Hero escrita por spyair


Capítulo 12
Ao resgate!


Notas iniciais do capítulo

Yo minna!
Sobre esse capítulo, ele deveria ter saído ontem, mas meu computador deu um bug e só deu pra postar hoje, então, aproveitem e nos vemos nas notas finais!



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— Devolva-o! — Izuku bradou. 

— Devolvê-lo? — o vilão mascarado indagou. — Que coisa estranha de se dizer. Bakugou não pertence a ninguém, ele é dono de sua própria vida! Me pedir para devolvê-lo é algo muito egoísta!
— Devolva-o! — novamente meu irmão bradou, dessa vez mais alto. Tentei reunir o máximo de forças possíveis para ao mínimo prender aquele homem, porém falhei miseravelmente.
— Bem, somos apenas um pouco fanáticos quando se trata de nossos valores, razão pelo qual tudo que almejamos é mostrar a ele que existem outros caminhos — o vilão voltou a falar, caminhando calmamente sobre o galho em que estava.
— Seu desgraçado! Não pode ficar com ele! — Izuku tornou a gritar.
Ignorando-nos totalmente o vilão pareceu passar uma mensagem por algum transmissor, informando que a missão havia chegado ao fim, que deveriam se encontrar no ponto de encontro em cinco minutos e coisa e tal. Em seguida ele desapareceu, sumindo por entre as sombras.

***

Não demorou muito tempo para a polícia, bombeiros e ambulâncias chegarem ao local, pena que já era tarde demais. Dos quarenta alunos: quatorze estavam em condições críticas devido aquele gás, doze tiveram ferimentos de variados graus, treze saíram ilesos e um estava desaparecido. Dos seis profissionais, um havia sofrido um sério ferimento na cabeça e outro não pôde ser encontrado. Três vilões foram presos.
O acampamento de treinamento que deveria ter sido divertido, acabou da pior maneira possível.
Eu fui levada com urgência até os primeiros socorros, enfaixaram meu braço quebrado e me colocaram numa ambulância, me encaminhando para o hospital mais próximo. Não pude ver o que houve com Izuku, mas aparentemente ele teve o mesmo destino que eu, já que seu braço estava totalmente destruído.
Chegando no hospital eu logo fui levada para ser examinada. Não me deram muitos detalhes sobre o que iria acontecer comigo, preferiram informar para a mamãe, que já se encontrava em prantos quando me viu. Ela me disse que sobre o meu braço quebrado não haveriam grandes complicações, pois estariam mandando a Recovery Girl para cuidar dele, mas quanto ao outro seria um pouco mais complexo.
Meu antebraço esquerdo estava totalmente destruído. Pele praticamente não existia mais. Os músculos estavam carbonizados. Todas as veias tinham sido dilaceradas, não haviam mais impulsos nervosos e até mesmo os ossos chamuscaram.
— Eles vão precisar amputar seu braço… — informou, rios de lágrimas escorrendo por seus olhos.
— A-amputar? — arregalei os olhos.
— Mas existe a possibilidade de criarem uma prótese pra você… A partir de suas células, para que a prótese consiga imitar sua Individualidade. O problema é que… — ela mordeu o próprio lábio, fechando os olhos com força. — Não temos dinheiro para pagar algo assim…
— Okaa-chan... Não precisa disso… Eu consigo me adaptar… Sem um braço — murmurei para mim mesma.
— Não, não! Não precisa nem pensar nisso! — uma voz masculina anunciou a entrada de uma nova pessoa no quarto.
— O-otou-san?
— O-o herói profissional Hydro?! — mamãe fez uma reverência bem exagerada para ele.
— Não precisa disso! — o homem se apressou em ajudar minha mãe a levantar. — Neste quarto eu não sou um super herói, sou apenas um homem normal — apontou para as próprias roupas, indicando que não estava vestindo seu uniforme de herói.
— Otou-san, o que faz aqui?
— Bom, assim que sua mãe me contatou pra dizer que você estava no hospital eu vim correndo pra cá. Sorte que eu estava por perto, então…
Expressei um sorriso fraco. Mal nos conhecíamos e ele se preocupava tanto assim comigo. Era um sentimento que me fazia sentir… Protegida? Não sei ao certo. Mas deve ser isso que se sente quando tem um pai. Um homem que você sabe que vai fazer qualquer coisa pra te ver bem.
— Ah, sim! Quase me esqueço. Não precisam se preocupar com a prótese, eu irei pagar.
— O-o-o-o quê?! N-n-não precisa! — mamãe se desesperou, agitando os braços.
— Pai! Não precisa se preocupar com isso, eu vou me virar!
— Ora, parem de besteira! Eu estive ausente a sua vida inteira, isso o mínimo que eu posso fazer pra compensar — ele puxou uma cadeira para se sentar. — Eu tinha uma poupança para quando encontrasse você, e também tenho minhas economias do trabalho de herói. Eu cuidarei de tudo, podem ficar tranquilas.
Nesse ponto mamãe já possuía muitas lágrimas nos olhos e fazia reverências exageradas para o homem.
— Muito obrigada, Hydro-san! Muito, muito obrigada!

