Panic 2 escrita por CAIQUE COSTA


Capítulo 5
A mansão




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— Como eu não vi o que estava acontecendo? - Dylan diz, com sua mão cobrindo o rosto.

 

— Ei, calma. Você e nem o Kyle tiveram culpa. - Gwen diz, enquanto segurava sua bolsa nos braços.

 

Após a ambulância chegar e os policiais fazerem a verificação no lugar onde Stephano morreu, o corpo foi levado para o hospital para que pudessem fazer a autópsia. A casa da irmandade foi fechada, para que mais tarde, fizessem mais investigações. Dylan e Gwen permaneceram do lado de fora. Kyle tinha ido ao hospital, visitar William e se arrepender de ter escolhido uma discussão e ter deixado seu amigo morrer. Não só seu amigo, mas seu melhor amigo.

 

— Onde eu vou ficar até eles liberarem a casa? - Dylan perguntou, tentando pensar em um lugar.

 

— Não é nisso que você tem que pensar agora. Você acabou de ter uma discussão séria com o Kyle, e por isso, Stephano morreu. Deveria pensar em como vão se resolver. - Gwen disse, tentando dar um tapa de realidade no garoto.

 

— Eu sei disso. Sei que preciso me resolver. Mas eu já estou cansado disso tudo. - Ele coloca as duas mãos na cabeça.

 

— Talvez não vá ajudar em nada, mas… Kyle acabou de me mandar um mensagem. Disse para eu ir para a casa dele, ou melhor, a do pai dele. Ele vai chegar já. Que tal você ir junto, e lá, vão poder conversar direito. - A garota disse, após verificar seu celular.

 

— Acho que não é uma boa ideia. Depois do que aconteceu, não acho que ele vai me querer lá.

 

— Ele não precisa saber que você vai. Quando ele chegar e ver que vai ter a chance de se resolver com você, vai ficar muito feliz.

 

Dylan não recusou após isso. Os dois precisaram pegar um táxi para que pudessem chegar na casa do pai de Kyle. Ela era afastada, próximo a uma montanha. O caminho foi longo, e os dois puderam conversar um pouco. Depois de muitos minutos, eles chegaram. Inicialmente, bateram na porta, mas não tinha ninguém em casa. O rapaz achou um pouco confuso Kyle mandar ela ir para lá sem que alguém pudesse abrir a porta para a mesma. Mas é lógico, Gwen sabia onde ficava a chave reserva. A garota foi em direção a um vaso de plantas na varanda e pegou, debaixo do vaso, uma chave. E com ela, abriu a porta.

 

Assim que Gwen e Dylan entraram na casa, que era gigantesca, ele tentaram se acomodar. Era, de fato, uma mansão. A família de Kyle era muito rica. ninguém sabia onde o seu pai havia conseguido tanto dinheiro, mas todos ao seu redor aproveitavam dele. Dylan sempre acreditou que a forma do pai de seu amigo ganhar dinheiro, era desonesta.

 

Em uma área da casa havia uma estante, cheia de fotos. A família que morava lá, consistia em um pai, uma mãe, Kyle e sua irmã. Tinha milhares de fotos deles em cima daquela estante, e também, algumas fotos de Gwen junto com Kyle e sua família. Os dois namoravam a um certo tempo, e todos os familiares do rapaz gostavam de sua namorada.

 

Dylan se sentou no sofá, que havia na sala. No mesmo ambiente, havia também um pequeno bar, e nele, havia muitas bebidas, e a maioria, eram bebidas caras. O mesmo não sabia se podia beber, e muito menos, se podia estar ali. Mas, Gwen, não estava se preocupando com nada. A mesma foi até a cozinha do local, que era enorme, e trouxe um copo. O garoto não precisou ficar pensativo com as bebidas, pois a menina o levou o copo cheio de whiskey para ele.

 

— Não. Eu não deveria nem estar aqui, não vou beber.

 

— Vamos. Só um gole. No final, você não vai se arrepender de nada, eu juro. - Gwen retrucou, oferecendo o copo a ele.

 

— Gwen, eu já falei. Tira esse copo da minha frente. - O garoto falou, virando a cabeça. O mesmo estava diante de uma mesinha de vidro, bonita. Logo, a menina tirou o copo da frente do menino, o colocando sobre a pequena mesa, e em seguida, se sentando no sofá, ao lado de Dylan.

 

— Olha, você vai ficar desse jeito o resto do dia?

 

— Que jeito? Eu estou normal. - Ele respondeu, cruzando os braços.

 

— Esse jeito! irritante. Eu nunca vi você ficar assim. É por causa do Kyle, não é?

