Love Scars escrita por Grape Booi


Capítulo 1
Apenas Um Acidente




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Hinata estava jogada ao chão, filetes de sangue abriam-se nos cantos de sua boca e gemia de dor devido ao chute que acabara de receber na barriga. Tossia forte, o que fazia sair apenas um pouco de sangue. É uma menina morena, com os cabelos longos, e olhos perolados. Usava um vestido branco de alcinhas, o que deixava à mostra uma enorme cicatriz que ela tinha no braço direito inteiro.


— EU FALEI COM VOCÊ PRA NÃO SE ENVOLVER COM NINGUÉM! OUÇA À SUA MÃE, HINATA! VOCÊ É COMPLETAMENTE INCAPAZ DE ESTABELECER UMA RELAÇÃO ESTÁVEL COM OUTRA PESSOA! SÓ VAI CAUSAR PROBLEMAS ÀQUELE RAPAZ! - esbravejava uma mulher, também morena, à frente da menina que estava jogada no chão. Esta é Hyuuga Yuki. Mãe de Hyuuga Hinata e tia de Hyuuga Neji. A mulher aparentava ter por volta dos quarenta anos de idade, trajava uma blusa de mangas verde escura, uma calça branca junto de sapatos de salto alto bege.

— M-Mas mãe... F-Foi um acidente! Não fizemos nada, somos só amigos! Ele veio fazer um trabalho da escola comigo!

— E como foi parar em cima dele daquele jeito!?

— Eu já disse que tropecei! - disse Hinata, se levantando do chão, ainda com dor.

— Você não me engana, garota. - falou, com a voz autoritária e pondo as mãos na cintura. - Não consegue fazer nenhum amigo, ninguém gosta de você. E você sabe o por que? Todos que andam com você são caçoados na escola.

— P-Para!

— Parar com o que? Estou apenas dizendo a verdade. Te perseguem por causa dessa coisa horrorosa que você tem no braço. Você é horrível, Hinata. - falava com desprezo, o que só fazia descerem mais lágrimas dos olhos da outra. Era muito difícil ouvir isso da própria mãe. Justo a pessoa que deveria apoiá-la... Era a principal causadora de toda sua tristeza. E aquilo tudo era verdade, costumava ser humilhada constantemente na escola e ter pessoas falando sobre si em suas costas, por conta da enorme cicatriz que possui. Alguns a chamam de monstro, e entre outros apelidos nada agradáveis. - Se você se aproximar daquele menino que veio até aqui hoje, vai causar problemas à ele. Se bem que acho muito difícil ele se interessar por alguém como você, deve merecer coisa melhor.

— P-Por que você faz isso!?

— Por que? Oras, estou tentando te proteger!

— Me proteger!? Você está me batendo! Só sabe me botar defeito e reclamar de cada coisa que eu faço! - neste momento, desviou de um tapa. - VOCÊ NÃO ME RESPEITA!

— Calada! - acertou um tapa, que deixou uma marca no rosto da filha, que caiu ao chão. - Vai sofrer muito mais quando um desses resolver ser seu amigo e depois te magoar, vai ser muito pior. - falou enquanto se abaixava ao lado a filha.

— Vai à merda... - murmurou, baixo, mas a mais velha pareceu ter escutado.

— Você disse o que, garota? - disse, se preparando para acertar outro tapa, mas algo a interrompeu.

— TIA! JÁ CHEGA! - gritou um homem alto e moreno, que entrava pela porta, com os olhos arregalados. Usava uma blusa vermelha, junto de uma bermuda cinza e um par de chinelos. Este é Hyuuga Neji, primo de Hinata, com 25 anos. Afastou a mulher que a agredia, com raiva. Detestava quando ela fazia esse tipo de coisa, achava um absurdo, na verdade. Embora tivesse um motivo que o impedia de denunciá-la quanto a essas agressões. Levantou a prima no colo, que chorava intensamente, não apenas pela dor, mas também pela forma que sua mãe falava consigo. Isso a magoava demais, tinham tantas mães que cuidavam de suas filhas sem maltratá-las, e sua mãe era tão agressiva... Parecia nem gostar dela. - Brigou com ela de novo!?

— Ela trouxe um garoto pra cá, Neji. Acha que ela é capaz de ter uma relação saudável com alguém sendo horrorosa do jeito que ela é?

— Pare com isso, tia! Ela é completamente normal, você que fica enchendo a cabeça dela de asneira.

