Shit, my glasses! escrita por gaby


Capítulo 6
Capítulo cinco


Notas iniciais do capítulo

Eu desisti dos capítulos pequenos. "Eh isto!"

Feliz Nataaaaaal! ♥ Segurem esse presentão que a mamãe Noel aqui trouxe pra vocês hehehe.
E falando em presentes, muito obrigada pelos comentários do capítulo anterior - estamos quase nos 50! - vocês são maravilhosos!

Sem enrolação, vamos ao que interessa!
Boa leitura :D


*Capítulo ainda não betado.



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Shit, my glasses!

Capítulo cinco

***

[DOMINGO (13/08) – EDIFÍCIO LUMUS SOLEM]

Quando Lily acordou naquela manhã, alguns raios de sol passavam pela fresta da cortina, iluminando um pouco do quarto. Encheu os pulmões de ar, inevitavelmente aspirando o perfume de James; seus lábios se curvaram num sorriso sonolento. O rapaz se revirou nos lençóis, atrás dela, chegando mais perto e abraçando-a. Se acostumaria facilmente com aquilo.

— Você não vai embora agora, vai? – James perguntou com a voz rouca e cheia de sono.

— Não, por que?

— Não quero achar que foi um sonho quando eu acordar de verdade – ela sorriu e se aconchegou no abraço dele.

— Eu posso te lembrar o quanto foi real.

— Parece bom pra mim – se calaram por alguns minutos.

— James?

— Hum? – Lily se virou, até estar olhando para o rosto do rapaz. Observou-o um pouco.

— Sobre o que você disse no outro dia... Eu também quero.

— Hum? – fez novamente, agora seu cenho um pouco contraído.

— Eu também quero estar com você – lentamente, ele abriu os olhos, piscando algumas vezes. Nunca deixaria de se surpreender com a beleza dela. – Mas... se meus pais precisarem da minha ajuda, não vou pensar duas vezes antes de voltar para Cambridge, você sabe.

— Ei – acariciou a bochecha dela. – Relaxe. Estamos aqui agora, não estamos? – se aproximou para beija-la; Lily impediu, pondo os dedos sobre os lábios dele.

— Se vamos fazer isso, você tem que saber que meu hálito matinal não é o melhor.

— Eu não me importo – segurou a mão dela, acabando com o espaço entre eles.

 

[DOMINGO (13/08) - EDIFÍCIO SALVIO HEXIA]

— Isso são horas?

— Olha quem fala – Lily respondeu e se jogou no sofá.

James tinha acabado de deixá-la no prédio, com muita relutância e chantagem (lê-se beijos).

— Você é a certinha, não eu – Lene contrapôs. – Me conta tudo – sentou no sofá, colocando a cabeça da outra em seu colo.

— Marlene, não temos mais dezessete anos. Você sabe como funciona.

— E daí? Eu quero saber mesmo assim. Se me permite dizer, a julgar pela cara, parece que James Potter fode muito bem – no primeiro momento, Lily a encarou com expressão de incredulidade.

— Devo dizer que, nesse caso, as aparências não enganam – no fim, tinha um sorriso maroto.

— Ainda vai negar que estão juntos ou eu já posso chamar vocês de meu casal favorito?

— E se eu tiver que voltar pra Cambridge? – questionou como quem pede um conselho.

— O que tem? Você sabe pegar o trem e ele pode te visitar de carro. Não vejo problemas.

— Se eu precisar voltar, não vou ter tempo pra nada, Marley... Essa última semana foi tão cansativa que se eu encostasse na parede, dois segundos depois estava dormindo – suspirou. – Não vai dar certo.

— Você não pode dizer isso antes de tentar!

— Desde quando você é romântica?

— Eu não sou, mas você é – Lily rolou os olhos. – Eu tô falando sério. Você vai deixar de viver por algo que pode nem acontecer?

***

No restante daquele mês, não houve um final de semana em que James e Lily não tivessem saído. O rapaz passou a levá-la para casa todos os dias, assim tinham um tempo a mais juntos, sem contar os beijos no elevador e minutos na copa da redação. Lily surpreendeu-se consigo mesma quando acabou perdendo a hora e faltando o clube de leitura de Remus, numa quinta-feira em que as coisas no carro ficaram um tanto mais quentes.

