Hero escrita por spyair


Capítulo 13
Vença, All Might!


Notas iniciais do capítulo

Yo, minna!
Bem, eu viajei esses dias e escrevi durante a viagem, então estou postando hoje ainda.
Sem mais delongas, nos vemos nas notas finais!



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All Migth!!

— Você demorou mesmo para chegar aqui, hein? — a voz do homem misterioso saiu com um leve tom de deboche, seguida de um barulho estrondoso de dois punhos se batendo com uma força descomunal.

Os golpes seguiram por um tempo, causando fortes rajadas de vento e destroços para todos os lados. Era possível ouvir tanto a voz do homem misterioso quanto de All Migth e Bakugou em meio aos socos.

— Pessoal! — Izuku chamou, fazendo todos nós o encararmos.

— Nem mesmo pense nisso, Midoriya! — protestou Iida.

— Não, tem um jeito! Uma forma de resgatarmos o Kacchan sem lutarmos!

— Diga logo em quê está pensando, nii-san!

— Mas… Esse plano dar certo ou não… Provavelmente se fosse conduzido por mim ele falharia, então pra obtermos sucesso — Izuku direcionou se olhar para Kirishima. — Tem que ser você, Kirishima-kun!

— E-eu?

— Faz sentido... — encarei meu próprios pés. — Desde o primeiro dia de aula você e Bakugou se consideram iguais… Se for você a chamá-lo, nós conseguiremos!

Izuku então nos contou seu plano antes de o colocarmos em ação. Cada um ficou em suas respectivas posições, Iida e Izuku segurando Kirishima, e eu ao lado de Todoroki.

Primeiro, usando o Recipro Burst de Iida e o novo movimento de Izuku, o Full Cowl, ambos tomaram impulso com Kirishima, que quebrou o muro com seu Endurecimento. Assim que o fizeram, Todoroki lançou uma rajada de gelo que formou uma rampa no chão, e eu um jorro forte de água que empurrou os três meninos pela rampa e os lançou no ar. Observei-os voarem sobre a cabeça dos vilões, e então Kirishima estender seu braço para o amigo Bakugou, que disparou uma explosão para distanciar-se do chão e agarrar a mão do ruivo.

— Eles conseguiram! Rápido, vamos sair daqui antes que os vilões nos percebam! — Yaoyorozu exclamou, guiando a mim e Todoroki para fora dali. Ficamos alheios ao que aconteceu em seguida, mas logo já estávamos longe da área de combate e no meio do fluxo de pessoas. Puxei meu celular do bolso e digitei na chamada de emergência o número de Izuku que eu já tinha gravado na memória.

Ainda correndo, esperei que Izuku atendesse o celular por alguns minutos.

— E aí?! Conseguiram?! — indaguei nervosa.

— Sim! E vocês?! Conseguiram fugir bem?! — meu irmão pediu, do outro lado da linha. Concordei, indicando que nós estávamos próximos da estação de trem e mandando eles virem pra cá, desligando o celular em seguida.

— Vejam, helicópteros — Todoroki apontou para o céu, onde vários helicópteros passavam na direção de onde nós havíamos vindo.

"É um desastre! Num instante a área de Kamino foi destruída!" um repórter informou num grande telão que havia alí. "Atualmente, All Migth está lutando com quem acreditamos ser o grupo intitulado Liga dos Vilões!" o telão mostrava imagens da destruição em Kamino, e eu me surpreendi ao ver o quão destroçada estava. Nunca imaginei que o dano pudesse ter sido tão grande. "É o incrível, um único vilão lutando de igual pra igual com o nosso Símbolo da Paz!" Mostrou ainda um grande ataque, que foi capaz de cobrir All Migth por inteiro e impossibilitar a visão no telão. A esse ponto todas as pessoas da rua já haviam parado para assistir a luta do Símbolo da Paz. Quando a poeira baixou, aproximaram a imagem para mostrar o estado em que All Migth se encontrava.

— Essa não… — murmurei, cobrindo a boca com a mão. A tela revelara a forma magrela de All Migth para toda a rua, que surpreendeu-se profundamente com aquilo. Agora todos sabiam a verdadeira face do Símbolo da Paz, é isso não era realmente uma coisa boa.

"Hum… O que houve? All Migth parece estar se desfazendo!" o repórter exclamou.

Num surto de loucura, eu mesma gritei para a televisão.

— VOCÊ CONSEGUE, ALL MIGTH!

