A Herdeira Stark - Livro I escrita por Jojs


Capítulo 1
Protocolo Blaine


Notas iniciais do capítulo

Aos interessados, eu vou postar imagens sobre a fic no instagram (@marveldobrev)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/738907/chapter/1

09 Novembro de 1992, Seattle | USA

Um choro baixo invadiu a sala, a mulher tentava acalmar a criança que colocara no mundo sozinha, em um apartamento pequeno ao norte de Seattle. Samantha acariciava o rosto da pequena garota de bochechas rosadas e que ainda chorava um pouco, talvez fome, talvez frio, ela não esperava que aquele dia fosse a chegada. A mulher passava o polegar direito na bochecha da garota, olhava para fora, uma cidade movimentada, muitas coisas que ela pensava para o futuro da pequena que não tinha sido planejada.

Samantha agarrou o telefone fixo sobre o criado mudo, os lençóis de sua cama antiga estavam sujos de sangue, ela tinha cortado o cordão umbilical com o seu canivete de sempre, ainda não sabia muito bem lidar com uma criança. Discou o número, girou umas três vezes para achar os números corretos, ela precisava que a única pessoa que poderia falar atendesse, ela respirou fundo esperando o número chamar, com toda certeza ele precisava atender.

— Philip? — Ela falou quando percebeu que o barulho do outro lado parecia um chiado baixo. — É a Samantha.

— Sam? — Ele chamou do outro lado. — Onde você está? Não sabemos de você a meses.

— Eu preciso de você em Seattle, tem uma coisa que eu preciso te contar. — Ela olhava para a bebê de canto de olho. — Venha sozinho, por favor. É em Chinatown.

— Eu sei onde fica. — Ele passava a mão pelo cabelo um pouco aliviado e preocupado. — Te vejo em algumas horas.

Philip Coulson e Samantha Blaine haviam se conhecido há alguns anos, os dois foram companheiros no exército, entraram juntos para a SHIELD e eram parceiros de missão, mais do que isso, Phill e Sam eram amigos de verdade, contavam tudo um para o outro, eram como irmãos. Quando Samantha sumiu misteriosamente, Philip ficou muito preocupado, procurara por ela em todos os lugares, chegara a pensar em sua morte, então quando ouviu a voz dela do outro lado da linha não fez outra coisa a pegar o primeiro voo rumo a Seattle.

A noite caiu e o frio aumentou um pouco com isso, Samantha deu um banho na criança, um banho quente naquele frio da cidade, o bairro colorido de uma sexta feira animada em Chinatown. Ela arrumou todas as coisas, tirou as cobertas e até mesmo vestiu a criança com a pouca roupa que tinha comprado para ela algumas semanas antes, sua garganta ainda secava de ver a garotinha de cabelos escuros e olhos chocolate, ela tinha visto uma vez ou outra, mas a menininha ainda mantinha os olhos fechados na maior parte do tempo.

O barulho da porta se mexendo fez Samantha pegar a arma que estava do lado do telefone na cabeceira, desligou o abajur, a única luz ligada no pequeno apartamento, deixou o bebê sozinho no quarto, e se aproximou da porta a abrindo devagar, a luz fraca do corredor invadiu o apartamento enquanto ela apontava a arma para a cabeça da pessoa que erguera as mãos em sinal de amizade. Samantha respirou fundo abraçando Phil, ele tinha algumas sacolas em suas mãos, era comida, ele sempre sabia do que ela mais precisava.

— Nunca mais suma desse jeito! — Ele bradou a abraçando com força. — Todos na agência precisam saber que você não está morta.

— Não! — Sam se separou dele ainda um pouco atônita. — Eles não podem saber de mim Phil, pro bem da missão.

— A missão foi arquivada, não se sabe o que aconteceu com Maria e Howard. — Philip colocava as compras sobre a mesa. — Esquece isso e vamos voltar pra casa.

— Não dá! — Samantha juntou as mãos dele com as suas. — Phil, me escuta. Eu ...

As palavras dela foram interrompidas por um choro baixo, um choro de bebê que fez Phill olhar para amiga, ele ligou a luz da cozinha, até então só iluminada pelo letreiro de fora do apartamento que anunciava que havia um restaurante de comida japonesa em baixo. Philip olhou para Samantha como se perguntasse o óbvio, ela apenas cedeu a passagem ao amigo que alcançou o quarto a tempo de também ligar a luz dele e vez a criança sobre a cama.