— Não acha que podíamos continuar isso em outro lugar? – James falou entre um beijo e outro.

— Marlene não está em casa – respondeu, sem fôlego. Se encararam por uns instantes e, em questão de minutos, adentravam o apartamento.

***

A ruiva acabou se aproximando mais dos Marauders; eles inclusive descobriram que ela adorava assistir jogos de Quadribol e, sempre que podiam, se juntavam no apartamento de James para fazê-lo. No final do mês, o grupo de amigos foi ao Estádio de Wembley, presenciar um dos jogos mais legais que Lily já viu – não sabia se pela companhia ou pelas jogadas em si.

 

[SETEMBRO - LONDRES]

Lily ainda não tinha desistido de convencer James a sair do Profeta Diário. Para a ruiva, seu trabalho merecia ser reconhecido devidamente, ele precisava mostrar ao mundo que sabia fotografar muito mais do que carros capotados, desastres naturais e resultados de ataques terroristas, porque ele definitivamente era bom com a câmera.

— Eu acho que você só quer se livrar de mim no Profeta – o rapaz disse quando ela tocou no assunto mais uma vez. – Pode falar, eu aguento a verdade.

— Tudo bem, você me desmascarou, Potter – respondeu, com fingida frustração. Riu em seguida. – É sério, James. Você é muito mais que um fotógrafo de manchetes – ele pôs uma mecha do cabelo dela atrás da orelha, encarando seus olhos verdes cheios de admiração e sinceridade; sentiu o peito aquecer.

— Eu posso pensar melhor no assunto se ganhar alguns beijos – a ruiva sorriu e o fez.

Quanto mais o tempo passava, mais apaixonados os dois se encontravam. Apesar de todas as diferenças, tinham uma sintonia extraordinária. Lily sempre estaria lá para segurar seus óculos quando estavam prestes a cair, e James sempre a faria rir de algo bobo quando ela precisasse. Era como se nunca pudessem enjoar um do outro.

***

No final de semana que sucedeu o aniversário de Marlene, por mais que o clima estivesse mudando e as noites já fossem mais geladas, a loura conseguiu convencer os amigos de que seria uma boa ideia ir para a casa de praia de seus pais. Resultado: na penúltima sexta-feira do mês, os Marauders e as duas garotas saiam de Londres para chegar em Hastings.

Mesmo que não tivesse rolado muito sol, o fim de semana havia sido ótimo. A aniversariante arrastou-os para um pub que tinha karaokê, onde cantaram como se fossem uma banda. O lugar inteiro os aplaudiu no final. Eles se divertiram.

James acabou tirando muitas fotos de Lily, mas também foi flagrado com a garota, na beira da praia, e seus amigos não pouparam a memória de seus celulares, registrando o momento fofo em que os dois se abraçavam.

 

[OUTUBRO - CAMBRIDGE]

Logo no início do décimo mês, Lily e James retornaram a Cambridge, dessa vez para um almoço, já que o rapaz não parava de perguntar quando iriam o fazer, definitivamente animado – o que a ruiva achou um tanto diferente para o século XXI.

— E então, James – começou –, quantos anos você tem mesmo? – o pai da garota indagou enquanto ela rolava os olhos.

— Vinte e cinco, a mesma idade da Lily – ele respondeu tentando não transparecer o nervosismo.

— Uhum. E você terminou a faculdade?

— Sim, sim! Bacharelado em fotografia – sorriu.

— Tem alguma passagem pela polícia?

— O quê?! – James arregalou os olhos.

— Pai!

— Não, e-eu não tenho – o rapaz respondeu, engolindo em seco. – Nem pretendo ter. Eu... não me envolvo com... coisas que poderiam me levar à polícia – concluiu devagar, procurando boas palavras.

— Eu estou brincando! – Antony riu; James tentou fazer o mesmo.

