Hearts Of Sapphire escrita por Emmy Alden


Capítulo 48
¨f o r t y - s e v e n¨




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Óreas ganhara o primeiro confronto da segunda etapa do Sacrifício.

Embora, se alguém perguntasse para Mattia como a Escolhida na Arena havia derrotado seu oponente, a garota não saberia responder.

Suas mãos suavam.

Suavam enquanto observava a Senhora Rubi informar a Trevan que precisaria pegá—la emprestada por alguns instantes.

Suavam enquanto o Simpatizante erguia um olhar confuso para onde Mattia estava.

A menina era capaz de confessar que uma das coisas mais desconcertantes de tudo aquilo era manter Trevan sem saber de nada.

Porém, quando Rexta a chamou, ela foi prontamente e sem hesitar.

Corinna havia acabado de se despedir de Laeni e estava seguindo Marjorie quando ouviu alguém dizer:

— Não sabia que eu havia ficado invisível.

Ela reconheceria aquela voz em qualquer lugar, mas, por um segundo, ponderou sobre fingir não ter ouvido.

Entretanto, seus pés aparentavam estar prontos para o encontro e a pararam no meio do caminho.

Marjorie parou um pouco mais à frente para observar o motivo da interrupção da caminhada de Corinna, mas não se intrometeu.

— Kallien. — disse simplesmente, encarando-o.

Apesar de estarem praticamente da mesma altura, o rapaz tinha uma postura impossivelmente gigante.

— Corinna. — ele disse como quem testava a palavra pela primeira vez. Logo acrescentou com um dos sorrisos que antes faziam despertar algo na menina. — Bom saber que ainda lembramos do nome um do outro.

— Onde você esteve? — questionou ignorando o comentário.

Ela tinha percebido o sumiço do garoto, mas não tinha com quem desabafar seus receios. Também estava fora de questão ir até a Sede Rubi ou parar Rexta para interrogá-la.

Só poderia esperar para que, apesar de tudo, ele estivesse bem.

— Sentiu minha falta? — Kallien colocou uma mecha solta do cabelo da Escolhida atrás de sua orelha.

Corinna não mordeu a isca.

— Não compareceu na Cerimônia da Segunda Etapa.

— Não. — comentou com uma indiferença o dedo percorrendo a bochecha da garota até chegar ao queixo.

Seu dedo estava frio como gelo e pela primeira vez, Corinna notara que a pele do garoto estava uns tons mais pálida.

Embora tivesse uma vontade de cortar o contato, fazer aquilo bruscamente seria uma declaração direta de algo perigoso e era provável que partiria o que quer que restasse do fio de relação dos dois.

Então a menina segurou a mão dele com a sua e a afastou do seu rosto, deixando que ambas pendessem juntas no ar.

— Fiquei preocupada.

Kallien bufou.

— Soube que arranjou um namoradinho enquanto se "preocupava" comigo. — tinha uma ferocidade em sua voz que Corinna poderia garantir que nunca ouvira antes.

— Kallien…

— O quê? — ele se desvencilhou da mão da Escolhida. — Não é verdade? Pode admitir… — o menino abaixou seu tom de voz para que apenas ela ouvisse. Um fogo estrangeiro no olhar. — Sei que só fui um passatempo para você. Céus, você mesmo sempre deixou bem claro. Além disso, não é tão difícil escolher entre a cama de um comerciante humano e de um Governante imortal.

A mão de Corinna chegou bem perto de acertar a lateral do rosto de Kallien.

A fúria, repulsa e ofensa percorria com ferocidade junto à magia em seu sangue. Foi a quase satisfação no rosto do rapaz que fez ela se interromper.

Esteve bem perto de explodir de todas as formas bem ali na Arena na frente de dúzias de pessoas. Perto de assinar sua própria sentença.

Mas, graças aos Céus, não o fez. 

A magia ardia sob sua pele e chiava dentro dos seus ouvidos, mas Corinna a conteve.

Pousou a mão na bochecha do Escolhido da mesma forma meio-carinhosa meio-ameaçadora com que Kallien lhe tocara. A pele dele estava gelada quando ela olhou bem fundo nos seus olhos — naquele momento, inteiramente desconhecidos.

— Espero que esteja bem. — comentou suavemente.