 

— Sim, é por causa dele. É por causa do Stephano, é por causa do William, é por causa da Cherie… - Nesse momento, Gwen virou sua cabeça um pouco. - … É por causa de tudo! Eu não nasci para viver assim. Eu não vim para a faculdade para ficar no meio de um massacre, e muito menos para correr o perigo de ser esfaqueado. - Após isso, ele não aguentou. O mesmo derramou suas lágrimas.

 

— Eu entendo. Estar no meio disso também não era um dos meus planos quando eu me inscrevi para a universidade. - Ela disse, fazendo um pequeno carinho com seus dedos no ombro do garoto.

 

— E ainda preciso me preocupar com minhas notas. Não está sendo nada fácil. - Dylan continuou dizendo, soluçando.

 

— Calma, vai ficar tudo bem. Isso tudo vai passar e aí você vai poder voltar a viver sua vida normal. - Nesse momento, a menina virou seu amigo para ela, o olhando nos olhos. Eles estavam avermelhados.

 

— E se não acabar? E se todos nós morrermos? E se perdemos para o assassino?

 

— Esse desgraçado não vai ganhar. Não se preocupe. Se fomos fortes para aguentar até aqui, podemos sobreviver. - Gwen, ao passar as palavras pela sua boca, ela foi deixando seu rosto cada vez mais perto do rosto de Dylan. Logo, ela selou seus lábios com os dele em um beijo. - Podemos sobreviver… - Ela disse, entre o beijo. Dylan nem mesmo pensou no que estava fazendo.

 

Os dois continuaram. O beijo continuou. Ele foi demorado, durando vários segundos. O rapaz, quando se viu naquela situação, afastou-se da garota, levantando do sofá.

 

— O que houve? - Gwen perguntou

 

— Como assim “o que houve”? - Disse Dylan. - O que você fez?

 

— Não posso mais te beijar?

 

— Gwen, estamos na casa do meu amigo, e você é namorada dele.

 

— Sim, idai?

 

— O que você está pensando? - Ele perguntou. A garota, por sua vez, se levantou também.

 

— Não importa. Podemos continuar agora.

 

— Mas… Mas, e o Kyle? - Ele disse, tentando se afastar da garota.

 

— Eu gosto dele também. - Dylan tentou dizer outra coisa, mas o dedo da menina foi parar entre a boca e o nariz dele, o calando.

 

O rapaz não recuou mais nenhum passo. Dessa vez, ele avançou. O mesmo segurou a menina pela cintura, a beijando novamente. Os dois continuaram naquele beijo por muitos minutos, até Gwen tirar sua blusa, e a camisa de Dylan. A partir daí, ambos foram para o quarto de casal, e lá, continuaram o que estavam fazendo.

 

+++

 

— Alô. - Gina disse, atendendo o seu celular.

 

— Gina, a Gwen foi para a minha casa, quer dizer, a casa do meu pai. Vá para lá também. - Kyle disse, enquanto saía da sala de hospital, onde William estava.

 

— O que? Por quê?

 

— Eu quero manter todos juntos. Esse assassino não vai matar mais ninguém.

 

— Mas, eu estou junto com a April. Ela veio para o meu dormitório depois que ela chegou do hospital. Estamos eu, ela e a Ivy aqui.

 

— O que essa vadia está fazendo perto de vocês? Saiam de perto dela agora, se não quiserem morrer! Essa desgraçada vai fazer vocês duas morrerem, vão embora logo!

 

Nesse momento, Gina desligou o telefone. Kyle estava gritando, e April estava ouvindo tudo.

 

— Olha, você me desculpa. Ele é muito cabeça - dura

 

— Não, tudo bem. Pessoas como ele não merecem estar vivas mesmo. - April respondeu, levantando sua cabeça levemente.

 

— Ele quer que nós fiquemos juntos, e disse para irmos para a casa do pai dele, que fica perto da montanha.

 

— Eu posso ir? - April perguntou, levantando uma de suas sobrancelhas.

 

— Não importa. Vamos. Ivy, você vem, não é?

 

— Eu prefiro ficar aqui. - Ivy respondeu. Ela tinha receio em andar com April, e principalmente, de ir com ela para algum lugar. Isso era por causa do que aconteceu com Cherie. A última pessoa a andar de carro com April.

 

— Tem certeza? - Gina perguntou mais uma vez, e recebeu a mesma resposta. Logo, ela partiu para a casa de Kyle

 

+++

 

Após o cansativo momento amoroso, Gwen e Dylan saíram debaixo do cobertor, um pouco suados.

 

— Nós… O que nós fizemos? - Dylan perguntou, um pouco ofegante

 

— Tivemos um momento bom e delicioso. Não gostou? - Gwen lhe respondeu, se aproximando mais dele, o envolvendo em seu braço.

