou, erguendo-se.

— Você quem sabe — dei de ombros, voltando para a minha posição. Novamente, eu dei o primeiro passo.

Avancei contra o loiro antes mesmo de ele se preparar, mas dessa vez ele estava mais atento e conseguiu interceptar o meu chute, segurando minha pernas com as duas mãos. Tomei então impulso com a outra perna, erguendo-me do chão e tomando as mãos de Kaminari como apoio para girar meu corpo e atingir seu rosto com um chute perfeito. O loiro voou para o lado com o impulso, e deve ter ficado quase dois minutos choramingando no chão com cara de idiota.

— Vamos lá, Denki-kun. Eu nem chutei com tanta força — tentei acalmá-lo, ajoelhada ao seu lado.

— Midoriya — ouvi Aizawa-sensei chamar, surgindo ao meu lado.

— Sim? —  por favor, não seja uma bronca! Por favor, não seja uma bronca!

— Venha comigo, vou colocar você com outra dupla. Kaminari, você vai fazer dupla com Mineta.

— Hai, sensei… — choramingou, alisando sua bochecha.

Segui Aizawa-sensei sensei pelo ginásio, desviando das duplas que lutavam no caminho.

— Com quem eu vou ficar, sensei?

— Kouda.

— Kouda?

— Sim. Os movimentos dele são muito lentos e atrapalhados, e ele não é seguro de si o suficiente, então eu estava te observando e achei que você pudesse ajudar — explicou, quando chegamos onde Kouda de estava. Meneei a cabeça em afirmação, fitando Kouda. Ele possuía uma expressão assustada, seus ombros estavam encolhidos e apertava as mãos.

— Okay, Kouda-kun. Vamos começar assim — endireitei a minha postura e ergui meu queixo, olhando-o com confiança — Faça como eu.

Com algum esforço, consegui deixá-lo ereto e com o olhar menos assutado.

— Assim está melhor, agora… Me acerte.

Para Kouda, pareceu que eu tinha pedido que ele me matasse.

— Não se preocupe, Kouda-kun. Eu só vou te mostrar como desviar um soco — ri de sua feição. — E não ligue de bater em mim. Eu posso me transformar em água — liquefiz meu rosto e o solidifiquei novamente, mostrando-lhe um sorriso terno para indicar que estava tudo bem. Kouda pareceu mais calmo e me fitou, antes de fechar seu punho e avançar contra mim, quase a contra gosto.

Entretanto, no exato momento em que eu ia esquivar-me, uma dor aguda ponteou em minha nuca. O susto que eu tomei me obrigou a fechar os olhos e levar a mão até a área, para tentar neutralizar a dor. A dor daquele local logo cessou, porém uma nova dor espalhou-se pelo meu rosto. Ela começou no meu nariz e depois se alastrou até às bochechas. Eu havia levado um soco. Meu corpo não havia se liquefeito.

Ao abrir os olhos, estava no chão. Kouda parecia tão assustado que pensei que suas pálpebras fossem rasgar, de tão arregalados que seus olhos estavam. Todas as pessoas ao nosso redor também estavam paralisados. Ojiro tentava sem sucesso mover sua cauda, enquanto Uraraka tocava o rosto de Jirou repetidas vezes, desesperava ao constatar que a garota permanecia no chão, com sua gravidade inalterada.

— Aizawa-sensei! Pare com isso! — ouvi Ashido reclamar. O professor, por sua vez, tinha seus olhos arregalados e fixos num ponto qualquer, sua expressão era quase desesperada.

— Não sou eu… Também não consigo usar a minha Individualidade…

— Eu também não! — foi o que muitas pessoas exclamaram. Todos possuíam semblantes estupefatos, quase se recusando a acreditar que aquilo estava acontecendo.

Todas as Individualidades haviam sumido.

***

Algumas horas mais tarde o caos estava instalado na escola. Praticamente todo o curso de heróis havia notado a ausência de Individualidades nos primeiros minutos, e a gritaria alertou as outras turmas. Quando todos constataram que não conseguiam usar suas Individualidades de forma alguma, foi quase um pandemônio.

Vi gente chorando como nunca havia visto antes, desesperadas, imaginando que nunca mais poderiam usar suas Individualidades, outros estavam totalmente putos da vida, e outros ainda gritavam que seus sonhos estavam arruinados.

Os professores tentavam conter seus alunos, mas todo mundo havia corrido para os corredores, estava uma completa bagunça. Levaram cerca de uma hora para acalmar e reunir a todos os alunos do lado de fora do prédio.

Os professores nos restringiam como se fossemos ovelhas, e era possível ver o diretor conversar com uma pessoa desconhecida, em cima de um palanque montado por Cementos-sensei.

— Nii-chan — chamei, puxando levemente a manga do garoto ao meu lado. — O que acha que vai acontecer?

— Não se preocupe, Hanae — Izuku sorriu para mim, o tipo de sorriso que aquece toda a sua alma e te faz acreditar que sim, tudo ficará bem. Ele passou seu braço pão redor do meu pescoço e eu descansei minha cabeça em seu ombro. Ficamos assim por alguns minutos, até o diretor pedir gentilmente que todos fizessem silêncio, e os murmúrios cessaram imediatamente.

