50 Tons - Sem Saída escrita por Mary Kate


Capítulo 23
Tocada.


Notas iniciais do capítulo

Olá meus zamores!
Desculpem a demora, mas não consegui aparecer antes
tanto que olhem a hora que consegui postar...não foi de propósito!
Mas o que mesmo exausta me deu energia para postar foi a linda
recomendação da Natalia You Life Me! Gente eu fiquei tão feliz
e emocionada, vocês não imaginam! Meus olhos brilharam demais! Muito obrigada minha querida dedico esse cap a você! Eu sempre digo imaginem fogos de artifício para esse momento,
e dessa vez imaginem mesmo porque quando eu estava lendo a recomendação alguém soltou
fogos de verdade na rua! hahaha
Ótima leitura ;*



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Sinto meu corpo tremer levemente, estou com muito medo de abrir esse envelope. Depois de tantas revelações terríveis que meu avô fez do passado, já não sei mais o que esperar. Mas estamos aqui para desvendar as coisas então, vou até o fim nisso. Encaminho-me para o sofá já que Astolfo parece estar tirando um cochilo e Christian vem até mim. Sentamos-nos e olhamos um para o outro enquanto eu aperto as bordas do envelope aflitamente.

— Eu sinto muito por tudo o que ele disse Christian, de verdade. Eu sei que você via o casamento dos seus pais como o ideal e perfeito. Mas no final das contas todos somos humanos e eu acho que foi uma época difícil para todos eles. – Digo brandamente olhando em seus olhos. Ele permanece totalmente tenso e sério, seu maxilar ainda travado, estou muito preocupada com ele.

— Eu não acredito em nada do que ele disse. – Diz simplesmente, com sua voz dura e séria. Faço uma pequena careta e respiro fundo.

— Bem, vamos ver o que há neste envelope. – Falo um pouco aflita. Já tinha reparado que o compartimento de papel amarelo parece bem cheio, está um pouco pesado inclusive. Abro pela parte de cima onde há um selo o lacrando e viro levemente para que o conteúdo caia em minhas mãos. Muitos e muitos papéis vêm em cascata e por fim quando os tenho em mãos percebo que uma ultima coisa escorrega de dentro do compartimento: uma correntinha. Minha curiosidade pelo objeto é maior então a pego rapidamente para analisa-la de perto. A corrente é de prata ou ouro branco talvez, muito fininha e possui uma pequena medalha, na frente da medalhinha o desenho de um infinito. Acho linda e delicada, a viro e atrás há escrito: Grace&Pietra BFF, em letras lindas e delicadas, se fundindo a própria medalha formando um alto relevo. Fico emocionada, pois é a medalhinha que ele havia mencionado que Grace retirou rompendo a amizade com minha avó. Christian me observa o tempo todo imóvel, mas quando dou a medalhinha para ele vejo seu olhar ficar confuso, sei que ele está relutando para não acreditar, mas no fundo ele sabe que tudo que meu avô falou é verdade. Enquanto ele examina a corrente, resolvo dar atenção aos papéis, em baixo de todos há outro envelope vermelho, é mais fino e envolto em um material impermeável, diferente do outro que era de papel. Resolvo deixa-lo por ultimo. Os papéis são um pouco velhos, dá para perceber que já estão um pouco amarelados. Leio alguns relatórios de um detetive particular afirmando o caso entre Pietra e Carrick, descrevendo como eles se encontravam os horários e tudo mais. Então vejo fotos, são várias fotos de minha avó e do pai de Christian em locais diferentes. Entrando escondidos em hotéis que ficavam em cidades próximas a Atenas, em praias distantes, em restaurantes. Tudo em cidades vizinhas e lugares onde claro, eles não imaginavam que pudessem ser pegos. Por alguns minutos volto minha atenção para observar atentamente minha avó, até então só tinha visto uma foto dela que pertencia a papai e acabei herdando, mas infelizmente a perdi quando vendi nossa casa e me mudei para cá. Nossa, como ela era linda! Penso comigo mesma. Com trinta e seis anos e parecia ter vinte e poucos, tão jovial, na maioria das fotos ela está sorrindo ou olhando de forma penetrante para Carrick, ela passa tanta profundidade em simples imagens, é a mulher mais bonita que já vi concluo.

— Você lembra muito ela, principalmente quando gargalha assim. – Ouço a voz de Christian que já até tinha me esquecido que está do meu lado. Olho para ele, que está com uma foto na mão e me encara com profundidade apontando a imagem em que minha avó está sorrindo muito com a cabeça um pouco para trás, sentada em um restaurante junto a Carrick. Faço um sorriso sem mostrar os dentes, pois já sinto lágrimas querendo apontar em meus olhos. Olhamos a ultima foto, Pietra está de maiô na praia em pé em frente ao mar com os braços abertos, sorrindo e Carrick de costas parece ir ao seu encontro.

