50 Tons - Sem Saída escrita por Mary Kate


Capítulo 22
Flashes de um passado sombrio.


Notas iniciais do capítulo

Olá minhas lindezas!
Como prometido aqui está a continuação!
Ótima leitura ;*



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Continuação do Flashback POV-Autora

Certo final de semana após ser acordada pelos dedos carinhosos de seu pequeno Christian juntamente com Elliot e seu lindo desenho, Grace finalmente sentiu que não poderia se entregar daquela forma e resolveu fazer terapia. Passou a se tratar com uma excelente psiquiatra e colega de trabalho do Pillares Medical Hospital. Já se sentia mais forte e renovada a cada dia, foi então que resolveu ir a uma festa dada por Astolfo e Pietra numa linda noite tipicamente grega, estava com saudades de sua amiga, além da vontade de espairecer e fazer algo diferente. No entanto sentia que Carrick estava estranho, não queria muito ir à festa e no final das contas só foi por ser vencido pela insistência da esposa. Ela nem imaginava que ele estava fugindo de que alguma situação constrangedora pudesse acabar acontecendo. Pois seu caso com Pietra estava forte, os dois estavam muito ligados, ele não tinha deixado de amar sua esposa de jeito nenhum, só sentia que com sua amiga/amante podia ser ele mesmo, longe das responsabilidades de chefe de família, com Pietra ele fugia dos momentos exaustivos do dia a dia, podia simplesmente relaxar e ter momentos bons. Porém a culpa estava piorando a cada dia, pois com a melhora de Grace sabia que tinha que terminar aquele caso, não queria fazer sua esposa sofrer jamais e por isso sua consciência gritava todas as noites antes de dormir.

Ao chegarem à festa Pietra ficou surpresa em ver a amiga e se sentiu como a pior das mulheres. Vendo que ela estava melhor, decidiu que conversaria com Carrick e terminariam tudo. Aquela festa tinha sido ideia de Astolfo para comemorar a vitória sobre o meio irmão Trippy, que estava falido e tinha acabado de ter que vender sua empresa para Astolfo. Ela estava sem nem um pingo de ânimo para festejos, mas não tinha opção a não ser, ser a anfitriã perfeita. Era uma festa glamourosa, havia centenas de convidados espalhados pelas alas enormes da parte da frente da mansão, além dos jardins. Música tocada pelas melhores bandas, os melhores canapés e as melhores bebidas. Era uma festa estilo O Grande Gatsby, as pessoas todas impecavelmente vestidas com trajes de gala, somente os grandes milionários de toda parte do mundo. Ao longo da festa as amigas conversaram porém pouco, Pietra estava com vergonha de Grace, não sentia que podia manter a mesma amizade até dar um ponto final em seu caso com Carrick, por isso acabou fugindo um pouco da amiga. Estava aflita por um momento em que pudesse estar a sós com seu amante, então depois de algumas horas Pietra finalmente avistou Carrick próximo a um dos bares sozinho, decidiu ser aquele o momento para conversarem. Foi até ele e discretamente se dirigiram ao escritório no segundo andar da casa, o único lugar onde teriam total privacidade. Adentraram o local e na penumbra da noite, sem ligar nenhuma luz, iluminados apenas pela luz do luar que entrava por uma janela começaram a conversa.

— Chegou o momento de terminarmos. – Os dois acabaram falando ao mesmo tempo. Riram e então se abraçaram com imenso carinho. Pois apesar do caso que tiveram os dois sentiam que não era um amor além de amigos que tinham um pelo outro. As situações de intimidade foram movidas somente por carência e necessidade afetiva. Logo após se soltarem do abraço Pietra prossegue. – Você foi incrível para mim Carrick, essas semanas foram um alento muito grande, o qual eu realmente precisava. Mas ao ver Grace bem, não podemos mais ser amantes. Continuaremos nossa amizade de sempre. – Explica.

— Eu concordo plenamente. Você foi o apoio no momento em que mais precisei, nos seus braços eu encontrei todo o carinho que necessitava. Mas agora é melhor voltarmos a ser somente amigos. – Carrick também se pronúncia. Os dois estão felizes por terem essa conversa, gostam demais um do outro, mas não podem mais ser amantes, pois isso pode acabar gerando enormes estragos um dia. Para infelicidade deles, o que não podiam imaginar é que Astolfo tinha os seguido, e entrado pela saída secreta do escritório os espreitando como uma raposa, tinha ouvido toda a conversa dos dois desde o inicio, juntamente com Grace que fez questão de levar com ele. Astolfo já estava desconfiado deles dois há alguns dias, inclusive tinha colocado um detetive atrás de sua esposa e amanhã no encontro marcado com o mesmo teria a confirmação, mas ao ver os dois saindo sorrateiramente da festa não podia perder a oportunidade de flagra-los cara a cara.  Nesse momento que julgou ser o perfeito para desmarca-los, abre a porta de vez e aplaude enquanto caminha vagarosamente até os dois traidores. Seguido pela amiga, que anda devagar e com uma mão na boca, Grace sentia que seu mundo tinha desabado, não podia acreditar no que estava acontecendo. Não queria crer no que seus ouvidos acabaram de ouvir.

