Hero escrita por spyair


Capítulo 17
Vamos falar de estágios


Notas iniciais do capítulo

Yo, minna!
Olha eu aqui! Bom, antes desse cap, eu queria fazer uma pergunta muito importante pra vocês, e vale pros fantasmas também! Eu estava refletindo sobre o rumo final dessa fic (infelizmente), e eu pensei em talvez fazer uma segunda temporada. Não sei se seria do agrado de vocês, mas a pergunta está feita. Se você gosta, nem que seja um pouquinho, dessa fic e gostaria de ler um segunda temporada, comente! Não precisa ser muito, apenas um "sim" ou "não", já basta pra mim!
Sem mais delongas, nos vemos nas notas finais.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/740045/chapter/17

 

Aquele foi um dia particularmente longo. Não tivemos nenhuma aula prática, o que o deixou ainda mais longo. Na aula seguinte ao almoço, Asui ergueu sua mão, pedindo a permissão para falar, que foi concedida pelo sensei.

— Com licença, sensei. Durante a cerimônia de abertura mencionaram alguma coisa sobre “estágio de heróis”. Pode nos falar sobre isso?

— Não lembro de terem falado sobre algo assim — murmurei. Ao meu lado, Kirishima suspirou.

— Foi naquela hora que você dormiu nas minhas costas.

— Se eu não lembro, não aconteceu — cruzei os braços, destinada a prestar atenção em Aizawa.

— Eu pretendia falar disso outro dia... Mas certo... Resumindo, faz parte das “atividades de heróis fora das escola”. É como a experiência com os heróis profissionais que tiveram antes, mas dessa vez de verdade — explicou.

— Então demos duro no Festival Esportivo por nada? Quer dizer, se já tinha esse estágio, por que o outro? — questionei, erguendo o braço.

— Esse estágio usas as conexões que vocês fizeram com os recrutadores durante o Festival Esportivo — bingo! Por sorte, meu recrutador é meu pai! — Essa atividade não está atrelada com as aulas, por isso, se não foram escolhidos durante o Festival Esportivo será difícil participar. Como já conseguiram suas licenças provisórias, agora podem participar de exercícios mais duradouros, no entanto, com vocês sendo calouros e com a ressurreição dos vilões, ainda estamos analisando a participação de vocês no programa... Ah, desculpe por te atrasar, Mic — nem havia percebido que o nosso professor de Inglês havia entrado na sala, o que me assustou, ele geralmente é bastante barulhento. Aizawa-sensei saiu da sala em seguida, nos deixando nas mãos do heróis profissional Present Mic.

— HORA DO INGLÊS! — cedo demais para comemorar a calmaria do professor — COLOQUEM AS MÃOS PARA CIMA E OH, YEAH!

***

Durante a noite, havia muito falatório na sala de estar. E não é pra menos, já que Sero adora irritar o Bakugou, e sua suspensão foi um gatilho perfeito para muitas provocações. Fora isso, eu conversava com Kirishima e Satou sobre a aula de Inglês de hoje.

— É, ele começou a falar gramática que a gente ainda nem aprendeu! — Kirishima bradou, passando a mão pelos fios avermelhados.

— Eu esqueci de me preparar durante as férias — Satou choramingou.

— Você podia afogar suas mágoas fazendo mais um bolo daqueles de ontem, não é Satou-kun? — tentei, já imaginando o gostinho do bolo de chocolate.

— Hanae-san! Você só pensa em comida! Não sei como é tão magra! — o ruivo exclamou, apontando para a minha barriga.

— Eu estou em fase de crescimento!

— Não está dando muito certo... — Satou prendeu o riso, claramente pensando na minha falta de altura.

— O que disse, maldito?!

***

Logo os três dias de detenção de Izuku acabaram, então eu finalmente tinha minha companhia habitual para ir e voltar da escola. Não que eu não gostasse de ir com a Uraraka, mas estava com saudades de ir com meu irmão. Ele estava super animado por motivo nenhum, foi o caminho inteiro pedindo desculpas “pelos problemas que causou” e falando o quanto ia se esforçar para me alcançar, dentre outras baboseiras.

