Star - Rainha das Trevas escrita por TopsyKreets


Capítulo 2
Apresentações devem ser feitas




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Star – Rainha das Trevas

 

Castelo do Rei Cabeça de Pônei

 

Quando os reforços chegaram, Marco, Pônei e os Pugs já haviam partido, levando consigo quatro prisioneiros da rainha das trevas, imersos em cristais negros.

Com sorte, algum deles seria Eclipsa.

 

E com mais sorte ainda, talvez ela se despusesse a ajudar na batalha final contra Star.

 

....

 

No fundo, o rapaz rezava para que não fosse necessária uma luta, propriamente dita, entre os dois. Ansiava que ela estivesse possuída ou refém de alguma entidade sobrenatural.

Do contrário, teria de aceitar que o amor de sua vida realmente se tornara um monstro maligno, com um exército de monstros de açúcar, que estava destruindo tudo o que encontrava pelo caminho.

 

A esperança move montanhas. Te leva a lugares desconhecidos.

Mas, inevitavelmente, acaba.

 

Com lágrimas e desespero, no geral.

 

....

 

Enquanto Marco usava um secador de cabelo mágico para libertar o primeiro dos prisioneiros, a princesa e o rei assistiam a cena de camarote, sentados em um sofá, num cintilante e maldito tom de rosa.

Os demais Pugs de Corn Flakes — que deviam estar em cerca de três mil – estavam jogados por todos os quatro cantos do castelo, em uma imersa onda de indigestão alimentar e sono.

 

Típico.

 

— Vejam, é uma mulher! – Apontou a princesa.

Talvez você tem acertado na primeira tentativa, Marco!

— Eu duvido – Interrompeu o rei Pug – Não seria tão fácil.

 

E ele estava certo. Não seria.

Assim que acabou, a mulher caiu nos braços do Marco, ainda desnorteada pelo congelamento recente.

Segurando-a com firmeza, ele chegou perto o suficiente para analisa-la.

 

Ela era linda. Esbelta. Os cabelos encaracolados combinavam bem com a falta de sutiã por de baixo da camisa – fato que marco pôde sentir na flor da pele, ao tentar mante-la de pé.

Ela levou apenas alguns segundos para manter força o suficiente nas pernas, pondo-se de pé, sozinha.

 

Não levou muito tempo, contudo, para que o trio descobrisse que a mulher não era somente fabulosa, como uma tremenda de uma sem noção.

— Wow, tive sonhos esquisitos, ali dentro! – Disse ela.

Matar monstros e ser congelada dá fome. Alguém aqui tem panquecas?

 

O Pug atirou para a moça um pedaço de chocolate.

— É tudo o que temos por aqui. 80% cacau.

— Aceitaria mesmo que fosse só 35%. Obrigada.

 

Enquanto engolia sem pudor, Marco não pode deixar de notar que a conhecia de algum lugar.

— Desculpe, eu já te vi antes?

 

Ela balançou a cabeça.

— Se eu tivesse conhecido uma cabeça voadora de pônei, um Pug falante, eu me lembraria. Então, acho que não.

Mas deixa eu me apresentar.

Pines. Mabel Pines. Caçadora de recompensas. Ao seu dispor, querido.

 

....

 

— Sabia que te conhecia! – Surpreendeu-se Marco – Eu e minha namorada líamos sobre você! É uma caçadora de monstros/estilista!

Você é uma lenda!

— Ah! Vocês dois tem bom gosto!

— Na verdade – Retificou Pônei – Foi a namorada dele que te congelou.

 

Mabel deu de ombros.

— Nesse caso, você tem um péssimo gosto para mulheres.

 

....

 

Agora, com Mabel em um dos lados do sofá, Flakes do outro e a princesa no meio, o rapaz continuou o trabalho árduo de descongelar o segundo prisioneiro.

Neste caso, o trabalho fora feito mais rápido, já que o jovem em questão era ligeiramente menor que Mabel, ainda que mais encorpado.

 

— Sabe, acho que você dois formam um casal muito fofo! – Disse Mabel.

— Obrigado, eu também acho! – Respondeu o rei Pug.

— Não comente – Repudiou a princesa, de mal humor.

Jamais.

— Só dizendo....

 

Por fim, ele estava libertado.

 

O rapaz estava usando uma armadura um tanto quanto inusitada.

Era feita de aço, mas bem polida, chegando a ser mais rosa que o sofá da princesa Cabeça-Pônei.

No centro do peitoral (e nas costas), estava desenhado a figura de uma estrela.

 

 — Onde estou?

— Está seguro, rapaz! – Gritou Mabel, levantando-se de supetão – Foi salvo.

— Por quem?

— Um latino, ¼ de um pônei e milhares de Pugs!

— Quem são vocês?!

 

Marco estendeu a mão ao guerreiro.

