Star - Rainha das Trevas escrita por TopsyKreets


Capítulo 8
Despedidas Parte 2: Até mais e obrigado pelos peixes!




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Star – Rainha das Trevas

 

Quando Star foi capturada, não foi tão difícil derrotar seu exército de doces.

Os que não foram destruídos ou devorados, tiveram o mesmo destino da rainha.

Congelados no cristal, num deserto sem fim.

 

Os Pugs lutaram com bravura, honra e....

Considerando seu péssimo histórico como saqueadores intergalácticos (e ferinhas irritantes), foram muito bem.

Seu rei os saldou com bravura, depois que este voltou de sua viagem na praia com sua noiva – a princesa Cabeça de Pônei, futura rainha eleita dos Pugs malditos.

 

Assim, as feras ganharam, pela primeira vez na história, uma residência fixa.

No castelo da princesa e futura rainha dos cãezinhos de focinho amassado.

Deles, mais nada cabe a ser dito, com o pequeno detalhe de uma única baixa de guerra:

 

A general Pug Ambrosia desapareceu na luta, sem deixar vestígios.

 

Marco sentiu falta da pequena. Não conseguir agradecer a ajuda, nem mesmo realizar os carinhos na barriga que ela tão graciosamente exigiu dele.

 

Eclipsa também não pôde ser encontrada.

 

....

 

Nos dias seguintes, a grupo de rebeldes realizaram um árduo trabalho, descongelando os reféns da rainha deposta.

Seu líder mal se conteve quando descobriu que os pais de Star estavam entre eles.

 

Full Moon passou boa parte do tempo se culpando, à contragosto de Marco.

Caberia à mulher o que seria a missão mais difícil.

Ela teria de reconstruir Mewni. E dessa vez (a pedido dos súditos) sem magia.

 

É provável que ela se sinta ainda pior quando, um dia, tiver que escolher alguém para passar a coroa, sabendo que não poderá contar com a filha.

No entanto, Full Moon já estava pensando em alguém.

 

Talvez não uma garota, mas quem sabe um rei latino com planos mirabolantes e ruins não seria o que o reino estivesse precisando, no fim das contas?

 

....

 

No fim, só restava as despedidas.

Ou pelo menos um “até logo”, prolongado.

 

Steven e as Gems deram um carona a Marco, Dipper, Mabel e Cthulhu, deixando-os em Echo Creek.

Depois de cumprimentar os Pines e acariciar o dragão, ele se virou para Marco, com um enorme sorriso no rosto.

— Vê se aparece para me visitar.

Moro na praia. Podemos sair e surfar.

E Ametista quer te ver de novo, a propósito.

— Sério?

— Se não gostar de sair com ela, pode escolher.

Moro com mais umas quinze garotas.

 

Marco arqueou uma das sobrancelhas, explicitando uma certa dúvida na afirmação do amigo.

— Todas elas são guerreiras alienígenas, mortais e mais fortes do que eu, né?

— Com certeza.

— Legal, curti. Te vejo no próximo final de semana.

Eu pago o almoço.

 

Sem mais delongas, a nave de guerra Rose II cortou os céus, se misturando com a luz do sol radiante da cidade, sumindo no horizonte azul e sem fim.

 

....

 

Passada meia hora, os quatro aguardaram no ponto de ônibus até a próxima carona dos irmãos chegarem.

— Tem certeza que não querem que eu chame um táxi?

— Relaxa, herói – Brincou Mabel, beijando Marco no rosto – A gente se vira.

— De qualquer forma – Comentou Dipper – Ainda não vamos para casa. Temos trabalho a fazer.

 

O rapaz ficou perplexo com a afirmação determinada do caçador de monstros.

— Sério? Mas acabaram de vir de uma guerra!

— É, e já temos lobisomens para caçar em Delaware, Ohio.

E fantasmas para exorcizar em Woodsboro, Maryland.

— Uau....

— Não se preocupe, querido – Disse Mabel – Pedimos reforços.

E lá vêm eles.

 

Dirigindo um Impala 69 novinho, os dois homens chegaram com estilo, além dos alto-falantes do carro tocando Carry on Wayward Son no volume máximo

— Amigos de vocês?

— De longa data – Confirmou a caçadora.

 

Com um último aperto de mão de Dipper, um abraço apertado de Mabel (e uma lambida amigável de Cthulhu), os irmãos caíram na estrada e partiram rumo a mais monstros, guerras e quartos de hotéis duas estrelas, com preços modestos.

 

....

 

Olhando para o relógio, Marco sabia que não conseguiria trocar de roupa antes de ir a seu compromisso, então o jeito era ir com as vestes rasgadas, cobertas de sangue seco e chocolate 78% cacau.

Correndo como seu o mundo fosse acabar, ele atravessou os portões da Escola de Echo Creek, parando somente por um único fato.

 

Sentada em um dos bancos da instituição, lá estava Eclipsa.

 

Ainda com a mesmo vestido negro e chapéu. O único detalhe que mudara era a pequena Pug em seu colo, na qual fazia afagos constantes na barriga.

E Ambrosia amava cada segundo disso – o bastante para abandoar seu posto e fugir com a rainha das trevas original.

 

— Você tem um minuto? – Perguntou Eclipsa.

 

Ele olhou uma segunda vez para o relógio.

