Star - Rainha das Trevas escrita por TopsyKreets


Capítulo 3
Incesto, carinhos na barriga e Netflix




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Star – Rainha das Trevas

 

Marco retirou da mochila o velho livro de feitiços, surrupiado ousadamente das posses de Star.

 

Tal coletânea de encantamentos por sua vez já pertencera a própria Eclipsa.

 

— Não estou pedindo que entre no campo de batalha – Disse Marco.

Quero apenas que você traduza o que puder, para que tenhamos uma vantagem.

Não é tão complicado.

— De fato – Respondeu Eclipsa – Não é.

— Então, vai ajudar?

— Não.

 

....

 

— Têm gente morrendo, mulher! – Bradou Steven.

Mulheres, crianças!

— Cãezinhos! – Complementou Corn Flakes.

— Pense nos cãezinhos.... – Suplicou Mabel.

 

A primeira rainha das trevas balançou a cabeça, em negativa.

— Pode ser o cansaço por mim, e a carência.... – Iniciou Eclipsa – Mas entendo o lado de vocês. Até acho seu líder bonitinho....

— Obrigado – Respondeu Marco – Eu acho.

— .... Mas são vocês que têm que entender o meu.

Eu mesma já tentei dominar o universo.

— Com um exército de demônios....

— Exato. E olha no que deu. Passei séculos num maldito cubo de gelo.

Perdi tudo. E pra quê? Perda de tempo.

E mesmo que consigam matar Star, novas rainhas das trevas surgirão para tomar seu lugar. Isso é um tormento sem fim, pode acreditar. Nunca acaba.

— Não vamos mata-la.

Vamos detê-la. Mas não vamos encostar um dedo nela, se não for necessário.

 

....

 

A afirmação solene de Marco pegou todos – até mesmo Eclipsa – de surpresa.

Steven, Mabel, Pônei e o rei Pug achavam que não seria necessário ressaltar o óbvio.

 

De uma forma ou outra, a vadia teria que morrer....

Do contrário, como parariam Star?

 

— Boa sorte com isso. É um plano de merda.

Estou fora.

— E vai fazer o que?! – Urrou o rapaz – Vai desistir, se jogar no sofá e assistir tv até o fim dos tempos?!?!

— Não tinha pensado nisso ainda, mas....

É um bom começo.

 

Sem mais devaneios depressivos, ela arrancou o ovo das mãos de Marco, uma rosquinha das mãos de Steven e se pôs para fora da sala.

 

....

 

Nas horas seguintes, Mabel utilizou o comunicador dimensional de Marco para fazer contato com seu irmão.

 

Enquanto isso, Cabeça-Pônei e Corn Flakes decidiram aproveitar o momento e sair para um encontro, ainda que a contragosto da princesa.

Marco estava deitado no maldito sofá rosa horroroso, se lamuriando e fazendo carinho na barriga de um dos Pugs quando Steven retornou.

 

— Onde a Eclipsa está?

— No quarto da princesa – Respondeu Steven.

Ela descobriu o que é Netflix, então parece que vai ficar ocupada por um tempo.

— O que ela está assistindo?

Bojack Horseman. Mas isso não é o que me preocupa.

Ela está conversando. Com o ovo.

 

O líder achou melhor se sentar para absorver melhor a notícia.

Ainda assim, continuou o afago no Pug.

— A primeira rainha das trevas, soberana do submundo, está assistindo Bojack Horseman enquanto conversa com um ovo?

— E aparentemente a conversa está rendendo.

 

....

 

— Detesto minha vida.

— Não desanime, herói – Interrompeu Mabel – Você pode não contar com a bruxa, mas ainda têm a gente.

— E o que adianta? Não temos nem um plano.

— Claro que temos – Afirmou a caçadora, radiante – E temos porque eu posso traduzir o livro.

 

O guerreiro Gem ficou pasmo.

Marco olhou para a cadela em seu colo.

— Ambrosia, podemos terminar isso depois?

— Claro – Ela respondeu.

 

Levantando-se, ele encarou Mabel nos olhos, segurando-a pelos ombros.

— Não brinque com meus sentimentos....

— Estou falando sério. Eu posso.... Quero dizer, meu irmão e eu podemos.

E ele já está vindo pra cá.

 

Exaltado com a informação, Marco correu desenfreado pela sala, abrindo em enorme mapa na mesa. Os demais se aproximaram para entender os pontos marcados no papel.

— Perfeito, isso é.... Mabel, eu te amo.

— Não se empolgue, já tenho namorado.

 

Eles riram um pouco antes que o rapaz pudesse explicar a situação.