 

— Gwen, quando Kyle souber disso, ele vai matar nós dois. Sabe que ele pode fazer isso.

 

— Então, não vamos contar para ele, e assim, podemos repetir isso muito mais vezes. - A menina disse, dando um beijo na boca do rapaz. O beijo não foi correspondido.

 

— É uma boa ideia. - Dylan disse, deixando que um silêncio tomasse conta do ambiente. Após poucos minutos, ele quebrou a falta de som. - Ah meu Deus! Kyle pode chegar a qualquer minuto! Precisamos colocar a roupa, rápido!

 

Ele se levantou da cama, saindo dos braços de Gwen, que por sua vez, olhou para o menino, confusa, mas logo o compreendeu e se levantou também. Os dois colocaram suas roupas e arrumaram, juntos, o quarto bagunçado. Logo, Dylan estava colocando a última almofada no lugar.

 

— Prontinho. Acho que não dá para notar, não é?

 

— Não. Parece que não houve nada aqui. - Gwen diz, soltando um pequeno sorriso. O garoto faz o mesmo, e logo, ambos saem do quarto.

 

Os dois jovens, assim que saíram do cômodo, atravessaram o grande corredor da mansão em que estavam, sozinhos. Já estava escuro, e algumas luzes da casa estavam apagadas. Eles chegaram a ter um pouco de medo ao verem uma certa escuridão nos outros cômodos. Porém, em todos os lugares por quais eles passavam, um deles acendia uma luz. Gwen e Dylan seguiram fazendo isso até que chegaram a grande sala, onde ficava a porta de entrada. Lá, acenderam as luzes, que fazia uma grande iluminação por quase todo o jardim do local.

 

— Acho que ele já deveria estar aqui. Por que ele está demorando? - Gwen perguntou, sentando-se no sofá.

 

— Eu não sei. Provavelmente parou para beber em algum bar. - Dylan respondeu, permanecendo em pé.

 

— Sim. Eu deveria ter pensado nisso. Talvez ele traga algumas cervejas também

 

Os dois continuaram a conversar, e no meio da conversa, surgiram alguns beijos e abraços demorados. Minutos se passaram, e Kyle havia chego. Assim que o mesmo parou o carro na frente da casa, Gwen e Dylan se prepararam para resolverem o assunto com o rapaz. Porém, eles não estavam preparados para o que estava a acontecer. Kyle olhou para dentro da mansão por uma janela, e através daquilo, ele viu Dylan e Gwen, bem próximos um do outro. Ele não pensou outra coisa, a não ser que os dois estavam juntos. Mesmo estando certo, ele não acreditava, e não tinha nada que pudesse lhe confirmar isso. Com ódio, ele largou tudo o que segurava - algumas compras - e partiu em direção a entrada principal. Gwen percebeu a fúria de seu namorado, e trancou a porta rapidamente para que o mesmo não entrasse. Kyle gritou e bateu na porta, xingando tanto a garota quanto o rapaz. A menina não queria que Kyle e Dylan brigassem fisicamente, então, mandou que o garoto que estava dentro da casa, ao seu lado, saísse pela porta de trás, pois ela conversaria com seu namorado. Dylan obedeceu, e assim, saiu do ambiente.

 

A menina tentava acalmar o rapaz furioso, mas era chamada de todos os nomes possíveis. As palavras que Gwen dizia não faziam nada em relação a Kyle. Ele continuava a bater fortemente na porta. Tão forte que a garota achou que, em algum momento, ele a quebraria e iria conseguir entrar. Gwen estava nervosa com tudo aquilo. Estava com medo. Por um instante, ela fechou os olhos, com esperança de que quando os abrisse, tudo se resolveria. Mas, após alguns segundos não vendo nada, ela ouviu um chamado de socorro do lado de fora. Quando a mesma abriu seus olhos, ela viu. Ela viu o assassino se aproximar cada vez mais de kyle, e logo, bater com a cabeça do menino no vidro da porta. Chegou a rachar.

 

— Não! - Ela gritou, tentando enxergar mais coisa do lado de fora, mas, a pequena janela da porta não facilitava

 

+++

 

— Alô

 

— Olá, Gwen! - A voz era do assassino. Ele ligou para a garota pouco tempo depois de ter pego Kyle.

 

— Onde ele está? O que fez com ele?

 

— Kyle está bem. Pode ficar tranquila, por enquanto. Mas, o que vai acontecer com ele em breve, vai depender de você

 

— Não, não, não, por favor! Não faz isso.

 

— Isso já está feito, sua vaca.

