Dive escrita por Lia


Capítulo 20
Capitulo 18


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente eu gostaria de confessar que foi bem divertido ler todas as ameaças de mortes recebidas nos comentários hahahahhaha eu sei que foi cruel a forma que eu terminei o capitulo, minhas sinceras desculpas a todos vocês!!
Esse é o penúltimo capitulo dessa fase da história e eu preciso dizer que quase chorei escrevendo em vários momentos, eu estou bem emotiva essa semana... Gostaria de dedicar esse capitulo par todas as minhas leitoras fiéis, que sempre deixam seu carinho nos comentários, amo vocês!!!
Espero que gostem do capitulo, até as notas finais!! xo



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Olho para as nossas mãos juntas, a sua gelada e pálida, a minha tremendo e quente com o sangue nervoso que passa pelas minhas veias. Meu coração dói só com o pensamento de perder essa mulher. Minha mente pulsa em várias maneiras de me vingar do desgraçado que colocou Felicity nessa situação.

Estava analisando alguns contratos na QC quando recebi uma ligação do hospital dizendo que Felicity tinha sofrido um acidente de carro. Eles localizaram meu número na chamada de emergência do seu celular. Eu sai da empresa imediatamente, com John atrás de mim, atualizei ele com as informações que sabia e fomos até o hospital. Os médicos disseram que ela teve uma concussão e pode ficar apagada por algum tempo. A situação de Chase é muito pior que a dela, o desgraçado está em coma e somente os aparelhos ligados ao seu corpo o mantem vivo.

Eu ainda estou tentando entender o que Felicity estava fazendo no carro com aquele psicopata. Não posso calar a voz no fundo da minha mente dizendo que a culpa foi toda minha, eu incitei a raiva que Chase sentia, eu despertei o desejo de vingança nele e tudo caiu sobre a mulher que eu amo. Se alguma coisa acontecer com ela eu nunca irei me perdoar, eu só queria que fosse eu em seu lugar, sentindo a sua dor e sofrimento.

— Olá Mr. Queen. - olho para a porta e vejo a medica que está cuidando da Felicity entrar pela porta. — Eu preciso levar ela para fazer uns exames agora.

— Eu posso ir junto? - olho para nossas mãos juntas novamente. — Eu só não quero ficar longe dela...

— Vai ser só por alguns minutos. - ela me da um sorriso acolhedor — Tenho certeza que aquele menino lá fora está ansiosa para passar um tempo com você. - ela está se referindo ao meu filho, que assim como todos os nossos amigos e familiares, estão do outro lado da porta ansiando por notícias. Dou um beijo na mão dela e outro em sua testa, antes de sair do quarto do hospital.

Assim que eu saio todo mundo me bombardeia com questões. Ela acordou? Não. Ela se mexeu? Não. Os medico tem alguma novidade? Não. Você sabe se ela vai acordar em breve? Não. Dou um suspiro frustrado por não ter nenhuma novidade, nenhuma luz surgindo no fim do longo túnel que me encontro. Sento em uma cadeira ao lado do William e passo meu braço por seus ombros, o puxando para um abraço. Ele acomoda a cabeça no meu peito antes de falar.

— Não é justo isso que está acontecendo... eu não quero perder outra mãe. - vejo uma lagrima escorrer pelos seu rosto e sinto o meu coração quebrando diante o sofrimento do meu filho.

— Nós não vamos perder ela buddy, ela é forte e vai sair dessa. E ela aceitou nosso pedido de casamento, lembra? Ela não pode partir antes de se tornar uma Queen e deixar dois noivos para trás. - fico mais um tempo assim, abraçado com ele, até que um médico que eu não vi antes chega para conversar.

— Eu posso falar com o noivo da paciente desse quarto? - ele aponta para o quarto da Felicity. Eu levanto e caminho até a ele.

— Aconteceu alguma coisa com ela? - digo alarmado.

— Não... eu queria conversar com você sobre o outro passageiro do carro. A polícia encontrou umas coisas no carro e em seu apartamento, eles possuem uma teoria do que pode ter acontecido. - eu já tinha denunciado o Chase quando ele ameaçou Felicity em meu escritório e consegui uma ordem de restrição que o impedia de chegar perto dela e do meu filho. Mas nada disso impediu o que aconteceu.

— O que eles acharam?

