Hero escrita por spyair


Capítulo 16
Sentimentos confusos


Notas iniciais do capítulo

Yo, minna!
Capítulo novo pra vocês aproveitem no feriado. Esse capítulo foi escrito com bastante amor, bastante voltado para crises de uma adolescente confusa.
Nós vemos nas notas finais!



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— Como será que eu fui? Estou muito nervosa — Jirou murmurou ao meu lado, enquanto estávamos todos reunidos esperando pelos resultados do exame.
— Relaxa, Kyouka-chan, tenho certeza que fomos todos muito bem! — aliviei, pondo a mão em seu ombro. Ouvi-a dizer algo como “Você só fala isso porque foi a segunda aprovada”, o que me obrigou a fazer uma careta e voltar a olhar para o palanque em frente ao telão onde seriam transmitidas as notas. O mesmo homem que havia explicado sobre a prova mais cedo estava lá, falando ao microfone.
— Olá a todos, e obrigado por aguardarem. Todos deram duro, então agora vamos mostrar os resultados do exame. Mas antes disso, algumas palavras — revirei os olhos. Por que todo mundo sempre insiste em fazer um discurso?! Basta apenas ir direto ao ponto! — a respeito de como os avaliamos. Entre nós, membros da comissão pública de segurança de heróis, e nossos colegas da HUC, utilizamos dois sistemas de redução de pontos que combinados, avaliaram sua performance. Resumindo, examinamos tanto a qualidade quanto a natureza de suas condutas diante de uma crise. Os nomes dos aprovados serão exibidos aqui em ordem alfabética — apontou para o telão atrás de si. Com isso, por favor, podem ver o resultados por si mesmos.
Perdi toda a minha respiração quando mais de oitenta nomes apareceram no telão, listados em colunas. Varri aquilo com os olhos a procura da letra “M”, procurando em seguida por “Midoriya”.
Maeda... Makabe... Matsura... Midoriya!! Midoriya Hanae!!
Comemorei, agarrando a manga da pessoa ao meu lado e dando pulinhos sem sair do lugar, praticamente explodindo de felicidade. Eu também fora capaz de achar vários outros nomes conhecidos, e logo fui atingida por alguém que havia se jogado em mim, que eu acabei reconhecendo como Uraraka.
— Passamos! Hanae-chan, nós passamos! — exclamou, apertando meu pescoço com sesu braços. Sorri, abraçando-a de volta. Voltei a olhar para o telão para procurar mais nomes Suspirei de alívio ao encontrar o de Izuku logo abaixo do meu. Encontrei o nome de todas as meninas, bem como da maioria dos meninos, apenas...
— Hã?! Todoroki-kun e Bakugou não passaram?! — arregalei os olhos. Eles eram os melhores da classe, isso era uma tremenda reviravolta! Virei-me para trás para poder ver o garoto loiro quase surtar de raiva. Seu rosto estava contorcido em ódio, diferentemente da expressão impassível de Todoroki.
— Err, todos os participantes puderam conferir seus resultados? Seguindo em frente, agora vamos distribuir alguns folhetos. Os detalhes de suas avaliações estarão descritos neles, então verifiquem com cuidado.
Logo uns caras vestidos de preto começaram distribuir os folhetos, entregando um a cada um. Não demorou muito para me entregarem o meu, que eu recebi com a maior felicidade do mundo.
— 90 pontos?! — surpreendi-me. Havia recebido dez pontos de bônus daquele velhinho, perdido alguns pontos por nervosismo na hora do resgate, mas fora isso não teve nada de anormal. Busquei por Izuku, encontrando-o alguns passos adiante. — Quanto tirou, nii-san? — indaguei, aproximando-me dele.
— 71 pontos, e você? — mostrou-me o seu folheto, tomando o meu para ver. — 90?! H-Hanae, você está me passando para trás!
— É óbvio! — dei uma tapa em sua testa — Preciso ser forte se eu quiser te ajudar a ser o próximo Símbolo da Paz!
— Me ajudar?
— Uhum! Eu prometi para mim mesma que iria levá-lo ao topo! — sorri, fechando os olhos. No segundo seguinte eu estava sendo abraçada e tudo que eu conseguia ver era a cabeleira esverdeada em minha frente.

***

Após mais uns dez minutos de discurso, todos os aprovados se encaminharam para receberem os documentos que oficializavam tudo. Era um cartão azulado com nossos dados e uma foto de um lado, e do outro grande letras em dourado, que formavam a palavra “Hero”. Quis muito mandar uma foto daquilo para o meu pai, mas como eu iria vê-lo no fim de semana seguinte, achei melhor mostrar pessoalmente.
Retornamos para a escola no ônibus, com muito barulho e cantoria, e assim se seguiu até cair a noite. Ficamos reunidos na sala de estar, conversando entre nós e fazendo brincadeiras.
— Kouda! Você trouxe um coelhinho! Que fofo! — exclamei, quase morrendo de amores pelo bichinho de estimação que Kouda levava nos braços. Eu nunca havia realmente conversado com ele, já que ele era um cara bem caladão, mas que ele tinha vários animais fofos, isso tinha. Me entregou o coelhinho para que eu segurasse enquanto puxava seu celular para me mostrar várias fotos de seus animais. — Ah, esse é lindo! — apontei para um filhote de cachorro numa das fotos. Tomei o celular dele e corri até onde Izuku estava, estendendo-le o celular. — Nii-san! Temos que criar um desse lá...
Minha frase morreu quando Bakugou passou por nós, dizendo para que apenas Izuku pudesse ouvir: “Deku, vai lá pra fora depois. É sobre a sua Individualidade”. Aquilo mexeu comigo. Achava que mais ninguém soubesse sobre a Individualidade Izuku ter sido passada por All Might, mas talvez nem fosse isso. Eu torci para não ser, enquanto fingi que nem tinha ouvido aquilo.