Não tinha um minuto, mas decidiu se sentar com ela, mesmo assim.

 

....

 

— Não precisava ter partido tão rápido – Disse o jovem.

— É claro que precisava. Sou uma criminosa intergaláctica.

Além do mais, ninguém pensou em e procurar nesse planetinha rústico e atrasado como a Terra.

— Veio pela Netflix, né?

— Ainda não terminei de assistir Bojack Horseman.

Então era aqui ou na dimensão das Cabeças-Pônei, mas lá está meio lotado.

— Entendo.

 

Com um clarão, algo veio à mente de Marco.

Um detalhe, no meio de tudo.

— Tom ainda está vivo?

 

A mulher passou a mão no queixo, parando para pensar pela primeira vez no assunto.

— Creio que sim.

— Posso perguntar onde ele está?

— Claro que pode.

— E você responderia?

— Claro que não.

 

Ele riu e deu de ombros.

— Algo que queira me dizer?

— Sei o que é quando alguém não corresponde seu amor sincero.

Não para de doer. Nunca.

— Imaginei.

— Mas você, acima de todos, vai se acostumar com a dor.

Com o tempo, incomoda menos.

— Que bom, melhor pra mim.

— Vai ser só uma dor chatinha, no canto esquerdo do peito.

Vai incomodar tanto quanto.... Uma mordida de Pug.

Sem ofender, garota.

— Não me ofendi – Respondeu Ambrosia.

 

Levantando-se, Marco fez uma reverência, curvando-se a Eclipsa.

Ela sorriu, devolvendo com um aceno.

— Tenho que ir agora. Mas me conta: tem para onde ir?

— Não pensei nisso, ainda.

— Se quiser, eu tenho um quarto sobrando.

 

Surpresa pelo convite, ela não conseguiu responder de imediato.

Quando conseguiu, se limitou a indagar:

— Tem Netflix?

 

Marco voltou a rir. Dessa vez, um gargalhar alto, para quem quisesse ouvir.

Eclipsa não entendeu o porquê. Seu senso de humor ainda estava muito enferrujado.

— Sim, nós temos Netflix.

— Eu posso ir? – Perguntou Ambrosia.

— Claro.

— Nesse caso, aceito sua proposta – Disse Ecllipsa.

— Ótimo – Ele concluiu – Me encontre aqui em uma hora.

Quando eu voltar, levo as duas para jantar.

Mas agora, tenho uma prova para fazer.

 

....

 

Atravessando o corredor, ele entrou na sala de aula feito um relâmpago.

 

Todos os alunos pararam de fazer a avaliação final de álgebra para analisar marco Diaz, completamente imundo, ligeiramente suado e com um leve aroma de escama de dragão.

 

— Espero que tenha um bom motivo para o atraso, senhor Diaz – Anunciou a professora.

— Na verdade, eu tenho. Fui para uma dimensão alternativa, vencer uma rainha maléfica de um exército de mortos-vivos e....

— Tenta de novo – interrompeu a mulher.

 

Ele se olhou de cima a baixo.

Passou a mão pelo furo da camisa onde sua própria lâmina o atravessara.

Viu os pingos de sangue – seu sangue – restos de chocolate nas botas e pelos caninos nas calças.

 

— Eu.... Acordei tarde?

 

A professora balançou a cabeça e apontou para uma das mesas da frente.

— Da próxima, conte a verdade, de primeira.

Pode se sentar e começar.

 

Afundando-se na cadeira, ele se sentiu grato por poder esquecer dos problemas por uns minutos e se concentrar somente no cálculo de gráficos das equações de segundo grau.

 

Algo que considerava reconfortante, depois de tudo o que passara.

 

— Cara, o que houve com você? – Perguntou Janna, sentada ao seu lado, impactada pelas roupas de Marco.

— Eu apanhei.

— Isso não faz parte do seu feitio....

— Apanhei de uma garota.

— Tudo bem – Ela riu, em tom de desdém – Isso sim é a sua cara!

— Cala a boca e me passa uma caneta!

 

....

 

ESCOLA ELEMENTAR ECHO CREEK

Prova Final de álgebra

Aluno: Marco Ubaldo Diaz

Nota: B+

Observação do corpo docente:

Teria tirado um A+, se não entregasse a prova suja de sangue seco.

Higiene é fundamental.

 

....

 

Agradeço a todos por terem lido até aqui.

Foi uma jornada e tanto, para mim.

Uma jornada que, infelizmente, chega ao fim.

Amei escrever essas histórias. Ver como as pessoas lidavam com meu ponto de vista, arriscando a dizer que ele é, no mínimo, interessante.

 

Contudo, certas coisas exigem minha atenção e terei de parar.

 

Coisas sem sentido, irritantes e cansativas.

Mas fazer o que, né?

Nem sempre fazemos tudo o que gostamos.

 

Com frequência, temos que fazer o que deve ser feito. Porque é o certo.

Logo, nem sempre será agradável. Mas se tudo ocorrer bem (e rezo para que ocorra), se sentirão bem, ao final.

 

Um final que, na maioria dos casos, é apenas um recomeço da jornada.

 

Só faltou uma namorada, mas nada é perfeito.

Então, espero que façam como eu.

Não desistam.

 

 

Atenciosamente, seu humilde servo.

Topsy Kreets.

 

 


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