Como esperado, Antony e Elizabeth adoraram conhece-lo de fato. Depois do interrogatório do Sr. Evans, o mesmo já mostrava a James todos os álbuns de fotos de quando a ruiva era criança. Ela estava feliz por terem se dado tão bem, e também muito mais tranquila depois de conhecer Poppy Promfrey, a cuidadora que sua mãe tinha contratado.

— A senhora tem certeza que está se alimentando direito, mãe? – Lily ainda perguntou, quando James se despedia de Antony.

— Estou, Lily – alisou os cabelos da filha, com um sorriso carinhoso. – Não se preocupe.

— Me preocupo sim! A senhora está muito magra. Poppy, venha cá – chamou. – Sei que está aqui pra cuidar do papai, mas faça essa aqui comer direito também, ok?

— Pode deixar, Lily – sorriram uma para a outra.

— Até logo, mãe – beijou a bochecha dela e entrou no carro, acenando.

 

[OUTUBRO - LONDRES]

James simplesmente desapareceu no último sábado do mês. Não respondia mensagens, nem ligações, nada. Lily achou completamente estranho, já que esse era o dia em que sempre saíam para fazer alguma coisa. Quando deitou na cama para dormir, sua cabeça se encheu de paranoias; tentou ao máximo ignorar todas elas, mas só conseguiu pegar no sono quando a madrugada chegou, o que a fez perder toda a manhã do dia vinte e nove.

Marlene não estava em casa quando ela acordou, e só chegou quando o sol já havia se posto.

— Nossa – a loura expôs ao vê-la. – Você está bem?

— James não fala comigo desde ontem.

— Talvez esteja sem internet.

— Eu liguei.

— Talvez esteja sem celular – Lily a encarou mal-humorada.  – Ou talvez esteja ocupado com alguma coisa, não sei...

— Ocupado? – seu celular começou a tocar no mesmo segundo; era ele.

— Eu disse – Lily rolou os olhos e atendeu a ligação.

Hey. Você pode vir aqui em casa? — como a voz dele podia fazer tanta falta em tão pouco tempo?, ela quis saber.

— Por que sumiu desde ontem?

Você tem que vir para saber — disse em tom divertido.

Lily pegou o primeiro taxi que apareceu. Sem demora estava no Edifício Lumus Solem, se encaminhando para o sétimo andar. Estava um pouco chateada por ele ter desaparecido daquela forma, custava avisar que não podia conversar?, se perguntou quando bateu na porta dele. James abriu. Usava uma camisa de botões e uma calça jeans, seu conjunto típico; ele ficava incrivelmente bonito daquele jeito.

— Oi – ela disse, sentindo um pouco da sua chateação se esvair.

— Oi. Entra – falou num tom meio estranho.

— E então... vai me dizer por que não deu sinal de vida?

— Uhum – ele passou a mão pelos cabelos, desajeitado. – Só tenho que te mostrar uma coisa antes – Lily contraiu o cenho e o seguiu até a porta do terceiro quarto que tinha em seu apartamento. – Pode fechar os olhos?

— Quê?

— Feche os olhos – ela não estava entendendo absolutamente nada. – Por favor – o fez, sentindo a mão dele segurar a sua no instante seguinte; estava suada. – Não abra até eu dizer.

Ela foi guiada para dentro do cômodo e pôde ouvir James soltar todo o ar quando eles pararam de andar. Estava extremamente curiosa; que diabos ele estava fazendo, afinal?

— Posso abrir agora?

— Pode.

Seu cérebro demorou alguns segundos para entender a cena. Não tinha nenhum móvel ou objeto no quarto, apenas paredes brancas, e essas estavam cobertas por fotografias. Lily olhou ao redor. Era isso que esteve fazendo? Por isso a ignorou por quase dois dias?

— São todas as fotos que tirei quando estava com você – ele disse.

— Uau! São muitas— ainda olhava para elas, boquiaberta. Se aproximou de uma em especial e não pôde segurar o sorriso. – O show de The Weird Sisters! – era a mesma que ele tinha lhe dado de presente, meses atrás. – Por que todas essas fotos? – o fitou; seu cenho contraído novamente.