— Eu sinto muito Christian. – Digo e afago seu rosto. Ele tem os olhos marejados, imagino como deve estar sendo difícil afinal tudo que ele sempre acreditou está deixando de existir. – Tem uns relatórios médicos aqui também, confirmando o internamento da sua mãe por tentar se matar por excesso de medicação, os laudos psiquiátricos e também a data da alta médica. – Explano enquanto dou os papéis para ele olhar, ele analisa um a um. Essa é a confirmação que faltava para saber que realmente tudo o que meu avô contou até aqui foi exatamente assim. Sinto-me muito mal por Christian, ele não quer demonstrar, mas está arrasado. Espero ele parar de ler as informações e então o puxo para um abraço. Ele deita a cabeça em meu ombro e eu acarinho seus cabelos, sinto que ele respira pesadamente. Passam-se alguns minutos ele levanta a cabeça e olha para mim, seus olhos estão vermelhos mas seu rosto não está molhado de lágrimas.

— Quando sairmos daqui vamos direto falar com os meus pais. Eu sinto que eles escondem mais coisas agora, um casamento com crises é normal. Mas eu cresci odiando seu avô sendo que ele também foi vitima nessa história, nenhum deles merecia ter sido condenado por nada... mas é de meu pai que mais sinto raiva nesse momento. – Suas palavras saem extremamente sérias, fico aflita só de pensar quando ele souber então o que eu já sei: que Mia é filha de Carrick e Pietra.

— Tudo bem, mas fique calmo. – Digo e aliso sua face. Ouvimos meu avô tossir, largo o envelope e os papéis no sofá com Christian e levanto-me indo até a cama. Ele faz caretas e se mexe um pouco enquanto tosse e puxa o ar pela mascara de oxigênio. Aproximo-me bem da cama e faço carinhos em seus cabelos brancos, ele vai se acalmando como da outra vez e aos poucos para de tossir e olha para mim.

— Vocês... já leram tudo? – Pergunta-me com a voz rouca e fraca.

— Sim, só falta abrir o envelope de plástico vermelho. – Digo passando os dedos levemente pela sua face, sinto sua pele gelada.

— Então já... sabem... que é ver... verdade... – Para um pouco e puxa o ar. – Tudo o que... eu disse. – Diz com dificuldade. – Mas o envelope... vermelho... não leiam aqui... o guardem em... segurança... leiam... longe daqui. – Diz fazendo um grande esforço para poder segurar minhas mão, seus dedos estão levemente trêmulos. Fico preocupada, o olho com atenção, seus olhos suplicam, acho melhor nem perguntar o porquê, quando sairmos daqui leremos o que falta.

— Tudo bem, não se preocupe. O senhor ainda tem mais para me dizer? – Pergunto já que foi isso que ele disse, antes de cochilar um pouco.

— Sim... sente-se na cama.... vou prosseguir. – Me diz e eu novamente me sento ao seu lado na cama, olho rapidamente para trás e Christian analisa o envelope vermelho, mas então o guarda dentro de sua jaqueta de couro preta. Olha para mim e balança a cabeça afirmativamente me dando apoio, jogo um beijo somente com os lábios para ele e me viro para meu avô que olha em meus olhos e começa a falar.

— Flashback ON (pov autora) –

Depois de ver Pietra sumir em meio à escuridão da noite Astolfo voltou para o quarto de seu filho, a luz ainda estava acesa e a outra bolsa de mão ainda estava na poltrona. O senhor caminha até a cama do filho e o observa dormir tranquilamente, percebe então que caída ao lado dele está a correntinha da amizade retirada por Grace, pega e resolve guarda-la. Vai até a poltrona para pegar a bagagem quando ouve um grito de Reymond que se senta na cama assustado.

— Não!!! – É o que o filho diz ainda saindo do transe do sonho. Astolfo logo se aproxima de Reymond largando a bolsa no chão e empurrando com os pés para de baixo da cama.

— O que houve meu filho? – Pergunta assustado. O jovem rapaz o encara confuso, olha para todos os lados como se procurasse alguma coisa, está suando então passa as mãos no rosto com aflição e responde o pai.

— Eu tive um pesadelo, mamãe ia embora. Estava machucada e chorando...- Faz uma pausa respirando fundo, por estar com os batimentos cardíacos acelerados. – Ela queria me levar, mas não podia. Eu não sei, foi muito ruim. Eu quero ver a minha mãe! – Explica enquanto respira aceleradamente, como se tivesse corrido uma maratona. Menciona se levantar da cama, mas Astolfo senta-se rapidamente ao lado do filho e lhe segura o braço. O homem sente seu coração em pedaços, mas já basta ter perdido a mulher da sua vida, não iria perder o filho também. Estava decidido que a partir daquela noite seriam somente eles dois no mundo, somente eles importariam. Treinaria seu filho para ser seu sucessor e não se abalar com sentimentalismos que foi o que o levou ao fracasso. Sua ultima esperança de felicidade estava sendo depositada em Reymond, seu único filho e amor de sua vida.