A expressão do rapaz vacilou um pouco, mas ele disse:

— Vou ficar ainda melhor.

— Tenho certeza que sim.

Quando voltou a Sede Esmeralda, Corinna se lamentou junto aos travesseiros por todas as maneiras em que falhara com Callandrea e...com Kallien.

Deixara-o partir para um lugar quase inalcançável dentro de si mesmo e precisava resgatá-lo.

Trazer seu amigo Kallien de volta.

Antes que fosse tarde demais.

Contudo, não sabia como fazer isso quando a morte de um dos dois se tornava cada vez mais iminente.

Mattia era guiada por Rexta, seu braço envolvendo os ombros da garota com afeição.

A Escolhida não tinha se permitido analisar o subsolo daquele lugar além da Arena e do Galpão. 

Havia notado o labirinto que era os corredores, mas, pela primeira vez, via portas espalhadas entre uma esquina e outra, praticamente camufladas nas paredes escuras.

Não fazia ideia de para onde a mulher a levava, porém também não era capaz de acumular coragem suficiente para perguntar.

Mattia sempre apreciou o silêncio, mas, naquele instante, desejava que a mulher — que se dizia sua mãe — preenchesse aquele vácuo agonizante.

Talvez o silêncio fosse uma das coisas que herdara da Senhora Rubi.

Depois da segunda curva, Rexta abriu uma porta mais bem conservada que as outras e levou a Escolhida para dentro.

Era uma cópia menor e mais bem cuidada do Galpão. 

A tinta na parede aparentava ser nova, cadeiras e poltronas confortáveis preenchiam o espaço em conjunto com algumas estantes bem organizadas e armários.

Não fosse pela falta de janelas, poderia muito bem ser o cômodo regular de uma casa.

No canto da sala, estava um pequeno carrinho de bebidas, feito de vidro e aço.

Curvado na frente dele estava a figura grande e imponente do Senhor Safira, servindo-se de uma bebida.

— Agradeço pela presença. — começou, ainda sem olhar na direção da porta. — Das duas.

De algum modo — Mattia não sabia se pela rigidez recém-adquirida do corpo da Senhora Rubi ou pelo tom levemente carregado do Governante Safira — aquela última parte soou como uma das maiores inverdades.

A Escolhida absorveu a informação de que qualquer que tivesse sido o envolvimento de Rexta e Conway, há muito deixara de existir.

Se é que tivera algo algum dia.

— Desejam alguma coisa?

Finalmente, ele se virou estendendo uma mão em cumprimento para Mattia.

Ele era um homem alto e forte, mas não de um jeito grosseiro ou ameaçador, mas um que passava uma segurança. Suas vestes eram bem cortadas e sem muitos adornos, ele realmente não precisava deles com seus olhos brilhantes e seu rosto bem marcado e marcante.

O aperto de mão não era algo que ela esperava. Nada que requisesse uma reverência profunda nem levar mãos até a cabeça em benção.

Apenas um aperto firme e decidido.

Ficou grata pelo homem não ter tentado nada como um abraço ou alguma recepção mais calorosa, embora seu rosto experiente e atencioso exalasse um certo tipo de afeição.

Mattia negou com a cabeça para a pergunta sobre as bebidas enquanto Rexta foi por si mesma até o bar móvel preparar algo.

Conway tomou um gole raso do seu vinho e gesticulou para que eles se sentassem.

A Escolhida havia esperado uma avaliação mais invasiva do homem sentado a poucos metros na sua frente.

Porém, por alguns instantes, ele apenas a encarou nos olhos como se procurasse ali pela resposta de uma questão da qual Mattia não estava ciente.

O Senhor Safira respirou fundo antes de tomar mais um gole, deixar um pequeno sorriso preencher seu rosto e deu um tapinha nas costas da mão da Escolhida.

— Devo confessar que eu não sei por onde começar. — a voz dele era firme, mas calma, com um cuidado especial. Fez com que a menina involuntariamente relaxasse no assento.

Ao mesmo tempo que a deixava alarmada, a sensação era bem-vinda. Mattia imaginava que deveria ser mais ou menos assim ter um conforto parental.

— Para ser honesta, eu também não. — a Escolhida cruzou as mãos sobre as coxas.

Conway deu um sorriso compreensivo.