— Porque é o melhor que eu sei fazer – se aproximou da ruiva. – As fotos são as únicas coisas que não vivem caindo das minhas mãos, ou que consigo não tropeçar. Elas são onde eu menos erro, e onde eu mais quero acertar. Sem dúvidas, fotografar é o meu maior amor – Lily já não tinha a mesma expressão de antes, o modo intenso com o qual ele a olhava fazia sua nuca arrepiar. Ele tomou fôlego. – Bem... isso e você.

A ruiva sentia o coração descompassado como nunca. Ele estava dizendo o que ela realmente achava que ele estava dizendo? Porque se estivesse, ela queria ouvir de novo, só para ter certeza antes de beijá-lo.

— Eu não respondi suas mensagens, nem te liguei, porque eu estava colocando fita adesiva atrás de cada uma dessas fotos e depois colando todas elas nessas paredes, e ainda, me preparando, porque essa deve ser a coisa mais importante que já fiz e eu não queria parecer um completo idiota – sorriu nervoso. – Eu enchi esse quarto de fotos porque elas me trazem segurança. E eu precisava de segurança pra não gaguejar ao dizer que eu te amo, Lily – eles continuaram se encarando, até o momento em que ela finalmente sorriu, emotiva, e o beijou.

— Eu também amo você, James – sorriam feito bobos.

— Ok, eu ainda não terminei – se recompôs.

— Não? Por mim não precisa de mais nada.

— Eu sei que estamos juntos já faz um tempo e, pra mim, isso já está claro... mas, só pra sanar todas as dúvidas: você quer ser minha namorada?

— É óbvio que sim, James – rolou os olhos, ainda sorrindo, enquanto punha os braços em volta do pescoço dele. – E, só pra constar, eu também já te considerava meu namorado antes disso.

***

No Halloween, os dois maratonaram filmes de terror, com um generoso pote de pipoca e um cobertor macio.

 

[NOVEMBRO - LONDRES]

Dia três de novembro, também conhecido como: aniversário de Sirius Black. O início do mês trouxe uma festa bem no estilo do Marauder, com muita bebida, música alta e animação, muita animação. Definitivamente não era o tipo de festa que Lily adorava, mas teve que admitir que foi bem legal. Alice e Frank estavam lá, bem como a maioria dos amigos de escola deles.

Emmeline, infelizmente, também apareceu, acompanhando Fabian. Não parou de lançar olhares feios na direção de Lily e James; a ruiva fez questão de ignorar todos eles e apertar ainda mais sua mão que entrelaçava a do rapaz.

***

Antes de novembro acabar, no Thanksgiving Day, Lily conheceu os seus sogros e a casa onde James cresceu. Essa era enorme, bem como o moreno lhe tinha dito. A ruiva teve a impressão de que caberiam duas da sua casa dentro daquela, e não era nenhum exagero.

Os pais de James eram adoráveis. Muito educados e gentis, além de um casal muito bonito, daqueles que se vê em revistas. Gostaram de Lily logo de cara – o que a fez sentir-se aliviada – e até convidaram-na para a ceia de natal.

— Eu adoraria! – respondeu sincera à Euphemia, mãe do rapaz. – Mas eu estava pensando em aproveitar a data para visitar meus pais.

— De qualquer forma, o convite está de pé para outros anos – Fleamont reforçou, com um sorriso muito parecido com o do filho.

 

[DEZEMBRO - LONDRES]

O último mês do ano decorreu muito rapidamente. James e Lily passaram quase o tempo inteiro conversando sobre as possibilidades existentes para o natal. Ela tinha muita vontade de comemorar a data com os sogros, mas não queria que seus pais estivessem sozinhos. O natal sempre foi importante para os Evans, era quando se reuniam e festejavam, apesar de tudo, como se não houvessem problemas.

Depois de muito pensar, e analisar todas as opções possíveis, decidiram que James iria para Cambridge com a ruiva e que eles voltariam a Londres para o ano novo.

— Tem certeza disso? – ela perguntou, pela milésima vez, quando colocavam as coisas no carro.

Ele fechou o porta-malas e abraçou-a pela cintura. A ponta de seu nariz e bochechas estavam vermelhos e ela ficava extremamente fofa com aquele gorro.