— Meu filho você tem que ser muito forte para o que vou lhe dizer agora. – Fala compassadamente e com seriedade olhando nos profundos olhos azuis de Reymond, que fica paralisado com medo do que o pai tem a dizer. – Somos só eu e você a partir de hoje. Sua mãe foi embora, nos abandonou. – Conclui sério. O jovem fica estarrecido, não acredita nas palavras do pai.

— Pare com isso, mamãe jamais nos abandonaria! – Diz com desespero, sentindo seu coração acelerar ainda mais que antes, se é que é possível. Então Astolfo afaga os cabelos pretos do filho iguais os de Pietra, que sempre fez questão de que ele pudesse manter eles na altura da nuca, por serem tão brilhantes e lindos como os dela.

— Eu não mentiria para você Reymond! Já está na hora de você se tornar um homem, enfrentar a vida e a realidade das coisas! Sua mãe te protegeu e mimou demais a vida toda, mas agora eu vou concertar você! Seremos só nós dois e você será um grande homem, ainda mais importante e poderoso do que eu. – Diz com dureza na voz, apesar do coração em pedaços irá se refazer e esquecer que um dia amou alguém mais além do filho. Reymond se enfurece e levanta da cama rapidamente, corre em direção ao quarto dos pais que fica no final do segundo corredor após o próprio quarto. Chegando lá encontra a luz acesa, vai ao closet e vê roupas espalhadas para todo lado. Nunca aquele lugar havia estado assim antes, percebe que muitas roupas não estão ali, assim como sapatos, além de estarem em completa desordem também. Senta-se no chão, sente como se tivesse sido atropelado por um caminhão. Coça a cabeça com força e seus olhos ardem.

— Agora você acredita em mim?! – Ouve a voz de seu pai que chega tranquilamente ao cômodo. Astolfo antes de ir atrás do filho espertamente escondeu a bolsa de roupas do jovem em outro quarto, para que ele não ficasse sabendo que Pietra pretendia leva-lo com ela.

— Não, não, não!!! Você fez isso, você fez alguma coisa para ela fugir assim. Mamãe jamais me abandonaria! Eu vi como você a tratou nos últimos anos, ela vivia sofrendo! Você é um monstro! Eu nunca vou ser igual a você!!! – Diz aos berros ainda no chão e ao final se levanta. Encara o pai com fúria e se dirige a saída do quarto, mas antes que ele saia ouve a voz agora alterada de Astolfo.

— Ela abandonou você porque tem um amante, possivelmente já possui outra família. Ela não está nem aí para você Reymond, assim como a minha genitora fez comigo também! Mulheres estrangeiras abandonam seus filhos, é isso que acontece! – Astolfo esbraveja com o rapaz que o olha chocado. – Esqueça isso, você vai superar! Seja o homem que você deve ser! – Diz um pouco mais brandamente se aproximando aos poucos do jovem que o olha sem reação, pois não quer acreditar que sua mãe o abandonou por ter outra família. Astolfo sabe que está mentindo terrivelmente para o filho, mas tudo que ele quer é que Reymond só confie nele daquele dia em diante. Abraça o rapaz que permanece estático, então segura o rosto dele com as duas mãos para que se encarem. – Vai ficar tudo bem, somos eu e você agora meu filho! – Fala azul contra azul. Reymond se desvencilha do pai e se encaminha para seu quarto, lá se deita na cama e chora com saudades da mãe.

A partir daquela noite Astolfo voltou a ser completamente o homem que fora um dia: duro, sem compaixão, sem piedade e sem amor ao próximo. Se aproveitando do momento delicado que Carrick passava com Grace internada, fez com que ele assinasse papéis sem ler vendendo sua parte na empresa por míseros tostões em troca. Não se sentiu culpado, pois queria ver Carrick na miséria. Odiava aquele homem com todas as suas forças e só não deu cabo de sua vida, pelo pingo de compaixão que lhe restou por conta de Grace e dos dois meninos pequenos. Já estava mais do que satisfeito em saber que o rival estava na miséria. Os dois é claro, depois disso se encontraram algumas vezes, brigas terríveis ocorreram, até mesmo se agrediram fisicamente. Carrick entrou na justiça tentando reaver sua parte na empresa, mas infelizmente contra sua assinatura em papeis autênticos não havia como ganhar. Assim nasceu o ódio entre as famílias, a rivalidade e a sede por vingança.