Várias pessoas ao meu redor também fizeram o mesmo, gritando incentivos para os ares.

"Você tem razão, All For One" a TV transmitiu a voz de All Migth, que parecia conversar com o vilão. "Existem muitas coisas que nós, heróis, precisamos proteger. E é por isso… Que nós não perdemos!"

— Não importa a sua aparência, você ainda é o herói número um! — vociferei novamente. — Vença, All Migth!

Por mais que estivesse muito ferido e cansado, o herói inflou seu braço, concentrando toda a sua força ali quando correu frente ao vilão, também com o braço inflado. O impacto seguinte causou uma explosão tão grande que afastou o helicóptero que transmitia a batalha entre All Migth e All For One. Não foi possível ver o que aconteceu com o vilão em seguida, mas logo apenas All Migth estava na arena. Um silêncio devastador tomou conta da rua inteira, aguardando pelo próximo movimento de All Migth. O herói ergueu seu punho, indicando que a luta havia acabado.

Comemorei alto, erguendo o punho do meu braço inteiro assim como o super-herói fazia na TV. Num surto de felicidade, avisei para Yaoyorozu que iria procurar por Izuku no destino que ele havia me informado mais cedo.  Virei uma esquina, cruzei um beco e atravessei uma avenida antes de chegar na dita rua. Foi relativamente fácil encontrá-lo, tive apenas que procurar pelo topete vermelho de Kirishima. Atirei meus braços em torno do pescoço de Izuku, dando-lhe um forte abraço. Mas ele não o retribuiu. Seu olhar estava preso no telão daquela rua, onde All Migth apontava diretamente para a câmera que o gravava e dizia "O próximo é você".

Á primeira vista, aquilo poderia parecer um aviso ara os vilões. Mas eu me lembrei do que Izuku me disse no Festival Esportivo, logo após sua luta com Todoroki, onde ele me contou a verdade sobre All Migth e o One For All.

"Eu serei o próximo Símbolo da Paz".

Se ele será o próximo, então uma hora ou outra o atual teria que deixar o cargo. E esse momento era agora. All Migth havia chegado ao fim de seus dias como herói número um e Símbolo da Paz, como pilar da sociedade.

Abracei meu irmão com mais força, agora confortando-o. Eu sabia que aquilo era bastante difícil para Izuku, não apenas por ele ser um grande fã do All Migth, mas também por ser seu pupilo e ter uma grande consideração por ele.

Acariciando seus cabelos, eu me dei conta de que poderia fazer qualquer coisa para ajudar meu irmão a chegar onde ele almejava. Que se ele iria ser o pilar da sociedade, eu seria a base desse pilar.

***

Yaoyorozu, Izuku, Todoroki e Kirishima levaram Bakugou até a polícia, enquanto Iida me acompanhou de volta ao hospital. Na manhã seguinte a cirurgia para implantar a prótese no meu braço ocorreu sem maiores problemas, eu fui anestesiada e dormi durante todo o processo, então passou rápido.

A luz forte do sol penetrou pelas persianas, cegando-me por alguns segundos antes que meus olhos se acostumassem com a claridade. Os meus sentidos ainda estavam um pouco fracos e meu corpo estava levemente dormente pela anestesia, porém eu pude perceber a presença de outra pessoa naquele quarto.

— Nii-san?

— Hanae! Que bom que acordou! Como se sente?! — Izuku se apressou em perguntar, levantando-se da cadeira em que estava sentado para vir até mim.

Direcionei meu olhar até meu braço esquerdo, encontrando-o inteiro. Pulso, mão, estava tudo ali, como se o incidente com Dabi nunca tivesse ocorrido. Abri e fechei a mão diversas vezes para ter certeza que aquilo era real, e sorri ao constatar que sim.

— Estou ótima...

— Graças a Deus… Mamãe estava aqui até agora, mandei-a ir pra casa descansar um pouco, e seu pai também está aqui, foi buscar um café. A Uraraka e a Asui vieram aqui mais cedo, mas você ainda estava dormindo... — Izuku disparou a falar, gesticulando com as mãos. Ri dele, me sentando na cama.

— Ah, eu estou com uma fome tremenda. Desde ontem a noite que não como nada — parecia que já faziam dias que o resgate de Bakugou havia acontecido, mas não haviam se passado nem vinte e quatro horas.

— Acho que o Hydro-san vai trazer algo pra você, ele já deve estar chegando.