— Não foi uma novidade só para você. Me odeio por dizer isso mas não tinha ideia que estava por aí. — ele mordeu o lábio. Mattia levantou o olhar para Rexta, que observava os dois, o Governante se apressou em continuar. — Contudo, agora eu tenho. Agora você está aqui na minha frente, crescida e criada, e eu não fiz parte de nenhum dos processos da sua vida até o momento. — Conway se inclinou para frente, na direção da garota. — Não posso mudar o passado, Mattia, mas pretendo tentar recuperar o tempo perdido e colocar em dia minhas responsabilidades.

— Nós dois estamos. — Rexta comentou, embora o Senhor Safira não tivesse tirado nem um segundo para reconhecer sua fala.

— Quero que saiba que estou aqui para te dar todo o suporte que precisar.

Mattia se sentia uma criança novamente. Como quando se sentava na frente de um novo casal no orfanato.

Eles lhe enchiam de esperanças e sonhos, apenas para tirarem-na das nuvens no último instante e a despejarem no chão duro e frio.

Dessa vez, Conway fazia com que aquilo soasse a mais pura verdade e causava algo dentro de si que fazia com que seus olhos queimassem em ardência pelo esforço de segurar as lágrimas.

— Eu… — limpou a garganta. — Eu agradeço…

— Não tem o que agradecer. Sou seu pai, é o mínimo que deveria fazer por você.

Um bolo de emoção se formou no fim da boca dela.

— Não acha que seria melhor que ficasse com um de nós dois durante o Sacrifício, querida? — Rexta questionou.

O rosto de Trevan apareceu diante dos olhos da menina e ela negou prontamente.

Era uma leve mudança de quem ela era e quem se tornara.

Antes faria de tudo para ser incluída numa família sem pestanejar, só para ter uma sensação de pertencimento.

Mas, agora…

Sentia-se uma intrusa na vida da Senhora Rubi e do Senhor Safira.

Com Trevan, na Ordem Granada, ela tinha mais a ideia de sensação de estar onde deveria.

— Acho que chamaria muita atenção. — a Escolhida explicou. — E o Senhor Granada não sabe sobre mim nem meus…poderes. Se eu encerrar sua ajuda, ele pode começar a querer saber mais ou alarmar algo.

As palavras soavam agridoces porque ela confiava no Simpatizante. Sabia que ele não se voltaria contra ela 

— Tem razão. — o homem concordou para o alívio da menina. 

Conway prosseguiu por mais alguns poucos segundos, indagando sobre a infância e o crescimento de Mattia.

A Escolhida colaborou com o que pôde: nunca tivera muito, nem alguém a quem recorrer além das cuidadoras do orfanato. Nunca fora acolhida por nenhuma família e também ninguém parecia ter muitas informações de como e quem a havia deixado lá.

Rexta tentava se pronunciar nessas horas, mas o Senhor Safira evitava que ela se aprofundasse.

O homem parecia pouco confortável com a Senhora Rubi ali e não era como se Mattia estivesse numa situação melhor.

Além disso, se eles queriam manter as suspeitas inexistentes, segurar a Escolhida ali por muito mais tempo não ajudaria em nada.

Quando estava perto da saída, Conway falou baixinho para que só a garota ouvisse:

— Saiba que é um prazer conhecê-la e peço perdão pelas circunstâncias meio reclusas, mas pretendo encontrá-la em breve novamente. Sem vigias.

O Governante inclinou a cabeça suavemente na direção onde Rexta passava pela porta. Mattia apenas assentiu e segurou de volta a mão que Conway lhe estendia.

— Até mais, criança. — daquela distância, a Escolhida era capaz de notar uma certa melancolia no olhar do homem.

— Até mais.

Enquanto caminhava lado a lado com a Governante do Fogo de volta para a Arena, a mulher dissera que ela se saíra muito bem.

Mattia não tinha encarado aquilo com um teste até ouvir aquilo.

Embora definitivamente fosse um.

Rexta mandou Kallien, Ranthal e mais outro Escolhido irem na frente para a Ordem Rubi quando viu Raina na porta de uma das salas do andar superior do Galpão.

Era possível ver Auremio ao fundo esparramado numa poltrona.

A Senhora Rubi ajeitou a postura e respirou fundo antes de passar pela soleira e a Governante do Gelo fechar a porta atrás de si.