***

Dois dias depois daquele incidente eu já conseguia mover meu braço direito normalmente e já haviam amputado o esquerdo. Por volta da hora do almoço eu me dirigi para o quarto ao lado para poder ver Izuku, não o havia visto desde aquele dia.
Bati na porta do quarto antes de entrar, e o fiz silenciosamente, pois não sabia se Izuku estava acordado.
— Nii-san? — chamei baixinho. Vendo que ele estava desperto, caminhei até ele. — Como está?
— Bem… Na medida do possível. E você?
— Bem, na medida do possível — ri, erguendo o toco de braço esquerdo que me restou. Izuku arregalou os olhos, escancarando a boca.
— N-n-não imaginei que fossem cortar tanto!
— Pois é, estava tudo necrosando, então acharam melhor assim.
— Mas que bom que seu pai vai conseguir pagar pela prótese, não é? — concordei com a cabeça, sentando ao pé de sua cama.
— Ei, Midoriya! Parece que está acordado, venham — alguém na porta, que eu reconheci como sendo Kaminari entrou. — Gatinha! Também está aqui? Ótimo, assim economizamos tempo — o loiro abriu a porta, dando espaço para quase toda a sala entrar no quarto.
— Pessoal! O que estão fazendo aqui? — sorri, olhando-os.
— Viemos ver vocês, é claro! — Uraraka passou pelas pessoas, vindo até mim me abraçar. Retribui o abraço, embora abraçar com um braço só seja bastante estranho.
— Hanae-chan, Midoriya-chan, que bom que estão bem — Asui disse, pondo o indicador em sua bochecha.
— Todos da classe estão aqui? — Izuku indagou.
— Quase. Jirou ainda está inconsciente por causa daquele gás, e a Yaoyorozu teve um ferimento na cabeça. E o Bakugou, bem, também não está aqui — Kirishima explicou, e eu abaixei a cabeça.
— É minha culpa… — murmurei. Ao ouvir questionamentos dos meus colegas sobre o que eu havia falado, continuei. — Era eu quem estava com ele… Se ele não precisasse ter ido me salvar — fitei meu braço — nem estaria naquela trilha, pra começo de conversa. Talvez ele ainda estivesse aqui, se não fosse por mim… — cerrei minha mão em punho.
— Não — Izuku me cortou. — Fui eu. Recentemente me disseram sobre como não podemos alcançar todas as pessoas que precisam ser salvas. Então nós temos que dar o melhor para salvar aqueles que precisam ser salvos… Mas… Eu não pude alcançá-lo. Tudo que eu tinha que fazer era salvá-lo. Minha Individualidade é feita apenas para isso. Eu... Não pude salvá-lo.
— Então vamos salvá-lo agora — Kirishima tornou a falar, deixando todos boquiabertos. — Todoroki e eu viemos ontem, na verdade. Então esbarramos com All Migth e a polícia, eles estavam falando com Yaoyorozu. Ela implantou um dispositivo localizador num do vilões…
— Então você está dizendo que…
— Sim, podemos achá-lo.
— Espere aí! É como All Migth disse, devemos deixar essa questão para os profissionais! Só vamos acabar nos metendo em mais confusão ainda! Não cabe a nós interferir, seu tolo! — Iida protestou.
— Você acha que eu não sei disso?! — o ruivo retrucou. — Mas ainda assim eu não pude fazer nada! Quando eu ouvi que meu parceiro estava em perigo eu não pude fazer nada! Eu não fiz nada! E se eu não fizer nada agora… Posso esquecer de ser um herói, eu não serei nem mesmo um homem! — ele gritou, em seguida virou-se para Izuku e eu. — Ei, Midoriya's! Ele ainda não está fora de nosso alcance!