— Muito bem! Seus filhos da puta! Estão de parabéns por conseguirem enganar a mim e a pobre Grace! – Fala enquanto continua a bater palmas. Os dois o encaram totalmente embasbacados, não sabiam nem que reação ter.

— Astolfo nós podemos explicar. – Carrick diz rapidamente sem pensar muito.

— Explicar o que Carrick?! Como vai explicar o que não tem explicação?! – Nesse momento ouve Grace esbravejar, até então nem tinha a visto no ressinto. Assusta-se juntamente com Pietra que diz um: oh meu Deus! Totalmente chocada e também apavorada. A luz é ligada por Astolfo que rapidamente volta ao seu lugar, encarando os traidores.

— Vocês dois... como foram capazes?!! Minha melhor amiga e meu marido!!! – Grace grita e chora, Carrick vai em sua direção para tentar abraça-la mas recebe dois tapas na face.

— Grace, por favor... – Clama, sem nem saber o que está pedindo. Seu coração está aos saltos dentro do peito assim como os dos outros três integrantes do ambiente.

— Muito bonito, agora você quer piedade ein Carrick?! Seu bastardo de merda!!! Vocês dois são dois podres!!! Nem sei o que devo fazer com vocês... – Astolfo vocifera.

— Astolfo se acalme, Grace me escute, por favor! Eu jamais quis te magoar! – Pietra fala exasperada, indo em direção da amiga com as mãos na frente do corpo, na esperança de toca-la.

— Não encoste em mim!!! – Grace grita ao sentir as mãos da mulher a sua frente. – Eu odeio vocês, eu tenho nojo de vocês! Traidores inescrupulosos!!! – Diz a todos pulmões, então um soluço escapa de sua boca. Todos mencionam abraça-la, mas somente Astolfo realmente vai até ela e a abraça com carinho, sente-se mal no fim das contas, talvez não devesse ter envolvido Grace nisso. A mesma se deixa abraçar, escondendo seu rosto no peito do amigo. Um silêncio grande se instala por segundos que parecem horas.

— Acho que devemos conversar com calma, todos somos adultos e temos nossos motivos. – Carrick quebra o silêncio em um tom de voz brando.

— O que?!! Você ainda tem coragem de dizer que há razão, motivo ou sei lá das quantas seu infeliz de merda?!! – Astolfo esbraveja assustando Grace que se solta do abraço e caminha em direção à porta.

— Somos todos humanos e passíveis de erros, amigo. – Carrick responde ainda brandamente.

— Mais o que?!! – O outro homem grita novamente.

— Grace, por favor me perdoe! – Pietra diz chorando enquanto anda atrás da amiga. Que se vira e a encara com toda amargura do mundo.

— Eu te desprezo Pietra, nunca mais quero vê-la novamente. – Diz séria.

— Grace por favor... – A outra mulher balbucia enquanto chora muito. Grace então arranca do pescoço uma medalhinha que era o elo de amizade entre as duas, compraram juntas e havia o nome das duas gravado, juntamente com as iniciais de amigas para sempre. Desde que colocara no pescoço nunca havia tirado. Estende a mão para Pietra que abre uma das mãos, enquanto a outra tapa a boca e recebe a corrente. Ao pegar a correntinha a mulher cai no chão chorando e Grace sai da sala sem olhar para trás. Os homens que discutiam lá atrás param e Carrick corre desesperado atrás de Grace, com muito medo que a mulher faça alguma besteira. Mas simplesmente a alcança quando a mesma já chegava ao carro deles, a olha com medo mas ela nada diz. Dessa forma partem em silêncio, ao chegarem em casa a mulher se tranca no quarto e toma todos os seus calmantes de uma vez. Carrick percebe que há algo errado e entra em desespero arrombando a porta do cômodo. Leva a esposa desesperado para o hospital, depois de a fazerem uma lavagem estomacal Grace acaba ficando três dias desacordada devido a toxicidade dos medicamentos que já haviam entrado em sua corrente sanguínea. Depois de acordar a psiquiatra acha melhor que a paciente fique alguns dias internada. Durante essa semana de internação o casal acaba se acertando, pois através das seções de tratamento Grace percebe que ama demais o marido e perdoa-o pois não quer acabar seu casamento. Além de ver como Carrick também a ama e entende o momento difícil que ele estava passando.

