Shit, my glasses! escrita por gaby


Capítulo 5
Capítulo quatro


Notas iniciais do capítulo

Eu ouvi "capítulo novo de SMG"?

Olá, mores ♥
Esse capítulo acabou ficando um pouquinho maior que os outros (nem tanto, vai?), mas espero que eu seja perdoada por isso quando vocês terminarem de ler.

Eu gostaria de agradecer a quem está acompanhando a fanfic, comentando a cada capítulo postado. Sério, pode parecer inútil um cometário pequeno e simples, mas é muito importante, para quem escreve, saber que as pessoas estão gostando e o que estão achando. Até mesmo para saber onde melhorar e dar aquele ânimo a mais na hora de escrever. Enfim, obrigadão, gente :)

Chega de blablabla! Boa leitura ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/739371/chapter/5

Shit, my glasses!

Capítulo quatro

***

 [DOMINGO (06/08) - EDIFÍCIO LUMUS SOLEM - LONDRES)

— E então – começou Sirius –, vai nos contar onde dormiu ontem ou vamos ter que adivinhar?

— Saí com a Lily.

Os Marauders estavam reunidos no apartamento de James, na noite do mesmo domingo em que ele tinha voltado de Cambridge. Iriam assistir a um jogo; Chudley Cannons contra Puddlemere United, um clássico do Quadribol.

— Finalmente! – Sirius comemorou, com um sorriso maroto.

— De novo: não é nada disso, Padfoot.

— Eu desisto! – o rapaz se levantou.

— Até eu estou surpreso dessa vez – Remus comentou.

— Alguém quer cerveja?

— Hoje não – James respondeu, no mesmo tempo que Remus e Peter faziam sinal positivo. Os três o encararam.

— Você tá bem? – Wormtail indagou.

— Era um encontro ou um funeral? – Padfoot trazia as garrafas.

— O pai dela teve que ir pro hospital. Eu levei ela pra Cambridge no meio do encontro.

— Você ficou na casa dela? – James acenou que sim. – E não dormiu com ela? – Sirius questionou. Os outros o encararam, incrédulos. – O quê?!

— A sua sensibilidade as vezes me impressiona, Padfoot.

— O pai dela está bem? – Moony sempre sendo o mais sensato.

— Bem. Aparentemente foi só um susto. Ela vai passar a semana com ele.

— Deixa eu ver: você tá tristinho por que não vai ver a ruiva? – Sirius foi atingido no rosto por uma almofada.

— Cala a boca.

— Eu disse que a gente tinha perdido ele, não disse? – falou para os outros dois.

—Tenho que concordar – Peter confirmou.

— Não adianta fazer essa cara, Prongs – até Moony o estava zoando.

O jogo logo começou e James enfim parou de ser atormentado, tanto pelos Marauders, quanto pelos próprios pensamentos, que insistiam em se ligar a Lily de alguma maneira.

 

[SEGUNDA-FEIRA (07/08) - RESIDÊNCIA DOS EVANS - CAMBRIDGE]

Antony havia sido liberado do hospital e, assim que o deixou em casa, Petúnia foi embora. Lily respirou fundo, tentando não se aborrecer com a irmã, o que era quase impossível.

— Deixe ela, Lily. O trabalho dela é complicado, eles não a liberariam assim – dizia Elizabeth enquanto elas preparavam o almoço.

— Ah, mãe, não a defenda! Ela nem deve ter tentado – misturava uma grande tigela de salada. – Vocês deixariam tudo de lado para cuidar de nós, se fosse preciso. Ela devia fazer o mesmo.

— Lily – a ruiva de meia-idade parou de cortar as batatas para encara-la –, você sabe que a história de Petúnia e seu pai não é muito boa. Ela passou por muita coisa.

— Isso não é justificativa – era verdade o que sua mãe dizia. Petúnia cresceu vendo Antony se afogar na bebida, ouviu coisas que não sabia se era verdade ou boato, presenciou cenas terríveis e até sofreu bullying. Então Lily nasceu e ele simplesmente decidiu se internar. Óbvio que era algo pesado, mas a ruiva não conseguia entender como alguém podia ser tão frio com a própria família. – Ele é nosso pai!