— Já conversamos sobre você se meter nas nossas conversas. - Neji resmungou algo baixo e saiu andando com a prima no colo. A levou até seu quarto, após subir as escadas da enorme casa, e a colocou na cama com cuidado.

O quarto era bem arrumado, as paredes brancas, um banheiro, cômodas, uma cama de solteiro, uma televisão e também uma escrivaninha, com um espelho em cima.

— Ela te machucou muito, né? - perguntou para ela, que assentiu com a cabeça e o abraçou forte. Sentiu as lágrimas dela molharem sua camisa. Toda a vez era isso, e ele estava cansado de ter sua prima agredida praticamente toda a semana. Acariciava os cabelos dela, enquanto ela chorava em seu ombro. - Calma, temos que cuidar desses machucados, Hina.

— C-Certo. - falou baixo.

Após o mais velho cuidar de seus machucados, ela tinha alguns curativos no rosto, e ele também tinha passado uma pomada que ajudaria na cicatrização dos outros machucados.

— Hina, qual foi o motivo da briga de vocês dessa vez? - ele perguntou, preocupado.

— E-Eu não fiz nada, Neji... Ela começou a reclamar sem motivo!

— Ela deve ter dito aquelas asneiras de sempre, não é? - perguntou, a fazendo assentir com a cabeça. - Não fique acreditando nisso, Hina. Isso aqui... - falou, passando a mão por onde era sua cicatriz. - Não define o que você é. Você é linda, nunca tive a menor dúvida disso. - acariciou o rosto dela com cuidado, sentiu uma lágrima molhar sua mão. - Olha, eu sou seu primo. Sempre vou te proteger.

— O-Obrigada.

— Mas me conta o que aconteceu. De algum jeito, eu posso tentar te ajudar. - falava calmo. Embora Neji fosse todo certinho e exigente consigo mesmo, e às vezes até com os outros, com Hinata ele era todo carinhoso e calmo, mostrando o quanto se preocupava com a mesma.

— B-Bem, foi mais ou menos assim...

~FLASHBACK~

Uzumaki Naruto. Um garoto de apenas 17 anos, estuda no colégio de Konoha, no terceiro ano do ensino médio. Acabou sendo sorteado para fazer um trabalho de dupla com Hyuuga Hinata, coincidentemente, a menina por quem é apaixonado desde o primeiro ano. Foi quando percebeu o quanto a menina que caminhava ao seu lado era linda e doce, estavam indo até a casa dela, fazer o trabalho... Não entendia bem o por que os outros a perseguiam no colégio, mas também nunca fora corajoso o suficiente para interferir.

Para o Uzumaki, algo como uma cicatriz era um motivo tão imbecil pra gerar o que gerava, que se quer contava. Se lembrava como se fosse ontem... Desde o primário, gostava de outra colega de turma, amiga de infância, Haruno Sakura. Porém, quando chegaram na oitava série, houveram desentendimentos, e então o loiro perdeu completamente os encantos que tinha pela amiga, se é que poderia chamá-la assim, atualmente... Hoje, mal se falam mais.

Ele vestia o uniforme do colégio de Konoha, afinal, haviam acabado de sair do colégio. Hinata também vestia o uniforme, embora fosse o de mangas compridas.

Sempre a via com uma cara tão triste... Isso o deixava mal. Tinham pessoas no colégio que não paravam de persegui-la, e pensava ele, que isso deveria acabar com a autoestima dela. Pensava enquanto caminhavam, naquele silêncio constrangedor.

— Chegamos. - falou, desprendendo-o completamente de seus pensamentos. Ela abriu a porta devagar, era uma casa comum, de dois andares. A sala era de tamanho mediano, as paredes brancas, sofá, televisão.

Assim que entraram, ele tirou o par de tênis costumeiro que usava e os colocou no cantinho. Ela fez o mesmo, só que com os sapatos.

— U-Uzumaki-san... Q-Quer dizer, posso te chamar assim?

— Ué... Pra que tanta formalidade, Hinata? - ficou sem entender, eram colegas de classe, afinal. - Pode me chamar de Naruto, se quiser. Somos colegas de classe, não se preocupe com isso.

— Certo... - suspirou fundo. - Você se importa se eu... Tirar esse casaco? S-Sabe, eu só o visto para as pessoas não ficarem... - corou, não sabia como dizer isso à ele, embora nem soubesse se ele sabia de sua cicatriz.

