XXX. Sentimentos - Oposto

Ela acordou com uma dor no peito, estava em desespero. Precisava de ar, sentia como não havia ar em seus pulmões. Estava sufocando. Depois de um tempo, conseguiu levar o ar para seus pulmões.

Depois de um tempo, já mais calma, levantou a cabeça para observar o local que se encontrava. Viu a sua frente o seu reflexo, seus olhos castanhos claros arregalaram. Estava dentro de uma caixa de espelho. Encolheu seu corpo, se abraçando. Sentiu as lágrimas escorrer no seu rosto pálido e uma dor no seu peito. Fechou os olhos, desejando ao abrir os olhos, estaria em outro lugar.

Ao abrir seus olhos novamente já estava em outro lugar. Agora em um lugar aberto, como céu encontrava com a terra, um lugar espelhado. O céu estava azul e com algumas nuvens, a brisa brincava levemente com seus cabelos caramelados. A jovem levou a mãos no peito.

— Sentiu a dor da traição. – afirmou a velha senhora, que fez a jovem assustar com sua voz. – Essa é a dor. Isso que é a traição, é uma faca cravada no peito.

— Mas ele não me traiu, foi apenas um mal entendido.

— Desta vez. – falou firme. – Já tivera vezes que ele a traiu e você também.

— Eu? N-não é possível.

— Por que não? Você acha quantas encarnações que vocês humanos podem terem? – abaixou na altura da ruiva – Nem sempre uma alma nasce totalmente boa, acontece uns deslizes. É a natureza humana. – a senhora sentou no chão.

Orihme ficara em silencio, não sabia que dizer.

— Lembro de uma vez que que o rapaz ruivo como jovem guerreiro acreditou em você, mesmo que todos dizendo ao contrário. – a anciã interrompeu o silencio – Foi contra os seus superiores e foi resgatá-la. A ligação entre vocês é muito forte. – falou amorosamente.

A jovem ficara em silencio contemplando a paisagem. Ficou a pensar nas palavras da anciã “traição é uma palavra bem forte. ”

— Assim como o amor é uma palavra forte. – completou a velha que riu – Ainda não acostumou que posso ler a sua mente?

— Oh! Mais ou menos. – forçou um sorriso e levantou – Nessa vida faltou confiança. Não há amor sem confiança, poderia ter evitado várias situações.

— Sim, minha criança. – concordou com a ruiva.- Bom você tem uma missão para continuar. – levantou do chão.

— Claro!- falou animada e olhou para senhora espantada. – Por que você está de cabeça para baixo?

— Eu de cabeça para baixo? – gargalhou – Ou é você?

— Eu? Não, não é a senhora. Meu cabelo estaria no lugar...- viu os fios de cobre no rosto – E-espera. Como assim?

— Já pensou em oposto? – riu

— Oposto? Bem e mal?

— Não nesse ponto. – gargalhou – Bom, não vou explicar.

— Explica-me. – Orihime estava começando a desesperar – Tenho que sair daqui, eu vou cair.- viu o seu reflexo em um espelho no chão-  Me ajuda.- pediu

A senhora não fizera nada, deu um passo para trás para ver a ruiva caindo e entrando no espelho. Logo que a jovem fez a passagem, ela esticou o seu braço e fechou a passagem.

— Vai ser divertido.

Continua...