Star - Rainha das Trevas escrita por TopsyKreets


Capítulo 7
Despedidas Parte 1: A gente se vê no próximo verão!




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Star – Rainha das Trevas

 

Com Marco caído aos seus pés, a rainha encarava seus inimigos com um sorriso malicioso e um olhar de puro desprezo.

Uma leve poça vermelha ia se formando sob Star, vinda diretamente do corpo do rapaz.

 

— Alguém tem um plano? – Indagou Smoky.

— O de sempre, eu acho – Respondeu Dipper – Vamos com tudo.

— Gostei, vamos.

 

....

 

— Ah, que fofo – Comentou Star – Um casal um casal de caçadores anormais, dois aliens medícores e um filhote de dragão.

Sinceramente, como vocês acham que isso vai terminar?

— Anormais já é maldade sua – Disse Mabel.

Somos um casal de excêntricos....

— Vocês são irmãos que transam – Retificou Smoky.

— Por isso, excêntricos....

— Tecnicamente – Interrompeu Peridot – Somos três aliens medíocres.

A Smoky é uma fusão do Steven com a Ametista....

 

A rainha balançou a cabeça.

— Tudo bem. Não me importo. Estou cansada e suja de sangue.

Vou simplesmente vaporizar todos. Pode ser?

 

O olhar de Star brilhou num intenso verde esmeralda – combinando com o brilho similar da varinha.

Ela estava pronta para o feitiço final. Para o golpe mortal, que varreria tudo e todos.

Uma magia negra tão perversa quanto imoral.

Algo que não pode ser descrito com palavras de um mero mortal.

 

....

 

E não pode mesmo.

Ela não conseguiu lança-lo.

 

....

 

Levou uns segundos para que ela notasse.

A varinha estava, de fato, em sua mão. Mas esta não se mexia, de forma alguma.

 

E não era somente isso.

 

Braços e pernas apresentavam o mesmo comportamento.

Star Buterfly – A rainha das trevas, soberana de mundos, imperadora dos mortos-vivos doces da 17° dimensão – estava total e completamente paralisada, do pescoço para baixo.

Os únicos movimentos que conseguiu manter eram um leve balanço com a cabeça e seus comentários ardilosos. Até hoje não se descobriu um único feitiço que pudesse calar aquela matraca infernal.

 

— Não.... Eu não posso....

SEUS BASTARDOS!!!

O QUE VOCÊS FIZERAM COMIGO?!?!?!

— Que filho da mãe.... – Disse Dipper, ainda atônito – O Marco conseguiu.

Deveria dar uma olhada nas suas pernas, rainha.

 

....

 

Senhoras e senhores, eu lhes apresento o plano.

 

Com muito esforço, Star conseguiu mexer a cabeça o suficiente para ver marcas ancestrais desenhadas em suas pernas, com sangue humano de um certo latino moribundo.

Marco ainda estava vivo. E gastando toda a sua energia restante para sorrir, mesmo que ninguém conseguisse ver direito pelo inchaço de seu rosto e a sujeira vinda das botas da rainha.

 

— Encantamento Sanguíneo Paralisante?!.... Como ele....

— Vindo direto do seu livro de feitiços, que nós traduzimos – Disse Mabel.

— Nunca conseguiríamos usa-lo em você – Afirmou Dipper – Mas ele tinha certeza que conseguiria chegar perto o bastante.

Se nos der licença, majestade....

 

Smoky e Peridot correram para perto da rainha, afim de trazer Marco para perto ( e ao mesmo tempo, para afasta-lo da sacana).

Dipper, por sua vez, tirou a varinha de suas mãos e lançou para Mabel.

(In)felizmente, ela foi interceptada pelo filhote de Dragão, que agarrou com os dentes e passou a utiliza-la como se fosse um brinquedo para mastigar.

 

— Se soubesse usar feitiços sem sua varinha, aí sim seria um problema.

Mas acho que você nunca aprendeu, não é?

Erro de iniciante, majestade.

— Seu verme imundo. Eu vou matar você!

Vou estraçalhar seus ossos!

Eu vou....

 

Mabel se adiantou e, retirando um enorme pedaço de fita adesiva do bolso, calou com sucesso a boca da rainha.

— Ninguém pode falar com o meu irmão assim.

Só eu.

 

....

 

Quem diria.

Fita adesiva é, sem sombra de dúvidas, algo mágico.

 

....

 

— Aguenta firme, líder, a gente vai te consertar – Disse Peridot.

 

Eles apoiaram Marco o mais confortavelmente que podiam.

Contudo, ele já tinha perdido muito sangue.

 

Com um suor frio escorrendo, ele já não sentia mais as pernas.

Nem podia enxergar. Sequer vultos ou formas.

 

Estava muito próximo do fim.

 

Ele tossiu e levantou uma das mãos.

Smoky Quartz a agarrou, com a delicadeza de uma lady.

E a determinação de um amigo.

— Todos vocês....

São esquisitos.... Bizarros.... E únicos....

Nunca mudem.... Só se for para melhor....

Não queria que tivesse acabado.... Assim....

— Pára de falar, líder – Argumentou Dipper, fazendo um esforço considerável para conter a emoção – Não vai morrer hoje....