***

Lily tinha acabado de lavar a louça do jantar e subia para o seu quarto, pensando em tomar um banho quente, quando ouviu uma notificação chegar em seu celular. Se jogou na cama e desbloqueou o aparelho; haviam algumas mensagens de grupos aleatórios em seu WhatsApp, algumas de Marlene também, mas o que lhe chamou a atenção foi uma aba de conversa nova. Sentiu como se uma pedra de gelo percorresse as paredes de seu estômago; eles nunca tinham se falado pelo aplicativo.

[07/08 22:55] James: Hey

Ela encarou a mensagem por um tempo, depois checou a foto de perfil dele; o rapaz segurava a câmera, olhando para ela, provavelmente checando as fotos que tinha tirado no momento.

[07/08 22:57] Lily: Hey, tudo bem?

[07/08 22:57] James: Se me permite dizer, melhor agora

Lily rolou os olhos, porém sorriu.

[07/08 22:58] James: Como está seu pai?

[07/08 22:58] Lily: Melhorando... Dormiu a maior parte do dia, por conta dos remédios, mas prefere estar em casa que no hospital

[07/08 22:59] James: Faz sentido

[07/08 22:59] James: Hospitais têm um clima ruim

[07/08 23:00] Lily: Completamente

Ela pensou um pouco na próxima mensagem. Já não estava com sono e tinha perdido toda a vontade de ir para o chuveiro. Queria continuar a conversa, mas não sabia ao certo o que dizer. Digitou e apagou algumas vezes antes de enfim enviar algo.

[07/08 23:01] Lily: Como foi o trabalho hoje?

[07/08 23:02] James: Um pouco chato. Tive que ficar no prédio porque não tinha nada pra fotografar e você não estava lá pra conversar comigo

[07/08 23:02] Lily: Você teria o que fotografar se saísse do jornal. Não dependeria das notícias

[07/08 23:02] James: Andei pensando nisso... Você acha mesmo que daria certo?

[07/08 23:02] Lily: Achei que você era o confiante, junto com Sirius hahaha

[07/08 23:03] James: Eu costumava ser um pouco mais, na época da escola. Agora as decisões têm mais peso, sabe? Tenho que analisar antes de sair fazendo merda

[07/08 23:03] Lily: Eu não entendo muito do assunto

[07/08 23:03] Lily: Mas acho suas fotos maravilhosas, com certeza faria sucesso

[07/08 23:04] James: Você sabe diferenciar minhas fotos no jornal?

A ruiva corou, mesmo que ele não estivesse ali. Sua capacidade de falar o que não devia era incrível. Cogitou a ideia de inventar alguma coisa, mas o que aquilo lhe renderia afinal?

[07/08 23:04] Lily: Talvez

[07/08 23:05] Lily: Apenas talvez

[07/08 23:05] Lily: Eu tenha encontrado seu site de fotos

[07/08 23:05] James: Como?!

[07/08 23:05] Lily: É fácil quando o link é seu nome

[07/08 23:06] James: Você me pesquisou no Google?!

[07/08 23:06] Lily: Eu nunca disse isso

[07/08 23:06] James: Estou realmente surpreso

[07/08 23:07] Lily: Como se você não tivesse feito o mesmo

[07/08 23:07] James: Eu nunca disse isso

Lily sorriu e eles conversaram durante mais um tempo antes de a ruiva finalmente pegar sua toalha.

 

[TERÇA-FEIRA (08/07) - EDIFÍCIO LUMUS SOLEM - LONDRES]

James tinha acabado de chegar em casa e arrancar os sapatos. Vasculhou a geladeira, a procura de algo para comer – sem sucesso – e se jogou no sofá, ligando a TV. Puxou o Notebook e acessou seu site; foi inevitável não sorrir, lembrando da conversa com Lily na noite anterior. Quase automaticamente, pegou o celular, abrindo o aplicativo de mensagens. Não pensou duas vezes antes de clicar no nome dela; a ruiva estava online.

