5 Vidas escrita por Queen Stars


Capítulo 15
Doce, doce amor- Capítulo 2




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Doce, doce amor— Capítulo 2

Ela estava um pouco ansiosa, com o pequeno embrulho nas mãos. Andava apressada no pátio da escola. A ruiva sorriu ao avistar o rapaz que estava sentado em umas das mesas debaixo das arvores. Ele estava concentrado nos estudos, era a semana de provas finais. A brisa de primavera deixou a cena ainda mais linda na mente da jovem.

A moça se aproximou das mesas, e antes da mesma pronunciar alguma palavra, o que estava sentado olhou para ela com seus olhos castanhos chocolates.

— Oi Orihime! — a jovem ruiva sentiu um arrepio na coluna ao soar da voz rouca.

— O-oi Ichigo! — se amaldiçoou mentalmente por ter gaguejado – Bem...

— Ei, por que não senta primeiro? Parece que fugiu de um incêndio. – riu apontando o lugar vago ao lado dele.

Orihime sentou ao lado do rapaz ainda deixando um espaço vago entre os dois. Ele olhou para o espaço e deu um suspiro pesado. Envolveu a cintura da moça com seus braços e puxou para próximo de si. A moça ficou com o rosto vermelho devido a aproximação. Ele riu.

— Tão fofa! — falou olhando para os olhos cor de mel e colocando uma mecha atrás da orelha.

— Ichi...go, nós estamos na escola... — falou sem jeito.

— E daí? Estamos bem distantes da aglomeração. E também nós somos namorados, todos da escola sabem disso.

— Er... sim. — deu um pequeno sorriso.

— Que traz com você? – perguntou referindo-se ao pequeno pacote nas mãos da moça.

— Ah! É mesmo — colocou em cima da mesa desembrulhando. — Fiz para você!

— Bolo de chocolate! — o rapaz olhou para o bolo com cobertura, pela primeira vez viu uma versão mais aprimorada dos dotes culinários da namorada.

— Espero que goste. — mordeu os lábios em sinal de nervosismo.

O rapaz pegou o garfo e partiu um pequeno pedaço levando  até a boca. A moça ficou em espera da resposta dele enquanto apertava as mãos entre si. Ele estava calmo, saboreava o pedaço e por fim, lambeu os lábios.

— Faltou uma coisa — finalmente pronunciou.

— Sério!? — disse um tanto decepcionada — Eu segui a receita direitinho... o que faltou? — olhou para o rapaz. — Faltou açúcar? Mais chocolate?

— Faltou isso!

Ele a puxou para um beijo.

*****

Todos os amigos vieram para prestigiar a inauguração da confeitaria. Sim, ele também estava lá, Ichigo Kurosaki. Mas a aproximação deles ainda possuía um “muro alto” para derrubar. Se ele será derrubado? Isso somente o tempo irá dizer.

As semanas seguintes foram boas para Orihime, recebera algumas encomendas e a confeitaria tinha um bom movimento. Ela estava contente vendo o seu negócio prosperar.

Em uma manhã tranquila, estava fazendo algumas anotações próxima ao balcão.

— Hoje é o dia do colírio! — ouviu a sua balconista suspirar. — Meu deus grego!

Orihime olhou para lado de fora, viu a figura masculina ruiva através da vidraça.

— Ele sempre vem aqui?

— Quase sempre, mas costuma ser intercalado. Ah também costuma fazer o mesmo pedido...

— Bolo de chocolate — completou a frase

— Como sabes?

— Apenas supus, Riruka — mordeu os lábios. — Pode deixar que eu mesmo levo o pedido.

— Mas... — não deu tempo para a menina terminar a resposta, a ruiva tinha ido à cozinha. — Que saco! — Fez um bico.

— Você não deveria falar assim da chefe!

— Que susto, Ururu! Parecendo assombração!

O ruivo entrou na confeitaria, fizera o seu pedido habitual. Depois sentou na última mesa perto da janela e ficou a olhar a rua. Não demorou e seu pedido foi entregue, a surpresa foi que dessa vez foi a Orihime estava em pé ao seu lado. Ela colocou a bandeja na mesa, havia um pedaço de bolo de chocolate com calda, uma caneca de leite quente e a outra de cappuccino.