— Pare com tanta animação tão cedo do dia — resmunguei, jogando a mochila no chão ao lado da minha carteira e me sentando na mesa, quase dormindo. — Ah, estou caindo de sono...

— É isso que dá ficar jogando RPG até quatro horas da manhã, Gatinha — Kaminari provocou, brotando ao meu lado.

— Calado! E pra começo de conversa, foi você que insistiu pra eu jogar! Como está tão disposto?! — gritei para o loiro.

— Eu sou um cara bem elétrico — ele tentou fazer uma pose máscula, como o Kirishima faz, mas acabou ficando patético.

— Kaminari, essa foi péssima.

Nesse momento, Aizawa-sensei adentrou a sala e cada um foi para os seus respectivos lugares. Me acomodei na minha carteira, escondendo o rosto entre os braços e fechando os olhos.

Tudo o que eu queria era estar na minha caminha, dormindo!

— Bem, agora que o Midoriya está de volta — começou — Está na hora de vocês ouvirem a história completa sobre o estágio. Podem entrar agora — avisou, virando-se para a porta. — Vocês ouvirão como isso é diferente da experiência de trabalho de antes diretamente daqueles que passaram pelo processo. Eles tiraram um tempo livre da agenda apertada deles para vir falar com vocês, então aproveitem bem. Esses alunos do terceiro ano estão entre os melhores da U.A — a porta abriu-se, revelando três pessoas. Dois deles eram garotos, um com uma aparência bastante amigável com um grande sorriso no rosto. Seus cabelos cor de ouro brilhavam como seus olhos que lembravam um cartoon antigo americano, ele parecia estar sempre com uma postura destemida, diferente do outro garoto. Este, apesar de alto, parecia encolhido no fim da fila. Seus olhos e orelhas eram puxados, o que o deixava parecido com um elfo (aquilo me deu muita vontade de apertá-lo), e seus cabelos pretos eram extremamente parecidos com o de um personagem de algum anime que eu devo ter assistido esses dias. E para a minha grande surpresa, a ultima integrante do grupo era ninguém mais, ninguém menos que a garota do banheiro que havia conversado comigo outro dia. Seus cabelos azuis destacavam entre os outros dois, e ela parecia ter uma expressão constante de alegria misturada com calmaria.

Os melhores da U.A, o Big Three!

— Então podemos começar com uma breve apresentação... Começando pelo Amajiki — Aizawa pediu, tocando o ombro do garoto elfo.

O mesmo nos lançou um olhar intimidador, como se lesse a alma de cada um de nós. A sensação foi ainda pior do que a que o Aizawa-sensei nos causa. Ele começou a murmurar coisas para seus colegas antes de se virar e encostar a cabeça no quadro negro, ficando de costas para nós.

— Quero ir embora! — disse, em alto e bom som. É, ele me parece o antissocial do grupo.

Ele é mesmo um dos melhores da U.A?

— Ele é Amajiki Tamaki, a pulga! — a garota de antes apresentou, apontando para o seu colega. A expressão “pulga”, provavelmente está relacionada com o fato de o coitado não conseguir falar em publico, e o fato ele ser tímido o deixa ainda mais apertável. — E eu sou Hadou Nejire — então esse é o nome dela... — Nos pediram pra falar com vocês sobre o estágio... Ei, é a minha amiga! — exclamou, apontando direto pra mim. Levantei o rosto, que ainda estava meio escondido entre os braços. Ela realmente me vê como uma amiga! Isso é no mínimo, estranho! — Lembra de mim?! — indagou, correndo até a minha carteira. — Fui eu que te dei conselhos sobre o garoto que você gosta, fui eu! — exclamou, agora apontando para o próprio rosto. O meu, por outro lado, deve ter ficado da cor dos cabelos de Kirishima.

— O garoto que você gosta, hein, Gatinha? — Kaminari provocou, virando-se para trás com um sorriso malicioso. Atirei uma borracha nele, que acertou em cheio sua cabeça.

— Calado, idiota!

— Quietos! — Aizawa-sensei mandou, e até mesmo a senpai, que estava agora entretida com os chifres da Ashido, se calou e voltou ao seu lugar.