Passaram-se cinco anos, Reymond já era um homem recém-formado na faculdade tinha se tornado um grande homem de negócios, extremamente competente e compenetrado. Porém infeliz, não conseguia entender o que havia acontecido a sua mãe, nunca mais tinha tido notícias e por fim não queria herdar o legado do pai, não queria seguir os passos de Astolfo, não sabia nem se realmente queria ser empresário do ramo de minas e energia. Apesar de todas as tentativas do senhor Kaligarys, o rapaz não tinha o coração duro e nem fechado para o amor. Foi então que um dia para sua surpresa recebeu uma carta, entregue em mãos por um rapaz de recados enquanto tomava um café sentado em uma mesinha na calçada de uma cafeteria no centro de Atenas. Ficou desconfiado e curioso, rapidamente abriu o envelope sem remetente ou qualquer dado. Ao esticar a folha da carta de imediato reconheceu a letra, seu coração quase parou em seu peito. Era de sua mãe. Na carta Pietra explicava que tinha fugido por medo e que por ele agora já ser um homem adulto achava mais seguro que se vissem, dava um endereço e horário para que se encontrassem em meia hora num apartamento não muito longe dali. O rapaz nem pensou muito, somente contou os minutos e então lá se foi atrás de sua mãe. Achou à rua não muito legal, o prédio era um pouco velho e feio. Mas nada disso importava. Aproveitou que uma moradora saia do edifício e entrou indo para o segundo andar, pulando todos os degraus das escadas. Nem tinha se ligado se havia elevador ou não, ao chegar à porta do número dado por ela parou. Seu coração parecia sair pela boca, seus pulmões queimavam de tanto que puxava o ar, sentia uma agonia terrível e uma ansiedade tremenda. Mas já não sabia mais se tinha coragem de bater naquela porta e encontra-la. Movido pelo medo virou de costas para ir embora e foi nesse instante que ouviu atrás dele o barulho de uma porta se abrindo e aquela doce e conhecida voz o chamou.

— Reymond... – Era ela, tinha certeza. Virou-se lentamente e deu de cara com Pietra, sua linda e amada mãe, sorrindo e com os olhos cheios de lágrimas. Correu ao seu encontro, a mesma abriu os braços o acolhendo naquele abraço que ele tanto sentiu falta.

— Mamãe! – Diz inalando o doce perfume de seus cabelos ainda iguais a como ele lembrava, somente cortados na altura do pescoço. Ela o abraça com todo carinho sentindo seu coração se encher de amor, Pietra não via a hora de poder abraçar seu filho. Esses anos tinham sido como estar morta para ela. Ainda o abraçando ela o puxa e fecha a porta atrás dele. – Eu senti tanto a sua falta! Eu tenho tantas perguntas. – Diz se desvencilhando um pouco, mas ao mesmo tempo a abraçando várias vezes. Ela sorri com o carinho do filho e então o enche de beijos por todo o rosto e cabelo. Ele dá risada, pois esse era o modo como ela sempre o acarinhou. Ele amava aquilo.

— Oh meu amor, eu senti tanto, tanto, tanto a sua falta! Ah Reymond! – Diz o olhando nos olhos enquanto lágrimas escorriam levemente. Ele as enxuga sentindo sua garganta travar também e de seus olhos uma lágrima salta rolando por sua face. Sua mãe o abraça novamente e os dois sentem a maior felicidade que poderiam sentir. – Venha meu filho, sente-se aqui comigo. Vamos conversar! – Ela diz o puxando pela mão, os dois se sentam num sofá velho e gasto. Reymond então repara no ambiente, é um apartamento bem pequeno, cozinha e sala se dividem por um balcão, há um armário em um canto da sala e uma porta que deve levar a um banheiro já que não há mais nenhum cômodo. As paredes estão descascadas e todos os móveis são antigos, é como estar em outra época para ele que está acostumado com todo luxo e tecnologia. – Meu filho eu sinto muito! Eu jamais te abandonei, seu pai não permitiu que eu te levasse comigo. Ele se tornou um homem perigoso e violento, tentei outras vezes ver você, mas ele sempre descobriu. Ameaçou acabar comigo, e eu só não queria morrer sem voltar a vê-lo. – Pietra fala olhando o filho nos olhos, sente seu coração apertado. Ele por sua vez acredita em tudo o que ela diz, sabe bem que a cada ano seu pai tem se tornado um homem mais e mais amargurado.

— Eu acredito mamãe! Ele está a cada ano pior, mais amargurado e ruim. Quer de todo jeito que eu seja como ele, mas já não aguento mais... – Diz e abaixa a cabeça. A jovem senhora então afaga os cabelos do filho, que respira fundo sentindo seu carinho.

— Oh meu amor, eu te amo tanto querido! – Fala afagando sua bochecha, o mesmo a olha e os dois sorriem.