— No apartamento dele tinha diversos quadros com fotos suas e da sua família, muitas das fotos o seu rosto era marcado com tinta vermelha e ao que tudo indica ele planejava fazer um sequestro seguido de homicídio. - todo o meu corpo gela com as suas palavras. — A polícia acredita que ele não conseguiu chegar ao local que ele planejava por causa do acidente.

— Então ele seguiu ela e a sequestrou? - ele acena com a cabeça, concordando.

— Você pode ter mais detalhes com o departamento policial depois. O que eu queria conversar com você é a pare clínica. Para tratar um paciente precisamos acessar o histórico médico dele para o tratamento ser o mais eficaz possível. Ao analisar os antecedentes achamos laudos psiquiátricos que diagnosticavam Chase com bipolaridade e psicopatia. Entramos em contato com o psiquiatra responsável e ele disse que Chase parou de aparecer nas consultas cerca de nove meses atrás. Ele acredita que o desejo de vingança que surgiu foi devido a interrupção no tratamento. Mr. Chase tomava muitos remédios para controlar esses traços de sua personalidade e sem as consultas ele não poderia ter receita par compra-los. Ele estava fora de sua mente quando tudo aconteceu.

— Eu posso ver ele? - uma súbita vontade de olhar para o seu estado surge dentro de mim. Quero ver o estado dele, quero ter o prazer de saber que ele está pior do Felicity. — Nós éramos grandes amigos de infância antes de tudo acontecer. - acrescento, na esperança que ele autorize a minha visita.

— Claro. Ele ainda está em coma, mas você pode ver e conversar com ele.

O médico me acompanha até o quarto e sai, me deixando sozinho com Adrian Chase no quarto. Meu primeiro instinto é desligar todos os aparelhos e assistir a sua morte, lenta e dolorosamente. Mas no fundo da minha mente tem uma voz doce que me diz que isso não é o certo a se fazer, uma voz que me tira da escuridão, a voz da mulher que eu amo. "Você é diferente Oliver, você é melhor do que ele. Você não é um assassino. Isso não vai acalmar a sua dor." Solto um suspiro frustrado e me sento na cadeira ao lado da sua cama. E então eu abro meu coração, solto minhas frustações e sentimentos confusos em quem causou toda a minha dor.

— Eu gostaria de sentir vontade de matar você, de te fazer sofrer como você me fez sofrer, como eu estou sofrendo agora. Mas olhando para você nessa cama e sabendo das suas doenças mentais eu só consigo sentir pena. Pena porque você nunca foi completo como eu fui, porque você nunca conheceu o amor de verdade só os sentimentos que vem da sua bipolaridade, você é frio e sozinho. Eu não tenho mais raiva de você, eu só sinto pena. Nada que eu fizesse com você a sua vida ia diminuir a dor que eu sinto, mas me livrar do peso que suas ações trouxeram a minha vida é totalmente gratificante. Saber que a culpa não foi minha com minhas ações imaturas, mas sim da sua doença, me traz paz em meio a todo esse caos. Então na verdade o que você fez não me atinge como você queria Chase, porque eu não vou sentir culpa, eu sei que ela vai acordar e quando isso acontecer vamos estar sem você nas nossas vidas e vamos ser completamente felizes. Você falhou Chase, espero que você esteja ciente disso quando chegar no inferno.

Me sentindo muito mais leve desde que tudo começou, eu saio do quarto e vou em direção aminha família e amigos. Vou em direção as pessoas que estão me dando forças em um momento difícil da minha vida. Vou em direção ao meu filho que me traz paz.

Estou a 36 horas nesse hospital e ainda nenhuma mudança no estado de Felicity. Ela continua dormindo e eu continuo morrendo aos poucos. Eu não durmo a mais de 48 horas, meu corpo e minha mente gritam por descanso, mas meu coração me mantém aqui com a mulher que eu amo. Estou segurando a sua mão direita e minha cabeça está apoiada em seu colchão, quando sinto seus dedos apertarem em volta dos meus. Levanto minha cabeça e observo seus olhos se mexendo, tentando abrir para ver o mundo a sua volta.

— Ei honey... - ela aperta minha mão ao som da minha voz. — vai devagar, você passou um bom tempo dormindo. - acaricio seu rosto, passando a mão pelo seu cabelo e deposito um beijo no seu rosto. — Deus, é tão bom saber que você acordou!! - o canto dos seus lábios sobe formando um pequeno sorriso. Aperto o botão que chama as enfermeiras e espero elas aparecerem no quarto para cuidar de Felicity. Meu coração está batendo forte no meu peito, meu sangue corre rápido pelo meu corpo levando vida a cada parte que estava morrendo sem ela ao meu lado. Ela finalmente consegue abrir os olhos e quando aqueles belos e brilhantes olhos azuis da cor do céu se conectam com o meu uma onda de calor percorre todo o meu ser, eu me sinto tão fodidamente vivo agora. Vivo porque tenho ela ao meu lado, vivo porque eu sei que podemos superar tudo se estivermos juntos.