***

Esperei que todos fossem dormir para sair do quarto e ir me esconder atrás do sofá da sala de estar quando Bakugou passou para sair da o prédio. Ele deve ter me percebido ali, mas por alguma obra divina escolheu me ignorar. Só saí do meu esconderijo quando Izuku adentrou a sala, chamando a sua atenção.
— Nii-san... Tem certeza que você vai lá? — questionei, me aproximando dele. Fitei-o com uma expressão receosa — Que tipo de irmã superprotetora eu seria se deixasse você ir lá fora durante a noite com um Bakugou que claramente ainda está com muita raiva por mais cedo?
— Que tipo de irmão mais velho eu seria se deixasse a minha irmãzinha cuidar de mim pra sempre? — Izuku sorriu, colocando sua mão em minha cabeça. Pode ter sido impressão minha, mas ele me pareceu ligeiramente mais alto e mais forte desde a última vez que eu notei. — Relaxa, Hanae. Eu vou ficar bem, afinal, é só o Kacchan — ele se aproximou de mim, depositando um beijo em minha testa, como eu fazia nele quando éramos pequenos.
— Tá... Mas se precisar de qualquer coisa me manda uma mensagem que eu vou correndo! — Izuku concordou, rindo baixo, antes de sair pela porta. Joguei-me num dos sofás, fitando o teto. Eu tinha uma ideia do assunto da conversa, e sabia o que provavelmente iria acontecer. Eles iriam brigar.
Talvez Izuku seja contra, a princípio, mas Bakugou é muito cabeça dura. Vai insistir, insistir e insistir mais um pouco até que meu irmão ceda. Sei que Bakugou está com complexo de inferioridade por ter sido reprovado, e provavelmente ele vai colocar tudo o que sente pra fora no meio da briga.
Fiquei ali, aguardando qualquer sinal de que eles tinham voltado durante vários minutos enquanto encarava o teto, até que meus olhos pesaram e eu adormeci.
As lágrimas, o garoto triste, as suas mãos de pele áspera e grossa. Sonhei mais uma vez com aquilo, porém, dessa vez não estava no contexto de um apocalipse zumbi, por mais que a destruição global ainda estivesse em foco. Ao invés de zumbis, haviam vários super heróis lá, lutando juntos contra alguém. No momento em que eu iria ver o rosto da pessoa, acordei. A luz do sol adentrava as persianas, batendo com força contra meu rosto. Remexi-me na cama, puxando os lençóis para cobrir o rosto.
— Espera aí... — empurrei o lençol, sentando-me. — Eu não dormi aqui! — fitei meu corpo, encontrando não as roupas que eu estava na noite passada, mas sim meu pijama de coraçõezinhos.
Eu torcia para que tivesse sido Izuku a me trazer para a cama, do fundo do meu coração. É, é claro que tinha sido. Isso é a coisa mais lógica a se pensar. Se não fosse ele, teria que ter sido Bakugou, e eu duvido que ele fosse querer me trazer.
Ainda nervosa, levantei da cama, rumando para o banheiro do quarto. Tomei um banho rápido e fiz minha higiene matinal, vesti meu uniforme escolar e arrumei o cabelo.
Joguei a mochila por um ombro, saindo do quarto rumo ao térreo. Lá, eu pude encontrar Izuku e Bakugou com aspiradores de pó, aspirando o tapete felpudo da sala de estar. Chamei-o para um canto da sala, e ele prontamente veio ao meu encontro.
— O que aconteceu ontem?
— Bem… Nós brigamos — acertei — e recebemos uma suspensão. Três dias pra mim, quatro pra ele.
— Suspensão?! — escancarei a boca. Izuku já cobria o rosto com os braços quando eu ergui as mãos para estapear os mesmos. — Você é idiota ou algo do tipo?!
— Ai, ai, ai! Hanae, para! — pediu, agarrando meus pulsos.
— Izuku, tem sorte de eu precisar ir pra aula agora. Se eu não precisasse, eu iria te matar! — exclamei, dando um último tapa nele e atravessando a sala.
Antes que eu me distanciasse muito do prédio, lembrei que tinha que voltar para perguntar a Izuku se havia sido ele a me levar para a cama ontem, mas Uraraka agarrou meu braço e saiu me puxando, então acabei esquecendo aquilo por enquanto.