***


De noite a enfermeira passou no meu quarto para me mandar dormir, ela me colocou na cama e depois saiu. Esperei alguns minutos para que ela tomasse distância antes de abrir a porta do quarto.
Passei pelo corredor indo em direção à escada que levava para a saída de incêndio. Desci todos os lances de escadas apressadamente, abrindo a porta dupla que me deu passagem para o exterior do hospital. Tive que andar mais um pouquinho até encontrar com Kirishima, Todoroki, Izuku, Iida e Yaoyorozu.
— Hanae-chan, tem certeza que quer ir mesmo? — Yaoyorozu indagou, insegura.
— Claro que tenho! É culpa minha o Bakugou ter sido pego, tenho que ir resgatá-lo — afirmei, batendo o pé no chão.
— Certo, então vamos — Todoroki chamou.
Foram duas horas de metrô até o distrito de Kamino em Yokohama, cidade que as coordenadas do rastreador indicavam. As ruas estão lotadas de gente, várias lojinhas ladeavam o caminho por onde passávamos.
— Daqui em diante devemos agir com extrema cautela, sobretudo porque os vilões conhecem nossos rostos — Yaoyorozu começou — Então, eu tenho uma sugestão…

***

Vestida com apenas uma mini saia e um moletom com estampa de gatinhos comendo pizza em um fundo psicodélico, uma peruca de cabelos roxos estilo chanel e um grande óculos de grau redondo, foi assim que saí para procurar pelos vilões.
Todos nós usávamos disfarces que escondiam detalhes comprometedores sobre nós, Todoroki, por exemplo, usava uma peruca que cobria sua queimadura.
— Yaoyorozu, tudo isso não teria sido de graça se você usasse sua Individualidade? — Todoroki questionou, deixando a garota nervosa.
— Não! Não devemos usar nossas Individualidades assim, isso poderia acabar afetando a economia! — retrucou, falando mais alto do que o necessário.
Após isso continuamos nossa caminhada até o ponto que o localizador indicava. Era um grande prédio, meio acabado e com aparência abandonada.
— Mesmo que os vilões estejam aqui, não sabemos se o Bakugou vai estar — Kirishima apontou — e o único de nós que é bom com infiltrações é a Hanae, mas você não vai sozinha — ele me encarou.
— Lembrem-se, se a situação estiver perigosa demais, fugiremos na mesma hora — lembrou Iida, ao passo que Izuku começou a murmurar e analisar a situação. Concordei com a cabeça, fitando o prédio.
Após alguns minutos de análise de Izuku, ele sugeriu que déssemos a volta por trás, já que apesar de tarde a rua ainda estava movimentada, e não tinha como nos infiltrarmos alí sem chamar atenção.
Contornamos o prédio e nos enfiamos entre aquele e o prédio vizinho, que aliás era um espaço apertadíssimo. Mas não era um grande problema para mim, já que eu havia conseguido controlar minha Individualidade novamente no dia seguinte ao incidente com os vilões.
— Vejam, tem uma janela alí em cima — Todoroki apontou para o prédio dos vilões. — De dar pra gente espiar lá dentro.
— Não estará escuro demais para ver qualquer coisa? — indagou Iida.
— Eu posso criar algum equipamento de visão noturna…
— Não! — interrompeu Kirishima. — Na verdade, eu tenho um aqui. Só deu pra comprar uma, mas quando eu estava pensando como iríamos agir, eu pensei que talvez isso viesse a calhar.
— Kirishima-kun! Esse modelo é muito caro… Deve ter custado uns 50.000 ienes! — exclamei.
— Isso não importa agora!
— Está bem, Iida e eu vamos levantar Kirishima e Midoriya até a janela… Yaoyorozu, você pode levantar a Hanae — Todoroki começou, fazendo um apoio com as mãos para que Izuku pudesse subir em seus ombros. Yaoyorozu o imitou, e eu prontamente subi em seus ombros, me apoiando no muro. Olhei para Kirishima, esperando que ele subisse nos ombros de Iida.