[09/07 19:04] James: Hey. Como foi o dia?

Para sua felicidade, ela respondeu quase que imediatamente.

[07/08 19:04] Lily: Hey

[07/08 19:05] Lily: Hoje foi pior que ontem...

[07/08 19:05] James: O que aconteceu?

[07/08 19:05] Lily: Papai passou mal.

[07/08 19:05] James: E como ele está agora?

[07/08 19:06] Lily: Melhor. Conseguimos fazer ele tomar uma sopa

[07/08 19:06] James: Diga a ele que precisa se recuperar logo

[07/08 19:06] James: Quero conhecê-lo

[07/08 19:06] Lily: Vou dizer

[07/08 19:08] James: Posso mostrar algo para melhorar seu dia?

[07/08 19:09] Lily: Se conseguir fazer isso, seria ótimo

[07/08 19:11] James: [foto]

[07/08 19:11] James: Ele odeia gente pegando nele, mas vive deitando perto do meu peito

Era uma foto do rapaz junto de Merlin, seu gato. O primeiro estava deitado, apoiando a cabeça num dos braços, o outro, aconchegado em seu peito, os olhinhos quase fechados.

 [07/08 19:12] Lily: Que coisa mais fofa! Estou morrendo

[07/08 19:13] James: Obrigado, obrigado

[07/08 19:13] Lily: hahaha você não, o gato

[07/08 19:14] James: Tem dois na foto, eu sei que está se referindo a mim

[07/08 19:14] Lily: hahahaha

A ruiva digitou e apagou a próxima mensagem algumas vezes, ele pôde perceber. Estava curioso para saber o que ela iria dizer.

[07/08 19:15] Lily: Eu poderia facilmente roubar o posto de Merlin

[07/08 19:15] James: Eu poderia facilmente substitui-lo por você

Seus dedos digitaram a mensagem seguinte quase por conta própria.

[07/08 19:16] James: Me acostumei a te ver todo dia

[07/08 19:16] James: Você faz falta...

[07/08 19:17] Lily: Você também, James.

[07/08 19:18] James: Você volta na sexta?

[07/08 19:18] Lily: Provavelmente no sábado

O rapaz se remexeu no sofá, procurando uma posição confortável; terminou olhando para o teto de gesso. Fazia dois dias que não a via, e ele já sentia falta. O simples ato de tomar café, no Profeta Diário, ou descer no elevador, o fazia lembrar dos cabelos ruivos dela e de como seus lábios eram macios. Até mesmo quando dirigia, podia imagina-la ao seu lado, comentando qualquer bobagem, sorrindo e o encarando com aqueles olhos incrivelmente verdes. Soltou um suspiro pesado.

A última vez que sentiu algo semelhante foi com a sua primeira namorada, Mary Macdonald. Eles foram amigos de infância, estudaram juntos, e, no ensino médio, acabaram namorando, até que ela se mudou para o México. Tinha sido sua primeira e, até então, única paixão, e agora estava se apaixonando novamente, era inegável.

[07/08 19:25] James: Eu disse ao Ethan que estamos juntos...

[07/08 19:26] Lily: Disse?

[07/08 19:26] James: Sim

[07/08 19:26] Lily: Por que disse isso a ele?

[07/08 19:26] James: Porque é o que eu quero.

[07/08 19:27] Lily: E nós estamos juntos?

[07/08 19:27] James: Eu não sei.

[07/08 19:27] James: Estamos?

Lily não lhe respondeu e eles não se falaram no dia seguinte. Não que ele não quisesse chamá-la, mas ela já não tinha o respondido, talvez estivesse forçando a barra, afinal, fazia pouquíssimo tempo que se conheciam. Tentou se ocupar com qualquer outra coisa, o que, obviamente, não deu muito certo.

 

[QUARTA-FEIRA (09/08) - RESIDÊNCIA DOS EVANS - CAMBRIDGE]

— Bom dia. Como está se sentindo hoje?

— Ótimo! – ele respondeu com um sorriso. – Acho que já posso sair dessa cama, hein? – Lily riu.