— Eu também te amo mamãe! Senti sua falta mais que tudo! Eu nunca acreditei que a senhora tinha me abandonado. – Reymond diz e os dois se abraçam mais uma vez. A partir daí conversam e Pietra explica tudo o que houve totalmente às claras. Reymond escuta com atenção e entende sem julgar tudo o que a mãe passou, depois ela conta que fugiu para a Rússia e está naquele apartamento somente no momento como uma forma de se esconder para poder vê-lo. O rapaz também conta como foram seus últimos anos que foram somente como um grande treinamento para substituir Astolfo na empresa e quem sabe até na vida, já que parecia que era isso que o velho queria, que seu filho fosse seu espelho. Os dois conversaram muito, tomaram um chá e se encheram de carinho. Combinaram então que se falariam por cartas que mandariam sempre escondidos um para o outro, logo se despediram pelo avançar da hora e Reymond foi embora feliz também deixando sua mãe transbordando de felicidade. Passaram-se semanas com eles se comunicando por cartas através de pessoas de recado de forma que não pudessem ser rastreados, assim se viam sempre que possível. Mas ingenuamente Reymond não escondeu as cartas de forma segura e a nova governanta da casa: Carina as encontrou em uma gaveta de seu quarto. O homem não imaginava que seu pai mandava que a governanta ficasse de olho em suas coisas, sempre procurando pistas caso um dia ele conseguisse contato com a mãe. A nova empregada da casa era fissurada em Astolfo, o obedecia como um cachorrinho. Mas sempre que estava a sós com Reymond demonstrava não gostar dele, inclusive ele já desconfiava que seu pai pudesse ter algo com a mulher ranzinza. Foi assim que tudo foi descoberto, mas para que não houvesse tempo de Pietra fugir, Astolfo simplesmente foi atrás dela sem contar ao filho que já sabia de tudo. Como nas cartas não havia endereço uma certa tarde o velho seguiu o filho e descobriu onde a ex-mulher estava alocada. Ao ver Reymond ir embora, saiu do beco em que estava escondido e atravessou a rua, entrou no prédio e para sua sorte e azar de Pietra já deu de cara com a mesma descendo as escadas. Desesperada a mulher correu de volta para seu apartamento, mas Astolfo a alcançou jogando a mulher para dentro do apartamento e batendo a porta com força.

— Me deixe em paz Astolfo!!! – Pietra grita se levantando do chão, já que pela forma como foi jogada tinha caído ao lado do sofá. Apoia-se no móvel e ao levantar coloca uma mão sobre a barriga, que mesmo já tendo passado dos quarenta anos permanece reta como sempre foi pelo seu porte de bailarina.

— Sua vadia miserável! O que você quer de novo atrás do meu filho?! – O velho grita a encarando com fúria e sem entender os movimentos da mulher. Pietra com as feições apavoradas, que é como se sente caminha pelo pequeno espaço indo para trás do sofá.

— Eu quero ver o meu filho, ele é meu filho também! E eu tenho esse direito! – Diz bravamente, quase na mesma altura em que o homem fala. Ele a encara mordazmente e gargalha.

— Você perdeu todos os direitos sobre ele quando me traiu e depois foi embora. – Fala secamente.

— Eu fui embora porque você quase me matou! E depois todas as vezes que tentei ver Reymond você me ameaçou, me encurralou e ainda deixou bem claro que na justiça eu não teria chance nenhuma contra você! E eu sei bem disso, o que poderia eu contra o poderoso Kaligarys?! – A mulher fala indignada. Astolfo vai caminhando em direção a ela, que anda para trás. Os dois se encaram sem parar. Ela com muito medo e pensando que precisa fugir e o velho com um ódio descomunal, pois mesmo depois desses anos olha para ela e sente o mesmo amor, mas jamais admitiria isso, o que causa mais raiva ainda nele. – Você nunca mais vai colocar suas mãos em mim, vá embora daqui!!! – Grita.

— Você é quem pensa minha cara, você ainda pertence a mim Pietra!!! – O homem esbraveja com tanta violência que a jovem senhora sente seus pelos arrepiarem, sabe muito bem do que ele é capaz. Logo corre e abre a porta do apartamento, desce as escadas com toda velocidade que consegue, mas ao chegar ao hall é alcançada por Astolfo que segura seu braço. Ela se debate tentando se soltar e ele a olha com amargura, angústia e muitos outros sentimentos. Está totalmente dividido, sente que deve pedir perdão e parar com essa abordagem agressiva, mas a raiva o consome por outro lado dando vontade de bater nela novamente. Quando segura o rosto da mulher com a mão livre, aperta com força seu queixo delicado. Ela se debate ainda mais e nesse momento alguém chega abrindo o portão do prédio, o que os pega de surpresa sendo o momento perfeito para Pietra se desvencilhar e fugir. Ela corre desesperada sem nem olhar para lado nenhum e só um grande estrondo é ouvido. Astolfo corre para a rua e se depara com a cena que faz seu corpo gelar, não sente seu coração bater e parece que tudo está em câmera lenta ao seu redor. Vê Pietra jogada no chão e um carro parado com o vidro quebrado. Ela foi atropelada e está desacordada no chão. Logo um aglomerado se forma, as pessoas começam a gritar por uma ambulância ou médico e o motorista do carro sai do veículo claramente aflito. Astolfo não tem coragem de se aproximar, tem medo de que ela esteja morta e sai dali rapidamente. Sente uma culpa terrível, mas também se sente covarde e quer ir embora. Vai ao encontro de seu motorista que está em outra rua e rapidamente estão longe do bairro.

