Hero escrita por spyair


Capítulo 18
Investiguem, capturem!


Notas iniciais do capítulo

Yo, minna!
Aqui está apenas um capítulo pequeno que eu escrevi nas escola, não ficou muito grande, mas tem umas ceninhas de ação pra animar vocês então nos vemos nas notas finais!



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— Fatgum? — indaguei para mim mesma. Sabia exatamente quem era aquele herói, me lembrava perfeitamente do dia em que havia presenciado sua estreia no mundo dos heróis. Lembro-me de Izuku anotando freneticamente em um de seus primeiros cadernos cada uma das ações de Fatgum, e também de como ele sorriu carinhosamente para mim após entregar o vilão para a polícia, quando eu tinha apenas sete anos. Pisquei algumas vezes antes de voltar á realidade. O (grande) homem me encarava com um sorriso largo no rosto, enquanto acenava com sua mão fofa. Ele era completamente apertável!

— Seu pai me falou bastante de você! Ele parecia muito empolgado por sua filha incrível ter conquistado a licença provisória, falava como se você fosse um bebê fofinho, não é, Hayate? — provocou, dando uma tapa nas costas do meu pai.

— Ei, não precisa falar isso pra ela! — tentou esconder o leve rubor em seu rosto, o que me fez rir junto com Fatgum.

— Hanae-san, você podia me mostrar sua Individualidade, não é? Junto com um outro aluno da U.A, ele também chega hoje. Ah, lá está ele! — apontou par algum ponto atrás de mim.

— Hanae?! O que está fazendo aqui?

— Kirishima?! — exclamei ao me virar. Além do garoto ruivo, também encontrei... — Tamaki-senpai! — abri os braços, pronta para abraçá-lo. Sim, eu sei que é muito estranho uma garota abraçar um garoto do último ano com o qual não possui intimidade alguma. Mas eu simplesmente não posso evitar, Tamaki Amajiki está em primeiro lugar na minha lista de “pessoas mais fofas do universo”.

— Que proximidade toda é essa com seu senpai? — meu pai se intrometeu, agarrando minha gola antes que eu envolvesse o mais velho dos dois garotos num abraço. Soltei uma risada sem graça, retomando a compostura.

— Bom, já que os dois estão aqui, vamos ver suas Individualidades — sem dizer mais nada, os dois heróis profissionais saíram do prédio enquanto esperavam que Kirishima, Tamaki e eu vestíssemos nosso uniformes. O senpai nos mostrou onde ficavam os banheiros, pra onde seguimos. Eu logo vesti meu uniforme e voltei para me encontrar com os garotos, já devidamente trajados, e juntos nos unimos aos heróis.

— Pra onde vamos? — Kirishima indagou, quando Fatgum, Hydro e Tamaki começaram a andar, deixando o ruivo e eu confusos.

— Testar suas Individualidades — Tamaki respondeu simplesmente, após reunir muita coragem para falar.

— Na rua? Já?

— Se acharem que ainda não estão prontos para ir ás ruas... — papai começou, olhando para  nós dois com um sorriso provocativo — podemos ficar só patrulhando.

— Claro que não! Isso não é nem um pouco másculo! Eu já nasci pronto! — urrou Kirishima, para em seguida dar um tapa no meu ombro — Você também, né, Hanae?

— Ai... — alisei onde ele tinha batido. — Quer dizer, é claro!

***

Após andar algumas quadras, demos de cara com um velho prédio abandonado. Tinha uma aparência muito antiga e suja, parecia não ser habitado por ninguém há muitos anos. Exceto por alguns pequenos detalhes quase imperceptíveis. A poeira na soleira da porta possuía uma marca de pegada, indicando que alguém passara ali; no gramado alto e cheio de ervas daninhas era possível encontrar um buraco, próximo á mureta que cercava o prédio. De dentro dele saía um fedor forte, provavelmente de cocô, e tinha uma vasilhinha de água abaixo de uma torneira enferrujada, ao lado de um pedaço mordido de carne, o que indicava que também havia um cachorro ali. Todas as janelas eram lacradas por tábuas, exceto a do terceiro andar, que estava aberta. Alguém havia a aberto para arejar o local, e abrir justamente a do último andar fora uma sacada para que ninguém entrasse ali pelas janelas.

Contei tudo isso aos outros que estavam comigo, logo após Fatgum contar que aquele era um provável esconderijo de vilões que a polícia estava investigando.