— Vamos com calma, Sr. Evans. O médico disse uma semana – Antony soltou um muxoxo e bebeu o copo de suco com os remédios que a filha lhe trouxe.

— E você, como está? – ela contraiu o cenho com o tom de voz dele.

— Estou bem – respondeu, recolhendo algumas roupas de cama para lavar.

— Elizabeth disse que você chegou com um rapaz no domingo – ela rolou os olhos.

— Claro que disse.

— Quem é ele? Quantos anos tem? Usa drogas?  

— Pai!

— Eu preciso conhecer quem foi tão prestativo com a minha filha, oras! – ele se mantinha sério toda vez que conversavam sobre aquele tipo de assunto, mas sempre a apoiava.

— Ele também quer te conhecer.

— Então é sério, huh?

— Eu não sei. Só tivemos um encontro... Quero dizer, meio encontro.

— Pelo que sua mãe disse, ele parece ser um bom rapaz.

— Ele é – sorriu.

— E você está apaixonada – ela abriu a boca pra contestar, mas seu pai sorria. – Venha cá – Lily sentou na cama ao lado dele. – Eu sei que o Ethan te machucou, e até hoje eu quero encher o rabo dele de balas com a minha espingarda.

— Pai!

— Mas não é porque um filho da puta miserável fez o que fez que o resto do mundo vai fazer igual – Lily riu um pouco. Era verdade que não tinha namorado sério depois de Ethan, mas não era muito por conta dele. – Você tem que encontrar o amor da sua vida – apesar de todos os problemas, seu pai sempre foi um romântico incorrigível.

— Eu sei, pai. Eu realmente quero que dê certo.

— Só diga a ele que precisa pedir sua mão a mim antes de qualquer coisa – ela rolou os olhos, mas sorriu.

***

Lily deitou em sua cama, em algum momento da tarde. Não demorou até que estivesse pensando em James; aquilo vinha se tornando quase tão normal quanto respirar. Se lembrou de como o encontro deles estava sendo maravilhoso, dos abraços, dos sorrisos, de todos os beijos. Seu pai não podia estar mais correto, estava completamente caída por aquele homem.

Desbloqueou o celular e clicou no ícone verde, em seguida, na aba intitulada “James Potter”. Assim que leu aquela última mensagem, ainda no dia anterior, a ruiva pensou em muita coisa. "Estamos?".

Ele era uma pessoa incrível e queria sim conhecê-lo melhor, ter outros encontros – ou, pelo menos, um decente. Mas... ponderava. A recaída de seu pai a fez imaginar que talvez devesse voltar para Cambridge, se dedicar a cuidar dele, ajudar sua mãe. Talvez Petúnia não estivesse assim tão errada. E então o que seria do “relacionamento” deles?

Soltou um suspiro pesado. Elizabeth bateu na porta do quarto, pondo a cabeça para dentro no segundo seguinte, anunciando que uns amigos estavam na sala. Tonks, Pandora Lovegood e John Dawlish eram seus melhores amigos em Cambridge. Assim que souberam sobre seu pai, e que ela estava de volta, quiseram visita-la.

Depois de muito pedirem, e de sua mãe dizer pela milésima vez que estava tudo sob controle, Lily enfim cedeu e saiu para jantar com o grupo. Foram para uma de suas lanchonetes favoritas, depois numa sorveteria, e ainda passaram boas horas num parque, jogando conversa fora. Quando Tonks a deixou em casa, a ruiva só conseguia pensar em cair na cama e dormir.

 

[QUINTA-FEIRA (10/08) - RESIDÊNCIA DOS EVANS]

— Bom dia.

— Bom dia – Lily respondeu em meio a um bocejo. Sua mãe colocava a garrafa de café sobre a mesa.

— Como foi ontem?

— Legal – sorriu. – Estava com saudades.

— Fale pra eles irem te visitar em Londres quando puderem.

— Sobre isso... – ela depositou a xícara sobre a mesa para falar. – A senhora não acha que seria melhor se eu voltasse?

— Como? – perguntou, sem entender, sentando-se em frente a ela.

— A senhora está cansada, mãe. Mais do que quando saí daqui, e isso não tem muito tempo.