— Na verdade, não me importo tanto com isso... Quer dizer, não como os outros... Não vou rir de você, fique à vontade.

— C-Certo. - falou, enquanto retirava o casaco e colocava em cima do sofá. Ele parou e ficou a observando, sem o casaco ficava tão mais bonita... Bonita era pouco, na verdade. Ficava linda...

— Vamos, temos que fazer o trabalho, né? - ela corou, notando que ele a observava. - N-Naruto...-san?

— A-Ah, desculpa, vamos sim. - a seguiu, logo após pegar o material que trouxera e também sua mochila, subindo às escadas e chegando até o quarto dela. - É melhor fazermos no chão, na mesa, deve ser ruim de esticar a cartolina.

— Tudo bem. - ele retirou uma cartolina azulada de uma sacola branca, e a esticou sobre o chão, obtendo ajuda da Hyuuga para colocar pesos nas pontas, para que ela não se desdobrasse. - Então, como começamos? - pegou seu estojo e o colocou no chão, colocando algumas canetas ali, para que pudessem escrever.

— Acho que é melhor começar escrevendo o título. - a Hyuuga opinou, logo, indo com sua mão na direção da caneta, mas a mão dele fez o mesmo. O que fez com que suas mãos ficassem juntas, a mão dele, por cima da dela. " A mão do Naruto-kun é tão... quente... N-Não, espera... "-kun?" Mal nos conhecemos, o que eu tô pensando...?" - sentia seu rosto queimar, ficando toda vermelha.

— P-Pode usar. - ambos disseram baixo, em uníssono. Ambos também estava vermelhos, principalmente Hinata depois de perceber a forma que ele olhava para ela, não estava a assustando, mas a deixando envergonhada.

— D-Desculpa! E-Eu uso a outra caneta, pode deixar! - retirou sua mão de cima da dela e pegou outra caneta em seu estojo, ainda vermelho. Chegou mais perto do pedaço de papel no chão e preparou-se para escrever. "Que porra é essa, eu nunca fico nervoso assim com ninguém..." - pensava Naruto, confuso. - É sobre o Renascimento, certo?

— I-Isso. - afirmou, ainda vermelha. Apenas o fitava, escrevendo.

— Algum p-problema, Hinata? - suspirou, tentando conter o nervosismo.

— N-Não, nenhum!

— Sabe, desculpa por perguntar algo assim, mas... Está chateada com alguma coisa...? - perguntou, sendo mais direto.

— E-Eu? Bem, um pouco, mas...

— Se for por causa daquelas meninas idiotas da nossa sala... Não liga pra elas não.

— C-Como sabe? - perguntou, assustada.

— Eu sempre vejo elas te dizendo várias coisas horríveis, mas nunca tive coragem de interromper... - suspirou fundo. - Sabe, eu não concordo com nada do que elas falam... Quer dizer, elas ficam te chamando de ridícula, mas eu... Te acho muito bonita, de verdade. - ficou extremamente vermelho com o que disse. "Que porra você tá falando, Uzumaki... Não, não, não... Tá tudo errado..." - pensava, querendo se dar um soco na mesma hora.

— B-Bem, obrigada... - disse, ficando vermelha também.  olhava para todos os lados, menos para os olhos do Uzumaki. Seu coração batia forte, não sabia o que estava acontecendo.

— Ah... Pronto, fiz o título. - "Bom, acho que acertei, nada mal..." - pensou, satisfeito. Logo, mudou de assunto, ainda constrangido. Até que não estava ruim, a Hyuuga sorriu.

— B-Bem, falta imprimir o conteúdo agora, é muita coisa pra escrever, e... - Hinata estremeceu ao ouvir o barulho da porta da frente sendo aberta.

— A-Ah! Deve ser a minha mãe... - disse, se levantando e se preparando para ir até a impressora, mas acabou tropeçando e caindo por cima dele. O loiro pousou suas mãos na cintura dela, e ela, no peitoral dele... Conseguia sentir o quanto ele era levemente definido, ficou extremamente vermelha, assim como ele.

Não demorou muito para que a mãe dela aparecesse na porta do quarto da menina, encontrando os dois naquela posição constrangedora.

— Hinata, o que pensa que está fazendo?

— M-Mãe, eu...

— M-Me desculpa! E-Ela tropeçou! - o Uzumaki se levantou junto dela, notando o quanto a mulher a sua frente parecia estar com raiva. Fez uma reverência, se desculpando.

— Garoto, pode ir embora. - disse, num tom autoritário.