Depois desse dia ficou semanas em casa se culpando, se embebedando e chorando em seu quarto. Não conseguia notícias de Pietra, somente sabia que ela estava viva por ter conseguido a informação de um enfermeiro que trabalhava no hospital em que ela foi atendida depois do acidente. Mas pelo que percebeu nem Reymond conseguiu mais contato com a mãe. Pelo menos era o que ele imaginava. Na verdade o rapaz prosseguia falando com a mãe por cartas, dessa vez com total cautela, mas realmente não voltou a vê-la pessoalmente mais. Depois de finalmente conseguir se recompor voltou a trabalhar e a dar ordens com seu habitual jeito dominador. Vários meses se passam e certa tarde recebe uma ligação da sala de Reymond que solicita vê-lo. O filho entra com uma moça em seu escritório na empresa, o velho não entende o que estava havendo e age com sua impaciência de sempre.

— Reymond você sabe que não tenho tempo para bobagens... quem é essa moça? Aliás, se é emprego a encaminhe para o RH, não lido com funcionários dos níveis inferiores, você sabe muito bem disso. – Diz dando uma olhada de cima a baixo na jovem loira de olhos castanhos, pelos seus trajes simples só pode ser alguém em busca de uma vaga em sua empresa, a moça fica completamente sem graça e menciona sair do ambiente, mas vê o filho segurar a mesma pelo braço a impedindo. Astolfo bufa com impaciência e volta sua atenção para os papéis em sua mesa. – Diz logo Reymond do que se trata, estou muito ocupado. – Reclama.

— Pai, por favor. – Reymond diz querendo a atenção do pai. Astolfo o encara sem a menor boa vontade. – Essa é Karla Adams Steele, minha noiva. – O rapaz explica, puxando a moça pela mão que caminha sem muita vontade. Ela está com muita vergonha pela forma como foi tratada de cara, Reymond escolheu a empresa para apresentar os dois por achar ser um terreno neutro em que o pai não teria coragem de fazer escândalos. Conheceu a linda moça na praia em um luau há algumas semanas, sente desde então que ela é o amor da sua vida. Não está nem aí para nada, só tem certeza de que irá se casar com ela o mais breve possível. Faz algumas semanas também que Pietra havia falecido, o que deu ainda mais sede de amor e vontade de ter uma família a Reymond. Astolfo dá risada sem parar encarando os dois. – Qual é o motivo da graça? – Reymond pergunta sério. Depois que ficou sabendo da morte da mãe percebeu ainda mais o quão importante é o amor na vida de alguém. Percebeu também que seu pai havia fica ainda pior com a notícia, vivia de mau humor e tinha se tornado ainda mais duro se é que era possível.

— Você não pode estar noivo, eu nem conheço essa mulher! Esse sobrenome não me é familiar, ela é alguma pobretona querendo dar o golpe do baú por acaso? – Pergunta com escárnio na voz. Vê a moça ficar ainda mais sem jeito e colocar a mão nos lábios franzindo as sobrancelhas.

— Você não pode falar assim com as pessoas pai! Muito menos com a mulher que eu amo! Quer saber não me interessa a sua opinião. – O homem responde já alteradamente.

— Interessa sim, afinal tudo o que você tem fui eu quem te deu. Você trabalha na minha empresa! Como você pretende sustentar uma família caso eu te deserde? – Fala alterado como o filho. – Aliás, o que você entende de amor Reymond?! Você não sabe aonde pensa estar se metendo. – Diz com sarcasmo.

— Eu sei muito mais do que você, pode ter certeza disso! E eu vou me casar com ela sim! – Esbraveja, Astolfo então fica até um pouco orgulhoso por ver que o filho está o enfrentando assim, se ele tiver a mesma coragem para enfrentar os adversários ao longo da vida terá pelo menos o ensinado algo de bom.

— Certo Reymond, uma pobre coitada eu até posso aceitar caso perceba que não é só no seu dinheiro que ela está interessada... – Começa a falar vendo as expressões chocadas a sua frente até a moça o interromper.

— Senhor Kaligarys, eu sinto muito se não sou a esposa que o senhor gostaria para o seu filho. Mas eu amo o Rey mais que tudo! Então a única coisa que posso dizer é que ele terá tudo de mim para fazê-lo feliz! – Karla fala, então beija o rosto do homem ao seu lado e sai do escritório. Nesse momento Astolfo se levanta furioso da cadeira atrás de sua mesa, enquanto percebe a expressão apaixonada do filho.