— Filha, é a sua primeira vez fora de casa, seu primeiro emprego de verdade, você não tem que voltar. Nós sabemos o quanto isso é importante pra você – ela ia interromper, mas Elizabeth segurou sua mão. – É verdade que seu pai tem piorado, mas não é por isso que você tem que viver presa aqui. Estamos pensando em contratar alguém pra auxiliar, uma enfermeira, alguém que tenha experiência.

— Mas eu não quero deixar vocês sozinhos, ou com um estranho!

— Vamos ficar bem, filha. E você também, não? – deu um sorrisinho. – O rapaz parece ótimo.

— Mãe...

— Eu sei o que você está pensando, mas eu não vou deixar que você volte pra casa. Você já viveu demais com isso, agora é o seu momento – dizia com firmeza. – Sempre vamos receber você aqui, mas sua vida não precisa ser só isso, Lily.

A ruiva sabia que não haveria palavras que fariam sua mãe mudar de ideia, e seu pai sempre concordaria com ela. Apenas voltou a beber seu café, um pouco contrariada, mas sem contestar.

***

Passou o restante do dia pensando no que Elizabeth disse, se convencendo de que ela estava realmente certa. Londres era onde queria estar, adorava aquele lugar mais que qualquer outro no mundo. Morar com Marlene estava sendo melhor do que imaginava, seu emprego era realmente bom, e ainda tinha James. Estava dando tudo certo.

Assistia TV quando alcançou o celular; havia finalmente tomado uma decisão diante das circunstâncias quase que impostas pela mãe. Digitou rapidamente uma mensagem e a enviou, sem pensar duas vezes. Soltou um suspiro e conteve o sorriso que queria saltar em seus lábios.

 

[QUINTA-FEIRA (10/08) - EDIFÍCIO LUMUS SOLEM - LONDRES]

— Você tem certeza que esqueceu isso lá em casa?

Tenho!— Sirius insistia do outro lado da linha. – É aquela azul, você sabe.

— Eu procurei ontem, não achei nada. Essa merda é tão importante assim?

Não fale assim dela! É minha favorita. Deve tá embaixo do sofá, eu tava tocando lá — James bufou.

— Ok, eu vou procurar de novo.

Te amo, Prongs — o rapaz rolou os olhos.

— Tchau.

Desligou a chamada e enfiou o celular no bolso antes de girar a chave na ignição, com um suspiro; estava saindo do Profeta Diário, depois de mais um dia de trabalho. Naquela quinta-feira, a Lei de Murphy parecia estar de mãos dadas com ele. Tudo começou quando levantou da cama e pisou numa poça de xixi do gato. Depois disso, o creme dental tinha acabado e não pôde escovar os dentes, as chaves caíram embaixo do banco do carro, ele derramou café na própria camisa e nem sequer suas fotos tinham ficado boas. Não podia estar mais estressado.

Passou no mercado e num restaurante árabe, onde comprou algumas esfihas, antes de chegar em casa. Tomou um banho quente e comeu. Se jogou em sua cama, com o inseparável notebook, e enfim pegou o celular. Em alguns segundos ele possuía toda a energia que não teve num dia inteiro.

[10/08 17:42] Lily: O que você faz nas noites de sábado?

Ela tinha ignorado completamente a mensagem anterior, o que fazia algo dentro de James se revirar, como se precisasse daquela informação. Ignorou aquilo e a respondeu imediatamente.

[10/08 23:46] James: Depende do sábado. Mas, na maioria, edito fotos ou saio com os Marauders.

[10/08 21:46] James: Por quê?

[10/08 23:49] Lily: Temos que marcar a continuação do nosso encontro.

                James sorriu ao ler a resposta dela.

[10/08 23:50] James: Pra você, estou sempre livre

[10/08 23:50] James: Achei que você dormia cedo

[10/08 23:51] Lily: Peguei um livro pra ler e acabei perdendo a noção do tempo

[10/08 23:51] James: Acontece sempre comigo

[10/08 23:51] James: Não com livros, com edições de fotos haha

[10/08 23:52] Lily: haha faz sentido

[10/08 23:52] Lily: Estou morrendo de sono. Nos falamos amanhã?