— Há quanto tempo não temos uma reuniãozinha… — Auremio comentou quando Rexta se sentou em uma poltrona vazia.

A mulher ainda repassava todo o encontro de Mattia e Conway na mente.

Não fora como se o homem não tivesse ficado tocado de alguma forma, mas ele também parecera bastante cauteloso ao absorver a novidade.

— Como anda o garoto? — Raina interrompeu a reflexão da Senhora Rubi. — Vejo que já está de pé.

Rexta assentiu vagamente com a cabeça enquanto tentava se fixar na conversa e no momento.

— Ainda está se recuperando. Muitas perguntas, mas está sob controle. A evolução está sendo rápida, embora ainda não tenha nenhum sinal de magia.

Auremio bufou antes de tomar um gole de sua bebida.

— Talvez esse Sacrifício tenha sido um erro. — a Senhora Prata ponderou. — Não planejamos bem e agora metade dos humanos que vieram até aqui estão mortos ou voltaram para seus Vilarejos. Apenas um garoto está mostrando resultados e nem sabemos se é para valer. Deveríamos estar inteiramente focados na Profecia e não em um bando de humanos inúteis.

Rexta, que analisava as unhas sobre o colo, ergueu o olhar para encontrar o ex-líder da Ordem Esmeralda encarando-a com um pequeno sorriso.

— Talvez, eles não sejam tão inúteis assim apesar de tudo… talvez só estejamos analisando do jeito errado… não acha?

Ele arqueou uma sobrancelha e Rexta lutou para manter sua postura intacta, mas voz de Raina soou como uma unha raspando o concreto.

— Ah, sim. Quase me esquecia que esse era um dos principais assuntos para o porquê de estarmos aqui…— a Governante o Fogo já tinha uma ideia do que vinha a seguir e Raina não desapontou ao perguntar: — O que há entre você e a menina de Amara?

Um silêncio cortante recaiu sobre o ambiente assim como todos os olhos da sala recaíram sobre Rexta.

Não havia outro jeito de fazer aquilo.

Ergueu o queixo com um olhar que desafiava algum dos dois a atacá-la e revelou:

— Ela é minha filha.

O rugir nos seus ouvidos estava lá de novo quando acordou com os lençóis no chão. A vibração nos membros, também.

Conseguia ver seus braços ao lado do corpo tendo pequenos espasmos involuntários.

Suas mãos estavam trêmulas e frias quando a menina as passou sobre o rosto.

Mal tinha notado que tinha dormido enquanto chorava pelo seu passado.

O entardecer começava a experimentar suas nuances coloridas quando Marjorie perguntara se a Escolhida não gostaria de acompanhá-la até o centro do Setor Superior para comprar algo para a pequena reunião que aconteceria naquela noite na Mansão Esmeralda.

Corinna duvidava que conseguiria se concentrar em algo que não fosse a inquietude no seu interior, mas bem nenhum faria se ficasse enfurnada na casa observando seu corpo sair de controle bem diante de seus olhos, então aceitou o convite.

O tempo todo conseguia sentia o balanço de seu colar batendo no tórax, a pedra do pingente quente como uma brasa viva.

Aquele tinha se tornado um indicativo um tanto incomum para Corinna saber quando estava cheia de magia.

O que era preocupante visto que ela não fazia ideia de como liberar aquele poder sem machucar alguém, a si mesma, nem destruir uma parede no processo.

No caminho, enquanto Marjorie se distraía com alguma coisa corriqueira, a caçadora tentava dar uma forma ao seu poder.

Ar. Fogo. Vento. Gelo. Água.

Mas nada acontecia. Apenas aquela magia crua arranhando suas veias e entranhas.

Marjorie explicava como era o horário de funcionamento do Centro e porque, em alguns dias, os estabelecimentos funcionavam até tarde da noite e outros não.

Corinna ouvia tudo como se a Examinadora estivesse do outro lado de uma parede de vidro ou debaixo d'água.

O entusiasmo da deorum fazia a Escolhida se sentir um pouquinho melhor, embora não fosse muito.

Ela levou a garota até uma das maiores lojas de roupas. Os olhos de Corinna pareciam ser acariciados pela visão de tantas peças finas, elegantes e coloridas, porém não estava no humor de contemplá-las de tão de perto e, de qualquer forma, tinha pelo menos meia dúzia de vestidos novos que poderia usar naquela noite.