— Que merda é essa?!! Ela é estrangeira?!! Americana pelo sotaque... eu não vou permitir que você se case com uma estrangeira!!! – O velho grita, encarando Reymond que o olha abismado, mas logo sua expressão muda para ódio também.

— Já chega pai!!! Você não tem que permitir nada!!! Eu sou adulto e faço o que bem quiser da minha vida, vou me casar com Karla e ponto!!! – Esbraveja ferozmente, Astolfo dá a volta na mesa e encara o filho frente a frente.

— Reymond se você continuar com essa ideia acabou para você, será deserdado por mim e vai ter que se virar longe daqui! – Fala com raiva.

— Quer saber de uma coisa? Era tudo o que eu mais queria mesmo! Era disso que eu precisava, você está me libertando! Obrigado pai! Eu vou embora para os Estados Unidos com ela! – O homem fala rindo e se dirigindo a porta da sala.

— Se você for embora com essa rata americana esqueça que eu existo, você não tem mais pai! – Astolfo fala com amargura encarando o filho. Que fica com os olhos brilhando por lágrimas e visivelmente triste, o olha seriamente e diz:

— Adeus então. – Ao falar com amargor essas palavras sai do ambiente e fecha a porta. Astolfo sente que acabou para ele, seu mundo ruiu para sempre. Sem o filho não lhe resta mais nada, seria melhor morrer de uma vez. Talvez fosse isso que ele deveria fazer, acabar de uma vez com aquela vida miserável que levava, era tudo o que conseguia pensar. Assim tomado pelo desespero se encaminha para as enormes janelas do escritório, as abre e olha lá para baixo com imensa vontade de se jogar. Apoia-se no batente e quando está decidido que é o que vai fazer sua secretária entra no escritório para dar-lhe alguns documentos, logicamente se assusta pela cena que vê e desesperada vai até o chefe para convencê-lo a não se jogar. De alguma forma ela consegue convencê-lo a não se matar, mas para ele a partir daquele dia foi como se já tivesse morrido. Ele e o filho ficam muitos meses sem se falar, mas quando Anastácia nasce Reymond liga feliz para dar a notícia ao pai, que fica ainda mais furioso. Pois ele tinha planejado a vida do filho sem essa asneira de romance e caso algum dia ele tivesse uma família, queria que fosse uma legitima família grega, queria ter muitos netos e ver todos eles crescerem perto dele. Não netos estrangeiros, filhos de uma aproveitadora que tinha usurpado seu filho dele e o levado para longe.

Pai e filho permaneceram então brigados por mais quatro anos. Nessa época Astolfo tem câncer pela primeira vez, o que o faz querer ver o filho e se reaproximar. Decide hastear bandeira branca e convida que Reymond venha com a família para Grécia. Resolve aceitar a família do filho desde que ele concorde em voltar para Atenas e voltar a assumir os negócios da família. Reymond não sabe sobre a doença do pai, mas por ele já ser um velho sente pena e também por só ter a ele no mundo, o que dói muito cada vez que ele pensa que sua doce mãe não pode conhecer sua linda garotinha, ele decide aceitar a oferta. Mas antes de qualquer coisa irão passar apenas um período em Atenas para ver como as coisas ficam. Ao ver o filho chegar a felicidade de Astolfo é imensa, ignora a esposa do filho completamente pois não virou nenhum santo e ainda não gosta dela, somente a trata com educação para não perder Reymond novamente. Mas a sua atenção é na linda menina de quatro anos, a linda Anastácia. Ela é igual a Reymond, exceto pelos cabelos que são meio louros como os da mãe. Mas ela tem os olhos azuis assim como seu filho puxou dele. Acha aquela menina a bonequinha mais linda do mundo e por parecer tanto com o filho vê também muita semelhança com Pietra, principalmente quando a pequena sorri, o que causa imensa dor em seu velho e culpado coração. Fica imensamente feliz por tê-los por perto e tenta de todas as formas agradar o filho e sua linda netinha. Os dias que a pequena família passa em Atenas são formidáveis, se divertem muito e tudo corre bem. Até o fatídico dia em que vão fazer o passeio de barco e o mesmo explode levando a vida de seu único filho Reymond Leíandros Kaligarys. Naquele dia Astolfo queria ter partido junto com o filho, sentiu seu coração dilacerado dentro do peito. Quase perdeu a neta também o que o fez sofrer ainda mais. Culpou com tudo o que sentia aquela maldita mulher, Karla por ter querido fazer aquele passeio. Então enquanto mandou que investigassem o que havia realmente ocorrido, expulsou mãe e filha da Grécia no primeiro avião ao terem alta do hospital. Não queria nunca mais vê-las, principalmente Anastácia, por fazê-lo lembrar o filho e sua esposa ambos perdidos para sempre. Ele não queria ver aquela menina crescer e lembra-lo de todos os erros terríveis que cometeu a cada vez que a olhasse. Então deixou bem claro a Karla que se ela teimasse em voltar ou querer algo dele, ele tomaria a guarda da menina e a colocaria em um colégio interno até que ela ficasse adulta. É claro que a mulher se apavorou e nunca mais voltou a ter contato com ele. O único detalhe que Anastácia ainda não sabia é que na verdade seu avô não tinha tomado os bens de seus pais. Na verdade com as transações bancárias realmente a única coisa que restou foi o que Reymond tinha guardado em uma poupança para seu futuro, porque o resto ele já tinha migrado novamente para suas contas gregas que estavam fora do alcance de Karla. Com o rompimento do sogro e nora, as duas acabaram ficando sem nada. Mas Astolfo ainda não sabia disso, só saberia meses depois e como ele não tinha coragem para entrar em contato com elas, já que tinha deixado bem claro suas intenções deixou que o destino se encarregasse do futuro de Anastácia, ele nunca imaginou que as coisas seriam tão ruins e que a neta ficaria totalmente desamparada.