[10/08 23:52] James: Claro!

[10/08 23:53] James: Boa noite, Lily.

[10/08 23:53] Lily: Boa noite, James.

 

[SEXTA-FEIRA (11/08) - RESIDÊNCIA DOS EVANS - CAMBRIDGE]

Lily procurou ajudar sua mãe no máximo de afazeres que podia, já que no dia posterior estaria voltando a Londres. Organizou roupas de cama, os remédios do pai, fez um quadro com horários, lavou algumas roupas e fez compras no mercado; até picou alguns legumes, deixando-os prontos para o cozimento, o que facilitaria muito o dia de Elizabeth.

***

[11/08 12:55] James: E então, que horas eu te busco amanhã?

Lily saía da farmácia quando recebeu a mensagem. Era o horário do almoço e ela andava quase que correndo para casa, equilibrando trezentas sacolas nos braços. Arrumou um jeito de respondê-lo mesmo assim.

[11/08 12:58] Lily: Ainda não sei que horas vou sair daqui

[11/08 13:00] James: Vou esperar você me ligar

[11/08 13:02] Lily: Ok

***

Antes que a ruiva percebesse, já tinha anoitecido e ela estava deitada em sua cama, quase cochilando. Se mexeu, sobressaltada, quando lembrou que ainda tinha algo a fazer. Tateou a mesinha de cabeceira até encontrar o smartphone e logo enviou a mensagem.

[11/08 22:42] Lily: Oi. Você sabe se o James vai sair amanhã à noite?

Ela esperou a resposta; estava quase pegando no sono quando a notificação chegou.

[11/08 23:18] Sirius Black: Ruiva!

[11/08 23:18] Sirius Black: hmm, interessada por quê?

[11/08 23:19] Sirius Black: Até onde sei ele vai ficar em casa.

                Lily respondeu rapidamente, agradecendo a informação e ignorando a pergunta descarada, antes de enfim dormir.

 

[SÁBADO (12/08) - RESIDÊNCIA DOS EVANS]

Os amigos de Lily apareceram para se despedir, no sábado, e Tonks se dispôs a leva-la até a estação de trem quando estivesse pronta; “é só me ligar”, ela disse. A ruiva ainda tentou convencer Elizabeth de que seria melhor ficar, mas a mulher negou a todo custo, acabando com a discussão. Antes de ir embora, Antony abraçou a filha e pediu para que não se preocupasse; como se fosse possível, pensou ela. Quando finalmente pegou o trem para Londres, o sol começava a se pôr.

 

[SÁBADO (12/08) - EDIFÍCIO LUMUS SOLEM - LONDRES]

— Se você não buscar eu vou acabar jogando fora.

Eu já disse que vou buscar hoje! — um Sirius irritado dizia. – Vou desligar.

— Beleza.

Não joga fora!

— Relaxa, cara – riu e desligou.

Merlin roçou em seu pé e soltou um miado agudo, claramente pedindo por comida. Depois de encher o pote de ração, se jogou no sofá. Desbloqueou o celular, se perguntando se Lily já tinha saído de Cambridge, se já estaria chegando. O perfume dela as vezes aparecia por ali, inexplicavelmente, como naquele momento. Ele se levantou e seguiu para o banho, tentando não pensar tanto nela. Eu estou ficando maluco, dizia em sua cabeça.

 

[SÁBADO (12/08) - EDIFÍCIO SALVIO HEXIA]

A ruiva saiu do trem e pegou o primeiro taxi que avistou. Quando chegou no apartamento de Marlene, a loura andava para lá e para cá, apenas de calcinha e sutiã; arqueou uma sobrancelha.

— O que está acontecendo?

— Estou atrasada – abraçou rapidamente a amiga e entrou no quarto. – Como o tio Antony está?

— Melhorando – foi logo procurando algo pra vestir. – Vai sair com Sirius?

— Vou, e ele já deve estar chegando.

— Será que ele pode me levar em um lugar, rapidinho?