— O que aconteceu? - ela diz com uma voz rouca, provavelmente pelo tempo que ficou sem falar e tomar agua.

— Você não se lembra? - ela fica um tempo em silencio e depois seu rosto de contorce em dor, movendo uma mão para sua barriga.

— Agora eu lembro... - uma lagrima escorre pelo seu rosto — o que aconteceu com o Chase?

— Ele está em coma, as chances dele sobreviver são mínimas. - ela concorda com a cabeça e antes que ela possa falar alguma coisa a porta abre e a medica entra acompanhada de duas enfermeiras.

— Olha quem acordou. - a medica fala, dando um sorriso acolhedor para Felicity.

— Quanto tempo eu fiquei apagada? - ela diz com dificuldades. Uma das enfermeiras pega um copo com agua e leva até ela, inclinando sua maca para que ela possa beber.

— Você dormiu por quase quarenta horas, mas isso foi devido a concussão que você sofreu. - ela passa nervosamente a mão pela barriga o que me faz pensar que talvez ela esteja sentindo dor. A medica percebe a minha preocupação e fala. — Oliver, você pode sair por um momento vamos checar ela e enquanto isso você pode contar a sua família que ela acordou. Eu aceno com a cabeça e dou um beijo em Felicity antes de sair do quarto.

Ainda está de manhã e a essa hora Thea deve estar buscando William na escola. Com nossos amigos trabalhando, as únicas pessoas que estão no hospital agora são Donna, John e Roy. Mando uma mensagem para Thea avisando para ela vim direto para o hospital. Chego a recepção com um sorriso no rosto e Donna levanta e me encontra no meio do caminho.

— Minha bebê acordou?

— Sim, ela parece estar bem. Estão fazendo um check-up agora. - Donna me abraça, chorando de alivio em meus braços.

— Vou mandar uma mensagem avisando todo mundo. - John fala, me dando um abraço rápido.

— Obrigada, John. - Roy me abraça em seguida, com lagrimas não derramadas nos olhos.

— Você avisou a Thea? - ele pergunta.

— Não, eu só pedi para ele vim com o William para o hospital. Quero fazer uma surpresa para ele. dou um sorriso e ele retribui. Fico alguns minutos conversando com eles até que a medica me chama de volta ao quarto.

— Quando eu vou poder ver a minha filha? - Donna pergunta.

— Daqui a alguns minutos, Mrs. Smoak. Sua filha quer conversar com o Mr. Queen primeiro. - fico alarmado com suas palavras. Será que aconteceu alguma coisa com ela? Lidero o caminho par o quarto com a medica me seguindo e assim que entro o quarto vejo Felicity enxugando lagrimas do seu rosto. Seus olhos vermelhos e inchados.

— O que aconteceu? Tem alguma coisa de errado? - eu digo, indo para o seu lado.

— Você pode pegar o meu anel? - olho para a sua mão, sem o anel de noivado, as enfermeiras tiraram para fazer os exames quando ela chegou ao hospital.

— Certo, vou pegar. - dou um beijo em sua testa e vou em direção ao armário que contém as suas coisas. Seu anel está dentro da sua bolsa.

Abro a bolsa e começo a procurar quando uma coisa me chama a atenção. É um exame de uma clínica obstétrica. Meu coração começa a bater acelerado e mil cenários se criam em minha mente. Antes de abrir o exame eu vejo o seu anel ao lado de uma capinha de DVD, que tem uma etiqueta escrito "a batida do meu coração". Todas as vezes que ela tocou a sua barriga fazem sentido para mim agora, ela está gravida. Do meu bebê. Pego o anel e o exame e vou em direção a sua maca, ela olha para o exame em minha mão e seus olhos se arregalam em surpresa.

