Mudanças escrita por carolze


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Quero antes de mais nada, agradecer as pessoas que param um pouquinho e fazem um comentário! Cês são ♥
Aqui vai rolar um aviso, não esperem que eu coloque todos os personagens da novela aqui. Essa fic é focada na Cecília, no Gustavo e na Dulce. Os outros personagens podem ser mencionados ou insinuados. Se for importante para o andamento da fic, alguns podem aparecer.
Aproveitem a leitura!
Bjos



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Dulce Maria é uma garotinha de cinco anos de idade mas que já sabe muito sobre a vida. Ou assim, ela pensa.
Nunca conheceu a mãe e desde que se entende por gente, sempre morou nesse orfanato.
Apesar de estar no orfanato a sua vida inteira, nunca encontrou lá um lar, ou o sentimento que se deve ter ao estar na sua casa.
Ela sempre sentiu um buraquinho no coração, um frio na “rabiga”, como a mesma dizia. Aquele lugar, esse orfanato cinza e triste, e que sempre a deixava triste, podia ser qualquer coisa, menos o seu lar.

Dulce fora deixada no orfanato ainda bebê, tudo o que a mulher, que na época dizia ser uma enfermeira e não ter encontrado a família da menina, deixava junto com ela, foi uma mochila.

A diretora do orfanato, viu que havia uma carta, uma foto, que julgou ser da mãe da menina, já que a mulher na foto encontrava-se deitada e grávida. Isso era tudo. A diretora guardou tudo por alguns anos, planejava entregar para família que a adotasse, o que por algum motivo nunca aconteceu.
Então, a alguns meses, resolveu entregar a mochila para Dulce, ela olhou a foto, disse que a mãe era bonita e guardou todo o resto. Mesmo trabalhando a anos nesse tipo de lugar, nunca viu uma menina com um olhar tão triste.
E era esse olhar, que a impedia de ser adotada!

Dulce estava cansada. Sentada em um banco de braços cruzados, pensava na vida.
Tudo o que queria era uma oportunidade de sair daquele lugar. As outras crianças não gostavam dela, diziam que ela era muita chata, inclusive a chamavam de Dulce chatinha.

Era mais uma noite no orfanato, uma chuva caia sem dar trégua. Em outras palavras, as crianças pouco dormiam.

Dulce estava acordada embaixo das cobertas, tentando se acalmar, quando de repente, ouviu um estrondo! Os que estavam dormindo, acordaram aos gritos e os outros, assim como a pequena Dulce, entraram no coro!
Grito e correria!
Uma viga do telhado de um dos quartos tinha desabado. Ninguém se feriu mas foi por pouco.

Alguns dias depois, eis que chegou a maravilhosa notícia, todos deixariam o orfanato cinza para trás. Devido a queda da viga, viu-se a necessidade de uma reforma. As crianças seriam transferidas para uma outra casa.

Depois desse anúncio, Dulce pensou, agora é a minha chance!

Mais alguns dia se passam, chegou o grande dia! O dia da mudança!

Dulce tinha poucas coisas, algumas peças de roupas e a sua mochila, que coube tudo dentro.
A cuidadora Luzia estava verificando se tudo estava sendo embalado corretamente.

— Dulce Maria, você já embalou tudo ou continua pensando em besteiras? Anda menina, ninguém tem tempo a perder não!
— Já sim, senhorita Luzia.
— Então vai pro ônibus, porque você não é melhor que ninguém pra fazer os outros esperarem!

Dulce saiu do quarto, e pensou em não entrar no ônibus. Mas desistiu quando notou, que as crianças estavam sendo contadas. Elas sairiam de Doce Horizonte. Iriam para uma outra cidade, o coração de Dulce ficava apertado quando pensava nisso.

O ônibus faria uma única parada. Seria na cidade, em Doce Horizonte.

Foi nesse momento que Dulce teve a ideia, desceria do ônibus como se fosse ao banheiro com os demais, e não voltaria. Não se importava se tivesse que dormir na rua. Na verdade, ela não se preocupava com nada, só queria deixar aquele lugar.
E assim fez. Desceu com todos do ônibus, foi para onde indicaram onde seria os banheiros, e não voltou. Inclusive viu escondidinha atrás de uma pilastra, quando o ônibus seguiu viagem.

Seu coração fez tum! Tum tum! Finalmente.

Saiu andando pela cidade, não parou em lugar nenhum, tinha medo que alguém percebesse que estava sozinha e chamasse alguém e a levassem de volta. Mas o dia foi passando, e sua “rabiga” parecia criar vida própria de tanto que roncava. Dulce não tinha dinheiro, nunca tivera na vida.
Parou em frente a uma barraquinha de lanches e ficou com os olhos pidões, estava morrendo de fome!
Dulce sentou-se ali por perto e ficou aguardando. O dia se passou, e no final, o senhor a chamou e lhe deu um lanche. Dulce ficou maravilhada! Comeu tudo e quando foi agradecer, eis que começou as perguntas.

— Então? Tava bom o lanche?
— Tava sim senhor!
— O meu nome é Pascoal. Qual é o seu?
— Dulce Maria.
— Onde estão seus pais pequena? Tá de noite e você não deve sair sozinha. Você precisa de alguma ajuda pra chegar em casa?
— Não senhor! Eu vim... Eu vim brincar na rua e fiquei até agora!
— Eu não te vi brincar, te vi sentada.
— Eu gosto de brincar de ver gente passar! E olha, eu moro ali, naquela casinha amarela! Eu já vou indo! Tchau!!

Dulce saiu andando até a casa amarela, era uma das primeiras da rua. Bem bonita a casa. No portão não havia cadeado, ela abriu e entrou. Olhou o terraço e resolveu sentar perto da porta. Dar só uma descansadinha e depois procurar um lugar pra dormir.

Dulce Maria não fazia ideia, de que o fato de ter caindo no sono, iria mudar a sua vida completamente.

Cecilia estava mentalmente exausta do trabalho! Queria um banho, comida e cama. Não necessariamente nessa ordem mas era tudo o que precisava.
Abriu o portão de casa e entrou, quando chegou ao terraço, deitada na frente da sua porta, estava uma garotinha.


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Notas finais do capítulo

Bom gente, é isso aí!
No próximo capítulo vou mostrar como foram os primeiros meses de trabalho da Cecília com o senhor Lários, e no mesmo capítulo...



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