O mundo de Coulson deu uma parada brusca, ele ainda não conseguia acreditar no que via, sobre a cama havia um bebê embrulhado em roupas brancas, apesar de muitas ainda pareciam poucas para aquecer-lhe. Ele molhou os lábios se aproximando, não precisava de muito para saber que ela uma menina, as bochechas rubras, os lábios róseos, os grandes cílios e as maçãs do rosto um pouco avermelhadas, seus traços eram femininos, mas não diminuíam a confusão mental de Philip.

— O que é essa criança? — Ele apontou para o bebê enrolado em um pacote. — Sam ...

— É minha filha. — Ela coçava a cabeça. — É a ... Er, eu não pensei em um nome.

— É uma criança, como assim nem um nome pra ela você pensou. — Philip intercalava o olhar da mulher para o bebê. — Meu Deus Samantha, quem é o pai da criança?

— Ele ... — Sam se enrolava com as palavras. — Não importa, Phil, o que é realmente relevante é que eu preciso da sua ajuda, não posso deixar que o assassinato de Howard e Maria passe batido, mas eu não posso fazer nada com ela por aqui, não é mais só minha vida.

— Porque você está tão obstinada em descobrir isso? — A criança chorou baixo e Phil olhou para seu rosto róseo. — Eu entendo você querer mantê-la segura, deveria priorizar isso.

— Eu vou ter que explicar tudo a ela um dia, isso inclui quem é o assassino dos seus avós. — Samantha alisava a sua têmpora enquanto Philip a olhava de forma assustada. — Sim, o Tony é o pai dela.

— Você tem que contar isso a ele, o Tony precisa saber que ele tem uma filha! — Phil apontou para a criança. — Ele perdeu os pais a menos de um ano, ele não tem ninguém Samantha, só vai ter a essa criança, mais nenhum Stark.

— Eu não posso chegar lá e colocar essa criança na porta do Tony. — Ela balançou a cabeça de forma negativa. — Até porque ele não acreditaria e sumiria com a minha filha.

— Filha de vocês ... — Coulson tomou a criança nos braços, ela dormia tranquilamente. — Eis o que vamos fazer: Eu vou cuidar dela, você vai se concentrar na verdade sobre Maria e Howard e assim que você terminar vai voltar para casa e ser a melhor mãe possível pra ela, me entendeu?

Samantha olhava o bebê no colo de Phil, era uma criança tão pequena que não deveria ter nascido, diziam que ela se acostumaria com a maternidade logo, mas aquilo era uma mentira, ela ainda sentia que a filha era um corpo estranho e se culpava por isso, deveria sentir amor e mais amor por seu bebê e não uma pequena repulsa como se ela não tivesse saído de si, isso era o que mais doía.

Com os lábios comprimidos ela concordou com a cabeça, seus olhos marejados, seu corpo vacilante, ela queria pegar o seu bebê e abraça-lo, mas ela tinha medo até de deixa-lo cair no chão, era um misto estranho de sentimentos olhando a pequena vida nos braços de seu velho amigo. A cabeça de Samantha doía e ela tinha tanta coisa para fazer, a maior parte delas resumia-se em dar fim à missão que fora designada, mas principalmente, voltar para onde poderia chamar de lar, o que quase nunca fazia.

— Eu não sei bem se posso deixa-la. — Sam avançou rumo ao amigo, mas Philip se afastou dois passos. — Queria que fossem outras as circunstâncias.

— Eu também, Sam. — Phil parecia levar bem mais jeito com um bebê que ela. — Mas a situação nos obriga a isso, temos um acordo?

— Sim, nós temos. — Foram as palavras mais difíceis que ela proferiu. — Eu quero que cuide bem dela, que não fale sobre mim ou sobre ele, okay?

— Okay. — Coulson molhou os lábios encarando a amiga. — Mas isso não significa que você não vá voltar, demorando o tempo que for preciso.

— Tudo bem. — Ela balançou a cabeça de forma positiva. — Precisamos dar um nome a ela.

— Que tal Lizandra? — O homem sugeriu. — Do grego, significa libertadora de homens.

— Libertadora de homens? — Samantha sorriu. — É um nome bem forte.

— Sim, carrega um poder, assim como ela. — Phil acariciou a bochecha do bebê. — Lizandra Blaine.

— Coulson, Lizandra Coulson. — Samantha olhou para o amigo que a encarou na hora. — Ela não pode saber de mim, Phil.

— Eu não vou mentir mais ainda para ela, Sam. — Ele se aproximou da mulher entregando o bebê em seus braços. — Lizandra Blaine, sua filha.

— Lizandra Charlotte Blaine. — Samantha comentou torcendo os lábios. — Sua afilhada.

— Me sinto honrado. — Phil sorriu tomando o bebê em seus braços. — Vida longa a pequena Lila.

— Lila? — Sam deixou um fraco sorriso escapar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigado por lerem ♥