 

— Por favor! Eu te peço, deixa a gente em paz. - Ela disse, aos prantos

 

— Se você não parar de choramingar, não vai mais precisar se preocupar com o seu “namorado” - Quando ouviu o que o assassino disse, ela enxugou as lágrimas, tentando se recompor.

 

— Ok! O que você quer?

 

— Quero jogar um jogo, e você vai participar dele.

 

— O que eu tenho que fazer para vencê-lo?

 

— Seguir as regras, e assim, poderá ter ao menos uma esperança. Primeiro, quero que você vá até a cozinha, e abra as cortinas da porta de vidro. - Assim que ouviu o que deveria fazer, Gwen virou sua cabeça, com receio. Quando o fez, já na cozinha e com o assassino ainda na linha, ela se deparou com uma visão horrível. Kyle estava amarrado em uma cadeira, com as mãos e os pés envolvidos em uma corda, e sua boca, estava tampada com uma fita adesiva.

 

— Eu te peço, por favor, solta ele.

 

— Agora o jogo já começou, e não tem mais volta. Além disso, por quê eu deveria soltá-lo? Se ele morrer, você vai ter o Dylan para te saciar. - Nesse momento, Gwen abaixou a cabeça, um pouco envergonhada, mas não arrependida. - O jogo funciona da seguinte maneira: eu te faço uma pergunta, se você errar, Kyle morrer. Se acertar, ele vive, por mais tempo.

 

— Certo. Eu estou pronta. - Gwen respondeu, após um suspiro, enquanto uma lágrima escorria em seu rosto. Ela não estava pronta. Não queria que a vida de seu namorado dependesse dela, e muito menos, que aquilo acontecesse após ela o trair. Sendo assim, ela olhou em direção a Kyle, tentando observar se o assassino estava por perto, na escuridão da noite.

 

— Vamos começar! Primeira pergunta: qual é o nome do boneco do filme Gritos Mortais?

 

— Ah… Eu sei, eu sei… - Ela disse, mas na verdade, não tinha certeza se sabia ou não. - Billy, o nome dele é Billy.

 

+++

 

April havia chego na casa de Kyle, junto á Gina. As duas tinham se aproximado da mansão, mais especificamente, na porta da frente. Algo às surpreendeu. Sangue na porta, e um rachado no vidro. Uma olhou para a outra, e viram o que estava ocorrendo. A casa era cheia de entradas, e elas duas entraram dentro do local por uma delas, sem fazer muito barulho. A entrada pela qual ambas entraram dava de cara com um dos corredores. Olhando para um dos quartos, April viu uma tesoura. Não era muito grande, mas daria para se defender com ela caso precisasse. Assim, a menina a pegou, e saiu pela casa, ao lado de Gina, a procura de alguém, e principalmente, Kyle.

 

+++

 

— Muito bem, Gwen. Vamos a pergunta que definirá o final do seu namorado. - A menina apertou o punho, e assim, se preparou para a pergunta. - Quantos pregos tem na cabeça do Pinhead?

 

— O quê? Eu não sei! Ninguém sabe! Você não pode me dar esse tipo de pergunta. Eu posso não ter respondido, mas por favor, não mata ele. Eu te peço, por favor. Faz o que você quiser, mas não o mata. Deixe-nos em paz. Ele não merece isso, apesar de fazer tantas coisas ruins. Eu mereço, por favor, faz o que quiser comigo, mas deixa ele em paz. Eu o traí. Por favor. - Gwen implorou tanto que o assassino provavelmente nunca mais iria querer ouvir alguém dizendo “por favor”. Após terminar de falar, um silêncio tomou conta do telefone. Com isso, Gwen achou ter convencido o assassino, e tomou coragem para abrir a porta de vidro da cozinha, de onde observava Kyle. Quando se aproximou da cadeira e o desamarrou, ela apenas conseguia sorrir, diferente do rapaz.

 

— Sua vadia. O que estava fazendo com aquele canalha? Você deveria estar no meu lugar. - Foi assim que ele agradeceu a pessoas que salvou a vida dele.

 

Gwen não lhe deu bola. Apenas ficou mais feliz por ter convencido o indivíduo a não matar seu namorado.

 

— Vamos embora! - A garota disse quando Kyle já estava livre e de pé. Assim, ela se virou, afastando-se um pouco do rapaz. E nesse momento, aconteceu. O assassino se aproximou por trás dela, e quando a mesma virou-se, o indivíduo perfurou sua lâmina embaixo do queixo da menina, próximo ao pescoço. E naquela hora, ela não conseguia dizer nada, pois a lâmina atravessou sua mandíbula, e Kyle, que estava logo atrás dela, correu, deixando sua namorada para trás.


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