***

Fomos presenteados logo no primeiro dia de aula com um longuíssimo discurso do diretor na cerimônia de iniciação, e eu tenho que admitir, quase dormi quando apoiei minha cabeça nas costas de Kirishima.
As aulas então, nem se falam. Aizawa-sensei nos veio com mais e mais discursos, bem como a maioria dos professores do período da manhã.
Assim que finalmente fomos liberados para o almoço, fui para o Lunch Rush junto com o restante do pessoal. Cada um pegou sua refeição e nós dividimos em duas mesas, perto da janela. Murmurei um "Itadakimasu" despreocupado e comecei a comer sem realmente prestar atenção, estava mais focada em mandar uma mensagem para Izuku.
— Midoriya-san! É falta de educação usar o celular à mesa! — Iida me repreendeu. Fiz um movimento lento com a mão que segurava os hashis, enquanto meus olhos estavam vidrados na tela do celular.
Eu havia acabado de enviar uma mensagem para Izuku, perguntando se ele tinha me levado até a cama na noite passada, e ao receber a resposta eu simplesmente quis enfiar minha cabeça num buraco.
"Você não dormiu na sua cama?"
Foi o que ele respondeu. Ele nem ao menos sabia que eu estava dormindo no sofá, o que significa que apenas uma outra pessoa poderia ter me levado… E ainda por cima trocado minhas roupas!
Com esses pensamentos meu rosto assumiu uma coloração tão avermelhada quanto os cabelos de Kirishima, e eu escondi o mesmo atrás do celular, abaixando a cabeça.
— O que aconteceu, Hanae-chan? — Asui indagou ao meu lado.
— Hã?! Nada! Não aconteceu nada! — ri nervosamente, dando um pulo na cadeira. — Por que algo teria acontecido?! Tudo está absolutamente como sempre esteve! — minha respiração começou a falhar ao sentir o olhar confuso e questionador de Kaminari sobre mim — Por que está me olhando assim?! Acha que eu sou esse tipo de garota?! Todo mundo está contra mim hoje! — praticamente gritei a última frase, levantando-me da cadeira de supetão, o que a fez cair para trás causando um enorme estrondo. Todos os olhares recaíram sobre mim quando eu corri refeitório afora.
Atravessei os corredores meio vazios, adentrando a porta do primeiro banheiro feminino que encontrei. Girei a chave na fechadura, para em seguida me apoiar na pia e encarar meu reflexo no espelho. Respirei fundo, tentando acalmar meus pensamentos, quando a porta de um dos boxes foi aberta repentinamente, me fazendo dar um pulo de susto. Era uma garota do terceiro ano, ela tinha estranhos cabelos azuis (mais claros que os meus) e olhos na mesma tonalidade, possuía um semblante animado e era um pouco mais alta que eu.
— Você parece estar nervosa! Aconteceu alguma coisa?! — indagou, aproximando-se de mim e agarrando meus ombros. — Pode falar pra mim, somos amigas agora! — essa foi definitivamente a amizade mais rápida a se concretizar na história!
A garota olhou fundo em meus olhos, seu rosto tão próximo do meu que tive que me inclinar para trás.
— É sobre algum garoto, não é?!
— C-c-como você sabe?!
— Eu apenas sei — deu de ombros — Pode me contar o que te aflinge.
— Bem… — eu sabia que me confessar para uma garota que eu havia acabado de conhecer era loucura, quando eu podia apenas conversar com Uraraka ou Ashido, com quem eu tinha mais proximidade. Mas falar o que eu sinto pra uma desconhecida pode ser até melhor, já que ela não vai saber sobre quem eu estou falando. — Tem um garoto… Eu sempre o odiei! Ainda odeio, eu acho… Mas… Não sei, ele me salvou uma vez e desde então eu não consigo parar de pensar nele! E… Ah! Ele fez algo muito constrangedor pra mim e eu não sei o que pensar sobre isso! Parte de mim quer espancá-lo até ele virar do avesso, mas a outra parte... Eu não sei o que a outra parte quer... E isso está me deixando completamente maluca! — finalizei, arfando. A garota sorria de olhos arregalados, me fitando como se eu fosse louca. Talvez eu estivesse ficando louca.
— O que ele fez?
— Eu estava dormindo no sofá e… Ele me levou pra cama — ela não precisava saber que ele havia trocado minhas roupas.
— E você sente vergonha disso, não é?
— Não é que eu sinta vergonha — sinto sim, na verdade — Mas é confuso pra mim! Sempre brigamos feito cão e gato, então porque justo agora ele resolveu fazer uma coisa dessas?!
— Você é do primeiro ano? — concordei — Foi a sua turma que foi atacada por vilões no acampamento de treinamento, certo? — mais uma vez, concordei — E ele te salvou… E agora fez isso… Bem, eu acho que ele gosta de você, mas não sabe.
— Como assim? — inclinei a cabeça para o lado.
— Você vai descobrir sozinha — a terceiranista piscou para mim, rumando até a porta. — Até mais, kouhei! — acenou, saindo do banheiro.
— Até…


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam?
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