— Pior... Que vou....

Eu tinha um compromisso, sabe?

Daqui a uns dias.... Não queria perder....

 

Sua voz começou a falhar, bem como a audição.

Uma das poucas verdades dessa vida é que nunca sabemos qual será nosso último pensamento, antes do fim.

E por pouco, o de Marco poderia ter sido sobre as poltronas reclináveis da Rose II.

— .... Poltronas.... Macias....

 

Finalmente, ele perdeu a consciência.

 

....

 

Star causara aquilo.

Ainda assim, até ela se emocionou, ali parada, como uma estátua de mármore.

Mabel e seu mascote fizeram um esforço considerável para não conter a emoção, começando a chorar feito crianças.

 

— Está na hora – Disse Peridot.

— Tá certo – Respondeu Smoky.

Com um movimento rápido, Smoky Quartz desapareceu num brilho alaranjado, trazendo Steven e Ametista à tona, mais uma vez.

 

A Gem correu e passou a mão pelo rosto de Marco.

 Em seguida, o beijou afetuosamente nos lábios.

 

Não era necessário que fosse de língua, mas ela não quis perder a oportunidade.

Um brilho branco e ofuscante começou a sair das feridas do rapaz, lacrando-as.

As manchas de sangue no rosto, inchaços e feridas iam desaparecendo ao passo em que o beijo se desenrolava.

Em alguns segundos, Marco estava bem, como se nunca houvesse lutado.

Suas roupas ainda estavam rasgadas e imundas, mas ele podia conviver com isso.

 

 Mais uma vez, os irmãos Pines ficaram pasmos, mas ajudaram o rapaz a se levantar

 Steven e Peridot trocaram um satisfatório High-Five.

— O que foi isso? – Perguntou Marco.

— Eu e o Steven somou de uma linhagem de alienígenas que têm poderes curativos – Respondeu Ametista.

— Então porque deixou para o último segundo?!?!

— Não se interrompe um monólogo de morte, chefe.

É descortês. Todo mundo sabe disso.

— Verdade – Concordaram Steven e Peridot, ao mesmo tempo.

 

Marco agarrou Ametista, abraçando-a com todo o afeto do mundo.

Ela corou de imediato, não esperando retribuições formais.

— Obrigado, muito brigado.

— Uau, sempre que você quiser.

 

....

 

Dipper arrancou a varinha da boca do dragão, limpou com a borda de sua camisa e entregou ao líder da rebelião.

— Papai?... – Perguntou o pequeno monstrinho.

— Vou pensar no seu caso.

— Que isso! – Corrigiu Mabel – Deixa o Cthulhu em paz!

Cthulhu ?! Deu o nome de Cthulhu para essa coisa?!

 — Eu gosto.

 

Enquanto a conversa desenrolava, Marco se aproximou de Star, tirando a fita adesiva de sua boca.

— Não queria que fosse desse jeito.

— Nem eu.

Quem se importa. Meus parabéns. Acho que essa é a parte onde você arranca a minha cabeça, não é?

Hora de matar a “vadia”.

— Não.

A gente não vai te matar.

Os Pines traduziram o suficiente do livro para aprenderem a congelar alguém no cristal.

Vamos libertar todos que você prendeu. E vamos te deixar lá, no meio daquele abismo.

 

Sem poder se mexer, Star só podia refletir seu pânico pelo olhar de puro medo.

— Não ousaria.... Não pode...

— Eu? Não. Dipper e a Mabel, por outro lado....

— Nunca te amei.... Eu te odeio. E eu vou fugir daqui....

 

Respondendo o olhar desesperado da rainha com um de pura melancolia, o líder da rebelião voltou a cobrir a boca da majestade com fita adesiva.

— Eu quero um tempo do nosso relacionamento.

Não é você. Sou eu....

Eu não quero mais namorar uma maluca.

Tchau, Star. Te vejo daqui a algumas décadas, quem sabe.

 

O máximo que Star pôde fazer, em seu último momento com Marco, foi liberar uma pequena e curta lágrima, feita de puro ódio.

Virando-se para os caçadores, ele lançou de volta a varinha para a boca agitada de Cthulhu.

— Pode ficar. Só sumam com essa coisa. Sejam criativos.

— Vamos ser – Concordou Mabel.

 

E com esse ato, ele partiu na frente, sendo seguido por Ametista, Steven e Peridot.

Os Pines ficaram para trás, dando início ao feitiço de congelamento de Star.

 

Quem não conhecia Marco jurava que o rapaz, ainda que fosse o mais novo do grupo, esbanjava coragem.

O suficiente para dar as costas para a ex-namorada, de modo frio, voltando sua atenção com os demais para a batalha, que ainda estava ocorrendo do lado de fora do castelo.

E, embora realmente tivesse a intenção de ajudar Ambrosia e os Pugs malditos na luta, não foi por isso que ele tomou a frente do grupo.

 

No momento, a única coisa que ele queria era esconder as lágrimas que escapavam desordenadamente de seus olhos cansados.

 

....

 

Amadurecer também significa aprender a deixar de amar alguém que não merece esse sentimento.

 

Marco Diaz aprendeu essa lição da pior maneira concebível.

 

 


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