Então, avisou à Marjorie que a esperaria no lado de fora para que a deorum ficasse mais à vontade para escolher algo.

Antes que a garota fosse, a Examinadora segurou seu ombro e perguntou se estava tudo bem, pois Corinna parecia bem pálida.

A caçadora balbuciou algo sobre pressão baixa e precisar apenas de um pouco de ar fresco.

Marjorie não insistiu.

A jovem passou pela porta do estabelecimento quando o céu já alternava entre os tons dourado e rosado.

O vento que atingiu seu rosto foi muito bem-vindo e ela recuperou o fôlego recostando-se na vitrine.

Ao notar o quão inapropriado aquilo aparentava, virou para fingir analisar com afinco os modelos expostos.

— Nunca vi uma garota ficar tão enojada com a visão de vestidos, meus parabéns. — A voz de Theo soou à sua esquerda.

Tudo o que ela precisava era o Senhor Ônix apurrinhando sua mente enquanto a magia gritava por um alívio.

Bem, se acabasse explodindo a cabeça dele sem querer, não teriam ninguém além dele para culpar pelo ocorrido.

— Estou com a pressão baixa apenas… Só preciso de...ar fresco. — Corinna teve dificuldade de falar quando sentiu a magia atingir seu pico.

— Pressão baixa, huh? — Theodor estendeu uma mão com uma bebida de cor terrosa.

A moça fez uma careta:

— Pensei que tinha me aconselhado a não beber em copos que não vi sendo enchidos.

O Senhor Ônix confirmou com a cabeça e disse:

— Está certa. Contudo, sou criativo. Existem meios muito mais sutis e eficazes de drogar alguém do que com uma bebida.

Corinna fez um esforço para arquear uma sobrancelha:

— Recorre a essa tática com frequência?

Theo riu:

— Na verdade nunca precisei, mas gosto de ter habilidade com todas as armas possíveis de um arsenal.

— Fala como se estivéssemos numa guerra.

— E não estamos? — o Governante inclinou a cabeça antes de estender o copo novamente. — Beba, vai se sentir melhor. Se duvida da origem, fique à vontade para questionar o simpático comerciante que a fez para você sob o meu comando.

Ele apontou para uma pequena barraca onde o comerciante observava os dois, mas desviou o olharquando notara que estava sendo observado de volta.

As mãos da menina ainda estavam trêmulas ao segurar o recipiente e levá-lo até o nariz.

— Ande, não sou muito bom em segurar mocinhas indefesas em seus desmaios. E você está prestes a ter um.

Corinna virou o copo de uma vez sentindo um gosto bastante familiar, apesar de nada agradável, na língua.

— Não sou uma mocinha indefesa. — retrucou sentindo o líquido fazer um efeito imediato em seu corpo.

— Bom saber. —  Theodor apenas a analisou de cima abaixo por alguns instantes. O vestido um pouco bufante demais a fazia se sentir meio ridícula, mas aplacava o frio.

— O que faz aqui? — perguntou e o Governante voltou a olhar em seu rosto.

— Escolhendo um vestido. Estou admirando aquele rosa e lilás há um tempo. — disse sério e compenetrado, e, por mais que tivesse tentado segurar, a Escolhida soltou um riso. — Oh, ela ri.

— Você é um idiota.

— Não sei porque mas sinto uma certa satisfação em ser insultado por você, embora certamente não devesse.

Corinna conseguia sentir o calor voltando ao seu corpo e seus movimentos se estabilizando.

Levantou o copo:

— O que tinha aqui? — Talvez se soubesse a receita poderia acalmar sua magia descontrolada.

— Lágrimas do primogênito de alguém.

— É impossível conversar com você. — Corinna se preparou para entrar novamente na loja e encontrar Marjorie quando sentiu uma mão em seu braço.

Sua pulsação diminuiu quase que instantaneamente.

— Te dou a receita, mas isso é uma solução a um prazo bem curto. E você não pode ficar destruindo paredes para sempre. Quando estiver pronta, me dê um sinal.

E, com aquelas palavras confusas, ele soltou o braço da Escolhida e partiu sem olhar para trás.

Palavras que só se encaixariam no caminho de volta à Mansão Esmeralda.

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