— Eraserhead, por favor, não se preocupe! Eu sou a atração principal aqui! — o garoto loiro pediu, fazendo um sinal de positivo com a mão. Ele realmente lembra um cartoon! — A jornada adiante...? — fez uma pausa dramática, provavelmente aguardando que nós continuássemos a sua fala, o que, óbvio, não aconteceu. — Era pra vocês dizerem “será cheia de desafios”!! Certo, falharam miseravelmente em entender o ponto da conversa! Certo, minha apresentação ficou sem graça! — suspirou, erguendo seu punho animadamente em seguida. — O que acham de se juntarem e lutarem contra mim?!

***

Mais uma vez estávamos no Ginásio Gamma. Local de onde eu tinha guardado algumas... Memórias bem dolorosas, se assim posso dizer. Todos estávamos vestindo nossos uniformes de esporte da U.A, e infelizmente aquele não era feito com o tecido da Yaoyorozu. Togata Mirio, como eu descobri se chamar o último terceiranista, estava se alongando. Ele realmente estava falando sério em ser atacado por todos nós. Quer dizer, somos calouros e tal... Mas já lutamos contra vilões e lutamos ao lado de profissionais, não somos tão subestimáveis assim, não é?

— Podem me atacar de onde e quando quiserem. Então, quem vai ser o primeiro? — questionou, podo-se de pé.

— Eu vou ser o primeiro! — exclamaram Izuku e Kirishima juntos. Eu já esperava isso do ruivo, mas Izuku foi uma grande surpresa. Ele geralmente iria analisar o oponente, montar uma estratégia, e só então atacar.

Meu irmão se alongou, pondo-se em posição de ataque enquanto ativava sua Individualidade, e como se seu corpo inteiro emanasse luz e pequenos raios verdes corressem por ele, Izuku avançou. Togata o ignorou completamente, enquanto suas roupas deslizavam por seu corpo. Literalmente, elas deslizaram. Assim como o chute de Izuku, passou direto. O atravessou, quase como acontecia comigo, mas seu corpo não assumia outra forma nem nada. Simplesmente passou por ele.

Alguns que atacavam á longa distância dispararam, como Ashido, Sero e Aoyama, direto no rosto do terceiranista. No segundo seguinte ele havia desaparecido, para reaparecer (totalmente nu!!) atrás de Jirou. Num golpe de rapidez ele prendeu a garota e Kaminari juntos com os fones dela. Desferiu um chute na barriga de Yaoyorozu, socou Ashido e Tokoyami, deixando-os no chão, passou uma rasteira em Sero em Aoyama, tudo em menos de um minuto. Em cinco minutos, sobravam apenas o que atacavam á curta distância. E em nove minutos, apenas eu estava de pé.

— Ei, você é a que tem a Individualidade semelhante à minha, não é? — indagou, desferindo um chute no meu troco já liquefeito. Toda a roupa que eu usava naquela região foi jogada longe, o que me fez corar. Mas e daí? Praticamente toda a sala estava no chão, e ele também estava nu. Realmente não parecia ligar para aquilo. Deixando meu constrangimento de lado, avancei contra ele, invocando uma grande quantidade água para prendê-lo. Falhei miseravelmente. Ele simplesmente escapou. A água atravessou seu corpo como se ele nem ao menos estivesse ali.

Eu nem percebi o que aconteceu, mas em seguida eu estava presa numa caixa de pedra que me cercava totalmente, não dando abertura para eu sair dali.

Então essa é a diferença de poder entre nós... Mas...

— EI, já entendi! Você é forte! Pode abrir isso aqui! — pedi, batendo na pedra que formava uma parede. Além da sua incrível Individualidade, Togata Mirio também tem força física, o que o permitiu levantar cinco placas de cimento do chão para me prender.

— Bom, então acho que é isso. O que acham da minha Individualidade? É forte? — indagou o senpai quando toda a turma finalmente conseguiu se levantar e se reunir.

— É forte até demais, isso sim! — Sero exclamou.

— Ainda mais forte que a Hanae-chan! Pode atravessar qualquer coisa! — Ashido acompanhou.