— Muito bom, Vitale! Você vai entrar lá e averiguar a situação para nós, em seguida voltar e iremos adentrar o local para prender os vilões — Fatgum informou, e eu concordei. Finalmente estavam me tratando como um heroína de verdade, não apenas como uma estudante. Cruzei o gramado sem ruídos, aproximando-me da porta para liquefazer meu corpo e empurrá-lo pela brecha entre o chão e a porta. O reconstituí do lado de dentro, atenta a qualquer movimento. O primeiro cômodo que eu encontrei foi uma recepção, totalmente vazia e imunda. As marcas de mãos na camada grossa de poeira acima do balcão comprovavam minha tese de que havia alguém ali. Segui pela recepção silenciosamente até encontrar a escadaria que levava até o segundo andar e ao terceiro, que foi para onde segui, não sem antes vasculhar o segundo com os olhos em busca de vestígios. O que encontrei foi uma sacola de plástico com um sanduíche mordido dentro, e pela falta de mofo, era recente. Não adentrei o último andar. Parei alguns degraus antes da porta que dava para lá. Eu conseguia ouvir as vozes apressadas de pelo menos três pessoas, além dos fungados de um animal. Certamente o cachorro.

— Temos que nos apressar e levar isso logo para o chefe!

— Eu sei, mas não podemos ir de dia! Quer que sejamos presos?!

— Calem a boca, seus merdas! Iremos entregar isso amanhã á noite, eu já falei! Droga, o que é, seu cão desgraçado?!

Fui descoberta!

Apressei-me para a janela ao lado da escada, abrindo-a e estreitando meu corpo liquefeito pelas brechas das tábuas de madeira. Não pensei realmente na aterrissagem, mas deixei de lado quando avistei Kirishima bem embaixo de mim, pronto para me pegar e impedir que meu corpo colidisse com o chão.

Assim que ele me pôs delicadamente no chão me dirigi até os heróis profissionais.

— São três homens e um cachorro, não há mais ninguém no prédio — afirmei, e Fatgum deu sinal para que Kirishima e eu adentrássemos o prédio. Teríamos que prender os vilões sozinhos, era o nosso teste. Se ficasse visível que não iríamos conseguir, Fatgum, Hydro e Suneater iriam intervir. Mas nós dois iríamos conseguir, com toda certeza!

Kirishima foi o responsável por derrubar a porta, àquela altura queríamos mesmo que os vilões nos notassem. A primeira coisa que ouvi foram latidos altos vindos da escadaria, e eu me apressei em empurrar Kirishima para o lado quando o grande cachorro avançou contra ele com seus dentes afiados á mostra e a boca escancarada. Antes que o animal pudesse avançar novamente contra o ruivo, ergui uma barreira de água ao redor dele, do chão até o teto. O cachorro latia de dentro da barreira, mas não se atrevia em atravessar, visto que a água girava numa velocidade absurda e assustava o cachorro.

Em seguida vieram os tiros. Dois dos homens adentraram a recepção, revólveres em punho. Eles atiravam desordenadamente para Kirishima e eu, mas as balas apenas ricocheteavam no corpo endurecido do ruivo, enquanto atravessavam o meu corpo liquefeito.

— Eu fico com o da direita — afirmou, um sorriso de excitação surgindo em seu rosto quando ele desferiu um soco no dito homem, que cambaleou para trás, mas voltou a atirar. Uma das balas passou direto, e eu pude jurar acertar o cachorro. Deti-meno segundo homem, que tinha sua arma apontada ameaçadoramente para mim. Ignorei aquilo, correndo de frente ara ele. Vi-o dar um passo para trás antes de tornar a atirar, porém nenhuma das balas fez efeito em mim, e logo eu já tinha o homem preso num casulo d’água. Ele se debatia lá dentro, o que era apenas pior para ele, já que assim iria perder o ar muito rápido.

Ao meu lado, Kirishima socava o criminoso sem piedade, seu rosto á estava bastante ferido e eu podia ver uns dois ou três dentes no chão. Avisei que iria atrás do terceiro, e ele concordou, prendendo o vilão num mata-leão. Subi as escadas rapidamente, e logo já estava no último andar, enquanto parte da minha mente se mantinha concentrada em manter o casulo lá em baixo, abri a porta. A primeira coisa que encontrei foi um cano de arma apontado diretamente para mim, em seguida uma bala maior do que as anteriores atravessou meu rosto.

Sorri de lado, erguendo minha perna para chutar a arma para o lado e em seguida agarrar o colarinho do homem, que expressou uma cara de medo ao ser arremessado escada abaixo. No último lance de escadas, Kirishima o aguardava com o punho pronto e endurecido ao máximo, só para desferir um soco nas costelas do homem, que cuspiu uma quantidade considerável de sangue antes de apagar.