— M-Mas, o trabalho...

— Pode ir, Naruto-san... Eu posso terminar!

— B-Bem... Certo. - disse, pegando sua mochila e seu estojo, que estavam no chão. Não sabia se devia intervir ou não... Era melhor não se meter. - Com licença.

~FLASHBACK OFF~

— E-E depois disso, ela me bateu! Mas foi só um acidente, e mesmo que tivéssemos alguma coisa... Ela não teria o direito de me bater por isso!

— Hina, esse tal de Naruto... É Uzumaki Naruto?

— Conhece ele?

— Infelizmente. O que esse cara tava fazendo com você, Hinata? - disse, vendo-a olhá-lo incrédula.

— Já disse, viemos fazer um trabalho, Neji! - corou um pouco lembrando da forma com a qual ele a tratou. - Além disso, ele foi muito legal comigo! - o outro suspirou, provavelmente desistindo de questionar.

— Se sente melhor? - perguntou, sentindo sua prima abraçá-lo, de leve.

— Uhum. - deu um beijo na cabeça dela, fazendo um carinho. - Obrigada, Neji.

— É como eu disse, vou estar aqui sempre que precisar.

— Você tem plantão hoje? - seu primo era médico, havia terminado a faculdade de medicina há pouco tempo.

— Não, só amanhã... Tenten também vai estar chegando logo. É bom que assim não te deixamos sozinha com essa louca aqui em casa. - falou, ouvindo-a rir. - Que ela não me escute... - riu, também. - Vou até lá embaixo pegar algo na cozinha pra comer, quer que traga pra você, Hina?

— Quero sim, mas não põe muito, tá? - falou, enquanto se enfiava embaixo das cobertas.

— Tem que comer direito, mocinha. Vou colocar o quanto você precisa.

— Ah, Neji... Eu tenho 17 anos, não 10, você sempre me trata assim.

— Não quero a minha priminha anoréxica. - disse, enquanto saía do quarto, sorrindo. Para Neji, Hinata era... Tudo. Ou quase tudo, como uma irmã mais nova. Pena que uma mulher problemática presente no andar de baixo atrapalhava toda a vida dela, a mesma o observava de cara feia. - Cara feia pra mim é fome, sabia?

— Não sei como ainda não expulsei você de casa.

— Quer ficar sem uma parte da empresa? - perguntou, desafiando a mais velha. - Sem ajuda pra pagar as contas? - silêncio. - Bom saber.

— Garoto abusado.

— Daqui a uns meses ela já vai ser responsável por si mesma, e você vai ficar sozinha, sem dúvidas. - se dirigiu à cozinha, sendo seguida por ela.

— Você sabe bem que não vou largar do seu pé tão fácil Neji, não é burro, longe disso. - ele trincou os dentes. - Nem do seu e nem do da sua prima. Essa empresa é minha por direito, e eu aposto que não quer que a sua queridinha fique sabendo de algumas coisas que você já fez.

— Cretina...

— Calma, o que é isso? - riu, debochada. - Pavio curto igual ao seu pai... - Neji estava se segurando muito para não fazer nada.

— Não ouse falar nele.

— Que clima é esse, vocês dois aí? - a Mitsashi apareceu, na porta da cozinha. - Boa noite, amor. - se aproximou do namorado, lhe dando um selinho. Havia percebido o clima pesado, e foi até bom que tivesse chegado ali, para evitar acidentes.

— A Hina está lá em cima, Tenten. Já vou subir.

— Vou te esperar, quer ajuda aí? - se aproximou do namorado, o ajudando a colocar a comida, enquanto via a tia do mesmo se afastar. Ela estava agradecendo muito por ter chegado justamente nessa hora, céus... - Neji, acalme-se, não vale a pena. - disse, abrindo a geladeira para pegar a salada.

— Ela machucou a Hina de novo. - foi repreendido pela outra, o fazendo um "Shhh". - Isso tudo me deixa puto.

— Eu sei, mas não é discutindo com ela que isso vai se resolver. Não agora. - arqueou as sobrancelhas, falando com ele. - Isso é o mesmo que bater palma pra maluco dançar, Hyuuga.

— Bem, vamos subir, ela queria te ver, também. - os dois subiram, indo até o quarto de Hinata. Provavelmente os três jantariam, ficariam um tempo conversando e depois iriam dormir, afinal, Neji trabalhava no dia seguinte, e as meninas teriam aula.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem :^)



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