Depois de tanta raiva, lágrimas e arrependimento, um pouco de humor não caía nada mal, àquela altura.

 

— Bem, com o livro traduzido, temos alguma chance de prender a Star.

— Não podemos, sei lá, só mata-la? – Perguntou Steven.

— Ele tem razão – Concordou Mabel – Seria muito mais fácil.

Vamos matar a vadia!

— Eu voto por matar a vadia – Repetiu Universe.

— Matar a vadia parece um bom plano – Disse Ambrosia.

Seria algo que o rei concordaria.

 

Marco olhou para os três com seriedade antes de responder.

Ele deveria ser o mais novo do grupo. Steven e Mabel já estavam na casa dos vinte.

A pequena pug já tinha mais de trinta.

 

Mesmo assim, tinha algo no rapaz, algo na voz, em sua convicção, que convencia qualquer um, a qualquer coisa.

Se não fosse por isso, jamais teria convencido Corn Flakes a ajudar.

Ou os demais, no péssimo – e ênfase no péssimo— plano a seguir.

 

— Mataria seu irmão se ele se tornasse maligno?

Virando - se para Steven e a pequena Pug, ele refez a pergunta.

— Ou alguém da sua família? Mataria seu rei?

 

Os três se entreolharam, mas não conseguiram responder ao rapaz.

E com razão. Ele tinha um ponto.

 

— Então vocês três têm que entender que eu não posso mata-la.

Sei que meus planos são ruins. Mas por algum milagre divino, eles funcionam.

Me deem uma chance. Por favor.

 

....

 

— O que eu posso dizer – Respondeu Mabel.

Me convenceu.

— É. Que se dane – Disse Steven – Vamos pegar os Pugs e ir de cabeça nesse plano de merda.

— Se eu ganhar mais carinhos na barriga, eu topo – Completou Ambrosia.

— E vai ganhar. Só que ainda temos um detalhe a resolver.

 

Apontando para o mapa, Marco continuou.

— Se os Pugs nos derem cobertura, vamos ter uma chance de chegar até o castelo. Mas ainda precisamos de uma forma de chegar até lá. Portais estão fora de cogitação.

Nem temos carros ou comboios.

Precisamos de transporte. E tem que ser veloz.

— Eu cuido disso – Anunciou Steven.

O meu grupo ainda está se recuperando do último ataque da rainha, mas temos uma nave em condições de voar.

— Ela pode levar a todos? Inclusive os Pugs.

— Pode apostar.

— Isso! Agora, sim. As chances estão melhorando!

 

Passando o comunicador para o rapaz e o livro para Mabel, o otimismo na voz de marco retornara, a todo o vapor.

Pela primeira vez em meses, ele enxergava um final.

 

....

 

Se ele soubesse, neste momento, como o final seria, talvez não ficasse tão animado.

No entanto, com um plano de merda como esses, o que ele poderia esperar?

 

Um final feliz?

 

Não nessa história. Será um final digno. Mas muito longe de ser feliz.

 

....

 

— Entre em contato com a sua equipe, Steven.

Assim que os Pines traduzirem o suficiente, vamos a guerra.

Até lá, nós....

 

O líder fora interrompido por uma explosão de energia que rompeu o tecido do espaço-tempo, diante do grupo.

Saindo por dentre o portal, Dipper Pines – o irmão gêmeo de Mabel – surgiu trazendo consigo uma bolsa repleta de armamentos, água benta e sémen de unicórnio.

 

Todo mundo sabe que, quando um caçador carrega sêmen de unicórnio, é porque ele sabe exatamente o que está fazendo.

Mabel correu em disparada, lançando-se afetuosamente nos braços do irmão.

Estavam separados há meses, desde que Star Buterfly invadira a cidade dos gêmeos, Gravity Falls, alguns meses antes.

 

E se não fosse pelos planos ruins de Marco Diaz, esse reencontro não teria sido possível.

 

Enquanto eles trocavam carinhos, os demais achavam a cena meiga.

O que rapidamente mudou para um leve tom de bizarro quando o abraço se tornou um beijo de língua e passadas de mão em lugares inapropriados.

— Deixe eu lhes apresentar.

Esse é o Dipper.

— Achei que fosse trazer seu irmão, não namorado – Retrucou Steven.

— Não esquente com isso. Ele é ambos.

 

....

 

Tanto Steven como Marco e Ambrosia gostariam muito de poder esquecer da cena que acabaram de presenciar, tanto para o moral do grupo quanto para proteger a sanidade do recinto.

 

Tarde demais. Visto, jamais desvisto.

 


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