Hearts Of Sapphire escrita por Emmy Alden


Capítulo 13
¨t w e l v e¨


Notas iniciais do capítulo

Aqui vai mais um capítulo de Hearts Of Sapphire! Não se esqueçam de comentar, é muito importante ♥ (pode ser um "oii to lendo" rs)



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Os vagões eram sorteados aleatoriamente.

O que queria dizer que dificilmente Corinna seria vizinha de alguém do seu próprio vilarejo.

Ela não fazia ideia de onde tinham colocado Kallien, ou Bastian, ou o outro menino que sempre esquecia o nome.

Estava sozinha num território desconhecido.

Sim. Poderia chamar aquilo de território sem problemas. Aparentemente cada vagão tinha pelo menos o tamanho duas casas sua. A decoração era diferente de tudo que já havia visto em sua vida.

Olhando para aquele lugar parecia ter entrado num portal para uma outra época. Sentia-se rústica e selvagem demais para estar ali.

E talvez, de fato, fosse.

As superfícies eram todas suaves, as cores eram vibrantes e era possível encontrar um espelho de corpo inteiro em cada canto.

A menina sentia-se intimidada por olhar seu próprio reflexo.

Caso aquilo fosse uma prévia do que a aguardava no Setor Superior, teria que se esforçar para se adaptar.

—Seu aposento é para o lado direito e tem tudo o que você precisar. Toalhas, sabonetes, lençóis, um pijama e outras coisas mais. A viagem dura cerca de um dia e meio apenas.—Marjorie que apresentava o local. —Aconselho que aproveite o conforto e descanse ao máximo. Terá muito trabalho a fazer quando chegarmos no Setor Superior.

—Se precisar de nós, nossos aposentos é do lado esquerdo.—Laeni tomou a palavra. —Quando passarmos pela fronteira pode sentir um leve desconforto, não se preocupe, é normal nos humanos, mas temos medicamentos para isso.

Assentiu com a cabeça mais não tinha assimilado muita coisa além da direção para o seu quarto. Corinna ainda tentava digerir tudo aquilo sem parecer ridícula.

Tinha certeza de que não estava funcionando.

Não demorou muito para que as duas deixassem Corinna em pé no cômodo decidindo o que fazer primeiro.

Andando até a janela perguntou-se quando o trem começaria a andar. Quase levou um susto ao notar que o veículo já se movia e numa rapidez impressionante.

Nunca havia andado em algo do tipo antes e estava fascinada.

Resolveu explorar o quarto onde ficaria.

Tinha suas dúvidas se conseguiria fechar os olhos enquanto não tivesse explorado cada canto daquele lugar.

Depois de ficar quase horas maravilhada com uma chuveirada quente, Corinna desembaraçava os cabelos em frente a um espelho.

Não lembrava da última vez que tinha se analisado tão detalhadamente.

Havia quase esquecido o quão profundo, intenso e brilhante era o azul de seus olhos, quão poucas eram as sardas em seu rosto, quão rebelde era os seus fios de cabelo castanho escuro.

Não lembrava de seu nariz ter um formato tão arrebitado ou de seus lábios serem cheios. Era muito distinta das meninas de seu vilarejo que tinham cabelos claros, peles que ao invés de bronzear se tornavam avermelhadas, formato corpóreo estreito e eram bem baixas se comparadas a ela.

O pijama gigante sambava em sua cintura e a jovem resolveu amarrá-los como pôde.

Nenhuma roupa oferecida pelos responsáveis por aquele mundo era para caber perfeitamente nos humanos. Eram apenas mais um e mais um a cada ano. Nenhum deles realmente importava ali.

Sentiu o transporte diminuir a velocidade. Àquela altura já estava acostumada.

As paradas do trem eram sempre rápidas para que os Escolhidos dos outros vilarejos embarcassem. Durante a tarde, a garota observou pela a ampla janela de seu aposento a paisagem mudar.

Florestas e terras áridas. Montanhas e depressões. Baías e enseadas. Neve.

A menina sempre teve curiosidade de ver a neve espessa assim, sentir a textura, o cheiro, a sensação.

Em Fortuna, fazia bastante frio, mas a neve era fraca. O frio era capaz de no máximo congelar alguns lagos.

Mais que tudo, a jovem tinha curiosidade de conhecer o mar. Pelo menos, ser capaz de ver o oceano ao longe. Sentir o salitre enrolar em sua respiração. Ver as ondas quebrarem e se formarem novamente.

Talvez, aquele fosse o único luxo que desejasse. Poder viajar para conhecer seu próprio mundo e ver todas paisagens sem pressa ou medo ou obrigações.

Viver, não lutar para sobreviver.

 

Foi depois do jantar silencioso com Laeni e Marjorie que o pouco sono de Corinna tornou-se inexistente.