— Trabalho dado é trabalho cumprido.

***

A polícia chegou logo em seguida para levar os bandidos para a delegacia, junto com a carrocinha que veio buscar o cachorro raivoso. Kirishima e eu estávamos aguardando o julgamento de Fatgum, que conversava com meu pai, um pouco longe de nós. Tamaki estava calado, como sempre, apenas fazendo presença ao nosso lado de cabeça baixa.

— Crianças, venham cá! Fatgum tomou sua decisão — papai chamou, sério demais pro meu gosto. Deixamos Tamaki ali enquanto nós dirigimos até os adultos, que nos fitavam com uma seriedade absurda.

— Bom, analisando todas as suas ações lá dentro… — Fatgum começou, nos olhando de cima. — Kirishima Eijirou, Midoriya Hanae — ao ouvir meu nome, estremeci. Por que ele não fala de uma vez? — Eu os aceito como meus estagiários! — o herói abriu seus braços, puxando-nos para um abraço muito apertado que me deixou sem ar algum nos pulmões.

****

Na segunda feria de manhã eu estava destruída. Não por exigências do estágio ou algo do tipo, não. Mas por aquele infeliz do Kaminari ter me feito jogar RPG online com ele até de madrugada, então eu tinha dormido zero horas.  O que me animou foi ouvir sobre o novo estágio de Izuku, que Togata havia conseguido para ele, com Night Eye. Ao chegar na sala, apenas joguei-me na minha carteira, pronta para um cochilo numa longa aula de literatura, porém meu plano foi jogado na lixeira ao ver Aizawa Shouta adentrar a sala.

— O professor que daria essa aula não pôde vir, então nós teremos um treinamento de resgate! — anunciou, fazendo com que praticamente toda a turma de animasse. Exceto eu. EU estava morrendo de sono, droga!

— Não! Por que?! Não podemos ter apenas uma aula teórica? — indaguei para mim mesma, um pouco alto demais.

— Quem é você e o que fez com a minha irmã? — Izuku se assustou ao meu lado, arregalando os olhos.

— Cale a boca, ou vou te matar!

— É, você voltou...

***

Trocamo-nos e logo já estávamos nos dirigindo até a USJ. Caminhei até lá junto das meninas, me perguntando como elas podiam conversar tão animadamente tão cedo do dia. Não só elas, todos estavam falando muito, muito alto pro meu gosto. Tive vontade de mandar todos eles pra casa do cacete, mas a vontade de dormir era maior, então ignorei, agarrei a manga de Uraraka para poder me guiar e fechei os olhos, buscando um pouco de paz naquela balbúrdia. Já que eu não estava prestando muita atenção no que acontecia ao meu redor, logo chegamos na USJ, onde o herói profissional e nosso  professor, Treze, já nos esperava.

— Bom dia alunos! — cumprimentamos de volta com um animado "Bom dia, sensei", quando Treze começou a explicar os detalhes do nosso treinamento de hoje. Seria feito em duplas, duas duplas para cada um dos cenários de desastre. Uma das duplas resgataria, e a outra seria resgatada. Depois vice-versa. — Bom, então as duplas serão decididas na ordem da chamada, já que não temos muito tempo para fazer um sorteio... — Treze foi interrompido por Iida que ergueu sua mão.

— Sensei, Kouda Koji não pôde comparecer á aula hoje! — avisou, enquanto Treze assentia.

— Então as duplas serão as seguintes... Aoyama e Ashido, Asui e Bakugou, Iida e Jirou, Kaminari e Kirishima, Midoriya e Midoriya, Mineta e Ojiro, Satou e Sero, Shoji e Todoroki... E Tokoyami, Uraraka e Yaoyorozu formarão um trio — anunciou Treze, conferindo na lista de chamada. Em seguida, começou a distribuir as duplas, eu não prestei muita atenção nessa parte, só percebi quando Izuku estava me conduzindo até a área do Deslizamento. Aparentemente, nós iríamos ser resgatados por  Shoji e Todoroki.

— Então... Só temos que nos esconder e fingir de feridos?

— Uhum...

— Ótimo — suspirei, desabando no chão e fechando os olhos.

— H-Hanae?!

— Eu estou desmaiada! Entre no personagem, idiota! — mandei, ainda de olhos fechados.

— T-tá!


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Notas finais do capítulo

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