Voltando a noite trágica da festa, o casal que ficou para trás teve a pior briga de todas.

— Levante-se daí sua cretina! – Astolfo grita com Pietra, que permanece agachada chorando ao ser deixada com a correntinha da amizade nas mãos. Soluça muito, seu corpo treme e ela não sabe mais o que fazer da vida. Tudo que ela mais temia aconteceu: perdeu sua melhor amiga, perdeu seu melhor amigo e ainda terá que enfrentar a ira de seu marido, que ela também não queria magoar, pois ainda o ama muito apesar de tudo. – Eu disse para você se levantar!!! – Ouve o grito descomunal de seu esposo, então respira fundo e levanta devagar, se vira lentamente e olha nos olhos. Astolfo está completamente transtornado, seus olhos estão vermelhos como brasas mas algumas lágrimas escorrem por sua face.

— Astolfo... – Tenta falar, mas ele caminha violentamente até ela e suas mãos agarram com força seu rosto, segurando uma de cada lado de sua face. Como muitas vezes antes fez, mas com carinho para beija-la.

— Você é a pior decepção que eu já tive... eu tenho nojo de você! Como você pôde ser tão sórdida e me trair assim?! – Fala baixo a olhando nos olhos. Pietra fecha os olhos, não quer encarar todos os sentimentos, mágoa e dor que vê nos olhos do marido.

— Me perdoe... eu... – Sua voz sai em sussurros.

— Abre os olhos Pietra! E cale essa maldita boca! – Astolfo a interrompe, muda uma de suas mãos para seus cabelos que estão lindamente presos em um penteado. Segura com força, forçando seu pescoço um pouco para trás. – Olhe para mim, porra!!! – Grita, a mulher estremece e abre os olhos. – Você é uma maldita filha da puta!!! Eu te dei uma vida de rainha, o que mais você queria?! – Vocifera.

— Amor. Tudo o que eu sempre quis foi o seu amor. Eu nunca me importei com seu maldito dinheiro! – Diz primeiramente baixo, depois se exalta nas ultimas palavras. Astolfo então faz uma careta e defere um tapa com toda força no rosto da mulher, que cai e coloca a mão no rosto.

— Eu sabia, eu sabia que em algum momento você iria me bater também, seu infeliz, amargurado de merda! – Pietra grita sentindo gosto de sangue na boca enquanto um fio começa a escorrer-lhe pelo canto dos lábios. Ouve Astolfo gargalhar, e depois chorar o olha ele está agachado passando as mãos no rosto.

— Eu te amei mais que tudo! Eu que nunca pensei que amaria, daria minha vida por você! – Ele diz exasperado, e a olha. Ela então engatinha até ele, ficando os dois cara a cara.

— Eu também, eu te amo! – Diz e aos poucos aproxima a mão do rosto do marido, que fecha os olhos ao sentir o doce carinho, da pele macia da sua tão amada bailarina russa.

— Mas não pensou nisso ao ir foder com aquele amigo da onça. – O homem responde baixo abrindo os olhos lentamente. Pietra para o carinho e o responde com raiva.

— Você também me traiu Astolfo, e os inúmeros bordeis que você foi?! – Fala exaltada e com amargura. Então o homem dá outro tapa em seu rosto, a fazendo cambalear e sentir o nariz doer muito. Astolfo tem um rompante de fúria, pois no fundo se sente culpado pela traição da esposa. Seus sentimentos estão um turbilhão, não raciocina. É raiva, angustia, fúria e um coração partido. A puxa pelo braço a levantando e quando ela está de pé dá outro tapa ainda mais forte em seu rosto. Ela cai no chão e tosse por estar chorando novamente. Então se agacha e agarra seu pescoço com força, aperta forte querendo sufoca-la mas quando olha para seu rosto totalmente ferido, sanguinolento e seus lindos olhos brilhantes sente seu mundo ruir a soltando imediatamente. Pietra bate a cabeça no chão e busca o ar aflitamente, foi como se tivesse se afogado no seco.