— Esse era exatamente o ponto em que eu queria chegar com esse treino! Minha Individualidade não é forte, eu a tornei forte! Com experiência! Ao invés de palavras, eu queria mostrar para vocês através da experiência! Durante o estágio, nós não somos apenas convidados! Somos ajudantes! Estamos lá como verdadeiros profissionais! Pode ser assustador, ás vezes. Você deve presenciar até mesmo mortes, mas isso serve de “experiência”, algo que simplesmente não pode ser adquirido na escola! Eu usei todas essas experiências de estágio e as transformei em força! E assim cheguei ao topo! É por isso, calouros, que mesmo que seja aterrorizante, vocês tem que fazer!

— Eu tenho uma pergunta — ergui o braço, esperando que me dessem a vez para falar, que logo foi concedida por Togata — Eu posso abraçar o Tamaki-senpai? Desculpa, ele é muito fofo!

***

O fim de semana. Uma das maravilhas dos estudantes. Este fim de semana em particular seria especial, pois eu iria me encontrar com meu pai, que havia me dito que tinha uma surpresa para mim. Eu saí de casa cedo, acompanhando Todoroki e Bakugou, que iam para o "cursinho" da Licença Provisória. Claro, Bakugou foi o caminho inteiro reclamando, enquanto eu conversava calmamente com Todoroki. Nos separamos na metade do percurso, então eu segui sozinha até a estação de trem, onde eu pude avistar o super-herói profissional Hydro, mais conhecido como meu pai. Ele trajava sua roupa de herói, o que talvez significasse que iríamos fazer algo de diferente hoje.

— Ohayō, otou-chan — cumprimentei com um aceno, seguido de um bocejo. Ele me imitou, para em seguida me dar um abraço. Fazia algum tempo que não nos víamos.

— Uma coisa, antes de pegarmos o trem, você trouxe seu uniforme escolar? — acenei positivamente com a cabeça. — Então vá vesti-lo. Precisa estar de uniforme para o lugar onde iremos.

Meio confusa, concordei, direcionando-me para o banheiro mais próximo. Rapidamente troquei minhas roupas pelo uniforme escolar, devidamente vestida, saí do pequeno espaço, direcionando-me até meu pai, que tinha duas passagens de trem em mãos. Ele me entregou uma delas, e eu conferi o destino.

— Kansai? — ergui a sobrancelha — O que nós vamos fazer lá?

— Surpresa — riu da minha careta, eu definitivamente odiava surpresas — Lá vem o trem.

Não demoramos a entrar no trem e encontrar um lugar, nos sentamos um do lado do outro, eu com minha mochila no colo. Então me lembrei de algo, dando um súbito pulo no banco do trem. Abri o primeiro bolso da minha mochila, puxando de lá um cartãozinho.

— Veja, veja! — estendi para ele, praticamente esfregando em seu rosto — O máximo, não é? — o herói pegou minha licença provisória, fitando-a com orgulho. — Ah, o Aizawa-sensei falou de estágios com heróis lá na sala! Dessa vez você e eu vamos enfrentar juntos vários vilões perigosos e...

— Receio que não, Hanae — o homem me cortou, fazendo-me murchar.

— Como assim?

— Não é que eu não tenha gostado de trabalhar com você ou algo assim... É só que eu quero que você se torne uma ótima heroína!

— Me largando? Otou-chan, eu ter um pai super herói facilitava tudo — argumentei, cruzando os baços.

— Exatamente! Não se pode virar um bom herói se você facilitar! E é por isso que eu falei de você para um velho amigo meu — explicou, pondo a mão no meu ombro. Bufei, ainda de braços cruzados. Seguimos o resto do caminho em silêncio, apenas fitando o nada. Após sairmos do trem, caminhamos pelas ruas movimentadas de Kansai até um grande prédio. Adentrei o lugar de cabeça baixa, focada na mancha de água em meu sapato. — Ah, meu velho amigo! — ouvi meu pai exclamar, então levantei o olhar para encontrar um grande homem abraçando Hydro. Grande mesmo. — Esta é minha filha, de quem lhe falei. Hanae, este é Fatgum, um antigo amigo meu.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Comentem para que eu saiba! E não se esqueçam do meu pedido lá nas notas iniciais (se você não leu, dê um olhadinha lá, please). É realmente importante para o rumo da fic.
Vá além, PLUS ULTRA!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Hero" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.