— Meu nome é Marco. Sou líder da última resistência contra Star Buterfly, a rainha das trevas, conquistadora de mundos.

 

(Penúltima. Ainda tinham os Power Rangers, que não toparam em participar. Azar o deles).

 

Ele retornou o aperto de mão, num gesto suave e, ao mesmo tempo, determinado.

— Steven Universe. Muito obrigado.

Não tenho palavras para te agradecer pelo resgate.

— Tem panquecas? – Questionou Mabel.

 

Steven vasculhou os bolsos e puxou seu conteúdo para fora.

— Tenho rosquinhas. Matar monstros e ser congelado dá fome.

 

....

 

Enquanto os quatro comiam rosquinhas e trocavam histórias de vida, Marco tinha a estranha sensação de que ninguém ali o ajudaria no trabalho pesado.

 

De fato, ninguém tinha essa intenção.

 

 — A rainha invadiu a minha cidade, destruiu a minha casa e quase matou a minha família.

 

Coçando o queixo, ele continuou.

— E é claro, me levou capturado. Ela não tem coração!

— O que ela usou? – Perguntou o Pug.

— Centopeias gigantes, feitas de jujubas.

— No meu caso – Interrompeu Mabel – Foram avestruzes mortais, feitos de algodão doce. Sério, isso é um novo nível do sadismo. Ela nem precisa dominar mais lugares, está fazendo isso só por diversão!

— Pega leve, é a namorada dele – Disse Pônei, apontando para Marco.

— Sério?! – Exclamou Steven, apoiado no braço do sofá rosa e horrendo.

Ela é a sua namorada?!

 

O rapaz, prestes a terminar com o terceiro bloco de cristal, acenou com a cabeça.

— Cara, ela é uma vadia!

— Obrigado pela parte que me toca....

 

Num baque, o conteúdo do terceiro cristal caiu e rolou aos pés de Marco Diaz.

Não uma pessoa. Ou se quer um ser vivo.

 

Era um ovo. Maior que um de galinha, menor do que um de avestruz.

Mais parecia um ovo de páscoa, verde e brilhante, coberto com algum tipo de escama.

 

— Então tá – Disse o rapaz, se virando para os demais – Alguém aqui tem alguma ideia de por que a rainha mais poderosa do multiverso, com um exército de mortos-vivos baseados em açúcar, teria a necessidade de congelar um ovo no meio de um deserto de cristal?

 

Não houve nenhuma resposta. Sequer uma tentativa.

 

 

— Foi o que eu pensei.

 

....

 

Finalmente, após uma longa jornada, uma batalha sem sentido contra um exército de chocolate – além, é claro, da venda inapropriada da dona do castelo para os Pugs – Marco conseguiu o que queria.

 

Eclipsa estava livre.

 

Arqueando os ombros, ela deixou que as costas estalassem.

Diferente dos demais, que estavam congelados há poucos meses – Ela estava presa há séculos.

Dolorida. Cansada.

Ligeiramente com raiva, fome e tesão.

 

Um pouco deprimida, nas bordas.

 

Quando finalmente abriu os olhos e enxergou seu salvador, ela nada disse.

Apenas o encarou, em silêncio.

 

Meses de planejamento para resgata-la e mesmo Marco não havia pensado exatamente no que falar para a primeira rainha das trevas.

— Belo chapéu – Disse, por fim.

 

Ela o analisou de cima a baixo.

 

— Belo ovo – Ela respondeu.

 

Em seguida, olhou para Corn Flakes, deitado no sofá (figurativamente de quatro pela cabeça de Pônei), suspirando horrores.

— 78% cacau, não 80%. Ninguém consegue soldados de chocolate de 80% cacau.

Seria loucura.

 

Todos se entreolharam, pasmos.

Não pela informação. Em si, ela era inútil.

— Como sabe do chocolate? – Indagou Marco.

— Sei de tudo – Ela respondeu.

Do chocolate. Da guerra. Do seu plano. Usar Pugs foi bem ousado, a propósito.

Burrice, mas eu gostei. Um belo toque.

— Como sabe se estava congelada?!

Não faz sentido algum!

— Eu estava consciente, no cristal.

 

Mais uma vez, a surpresa tomou conta de todos na sala.

— O que? Depois de séculos presa, você aprende uns truques.

Podia ver tudo o que vocês falavam e faziam.

 

Antes que Mabel pudesse abrir a boca, Eclipsa se antecipou e fitou a caçadora.

— Não, eu não tenho panquecas pra você.

 

Enquanto a caçadora esboçava um muxoxo, Marco conseguiu colocar seus pensamentos em ordem.

— Então sabe o que eu quero.

— Quer minha ajuda. Vencer a nova rainha. Deter o mal do açúcar, terror e diabetes.

— Por aí.

 

....

 

— Não. Não vou ajudar.

 


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