— Olá! — ela falou suave, Ichigo olhou para os olhos castanhos claros da moça. — Posso?

— Sim — falou no automático, na verdade, ele não imaginou que Orihime tentaria uma aproximação. Sabia muito bem a magoa que ela carregava dele. — Mas é claro.

Ela por sua vez, sentou à frente dele e pegou a caneca de cappuccino. Estava um pouco nervosa, deu um sorriso tímido. Tinha colocado na cabeça, estava mais que na hora terminar com aquela situação. Admitia para si mesma, ainda gostava de Ichigo. Não sabia exatamente qual “gostar” apenas gostava.

— Está saindo do plantão? — arriscou para começar a conversa. Não podia ficar em silêncio o tempo todo.

— Sim, geralmente eu passo aqui antes de ir para casa — respondeu antes de levar uma garfada à boca — Isso me faz sentir bem.

— Uma volta à calmaria — entendeu o rapaz. — Você está em qual especialidade?

— Estou terminando cirurgia geral, mas devo ir para oncologia.

— Oncologia? — ficara sem reação, ela sabia que era um assunto delicado para ele. — Mas...

— Eu imagino o que você esteja pensando — suspirou. — Mesmo depois de tudo que passei com a mamãe, não entraria nessa especialidade. Foram momentos difíceis os que passei com ela no tratamento da quimioterapia. Na época, não podia fazer muita coisa, era apenas um jovem adolescente rebelde — riu. — Hoje, poderia ajudar outras pessoas que não fiz com quem eu amava.

Orihime não sabia o que falar, era um assunto delicado e doloroso. A confeitaria não era um local apropriado para a conversa. Colocou a sua mão em cima da dele que estava na mesa. Em resposta entrelaçaram as mãos com um aperto forte. O adolescente rebelde e sonhador estava na sua frente, mas tinha se transformado em um jovem rapaz.

O telefone da ruiva toca, a mesma olha a tela.

— Tenho que atender, com licença.

— Tudo bem — deu um meio sorriso.

A ruiva se afastou para atender, mas chamou a atenção do Ichigo ao ouvi-la dizer “Oi amor!”. Sentiu ciúmes, continuou a ouvir a conversa “Nesse final semana, claro! Também estou com saudades!”. Ele não tinha nenhum direito de sentir ciúmes ou questionar os relacionamentos amorosos da Orihime.

***

A ruiva estava andando no supermercado olhando para sua lista de compras. Estava quase no fim, estava com sentimento leve. Mais cedo tinha dado o primeiro passo para resolver as coisas com Ichigo. Bom, este sentimento esvaziou completamente ao entrar no último corredor e se deparar com a moça de cabelos roxos escuros. O primeiro impulso foi de largar o carrinho e sair correndo do supermercado — isso se a moça não tivesse visto ela — a única solução foi engolir as lágrimas e tentar acalmar a sua ansiedade.

A moça sorriu ao ver a ruiva, não era um sorriso de felicidade de reencontrar uma amiga do colegial. Era sarcástico, maldoso e sim, vitorioso. Na mente da ruiva, a cena que viu na noite da festa da formatura: a moça sentada na mesa da enfermaria, abraçando o Ichigo e as suas pernas envolvia a cintura do rapaz. Ah! O pior detalhe, o beijo.

— Quer dizer que a “princesinha” voltou à cidade.

— Olá Senna! — agradeceu por sua voz ter saído firme.

— Pensei que nunca viria mais nessa cidade — fizera uma cara de nojo. — Principalmente por ter agarrado o seu namorado — sorriu em deboche. — Ou melhor, ex namorado gostoso. A melhor parte da formatura é ter visto a sua cara de choro.

— Que eu saiba todos têm o direito de ir e vim — tentou rebater.

— Você sempre foi fraca e te ver chorando foi a melhor parte do meu plano. Bem feito para você, o Ichigo não merecia gente igual você.