— Felicity... você... você... está gravida? - lagrimas grandes e gordas começam a escorrer pelo seu rosto e ela põe a mão na barriga, negando com a cabeça. O ar dentro do meu pulmão some e eu sinto que meu coração vai rachar a qualquer momento. — Você... - engulo em seco, com medo de pronunciar as palavras — perdeu o bebê? - ela concorda e um soluço cheio de dor sai dos seus lábios. Me aproximo da sua maca e seguro a sua mão, encaixando o anel em seu dedo e dando um beijo em seus lábios.

— Eu tinha.. eu tinha acabado de sair da clínica médica... eu queria preparar uma surpresa para você e então... - ela fala com dificuldade por causa da emoção e das lagrimas que saem dela.

— Então Chase te sequestrou? - ela concorda com a cabeça e eu tento me manter forte por ela. Se eu cair ela não vai ter ninguém para se apoiar, eu preciso ser sua força nesse momento.

— Eu perdi o nosso bebê Oliver, eu sinto muito. - ela aperta minha mão e chora intensamente.

— Ei, baby – espero ela olha pra mim antes de continuar a falar — você não teve culpa nenhuma, não foi você que dirigiu aquele carro e causou o acidente. O único culpado disso tudo é o Chase.

— Eu estava tão animada, Oliver... eu ouvi o coração bater, eu senti que ele vivia dentro de mim... ta doendo tanto...

— Chega para lá. - ela chega para o canto da maca e eu deito ao seu lado, embalando seu corpo pequeno com o meu. — A gente perdeu o bebê, mas esse não é o fim. Nós podemos tentar outras vez.

— Mas ele era o meu bebê, Oliver. Não dá pra substituir ele. - sinto suas lagrimas molharem a minha camisa e o meu coração dói. Dói pela perda de um filho. Dói pela dor que Felicity está sentindo. Dói porque não sou capaz de amenizar a dor dela. Dói. Dói. e dói.

— Sabe o que o William me falou ontem? "Eu não quero perder outra mãe." A gente pode ter perdido esse bebê, mas a gente ainda tem um filho e nós podemos ter outros no futuro. Eu sei que está doendo, mas você não pode deixar essa dor dominar você. Você pode tentar fazer isso por mim? - ela concorda com um aceno de cabeça.

— Ele falou isso mesmo? Que não queria perder outra mãe? Ele me considera sua mãe? - ela diz com a voz cheia de emoção.

— Ele disse... e eu falei que ele não ia perder você, porque você não ia deixar dois noivos para traz. - ela dá uma risada e eu me sinto mais leve, sabendo que mesmo que o caminho seja longo e tortuoso, com ela ao meu lado o fim vai recompensar toda a dor.

— Você pode chamar ele para mim? - concordo com a cabeça e envio uma mensagem para Thea perguntando se ela já chegou. Ela responde que sim e eu peço para ela mandar Wiliam para o quarto.

— Ele já está vindo. - ela se aconchega mais em meus braços e eu levo meus lábios até o seu. Deus, como eu senti falta do seu gosto. Assim que começo a aprofundar o beijo a porta abre e William grita animadamente.

— FLISS!! - ele corre até a maca e joga os braços em cima dela.

— Vai com calma, buddy. - eu digo com um sorriso.

— Eu pensei que você fosse morrer. - William fala e uma lagrima escorre pelo seu rosto.

— Eu não vou a lugar nenhum querido, quem vai cuidar de você e do seu pai se eu for? - ela diz, com lagrimas nos olhos e puxa meu filho para um abraço.

Pouco a pouco as pessoas vão lotando o quarto e enchendo Felicity de abraços e palavras carinhosas. Nenhuma dessas pessoas sabem que perdemos uma vida hoje, ninguém além de nós carregamos essa dor. Em algum momento o médico do Chase entra e diz que ele faleceu. Felicity aperta forte minha mão, dizendo silenciosamente que a justiça tinha sido feita. espero que ele esteja queimando no inferno nesse momento.

Por mais difícil que esse momento seja eu sinto que uma fase da nossa vida foi encerrada. Devemos deixar tudo isso para trás e viver o nosso presente, focando no nosso futuro. Perdemos um filho, mas ainda temos um ao outro e é isso que importa. E para começar uma nova fase só falta um passo a ser tomado. Eu preciso me casar com Felicity Smoak o mais rápido possível, e é isso que eu vou fazer. Vou torna-la a minha mulher.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que vocês me imploraram para ela não perder o bebê, mas isso era realmente necessário, na parte 2 vocês vão entender tudo. Deixem ai nos comentários se vocês se emocionaram em alguma parte e se o coração de vocês doeu igual ao meu.
Até semana que vem amores!!! xo



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