— Flashback Off.–

Pov Anastácia

— Eu sinto muito! – Digo em meio à lagrimas, alguns soluços escapam de minha boca, sinto os dedos gelados de meu avô acariciando minha mão sobre o colchão. – Eu nem sei se consigo dizer alguma coisa no momento, eu preciso digerir primeiro tanta dor e informação. – Falo simplesmente. Vejo Christian vir então até nós, parando ao meu lado e me abraçando com carinho, apertando meus braços com suas mãos fortes para me confortar.

— Mas finalmente o senhor sabe ou não quem foi que fez o atentado? – Pergunta com sua voz séria. Meu avô o encara, puxa o ar com força e responde.

— Na época... não chegaram a... nenhuma conclusão... nem os meus... investigadores conseguiram descobrir. – Para respirando com dificuldade. – Mas eu achava que... tivesse sido... Carrick. – Sua voz rouca e fraca sai lentamente, ele suspira e prossegue. – Por isso quis... esse casamento... realmente queria... fazer a sua família... pagar... por tantos e tantos sofrimentos... desde o passado. Nunca o tinha perdoado... por ter... tido um caso... com Pietra.– Diz compassadamente.– Mas... quando vocês se casaram... um sexto sentido me... veio... pedi para um... novo investigador... fazer uma nova pesquisa... sobre o caso... então a verdade foi esclarecida. – Para e respira profundamente depois de tossir um pouco. Sinto todo meu corpo tenso, assim como a tensão que o corpo de Christian emana para o meu também é palpável. – A resposta... está neste... envelope vermelho... por isso o leiam... longe daqui. Preciso... que façam... exatamente o que eu... estou pedindo. - Explica por fim. Ficamos atônitos, eu e meu marido nos olhamos aflitos. Mas somos interrompidos pelo médico que adentra o quarto depois de bater na porta.

— Sinto muito senhor Kaligarys, mas já se passaram algumas horas e acho melhor que o senhor receba suas visitas novamente em outro horário. O senhor está muito fraco e já é o momento das medicações mais fortes. – Fala se aproximando da cama, nos olha com atenção. Fico preocupada.

— Se o senhor quiser eu posso ficar vovô! Eu fico aqui no quarto enquanto o senhor descansa. – Digo olhando em seus olhos. O mesmo claramente se emociona e sorri com carinho segurando minha mão com firmeza.

— Está tudo bem... podem ir... vou dormir por algumas... boas oras.. agora.- Explica. – Fique tranquila... podem ir... sossegados. – Diz olhando em meus olhos, percebo que fala com franqueza então me sinto tranquila. Beijo sua testa e digo um até logo, o observo ainda mais um pouco enquanto caminho em direção a saída, meu marido segura minha mão com segurança e saímos do quarto. Ao chegar no carro Christian me diz.

— Precisamos de uma reunião de família com urgência, vou chamar meus pais para irem para nossa casa pois temos muito o que conversar. Taylor contate Welch pois preciso dele com urgência. Acho melhor abrirmos o envelope na presença dele.


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Notas finais do capítulo

E aí o que acharam???
Altas revelações e emoções né não?!!
Capítulo gigantesco para fzr vcs felizes!
Gente eu tô feliiiiiiz demais com a recomendação e
por já termos passado os 200 coments! Tô muito feliz mesmo!
Continuem comentando muuuito para eu saber o que vocês estão achando,
pq isso me motiva demais!!!
Não esqueçam de favoritar a fic tbm!
E um maravilhoso fds para tds!!!
Assim que possível estarei de volta!
Bjinhuuuuuss ;*



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