Helena e Cedrico avançaram pelo corredor de mato.O cheiro de grama molhada e de terra invadiram seus narizes e Lena respirou fundo.Adorava esse cheiro.Os dois chegaram a um corredor com dois caminhos a seguir.

—Até Ced.- murmurou a ruiva antes de seguir pela direita.Puxou a varinha do bolso e murmurou um Me oriente.O centro do labirinto ficava a noroeste e era para lá que Helena iria.

Tentava ao máximo não chegar muito perto das paredes de mato, nem ficar muito tempo dando bandeira.Krum e Fleur já haviam entrado e as chances de um deles pegar a Taça era enorme.Helena queria ganhar e iria ganhar.

Avançava pelos corredores e fazia curvas e mais curvas, sempre seguindo para o centro do labirinto, quando encontrou seu primeiro obstáculo.

Era uma massa grande e que tinha vários rostos.E esses vários rostos mostravam seus principais inimigos, ou apenas pessoas que Helena amava.Todos eles estavam mortos ou apenas gritavam e agonizavam enquanto eram torturados.

Helena hesitou.Esse era seu medo.Que as pessoas ao seu redor, sejam seus amigos ou inimigos, sofressem como ela sofreu.Como ela foi torturada.Como foi rebaixada a lixo.Prometeu a si mesma que não faria com com que as pessoas sofressem desse jeito.De outros modos pode até acontecer, mas nada que fosse tão sério assim.

O medo mudou.Era agora Draco abraçado a Pansy.Tinha um garoto no colo e Pansy estava grávida.Eles ainda estavam nos uniformes de Hogwarts.A imagem mudou.Pansy e Draco se casando.

Lena fechou os olhos e suspirou irritada.A varinha em suas mãos quase foi ao chão.Ela a segurou fortemente e abriu os olhos.

—Riddikulus!- nem esperou para ver o que iria se formar as imagens.Virou o corredor com pressa e avançou por ele.Ouviu um grito feminino ali por perto.Fleur.

Começou a correr, preocupada.Ouviu outro grito e se jogou contra a parede de galhos e folhas.Ela se partiu e Helena atravessou.Fez isso mais uma vez e caiu no chão.Olhou para os lados e viu Fleur, desmaiada e sendo engolida pelos galhos da parede.

Puxou o canivete da cintura e cortou os galhos, ao mesmo tempo que puxava Fleur.Enfim solta, tocou de leve seu pescoço e suspirou aliviada quando a viu respirar.Se levantou e guardou o Canivete.Apontou a varinha para o céu e soltou faíscas vermelhas.E foi aí que percebeu.

Eram pegadas junto com algo circular ao lado e algo circular a frente.

—Lumus!- Helena se agachou e tocou de leve a pegada no chão.Era enorme a pegada, de homem, um adulto.E ela caiu no chão, agonizando.Imagens invadiam sua cabeça.Eram memórias.Memorias que estavam perdidas dentro de sua mente.Memorias que ela esqueceu ou talvez apenas estava preso em seu consciente em uma forma de trauma.Afinal, era para isso que servia o Obliviate.

Quando parou tudo de rodar e as memórias inundarem sua cabeça, os olhos de Helena se arregalaram e ela se levantou do chão com pressa.Moody não é Moody, é Bartô Crouch Jr.E o pior, ele fez isso com Fleur.E ele está dentro do labirinto.As coisas iriam parecer um acidente se ele quisesse.

—Me oriente!- ela sussurrou e voltou a correr.Não só com a varinha em mãos, mas com o canivete também.

Ao virar a curva a direita, derrapou e foi ao chão.Sua mão com o canivete doeu como nunca.Um corte havia feito ali acidentalmente.

—Merda.- murmurou baixinho.Levou a mão a camisa e a apertou, limpando o sangue.Agarrou o canivete e voltou a correr.Talvez estivesse chegando perto.Iria conseguir.E ela ouviu o grito de Cedrico.

—O que está fazendo?- ele gritou e Helena se jogou para o corredor ao lado.Cedrico estava logo a sua frente, e Krum também.Ele apontava a varinha para Cedrico.

—Cru...- ele não terminou a frase.Helena o derrubara com uma paulada na cabeça.Krum foi ao chão e Helena abriu seus olhos.Opacos e sem vida.

—Imperius.- murmurou rangendo os dentes.Lançou fagulhas vermelhas ao céu e se levantou.Cedrico já não estava ali e ela agradeceu.Voltou a caminhar.Precisa achar a Taça o mais rápido possível.Então ele entrou em sua frente.