— Mais certeza impossível – sorriu com todos os dentes.

— Eu entendo perfeitamente se quiser ficar com sua família.

— Eu já passei muitos natais com eles, Lily – acariciou o lábio dela com o polegar antes de beija-la com suavidade. – Quero que esse seja com você.

 

[DEZEMBRO - CAMBRIDGE]

— Deixa que eu levo, Elizabeth! – James, prestativo, pegou a travessa de assado. A mulher sorriu para a filha, que rolou os olhos, mesmo que seus lábios também estivessem curvados.

Naquela hora a campainha tocou, o que foi minimamente estranho, já que não esperavam ninguém. A ruiva de meia-idade deixou a cozinha e foi atender; quando retornou, trazia Petúnia e Vernon com ela.

— Boa noite – a morena cumprimentou, colocando sacolas de presentes no sofá e se dirigindo para a sala de jantar. James encarou Lily imediatamente.

— Achei que você tinha dito que ia pra casa dos Dursley, Pet – a ruiva falou sem cerimônias, após pousar a tigela de salada sobre a mesa. A irmã lhe lançou um olhar significativo e andou até a cozinha.

— Olha, Lily, eu não estou afim de brigar dessa vez – confessou quando estavam a sós. – Mamãe disse que você viria, com o Potter, e eu achei que seria uma boa oportunidade de reunir a família... como antigamente.

— Ok – Lily respondeu devagar; seu cenho contraído em confusão. Tentou ignorar o quanto aquilo era estranho e a ceia se seguiu sem nenhuma discussão, surpreendentemente.

***

— E então, o que você achou da ceia dos Evans? – a ruiva perguntou quando deitaram apertados na cama de solteiro dela; por sorte era inverno e não havia coisa melhor que calor humano.

— Seus pais são ótimos! Foi muito bom conhecer mais das suas histórias – ela rolou os olhos. Dessa vez Petúnia ajudou a difama-la com episódios da escola.

— Eu juro que tinha molho demais naquele cachorro quente e que a culpa não foi minha por ele ter caído na minha calça!

— Ok, eu vou fingir que é verdade – riu. – Seria legal ter estudado com você.

— Seria... interessante— disse em tom sugestivo.

— Por que interessante?

— Nada.

— Nada? – ela tinha um sorriso maroto. Ele se ajeitou na cama. – No que você está pensando, Evans?

— Que talvez eu tivesse ido para a diretoria por um motivo diferente, não pela lição de casa.

— Ah é? Qual motivo? – questionou, curioso.

— Entrar no vestiário masculino.

— Você é uma pervertida, Lily Evans!

— Nunca neguei, e você nunca reclamou – disse divertida.

— Não espere por isso.

A conversa só acabou porque eles encontraram coisa melhor para fazer com suas bocas, coisas que envolviam as duas exatamente coladas uma na outra.

 

[DEZEMBRO/JANEIRO - LONDRES]

Lily, Marlene e os Marauders se juntaram na cobertura dos Potter para o ano novo. Todos estavam animados e carregavam taças de champanhe – a qual Lily aceitou por pura educação. Sirius talvez fosse o mais alterado, devido a garrafa de Firewhiskey que levou.

Quando o relógio enfim marcou meia noite, iniciou-se a típica queima de fogos e eles tiveram uma visão privilegiada do espetáculo ali de cima. Lily desejou que a vida fosse bonita daquela forma.

As luzes coloriam o rosto dela quando James a puxou pela cintura. Seus sorrisos desapareceram após alguns instantes, quando seus olhares não precisavam de nada mais para se comunicarem. O mundo parecia silenciado naquele momento. O rapaz desejou que aquilo fosse para sempre.

Se beijaram até que a ruiva estivesse sorrindo novamente.

— O que foi? – ele perguntou, passando o polegar pelas suas sardas.

— Nada... eu só... Te amo – respondeu com pausas, como se o sorriso atrapalhasse o processo.

— Nesse caso, também vou ter que sorrir – o fez e inclinou-se para selar seus lábios mais uma vez, antes de serem abraçados coletivamente pelos amigos.