A ruiva apertava as mãos no carrinho, desejava que ela fosse embora logo. Parasse de a humilhar, a procura de encontrar algum defeito.

— Orihime , que bom te achei! É esse que você queria?

Aquela voz masculina, ao seu lado.

— Ichigo! — os olhos ambares da sua agressora se arregalaram. — Como?

A ruiva ficara sem ação. Era sorte ou azar?

— Pelo que me lembro, eu não larguei Orihime por você — sentiu os seus ombros sendo envolvidos por braços fortes. — ele riu — Você tira conclusões precipitadas. Nós sempre estamos juntos. — puxou a ruiva mais próxima de si e e ela envolveu o braço na cintura do rapaz.

Senna sentiu o seu mundo desmoronar, toda sua confiança no início da conversa foi esvaziada.

— Bom, foi um prazer — empurrou o carrinho de compras de Orihime para frente. — Vamos Orihime?

A ruiva passou pela Senna sem dizer nada, a outra ficara parada no meio do corredor sem reação. Por fim, Ichigo ajudou com o restante da lista de compras.

— Está de carro? — perguntou para ruiva baixo.

— Não.

— Bom, vou te levar para casa. Depois da conversa com Senna, teremos que continuar com a nossa encenação.

Finalizaram com a compra e foram para o estacionamento permanecendo a metade do trajeto em silêncio.

— Acho que tenho dar uma explicação — o ruivo quebrou o silêncio. — Não estava lhe seguindo ou combinei com ela. Foi apenas uma coincidência.

— Tudo bem, não precisa explicar nada — olhou para as próprias mãos. — Ela meio que confirmou que tudo passava de um plano dela — levantou a cabeça.

— Ela sempre teve inveja de você, isso desde do fundamental.

— Eu nunca fiz nada para ela, por que esse ódio por mim?

— Não precisa. Apenas ser uma pessoa querida por todos é suficiente.

Ichigo estaciona o veículo em frente ao apartamento de Orihime. Ele a ajudou a levar as compras para dentro. Sabia que não poderia permanecer com ela.

— Muito obrigada — ela o agradeceu. — Por tudo, com a Senna e a carona.

— Não precisa de agradecer.

— Me desculpa por não ter te ouvido nesse tempo todo.

— Nós éramos jovens e imaturos. Eu espero que nós possamos continuar como amigos.

— Sim, nós iremos — ela sorriu.

O sorriso dela para ele foi como o sol em dias nublados.

— Estou indo, até.

— Até.

Alivio, esse era o sentimento do momento.

***

Dias haviam passado, era fim de semana. Ichigo estava correndo com Renji no parque. Estava contando para o amigo o que tinha acontecido durante a semana, em especifico a conversa e aproximação da Orihime.

— Então foi uma coisa boa. Até que fim, saiu do passado.

— Mais ou menos.

— Você não sabe se ela realmente está com alguém. “ Meu amor” pode ser até pra uma amiga.

— Não duvido que a Orihime esteja sozinha esse tempo todo.

— Você gosta dela.

— Nunca deixei de gostar, ela é incrível.

Deram uma pausa para beber água e recuperar o fôlego. Ichigo sentou em banco próximo e Renji ficara a observar o parque.

— Dê tempo ao tempo — falou o amigo. — As coisas ainda vão se ajeitar— deu uma pausa. — Ei Ichigo! Posso fazer uma pergunta indiscreta?

— Diga!

— Vocês antes de se separem vocês por acaso...você sabe? — sugeriu com olhar.

— O que isso agora? — levantou do banco.

— Caso, estou supondo, vocês tiverem um filho naquela época teriam uns cinco anos e poderia ser ruivo?

— Acho que o sol está afetando a sua cabeça — olhou para direção em que o Renji tanto olhava.

Ficara mudo com a cena.

— Ei cara! — Renji o chamou. — Fala alguma coisa!

Ichigo continua mudo. Orihime estava brincando com um menino de cabelos ruivos e aproximadamente cincos anos de idade. Lembrou de todas as vezes em que os dois se envolveram, a última foi na véspera da formatura. Respondeu em um quase sussurro.

— Bem possível.

Continua...


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