A noite era como uma cortina negra cheia de pontos brilhantes que tapava a janela. As luzes dentro do local eram ajustadas automaticamente de acordo com o horário. A tela presa em uma das paredes —que a menina ainda não tinha arranjado coragem para ligar — tinha um fundo preto com números e letras brancas informando as horas.

 

1 1 : 3 0 - N O I T E B A I X A

Descanso Recomendado.

Como se ela pudesse descansar naquele lugar estranho.

Colocando sua manta sobre os ombros, Corinna apertou o botão que destrancava a porta e então, o que abria a passagem de fato com um baque surdo.

Olhou para os lados apenas porque não queria ter de enfrentar os questionamentos desconfiados de Marjorie ou a estranha simpatia de Laeni.

O exterior do aposento também estava todo iluminado à meia luz.

Apesar de tudo estar sempre arrumado e a fartura de comida ser notável, a jovem ainda não trombara com um empregado sequer, exceto uma mocinha de aparência frágil, que aparentava ter uns dois anos a mais que ela, que trouxera lençóis e toalhas limpas.

O caminho à sua frente era dividido em dois e Corinna já havia explorado, mais cedo, o corredor da esquerda.

Não tinha nada interessante. Portas trancadas e cômodos de conversa com poltronas coloridas tão macias que faziam as costas clamarem para serem recostadas ali.

Pegou o caminho da direita e andou com passos largos e preguiçosos. O chão refletia sua imagem de baixo para cima.

Aquele corredor era ainda mais sem graça do que o outro. Não tinha absolutamente nada. Nada. Nem portas, nem poltronas.

Em certo ponto, as paredes até se tornaram cinza.

No fim, a menina deu de cara com uma porta enorme que servia como a parede final.

Corinna olhou através da porta. Observando o chão, conseguia ver os trilhos passando rapidamente entre o espaço de um vagão e outro. Apenas uma barra larga de metal ligava-os.

Ao levantar o olhar, a menina quase caiu no chão.

Um garoto alto de olhos brilhantes segurava-se numa barra externa. A garota não fez mais do que ficar paralisada.

Ele movimentou a boca exageradamente para que Corinna entendesse seu pedido.

Aperta o botão ali no canto, era o que seus lábios diziam. Está frio aqui fora.

A menina continuou parada.

Era um teste.

Só poderia ser um teste.

Estava no regulamento que não era permitido interação com outros Escolhidos, então aquilo era uma provação.

A jovem fitou novamente o rapaz do lado de fora e ele respirou fundo desapontado.

—Teste? Não. Eu. Esquentar. Frio. Aqui.— agora mexia os lábios como se ela fosse idiota demais para compreender frases inteiras.

Pela primeira vez, a moça olhou para o botão semi-escondido na parede lateral.

Se aquilo fosse mentira, mataria o menino com as próprias mãos.

Fechou os olhos ao apertar rapidamente e se encolheu no canto esperando um alarme…

Que não soou. Apenas era possível ouvir o barulho da porta deslizando para abrir e então para voltar a posição inicial

—Viu só? Nenhuma pegadinha e...— Corinna observou o menino analisar os arredores — Céus, como está quentinho aqui.

A menina o achou exuberante. Sua pele escura brilhava e contrastava com a regata branca que usava. Diferente das dela, as roupas que foram dadas a ele caiam muito bem em seu corpo.

Nem um fio de cabelo era visível em sua cabeça. Era uma beleza tocante até.

—Prazer, Conall, vilarejo de Nix—o menino estendeu a mão no curto espaço do corredor que os separavam um do outro.

—Corinna, vilarejo de Fortuna.—disse simplesmente apertando a mão do rapaz de maneira rápida.

Ele gargalhou.

—Ah sim, Maré de Azar, não foi? Uma pena, de verdade.

Seus dentes brancos eram grandes e intimidadores.

—Você é bem séria.

—Você não deveria estar aqui.— falaram ao mesmo tempo.

—Está bem, eu primeiro então.— Conall enfiou as mãos nos bolsos da calça. —Meus Examinadores são uns filhos da puta cruéis que colocaram o term... terma...o negócio que controla a temperatura na mais baixa possível e não me ofereceram um casaco sequer.

—Você quer dizer o termostato?

O rapaz inclinou a cabeça com um sorriso de canto:

—Isso aí, sabichona.—brincou cruzando os braços sobre o peito.

Certamente, o menino deveria trabalhar há um bom tempo num serviço pesado para que seus músculos fossem esculpidos daquela forma.

—Sabe que sua explicação não respondeu totalmente minha pergunta, não sabe?

Conall bateu na testa repreendendo a si mesmo.

—É claro. Não vim aqui só para me aquecer. — o garoto encostou a cabeça na parede — Estou atrás de uma aliança.

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Notas finais do capítulo

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