— Seria ótimo para eu conseguir terminar de me arrumar. Quer que eu ligue?

— Não, não. Quando ele chegar eu pergunto.

Lily tomou um banho incrivelmente rápido e vestiu qualquer coisa bonitinha que apareceu na sua frente. Sirius chegou no instante que ela terminava de passar um perfume. Correu para abrir a porta.

— Ruiva?

— Oi. Você pode me levar na casa do James?

— No momento estou indisponível. Vou sair com a Lene.

— É que ela está meio atrasada – o moreno arqueou a sobrancelha.

— O Sirius chegou? – o barulho do secador parou por um instante.

— Você vai demorar? – o rapaz perguntou.

— Um pouco. Dá pra você levar a Lily?

— Só porque eu já tinha que passar na casa dele – começou a descer as escadas. – Pega o capacete da Lene.

— Tem como parar numa pizzaria no caminho? – perguntou, quando subiu na garupa da moto.

— Tá de sacanagem, né? – ele deu partida. – Como vai levar uma pizza de moto?

— Eu me viro.

— Se você morrer, eu não me responsabilizo – acelerou.

 

[SÁBADO (12/08) - EDIFÍCIO LUMUS SOLEM]

James saiu do banheiro, esfregando a toalha nos cabelos molhados e, em seguida, a enrolou em torno do quadril, rumando para a cozinha. Pegou uma lata de refrigerante e abriu, tomando um gole generoso. Voltava para o quarto no instante em que a campainha tocou, só podia ser o Padfoot.

— Toma essa porra – disse na mesma hora em que abriu a porta, oferecendo a palheta azul. – Lily?

— Obrigado – o moreno disse, guardando a palheta no bolso. – Prontinho para a visita, huh? – James ainda olhava pasmo para a garota ao lado de Sirius. – Boa noite pra vocês – e saiu.

— Eu... Achei que você fosse me ligar – disse devagar. Ela tinha as bochechas coradas e o encarava de cima a baixo. – Entra – se afastou, dando passagem. – Fique à vontade, eu vou... bem... me vestir – passou ao mão pelos cabelos, sem graça.

— Ok – o observou entrar no que devia ser o seu quarto.

— E então, como seu pai está? – perguntou, vestindo rápido uma cueca.

— Muito melhor – ela colocou a pizza em cima da bancada da cozinha. – Minha mãe resolveu que vai contratar uma enfermeira pra ajudar, por mais que eu tenha dito que podia voltar.

— Você vai voltar? Pra Cambridge?

— Por enquanto não, mas se precisar... – ele então saiu do cômodo. Os cabelos continuavam bagunçados, mas agora vestia uma camisa de botões e uma calça moletom, claramente a primeira coisa que viu no armário.

— Por que não ligou? – indagou, se aproximando. Ele era extremamente bonito, sem nenhum esforço para ser.

— Queria fazer uma surpresa – mas quem acabou surpreendida foi eu, relembrou o momento em que ele abria a porta, apenas de toalha. – Achei que devíamos terminar nosso encontro – ele enfim viu a pizza.

— Você trouxe isso de moto?! – Lily fez que sim. – Como?!

— Talvez esteja um pouco revirada - sorriu amarelo.

O rapaz abriu a embalagem, estava mesmo uma bagunça; eles conseguiram ajeitar um pouco e sentaram no sofá para comer. Merlin não tardou a aparecer, fazendo a ruiva sorrir de maneira que James quis correr e pegar sua câmera para fotografar. Conversaram sobre como foi aquela semana; ele havia conseguido ser mais desajeitado do que o comum, e ela esteve tão ocupada que os únicos momentos livres eram os que pegava o celular para conversar com o rapaz.

— Você tem que chamá-los para cá! – James comentou, após ela contar sobre seus amigos. – A gente pode fazer uma festa na casa dos meus pais, tem espaço, piscina. 

— Eu disse a eles para virem. Acho que Tonks iria adorar o Remus – disse como quem sugere algo.

— E, pelo visto, Peter se daria bem com o John – respondeu usando o mesmo tom de voz dela. – E a Pandora? Também é solteira?