 

[JANEIRO - LONDRES]

Lily falava numa ligação, minutos antes do fim do expediente, e anotava o recado numa das cinco agendas a sua frente. James apareceu, rodeando o balcão que os separava, abraçando-a pelas costas. Ela pôs o telefone no gancho e girou o banco para encarar o namorado.

— E então, aonde vamos? – ela perguntou.

— Não sei. Que tal meu apartamento? – sorria com malícia. Ela rolou os olhos, mas o beijou.

— Eu acho que eu devia escolher onde comer antes de irmos pro seu apartamento.

— E eu acho que essa conversa não é adequada para o ambiente de trabalho, Evans – a voz de Guga lhe deu um susto.

Quando Lily se virou para vê-la, deu de cara com o restante do pessoal; todos eles usavam chapéus de festa pontudos e coloridos – até mesmo o Clearwater, apesar da sua seriedade. Eles então começaram um coro de "happy birthday to you", no qual a ruiva ficou extremamente sem graça e enrubescida. Frank apareceu carregando um pequeno bolo e eles comemoraram, antes de finalmente irem para suas respectivas casas. O que não se aplicou a aniversariante, que terminou a festa no sétimo andar do Edifício Lumus Solem, muito bem acompanhada.

 

[FEVEREIRO - LONDRES]

Havia dias em que Lily chegava no prédio do Profeta Diário e se deparava com James a esperando, na minúscula copa, segurando uma caneca de café fumegante. O jeito como ele caminhava até ela e lhe desejava bom dia, seguido de um beijo simples, causava um tipo de fenômeno natural em seu interior. Aqueles pequenos gestos eram os que mais faziam seu coração falhar.

Para James, nada se comparava àqueles olhos, ainda mais quando acompanhados daquele sorriso-cura-do-câncer; quando as bochechas dela se erguiam e juntavam suas sardas em montinhos graciosos. Certa vez Sirius disse que ele parecia um idiota quando estava com ela/falava dela. E quem se importa?, pensou ele. Se estar junto dela o deixava bobo, que assim permanecesse pelo resto da vida.

Nas vezes que dormiam juntos, o casal costumava deitar de modo que pudessem ver os rostos um do outro. Se encaravam sem dizer uma palavra, analisando cada traço ou vestígio de suor. Não era um silêncio constrangedor, longe disso; era um momento em que realmente não precisavam das palavras, quando os sentimentos pareciam se expandir, se apoderando do ar a sua volta.

— O que você mais gosta quando fazemos sexo? – James perguntou numa dessas ocasiões, quando recuperou seu fôlego.

— É uma pergunta muito complexa – respondeu depois de pensar um pouco.

— Eu adoro quando você faz aquela cara... – imitou-a, abrindo a boca dramaticamente. Ela gargalhou e lhe deu um soco fraco.

— Eu não faço isso.

— Se você acha – eles se fitaram por mais um longo tempo. – Eu gosto disso. Quero dizer, eu gosto de tudo. Mas isso, o momento depois, quando deitamos aqui e você me olha desse jeito, é a minha parte favorita.

— A minha também.

 

[MARÇO - LONDRES]

No aniversário de Remus, o grupo de amigos saiu para comer num de seus restaurantes favoritos. Era bem a cara do rapaz não querer uma festa cheia de gente. A ruiva se identificava muito com ele nesse aspecto – e em vários outros, na verdade.

Desde a última vez que Lily tinha visto os amigos de Cambridge, não parava de pensar em como Lupin e Tonks combinariam. Fez uma nota mental: arrumar um jeito de os dois se conhecerem.

***

— Bom dia, aniversariante! – Lily se aproximou, animada.

— Quero fazer aniversário mais vezes no ano – disse depois de ser beijado. A ruiva riu. – E então, o que vamos fazer hoje à noite? Alguma lanchonete na lista? – ela negou com a cabeça.

A festa de aniversário do Marauder ocorreu dois dias antes, já que o dia vinte e sete era uma segunda-feira. Sirius tinha organizado tudo, então pode-se imaginar como ficou a casa dos pais de James após o episódio.