— Rápido, Kirishima-kun! — apressei-o. Logo ele já estava a postos e olhando dentro da janela com o auxílio do seu binóculo. — O que tem aí? — pedi, recebendo o binóculo dele para que também pudesse ver. Ele havia ficado exaltado por um momento.
Aparentava ser apenas um armazém velho, sujo e abandonado, mas era possível de se ver vários tanques que continham…
— Nomus?! — gritei, quase caindo para trás. Passei o binóculo para Izuku, boquiaberta.
Antes, porém, que pudéssemos ver mais alguma coisa, o prédio foi atingido por algo muito grande, tanto que o impacto fez o muro tremer e me derrubar. Caí por cima de Todoroki, que derrubou Kirishima e acabou por bater em Iida, levando Izuku ao chão. Por instinto meu corpo se transformou por inteiro em água, encharcando Todoroki. Reconstituí-me de pé, ao lado de Yaoyorozu.
— Foi mal, Todoroki-kun! — pedi, ajudando-o a levantar.
— Ai, minhas costas! — o ruivo se queixou, colocando-se de pé e ajudando os outros. — O que merda foi isso?!
Ignorei sua fala e o escalei, subindo em cima de seus ombros.
— Incrível! São os herói profissionais! A Mount Lady! Gang, a Orca e… Wow, o herói número quatro, Best Jeanist! E também o Tora! — o vozerão de Mount Lady denunciou que All Migth também estava aqui.
— E imaginar que os herói estavam arquitetando um plano bem antes de nós! — Yaoyorozu se surpreendeu, dando espaço para que eu descesse.
Kirishima murmurou um "Incrível" entusiasmado.
— Vamos embora daqui, não há mais nada que possamos fazer! — Iida chamou, voltando a andar.
— All Migth… — Izuku sussurrou para si mesmo.
Então meu corpo congelou.
Por um instante, alguns poucos segundos, eu não consegui mover nem mesmo um músculo. Não consegui piscar ou respirar, meu corpo estava totalmente paralisado. Não faço ideia do que aconteceu naquele momento, uma aura nova havia causado aquilo.
Alguém que havia chegado… me fez ver a própria morte!
Num piscar de olhos, não sei como, tudo havia sido dizimado. No mínimo uns oito prédios haviam sido varridos dali.
Quem é essa pessoa? Ele destruiu tudo… Nós temos que fugir, eu sei que temos. A força desse cara deve se equiparar a de All Migth, e ele não é nosso amigo! Droga, droga! Preciso me mover, tenho que me mexer, mas... Meu corpo está paralisado de medo!!, pensei, apertando os olhos.
Assim como eu, todos os outros estavam parados e suando frio, expressões aterorizadas em seus rostos. Um forte e horrível cheiro fez com eu recebesse alguns dos meus sentidos, mas não o suficiente para conseguir me mover.
— Mas que merda é essa?! — o som da voz de Bakugou soou aos meus ouvidos.
— Me perdoe pelo mau jeito, Bakugou — o homem de aura demoníaca que nos fez paralisar disse, para em seguida conversar com Shigaraki Tomura, que assim como Bakugou, havia acabado de chegar.
Droga! Assim como dá última vez… Eu não consigo fazer nada! Bakugou deve estar a uns poucos metros de distância e eu não consigo fazer absolutamente nada!
— Então você realmente veio… — ao ouvir novamente a voz do homem, mordi meu lábio com força até sentir o gosto metálico do sangue. A dor aguda na boca me fez despertar, possibilitando que eu me movesse.
— Eu vim devolver tudo o que você me fez!
All Migth!!


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?
Comentem, pleasee!
O próximo já tá sendo escrito, então bora descer o dedo no comentário.
Vá além, PLUS ULTRA!



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