A Casa de Íris escrita por Carol Azevedo


Capítulo 7
Capitulo 6 - Quem sou?




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A luz do sol clareava todo o ambiente e a claridade a fez espertar. Lanne abriu os olhos, sentou-se na cama e lembrou-se da noite anterior. Olhou para baixo e sentiu algo no abdômen e reparou um curativo ali. Pensou em Anik, fora ele com certeza. Quando reparou melhor em si mesma, viu-se de pijama. Um estalo um sua mente.
— Cretino! - Disse Lanne levantando-se furiosa. Tirou o pijama e colocou o primeiro vestido que viu jogado em cima do criado-mudo, e foi a casa de Anik, bateu a porta com toda força. Anik abriu, e quando a viu abriu um largo sorriso. Lanne o empurrou duas vezes, o que só casou um pequeno desequilíbrio e o fez sorrir ai da mais.
Lanne se enfureceu ainda mais, não acreditara naquele cara, zombando dela. Seus olhos mudaram, tornaram-se como dois diamantes. Suas pupilas sumiram. Ela o empurrou com mais força e Anik tropeçou para dentro da casa, Anik mostrou-se surpreso.
— O que você fez? - Disse ela aos berros, indo na direção dele que sorriu.
— Não faço ideia do que esta falando - Respondeu sarcasticamente. Ele sabia do que ela estava falando, porém gostava de vê-la assim, transtornada, com raiva. Gostava de provocá-la e ver o efeitos disso.
— Você entrou em minha casa e trocou minhas roupas!!!
— De nada!
Lanne o empurrou novamente, ele conseguia tirá-la do sério, ele tinha esse poder de irritar e aborrecer, somente com seu sorriso irônico a tirava do controle. Nunca tinha perdido a cabeça daquela forma com alguém com um simples olhar, um simples sorriso, uma simples provocação.
— Você é louco ?!
— Por que a ajudei? Só os loucos o fazem? - Responde arqueando as sobrancelhas
— Se você fez algo comigo vai se arrepender!
Ele aproximou-se e olhou em seus olhos
— Esta me ameaçando? - Disse em tom baixo. Os olhos de Lanne voltaram ao normal, ao seu tom habitual azul, engoliu seco e sentiu um arrepio passar pelo corpo. Ergueu a cabeça e tentou mostrar-se firme. Mas sentiu-se enfraquecer diante dele tão próximo a ela.
— E se estiver? - Ela respondeu prendendo seu olhar.

Anik abriu um sorriso de lado.
— Vou adorar! - Alisou seu rosto descendo o polegar até seu queixo, aproximou o rosto ainda mais, Lanne podia sentir sua respiração tocar-lhe o rosto, foi lentamente deslizando pela mandíbula até chegar próximo ao seu ouvido - Vou adorar ver do que é capaz princesa! - Sussurrou ele, Lanne fechou os olhos e a sensação levou-lhe a uma sensação que nunca sentira.
— Ja viu muita coisa ultimamente
— E adorei a vista! - Disse baixando seu olhar por todo o corpo dela e subindo até seus olhos. Lanne o empurrou, mas Anik segurou seus punhos e a jogou contra a parede a prendendo com seu corpo
— Não tente um confronto comigo - Disse ele em tom baixo porém ameaçador. Lanne se contorceu, e por um instante temeu aquele homem, mas não demonstrou, demonstra medo. Sente-se fraca assim, mesmo que seja uma mentira, quer parecer destemida.
— Não tenho medo de você. Se vai fazer algo comigo... Faça!
Ele sorriu - Você é bem ousada - Arqueou uma sobrancelha - Já que me deu permissão... - Anik deslizou a mão de seu punho ao seu pescoço, aproximou-se ainda mais de seu rosto, não restando mais que um fio de espaço, então enfiou a mão entre seus cabelos e os segurou firme, então beijou seus lábios com voracidade, Lanne correspondeu, depois o beijo se tornou lento e saboroso, Lanne apreciava cada aspecto do beijo, seu corpo se arrepiava conforme a outra mão de Anik passeava comodamente por seu corpo, descendo lentamente por suas costas... Cintura... Quadril, o beijo foi interrompido abruptamente por Anik, que a afastou violentamente e seu rosto nao estava mais sorridente e arrogante, estava com semblante fechado, não mais sorria, havia sentido algo intenso durante o beijo, algo a mais do que deveria. Resolveu acabar com a diversão, pois ela estava ultrapassando algumas barreiras.
— Você é mesmo um idiota! Me solte!!!  - Lanne disse tentando sair da barreira que era o corpo alto e forte de Anik, porém seus olhos se turvaram de raiva ele segurou-a pelo pescoço e seus olhos mudaram, para aquela forma aterrorizante que Lanne só havia visto uma vez, há alguns anos, tornaram-se brancos cristalinos e sem pupilas, e agora ela olhava intensamente para aqueles olhos que mais pareciam diamantes. O terror tomou conta de seu rosto, como quando tinha apenas quatorze anos.
Não conseguiu esconder o medo, não conseguiu reprimir os sentimentos guardados de tantos anos atrás. Uma lagrima desceu
— Me solte por favor - Disse com a voz embargada, tentando não chorar inutilmente. Segurou as mãos de Anik tentando livrar o pescoço, arquejou por ar. Os olhos de Anik voltaram ao normal, ele sentiu-se confuso com o desespero de Lanne, ela era sempre tão corajosa, enfrentava sempre as situações com o nariz em pé. Soltou-lhe o pescoço, perturbado com a própria atitude e confuso com a reação de Lanne
— Esta chorando ?
— Me deixe ir - Ela disse aos soluços - Por favor!
Anik saiu da frente, sem desviar o olhar dela, confuso, preocupado com a forma que ela estava. Lanne correu até a porta, porém antes que ela saísse, Anik a segurou pelo braço, ela olhou para ele
— Por que só agora sentiu medo? - Ele perguntou comedido, Lanne não se moveu, apenas o olhou por um instante
— O que é você? - Sussurrou. Anik ficou ainda mais confuso, como ela não saberia algo assim, se era igual.
— Não sabe ? De verdade não sabe o que sou? - Aproximou-se alguns passos, porém Lanne recuou para mais próximo a porta - Não sabe o que você é ?
— Me solte... - Lanne sacudiu o braço soltando-o - Eu não tenho nada de anormal! - Virou as costas para ele e se foi.
Em seu quarto, Lanne sentou-se em sua cama e tentou segurar-se ao pouco de sanidade que lhe restava daquele encontro.


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