Concordei, voltando a encarar meu braço esquerdo. Tinha minhas dúvidas sobre aquela prótese conseguir imitar minha Individualidade, então resolvi tentar. Liquefiz o antebraço inteiro e espalhei a água pelo ar, fazendo tudo voltar ao lugar num instante.

— Wow, é infinitamente mais fácil fazer isso! — surpreendi-me.

— Eu queria apenas o melhor para minha filha — a porta foi aberta, revelando meu pai que carregava dois cafés e um grande pedaço de bolo numa bandeja. — Aqui, trouxe um bolo pra você, e aqui está seu café, Izuku-san.

Izuku-san? Desde quando eles ficaram próximos assim?

***

Durante a tarde fizeram um último check-up em mim  e me deram alta. Papai levou Izuku e eu para casa, mas se recusou a entrar para jantar. Disse que iria outro dia, mas que hoje ele ainda teria que resolver algumas coisas do trabalho. Não insisti, afinal eu estava com saudades da minha cama, e iria querer tirar um bom cochilo antes do jantar.

Foi exatamente o que eu fiz, por sorte mamãe me poupou de seus sermões.

Abri a porta de meu quarto, tudo no exato lugar em que eu havia deixado antes de sair para o acampamento de treinamento. Arrastei-me lentamente até minha cama, jogando-me sobre os lençóis macios e o colchão fofinho, bem diferente do que as minhas costas tinham se acostumado no hospital. Não demorei muito para pegar no sono e mergulhar nos sonhos doces e açucarados de minha mente.

Na verdade, eu sonhei com um apocalipse zumbi e a destruição global, mas isso não é um detalhe muito importante, se comparado a uma parte específica do sonho. Em um momento vago de que eu não lembro muitas coisas, eu estava junto de outra pessoa, era um garoto. Seu rosto estava um pouco turvo em minhas lembranças, mas ele estava bem próximo de mim, e parecia bastante triste. Lembro-me de ele me olhar intensamente e de lágrimas espessas caírem do seu para o meu rosto. Seus cabelos me pareciam muito espetados, mas eu não lembro que cor eles tinham. A pele de sua mão era grossa e áspera, mas o toque de seus dedos em meu rosto fez uma dor muito forte passar.

Eu realmente não me lembrei da situação que levou àquilo quando me acordei, mas aquela cena estava fixa em minha mente. Passei o jantar inteiro pensando naquilo. Eu tinha uma leve impressão de que aquele garoto era alguém que eu conhecia, mas não conseguia me lembrar de seu rosto com clareza o suficiente para identificá-lo.

— Droga… — murmurei para mim mesma, enfiando um pedaço generoso de peixe na boca.

— Que foi, Hanae? — Izuku indagou, me tirando de meus devaneios.

— Hã? — olhei-o, dando conta de que eu estava demorando tempo demais para comer. Mamãe já havia tirado a mesa e Izuku estava de pé ao meu lado. — Ah, não é nada! — tentei disfarçar, comendo o restante do meu jantar numa velocidade absurda e levando os pratos para a pia.

Okay, vou parar de pensar nisso!

***

Não, eu não parei de pensar naquilo. O dia seguinte inteiro minha mente foi tomada por aquela fração de sonho, até a chegada do meu pai na hora do almoço. Surpreendentemente ele havia vindo passar a tarde conosco. Mamãe ficou imensamente feliz, e ambos conversaram sobre os mais diversos assuntos de adultos que se pode imaginar, tipo, sei lá, a bolsa de valores e o preço do pão na esquina. Eu não prestei muita atenção no que eles conversaram, na verdade. Passei a tarde quase toda pensando na droga do sonho.

Argh, por que eu estou tão obcecada com esse sonho idiota?! Foi só uma porra de sonho, já deveria ter esquecido disso!, pensei, encarando meu reflexo no espelho do banheiro.

Para evitar um possível acesso de loucura, desviei a atenção do espelho para meu celular. Várias notificações do Twitter chegavam, a maioria era sobre as coletivas de imprensa que a U.A havia dado na noite passada. Até o Aizawa-sensei havia aparecido na TV!

Eles haviam peço desculpas publicamente pelo incidente com os vilões, e informado sobre as melhorias na segurança na escola e coisa e tal. Também citaram algo sobre realocar os alunos, mas essa parte eu não entendi bem pois o vídeo do YouTube travou e eu não tive paciência pra esperar que ele carregasse.