— Estava pensando numa coisa mais reservada – sua voz tinha um tom sugestivo e ela arrumava a gola da camisa dele enquanto falava. – Talvez o seu apartamento... – James prendeu o ar quando ela escorregou a mão pelo seu peito. – O que você sugere? – sorria, cheia de segundas intenções.

— Eu? – engoliu em seco. Ela o desconcertava tão facilmente. – Bom... Eu acho que podíamos fazer o que você quiser.

— Mas o aniversário é seu, amor – continuou, marota.

— Desde que você esteja comigo, pode ser qualquer coisa – ela pareceu satisfeita, selando seus lábios antes de sair dali. James suspirou, observando-a.

Naquela noite, Lily cozinhou para eles. A comida estava deliciosa, mas nem se comparava com o que veio a seguir, quando ela se despiu do vestido que usava, revelando uma belíssima lingerie preta. Com certeza foi um dos melhores aniversários que James Potter já teve.

 

[ABRIL - LONDRES/CAMBRIDGE]

As coisas estavam realmente ótimas. Lily estava adorando morar em Londres com Marlene, fazer novos amigos, trabalhar no Profeta Diário. E o seu namoro com James parecia apenas melhorar com o tempo. Não que eles nunca tivessem discutido por alguma coisa, todos passam por esses momentos. Mas aquilo não era nada perto do quanto queriam um ao outro.

Lily e James conseguiram almoçar juntos, numa quinta-feira no meio do mês, e voltavam para o escritório, conversando sobre coisas banais, quando o celular dela tocou. Era o número de casa. Atendeu esperando ouvir a voz de Elizabeth ou Antony, mas era Poppy quem falava. "Lily, sua mãe caiu da escada. Ela está no hospital", foi o que a ruiva conseguiu captar. A partir dali as coisas aconteceram muito aceleradas.

De repente, eles entravam no carro e estacionavam no Addenbrooke's Hospital, em Cambridge. Esperaram horas até que Lily pudesse finalmente vê-la; sentiu o coração parar de bater quando entrou no quarto e encontrou-a sobre a cama, com a cabeça enfaixada e uma máscara de oxigênio no rosto.

— Mãe? Eu estou aqui. Tudo bem? – a mulher parecia um tanto aérea ao abrir os olhos. – Poppy ligou e o James me trouxe na mesma hora. A senhora vai ficar bem, ok? – a última frase foi mais para si mesma do que para a outra. – Eu te amo.

Segundo o médico, a situação não era muito boa. Ela tinha chegado com fraturas em algumas costelas e hemorragia interna, eles só saberiam mais quando fizessem outros exames pela manhã. Mandaram-na ir para casa, pois não havia o que pudesse fazer.

Seu pai estava tão preocupado quanto ela, andando de um lado para o outro. Petúnia também tinha visitado a mãe e passaria a noite em Cambridge; diferente de todas as vezes, nessa ela parecia muito afetada.

Lily sentou no sofá, ao lado do telefone, e não saiu de lá. James tentou fazê-la comer ou descansar, mas sua cabeça estava a mil por hora. Pegou no sono pela madrugada, no colo dele, e acordou num pulo quando o telefone tocou. Em dois segundos todos estavam na sala, esperando a ruiva repassar o que ouviu.

***


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Notas finais do capítulo

♡ Não seja um leitor fantasma nesse Natal, comente! ♡

Eu sei, dessa vez foi MUITA informação mesmo.
O final? Nem eu to sabendo lidar, galero. O que vocês acham que vai acontecer agora?
To bem ansiosa pra saber o que vocês acharam do capítulo, e da fanfic até o momento. Espero que estejam gostando de ler, tanto quanto estou gostando de escrever :)

* Você pode encontrar fotos do capítulo aqui: https://weheartit.com/gabyramllo/collections/136644954-shit-my-glasses-fanfic*

Obrigada por ler até aqui e nos vemos no próximo! :D


♥ Agradecimentos especiais à SrtaProngs, minha beta maravilhosa ♥

Para outras histórias como essa, visite meu perfil: https://fanfiction.com.br/u/693020/
Se gostaram da fanfic, adicionem aos favoritos e indiquem a um amigo; façam uma ficwriter feliz :D

xx