— Como vocês devem ter notado... Todas as Individualidades sumiram. Ainda não sabemos ao certo o que aconteceu, e nem mesmo a extensão desse sumiço, mas as autoridades estão investigando nesse momento, então vocês podem ficar calmos — pude ver o diretor soltar um suspiro. — É impossível que tenhamos aulas assim, principalmente para o Curso de Heróis... — não vou mentir, me animei com aquilo — Então, se amanhã, ás sete horas, nenhuma Individualidade tiver voltado, a escola entrará em um recesso de uma semana — inevitável que não ficássemos animados com aquilo. Mesmo numa situação dessas, recesso é recesso.

Depois disso nos liberaram para voltarmos aos dormitórios e arrumarmos nossas malas. Fui completamente saltitante, ignorando o fato de que minha Individualidade estava inativada. Teríamos férias!

***

— Nii-chan, a mamãe já me mandou exatas oitenta e sete mensagens. Ela está pirando!

— Ela me mandou cento e trinta e duas...

Assoviei, antes de começar a rir. O jantar havia acabado de ser servido e a maioria da turma estava jogada nos sofás da sala, eu com a cabeça descansando no copo de Izuku e as pernas por cima das pernas de Uraraka, que brincava com os cadarços do meu tênis.

— Ei, o quão longe vocês acham que o sumiço de Individualidades chegou? — Sero indagou, fitando o teto.

— Provavelmente só aqui perto da escola... Mas tenho certeza que logos elas voltarão — Yaoyorozu afirmou.

— Não! Elas só podem voltar depois de sete! — ouvi Kirishima exclamar. — Perder esse recesso não seria nada másculo!

— Assino em baixo!

***

Seis e cinquenta e cinco. O clima de expectativa pesava sobre as cabeças de todos os alunos da 1-A, e provavelmente sobre o resto da escola inteira. Cada um sentado em sua carteira, a mochila nas costas e os ombros tensos. Todos os olhares estavam voltados para o relógio de parede acima do quadro. Aizawa-sensei dormia despreocupadamente em seu saco de dormir amarelo que lhe deixava parecendo uma lagarta.

— Yaoyorozu, relatório! — pedi, virando para trás.

— Não consigo criar nada! Veja, quatro minutos!

Certo, apenas mais quatro minutos!

— Isso deve estar quebrado, eu nunca o vi andar tão devagar! — ouvi Kaminari reclamar, e devo admitir que é a mais pura verdade.

Três... Dois... Um...

— Estamos livres!

Assim que a sineta tocou, ocorreu um alvoroço ainda maior do que quando as Individualidades sumiram. Todos saíram das salas desordenadamente, pulando e correndo uns por cima dos outros, alguns até sendo pisoteados. Eu tive a vaga lembrança do Festival Esportivo, na primeira prova, onde tivemos que atravessas aquele túnel do inferno.

***

— Chegamos! — Izuku e eu avisamos, juntos, ao entrarmos em casa.

— Meus bebês! — fomos pegos de surpresa por um abraço de mamãe. Sabe-se lá de que buraco ela saiu, mas logo nós dois estávamos sendo esmagados.

— Okaa-chan! Minhas costelas!

— Não consigo respirar!

— Desculpem, desculpem — pediu, nos soltando. — Ah eu estava com tantas saudades de vocês... Venham, eu preparei um café da manhã especial!

A manhã passou como um raio, nem vi o tempo passar. Passei a maior parte do tempo no celular, checando notícias sobre o sumiço de Individualidades. Não haviam muitas informações ainda, pois a polícia estava averiguando por todos os lugares, então só iriam dar notícias durante a noite.  Durante a tarde Izuku e eu fizemos uma maratona de filmes, então eu nem percebi quando escureceu.

— Crianças, venham jantar!

Dei pause no filme de ficção científica que o notebook de Izuku reproduzia e saltei de sua cama, espreguiçando-me. Ele fez o mesmo que eu, plantando seus pés ao meu lado e estalando as costas.

— Minha bunda ficou achatada — reclamei, passando as mãos pelo bumbum um tanto quadrado devido ás seis horas consecutivas na mesma posição.  Izuku riu do meu sofrimento, saindo do quarto, e eu o segui, embora minha bunda doesse á cada passo.

Sentei-me á mesa, inalando o cheiro delicioso do udon na tigela á minha frente. Uni minhas mãos em formato de prece e murmurei um “Itadakimasu”, apanhando os hashis e começando a comer.

Vi mamãe apanhar o controle ligar a pequena TV da cozinha, que geralmente mamãe só usava para assistir suas novelas enquanto cozinhava, mas que nessa noite seria usada única e exclusivamente para o noticiário.

“...O sumiço de Individualidades que se propagou na tarde de ontem.”  a moça dizia. “A polícia local de cada cidade conteve os moradores que entraram em pânico com o acontecido, e logo dedicaram seus esforços para investigar a cidade e identificar que todas as pessoas estavam sem suas Individualidades. Foi revelado nesta tarde que esse sumiço atingiu toda a área do...”

Engasguei ao ouvir as palavras da repórter. Aquilo não podia realmente ser verdade. Não.   

O Japão inteiro.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam?
Comentem, pleasee, mesmo que esse capítulo tenha ficado pequeno, isso não é desculpa. Dedo não cai por comentário.
Ah, se você pulou as notas inciais, sobe lá que é importante.
Vá além, PLUS ULTRA.



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