Nemuru - Desperta-me escrita por Candle Light


Capítulo 25
In My Head


Notas iniciais do capítulo

Olá meus queridos!

Capitulo novo na área, mas este tem uma diferença muito importante: este é um capítulo da Marina. Todos os capítulos da Marina daqui para frente terão títulos baseados em músicas e não terão a tradução pro japonês ao lado. Neste eu coloquei o nome dela antes do texto em si só para não ficar confuso, mas nos proximos isso nao vai existir. Este ficou mais curto porque é só um capitulo de intercessão, os próximos serão decisivos nessa história!

A música deste capítulo é Sleepover da Hayley Kiyoko e sugiro ouvir enquanto leem pq eu ouvi enquanto escrevia e dá uma sensção bem diferenciada hahah

Boa leitura!



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Marina



Merda!

Merda, merda, merda! O que eu pensava que estava fazendo?Que idiotice!

Entrei em casa, joguei a chave na cestinha no criado mudo perto da porta, fechei-a e encostei nela, deslizando até o chão. Embolei os dedos no cabelo, passando-os no couro cabeludo e apoiando o outro braço no joelho, tentando me acalmar.

Eu não tinha jeito. Era sempre assim comigo, eu sempre tinha que fazer esse tipo de merda. Não era a primeira vez, não era nem a segunda, mas eu tinha que me apaixonar por uma garota hétero. Eu tinha.

Merda. E agora eu provavelmente tinha estragado a nossa amizade. A Nemu provavelmente tinha se assustado e achado que eu era uma esquisita. Eu tentei, nossa como eu tentei não sentir nada por ela. Desde o primeiro momento eu sabia, e coloquei isso na minha cabeça. É claro que eu não estava esperando isso mas deve ser o meu carma. Eu não consegui me reprimir por muito tempo. Mas também...a Nemu era uma coisinha difícil de ignorar. E o pior de tudo: algumas coisas que ela fazia, a forma como me olhava e corava em algumas situações...me dava uma esperança que eu sabia que não podia ter. Eu provavelmente só ia dar murro em ponta de faca de novo, e me machucar no processo.  

Respirei fundo e finalmente levantei do chão, deixando o violino no lugar costumeiro dele, jogando minha bolsa no sofá e eu mesma .Com o braço sobre o rosto, tentei pensar no que fazer. Eu podia ter cagado as coisas, mas iria seguir em frente.

Ufa...era difícil. Não queria perder a amizade dela, mas cada vez que eu a olhava era uma agulhada, cada vez que ela sorria se formava um nó na minha garganta, cada gesto de carinho era um tiro. Quando ela me deu as comidas japonesas foi difícil controlar a minha vontade de abraçá-la. Quase que as palavras não saíram. E a cara dela ao receber meu chaveiro quase acabou comigo. Tudo o que eu queria era dar-lhe um abraço, sentir o cheiro da sua pele, seu cabelo, tocar seu rosto, beijá-la. Eu podia não tê-la de verdade, mas na minha cabeça.... Podia fazer todo tipo de cenário, todo tipo vontade. Na minha cabeça ela dormia na minha casa, ao meu lado; dançávamos como aquele dia com a diferença de que eu fazia muito mais do que só me mexer à sua volta. Era ao mesmo tempo doloroso e um alívio. Eu tinha tudo que eu queria na imaginação, mas depois disso na realidade eu estava sozinha. Talvez eu fosse masoquista por achar que valia a pena, mas aquilo muitas vezes acontecia sem eu nem mesmo perceber antes que a imaginação ja tivesse tomado conta dos meus pensamentos.

 

***

 

Depois de um banho e um jantar (ou melhor lanche) de sanduíche de rosbife, me peguei ansiosa. Queria mandar mensagem para a Nemuru para ter certeza de que estava tudo bem. Mas será que não ficaria na cara? Eu deveria perguntar se estava tudo bem? Me desculpar? Não, isso ficaria muito na cara. Puxar um assunto aleatório seria mais seguro.

“E aí Nemu?” mandei “Você saiu cedo. Não se divertiu?”

Me arrependi depois de mandar. Pareceu estranho falar isso para ela.

“Ah” ela respondeu. Meu coração deu um pequeno salto. E se ela desconversasse e resolvesse se afastar?

“Fiquei meio deslocada. Não sou muito boa de socialização e eu tinha que estudar também. Tenho um seminário pra fazer”

Estudar é uma desculpa perfeitamente crível. Mas será q era verdade mesmo? Ah, merda. Estava ficando um tanto paranóica.

“Tudo bem.” respondi “Mas temos que marcar de sair um dia desses, sinto falta de falar sobre arte e nerdices com você”

Ops. AGORA eu fui bem descarada. Que porra que eu estava pensando? Estava me deixando levar pela sinceridade suicida.

“Claro! Temos mesmo que fazer isso de novo”

Respirei fundo, pensando que talvez estivesse tudo bem sim e eu estava sendo mesmo paranóica. Por outro lado, eu deveria me afastar dela, antes que tudo fosse arruinado. Continuamos uma conversa normal e divertida sobre nerdices, contamos dos nossos dias e outras coisas, e cada vez mais eu percebia que eu já estava perigosamente perto do ponto sem retorno.

Suspirei, e mandei uma outra mensagem, dessa vez para a Karina.


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