— Não, por quê? Algum interesse? – arqueou uma sobrancelha.

— Nela? Nenhum – sorriu de lado. – Em você? Todo.

A ruiva sentiu o estômago girar. Os olhares intensos, em pouco tempo, foram substituídos por beijos igualmente abrasados. As mãos de James escorregavam pela cintura e costas dela, fazendo-a arfar. Lily se deu conta do quanto sentiu saudade dele; mal conseguia ter pensamentos coesos, só queria senti-lo, prova-lo, como nunca quis.

Logo se encontrava sentada em seu colo, os joelhos apoiados no sofá, contornando o quadril do rapaz, enquanto suas mãos abriam os botões da camisa dele. Quando terminou, James também lhe arrancou a blusa e então eles se fitaram, ofegantes. Ele tinha algumas marcas arroxeadas nos braços e também no abdômen, Lily as encarou curiosa; o moreno pareceu ler seu pensamento.

— Eu sei o que parece, mas eu juro que esbarrei em todos os lugares possíveis – sua voz era fraca, pelo fato de estar sem fôlego, mas completamente sincera. Lily sorriu antes de voltar a beija-lo.

Os mínimos toques dela faziam sua pele queimar, um simples beijo era capaz de colocá-lo fora de si, ter o corpo dela tão perto, pele na pele, era atordoante de uma forma maravilhosa. Sempre que a ruiva aproximava a boca de sua orelha, por Deus!, ele pensava inteiramente afetado.

O suor umedecia seus cabelos quando a segurou firme pelas coxas, levantando do sofá e seguindo para o quarto. Desastrado, tropeçou no pé da cama, caindo no colchão; seu corpo colado ao dela. Gargalharam um pouco antes de retomar o que começaram, dessa vez sem pressa. Se despiram devagar, trocando olhares e carícias ao longo de todo o processo, em preliminares minuciosas.

A cada movimento, a boca de Lily se abria em resposta, mesmo que não fosse emitir palavra alguma. Arrepios percorriam a espinha dela toda vez que James beijava seu pescoço, roçando ali sua barba por fazer. Ela facilmente derreteria sob o olhar do moreno, cheio de desejo; nunca tinha estado com alguém tão intenso, feito sexo com tanta paixão. Sussurrou o nome dele antes de ter todos os músculos contraídos e então sentir o corpo inteiro relaxar.

James também chegou ao seu auge, suado e completamente sem ar; até queria dizer alguma coisa, mas nada parecia bom o suficiente perto do que tinha acabado de acontecer, portanto, continuaram em silêncio, apenas ouvindo suas respirações se acalmarem. Ele puxou a ruiva para o seu peito, afagando seus cabelos.

— Desse jeito eu vou dormir – ela comentou após um tempo.

— Essa é a intenção – respondeu ainda rouco; Lily sorriu, mas se afastou dele.

— Preciso de um banho – se espreguiçou de modo que o fez querer trazê-la de volta aos seus braços. – O banheiro é ali? – olhava para uma porta, ele fez que sim. Lily se levantou e andou até lá, parando por um instante antes de entrar. – Você vem? – perguntou, encarando-o. No minuto seguinte, os dois entravam no box.

***


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

♡ Não seja um leitor fantasma, comente! ♡

Muita informação num capítulo só? Talvez.
Eu estou muito curiosa para saber o que vocês acharam aaaaaa. Essa é a segunda cena de sexo que eu posto - estou corada nesse momento hahaha -, me contem a opinião de vocês, em que posso melhorar, se está muito ruim. Mas falem com carinho, hein?


* Você pode encontrar a foto do James com o Merlin aqui: https://weheartit.com/gabyramllo/collections/136644954-shit-my-glasses-fanfic*

Obrigada por ler até aqui e nos vemos no próximo! :)


♥ Agradecimentos especiais à SrtaProngs, minha beta maravilhosa ♥

Para outras histórias como essa, visite meu perfil: https://fanfiction.com.br/u/693020/
Se gostaram da fanfic, adicionem aos favoritos e indiquem a um amigo; façam uma ficwriter feliz :D

xx