— H-Hanae, venha aqui cumprimentar a visita! — a voz trêmula de mamãe me chamou. Bufei, abrindo a porta do banheiro e pronta para cumprimentar alguma das amigas velhas da minha mãe que adoram apertar minhas bochechas. Tamanha foi a minha surpresa ao me deparar com All Migth na cozinha.

— All Migth! O que faz aqui?! — exclamei, arregalando os olhos.

— Boa tarde, jovem garota Midoriya. Vim apenas conversar — explicou, sentando-se a mesa junto com mamãe, Izuku e papai. Juntei-me a eles, sentando ao lado de Izuku. — Na verdade eu queria falar sobre a proposta da U.A realocar todos os estudantes para os dormitórios da escola…

Droga, logo a parte do vídeo que eu não assisti.

— Bem... Sobre isso… — mamãe começou a falar. — Eu sou contra.

Meu queixo caiu, pois na noite passada enquanto assistíamos o noticiário ela tinha citado bem brevemente sobre isso e dito que tudo bem.

— Como assim, okaa-chan? Ontem você disse que tudo bem — Izuku protestou, como que lendo meus pensamentos.

— Midoriya-san, pense com calma no assunto. Pode ser até melhor para eles… — papai tentou argumentar.

— Eu já pensei bastante sobre isso e mudei de ideia! Eu não posso aceitar. Primeiro pelo Izuku... Sua Individualidade nunca se manifestou, mas mesmo assim ele te admirava. Graças a isso ele se machuca continuamente, e se ele se machucar mais alguma vez ele não vai mais poder se mover... E a Hanae! Ela foi atacada por vilões, quase foi morta!

— Okaa-chan! Isso não tem nada ver com a escola, foi tudo descuido meu! — interrompi.

— Sim, e todos os professores me avisaram! A culpa foi só minha! — Izuku complementou.

— Tanto o Izuku quanto a Hanae sempre te admiraram muito... Se o destino deles for tão sangrento quanto o que eu vi na TV, me desculpe, mas eu não posso permitir que meus filhos andem por esse caminho — mamãe tornou a falar, seus olhos fixos em All Might.

— Midoriya-san, as coisas não são bem assim... — papai tentou novamente mudar o pensamento da mulher.

— Eu tenho pensado... Se Izuku tivesse continuado “Sem Individualidade” se as coisas não teriam sido diferentes... Talvez nenhum dos dois tivesse ido para a U.A e terminado com os ferimentos que sofreram — ela ignorou-nos, ainda fitando o herói.

— Okaa-chan! — repreendi.

— Eu sempre irei torcer por vocês dois, mas é claro que eu me preocupo! Então... Eu vou dizer de forma bem clara — mamãe olhou fundo nos olhos de All Might. — Como a mãe de Izuku e detentora legal da guarda da Hanae... Dada à situação atual da U.A, não há nada que coloque confiança o suficiente em mim para confiar meus filhos a você.

— Midoriya-san, claro que houveram alguns problemas na segurança naquele incidente, mas todos os professores são muito capacitados, principalmente o All Might — meu pai mais uma vez tentou.

— Não importa o quão incrível como herói ele seja, enquanto os vilões continuarem atacando, vocês não poderão ter aulas direito, e nem serão capazes de evitar que os estudantes sofram ferimentos! Não posso deixar meus filhos irem á uma escola dessas!

Antes que disséssemos mais algo, All Might se levantou de sua cadeira, ficando de pé. Assim como ele, mamãe e papai o imitaram, atentos para os próximos atos do herói, que para nossa surpresa, assumiu sua forma musculosa.

— É minha culpa por ter bagunçado minhas responsabilidades, eu sinto muito mesmo — começou o herói, ajoelhando-se no chão. Em seguida ele se curvou, encostando sua testa no chão. — Eu creio que Izuku será um sucessor digno do meu legado, e que a jovem Hanae tem absolutamente tudo para se tornar uma heroína excepcional. Então, como Símbolo da Paz anterior, este é meu pedido de desculpas. Por ter negligenciado sua educação, eu peço desculpas! — seu corpo começou a “esvaziar”, voltando à forma magrela — E como professor da U.A, este é meu humilde apelo! Sim... É verdade que o caminho que eu trilhei é manchado de sangue, mas é exatamente por isso que eu não permitirei que eles andem pelo mesmo caminho... Então, por favor! Poderia permitir que eu dê tudo de mim para cuidar de seus filhos?! — implorou — Mesmo que custe a minha vida, eu irei protegê-los!


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Notas finais do capítulo

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