— Me perdoe, me perdoe, me perdoe!!! – Astolfo fala exasperado, sentado no chão com as mãos na cabeça puxando os cabelos com força. A mulher se mexe e tenta aos poucos se levantar, ao conseguir corre para fora do escritório. Passam-se alguns minutos e passado o choque o senhor corre para procurar sua esposa. Depois de andar a esmo pela casa, totalmente confuso. Pensa o único lugar que ela pode estar. Logo corre para o quarto do filho, que é em uma ala muito distante de onde está o burburinho da festa. Corre desesperadamente, ao chegar ao corredor vê a porta aberta e a luz ligada. Entra rapidamente vê duas malas de carregar na mão em cima de uma poltrona e Pietra beijando a face do filho que dorme pesado, Reymond tem um sono extremamente pesado, é sempre difícil acorda-lo. Ela se assusta com a chegada do homem e dá um pulo se levantando da cama onde estava sentada ao lado do adolescente. – Saia de perto do meu filho. – O homem diz em tom normal.

— Eu vou embora e vou levar meu filho comigo. – Ela responde o olhando com ódio.

— Vocês não vão a lugar nenhum. – Ele prossegue.

— Astolfo eu vou embora e nada vai me impedir de levar Reymond comigo! – Diz um pouco mais exaltada com algumas lagrimas escapando-lhe os olhos.

— Meu amor, me perdoe. Deixe-me cuidar de você. – Fala se aproximando e tocando o rosto muito machucado da esposa.

— Não toque em mim. – Pietra diz com um fio de voz, enquanto chora muito. Então ela percebe que será difícil naquele momento sair dali com o filho. Não quer também que ele a veja nesse estado, está perdida e sem saber o que fazer. Pega uma mala, que é a com as roupas dela e se encaminha para a saída do aposento. Astolfo a segue, ao chegar à porta olha para trás sentindo seu coração em pedaços ao ver seu lindo filho dormindo e ter que deixa-lo para trás. Rapidamente volta a caminhar e o homem a segue. Andam rápido por muitos cômodos e corredores, que ficam na parte posterior da casa.

— Onde você vai Pietra? – Pergunta enquanto anda apressadamente atrás dela.

— Para bem longe de você! E eu vou dar um jeito de voltar para buscar o meu filho! – Fala com total seriedade.

— Você nunca vai tirar Reymond de mim, nunca!!! – Fala alto a respondendo. Chegam a saída dos fundos da casa, uma das muitas que são alternativas e que nesse momento não há ninguém, porque os funcionários estão ocupando a saída dos fundos da cozinha e a festa ocorre nas partes anteriores da mansão. – Adeus Astolfo. – Diz o olhando com toda amargura, sai então pela porta e some na escuridão da noite.

— Flashback off –

— Eu não sei se eu consigo ouvir mais nada! – Digo exasperada cobrindo meus lábios com minha mão, enquanto lagrimas caem incessantemente de meus olhos. Levanto-me da cama e Christian se levanta do sofá vindo até mim, me abraça e fala com raiva.

— Eu não acredito, não acredito em nada disso que o senhor está falando! Deve estar delirando por conta da quantidade de remédios que tomou. – Diz enquanto afaga meus cabelos.

— Eu sinto... muito... vou descansar alguns minutos. – Sua voz sai muito fraca. – Mas ainda há mais... quero contar-lhe... mais... minha neta. – Diz puxando o ar com força, sinto-me tão chocada que não sei se quero continuar ouvindo. Mas vou respeitar sua vontade.

— Tudo bem, mas descanse primeiro então. – Digo somente o olhando parada ao lado da cama, abraçada a Christian.

— Antes... pegue aquele envelope... está em cima da mesa... ali... – Diz apontando sem levantar a mão, a mesa que fica a direita no quarto. Olho para Christian que tem o maxilar enrijecido, seu corpo todo está tenso. Desvencilho-me vagarosamente dele e caminho até a mesa. Volto com o envelope em mãos e meu avô prossegue. – Enquanto eu descanso... um pouco... vão achar... nesse envelope as... respostas para suas dúvidas. – Tosse bastante ao terminar, engulo em seco e encaro meu marido que está totalmente sério, enquanto meu avô fecha os olhos puxando o ar com força.


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Notas finais do capítulo

Gente é muita emoção!!!!
Ainda tem muito baphooo para rolar, então comentem muito!!!
Quero saber demais o que está passando nas cabecinhas lindas
de vocês!!!
Assim que possível estarei de volta (espero que seja o mais rápido possível)
Um maravilindo fds para vocês, com um domingão maraaa!
Caso tenham alguma duvida é só perguntar nos coments que eu respondo!
Não exitem nas perguntas ;)
Bjuuuuuus ;*



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