Ela riu.O explosivin agitou suas presas pontudas e cheias de veneno.Ele parecia estranhamente igual ao explosivin de hoje cedo.Franziu a testa.Ele morreu, não é?

De qualquer forma, ela logo lançou a Azaração do Impedimenta em direção a parte sem escudo e ele foi ao chão.Mas não havia morrido, estava apenas imobilizado.Ela rapidamente passou por ele e olhou sua direção.Estava indo a noroeste, como previsto.

10 minutos depois suspirou entediada.O labirinto era gigante, cheio de curvas e corredores longos.Continuava indo para o noroeste, mas até agora nada da taça, nada de criaturas, nada de Cedrico, nada de nada.Brincou de ligar e desligar a varinha, deu um trato na mão com a ajuda da camisa que teve que rasgar, compôs trechos de uma nova música na cabeça e nada da droga da Taça.

Se sentou no chão e começou a batucar os dedos na perna.Deixaria Cedrico ganhar, deixaria ele mesmo enfrentar quem ela teria que enfrentar, deixaria ele ficar com todo o ouro e com toda a glória.Estava cansada e iria descansar.Ponto final.

Apoiou a cabeça nas duas mãos e fechou os olhos.Murmurava baixinho uma música.Ficou distraída o suficiente para não perceber a penumbra preta que se aproximava vagarosamente.Vinha calmamente, mas com cuidado, precisava encuralar e dar o bote.Tudo devia ser calculado friamente.

Mas Helena levantou a cabeça tão rapidamente, que o animal se assustou.Helena não viu muito no escuro, mas soube que devia correr, e bem rápido.Então se levantou e correu com a sua vida dependendo disso.Precisava correr, e de preferência para longe do tal animal.

Virou a direta com tudo, dando uma suave derrapada.Voltou a correr e arrancou a varinha de dentro das vestes.

—Confringo!- um buraco se abriu na parede sem saída a sua frente e Helena apertou o passo.Se jogou contra o buraco e...não atravessou.Algo agarrou sua perna esquerda.Algo pontiagudo e que perfurou dolorosamente sua canela através da calça moletom.Ela berrou de dor e encarou o animal.Inseto, para ser mais realista.

Suas oito pernas eram finas e gigantes.Tinha um traseiro enorme e que saia uma gosma meio branca meio cinza.O inseto era completamente preto e o que mais se destacava era seus olhos.Olhos negros, famintos e frios.A ruiva desceu os olhos para sua perna e viu as presas perfurando sua canela inteira.Enfim, soltou um grito.A aranha não a soltou, pior, firmou mais ainda o golpe em sua perna.

Helena então agarrou o canivete e o jogou em direção ao olho da Aranha.De susto, o inseto a soltou e Helena despencou de uma altura de 3 metros direto para o chão lamacento.Soltou um outro grito, um que foi ouvido fora do labirinto.

—Jesus, não me diga que isso foi de Helena!- a Sra Granger perguntou roendo as unhas.

—Foi.- gemeu Thiago praticamente arrancando os cabelos.Nesse momento, Hagrid e McGonagall saíram do labirinto carregando Fleur e Krum.Seus familiares surtaram e todos começaram a ficar preocupados com Helena e Cedrico.

—Ei, você viu o Harry?- Rony perguntou para Hermione ao perceber que o amigo não havia voltado do banheiro.A castanha negou.

Helena se pôs de pé mesmo com a mão quebrada e a perna ferrada.Tomou logo coragem de agarrar a varinha e lançar uma série de azarações contra a aranha.Ela despencou no chão morta e Helena agarrou o canivete de seu olhos.

Respirou fundo e atravessou o buraco.A iluminação da Taça a fez sorrir.Era grande, dourada e tinha chamas azuis saindo de seu topo.Duvidou que aquilo machucasse.Avançou contra ela e foi ao chão novamente.Ela e Cedrico haviam acabado de se esbarrar.A ruiva gemeu.

—Me desculpe, Lena.- Cedrico disse se levantando e a ajudando.Ela sorriu e suspirou.

—Tudo bem.- murmurou.Os dois se olharam e depois olharam para a Taça.

—Juntos.- Ele propôs.-A Vitória seria de Hogwarts de qualquer jeito.Podemos dividir o ouro.- ele disse e Helena engoliu em seco ao aceitar.Não iria conseguir apunhalar o amigo daquele jeito.Mas também não poderia deixá-lo morrer.

— Não importa o que aconteça,- ela o agarrou pelo colarinho.- se esconda.Não de um de herói.- ela mandou séria e mesmo confuso ele assentiu.Então Helena colocou a varinha no cós da calça.Cedrico e Lena se posicionaram e Juntos, tocaram a Taça do Torneio Tribuxo.