A Garota e o Lobo escrita por Manusinha Mayara


Capítulo 19
Recomeço


Notas iniciais do capítulo

Hey guys!
Me desculpem pela demora, estava com muitas provas nos últimos dias.
Aproveitem o cap!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/738688/chapter/19

Deitada ali, sobre a espreguiçadeira, tinha só a agradecer a minha mãe por nos deixar aproveitar o fim de semana na piscina do hotel. Lia junto com meu namorado, Luca, Luan e Brian estavam jogando queimada dentro da piscina.

Era incrível como Lia e Emily se deram automaticamente bem, formávamos um trio perfeito, apesar dos segredos que tínhamos que esconder de Emily, senti falta dela hoje, mas ela tinha coisas a fazer.

Adam saltou para fora da piscina e veio em minha direção, apreciei a água caindo de seu corpo maravilhoso.

— Não vai entrar? – perguntou sentando-se na espreguiçadeira ao lado.

— Nem pensar, não está tão quente assim para piscina. – respondo.

— Não sei dizer, pra mim esta sempre quente. – ele retruca dando uma piscadela.

Não posso deixar de sorrir ao ouvir isso, meu namorado era como o Sol que agora aquecia meus dias tranqüilos. Desde que Jack fora preso, sentia que finalmente teríamos paz.

Voltei de meu devaneio, quando Adam me ergueu em seus braços, seu sorriso maroto me deu uma idéia do que estava por vir.

— Não se atreva! – digo tentando me desvencilhar de seus braços.

— Vai ver como vai ficar quente até embaixo d’água. – ele justifica-se.

Sem cerimônia alguma Adam pulam na água comigo em seus braços, estava gelada admito, mas ali em seus braços isso pouco me importava.

Sebastian P.O.V

Desde o resgate de Mia e sua mãe, a situação entre nós havia melhorado, ela não me desprezava, mantínhamos uma relação cordial, mas não diria que estávamos íntimos ainda.

Minha súbita parceria com Adam trouxe também a “obrigação” de não dar em cima de sua namorada. Mas eu sempre estaria por perto caso ele desse mancada.

Estava dirigindo de volta para a casa, era final de tarde e o sol começava a se por, quando vi uma cena inusitada. A prima de Mia, adentrando a floresta com a mochila nas costas e algo que parecia ser um cilindro enorme nas mãos. Deixei a curiosidade me vencer e encostei o carro, atravessei correndo a rua e a chamei:

— Oi! – digo, havia me esquecido de seu nome.

— Oi! – ela cumprimentou sem se virar para me encarar, continuou a caminhar.

— Você costuma entrar sozinha na floresta à noite? – perguntei sarcástico, seguindo-a.

— E você costuma seguir mulheres que andam sozinhas? – ela retrucou no mesmo tom que o meu.

— Fiquei curioso. – respondo sem graça.

— Então venha comigo. – ela diz, ascendendo uma lanterna para iluminar o caminho a nossa frente.

Caminhamos em silêncio por uma meia hora, Emily (havia perguntado a ela seu nome), andava com uma facilidade incrível em meio às pedras, raízes e galhos no caminho escuro.

— Você é boa nisso. – elogio apontando para o caminho há nossa frente.

— Fui escoteira. – ela retrucou.

Há floresta se abriu em uma pequena clareira, estávamos à beira de um alto penhasco com vista para o lago. Ela parou e colocou a mochila no chão. Abriu o enorme embrulho onde estava o cilindro. Para minha surpresa era um enorme telescópio. Ela o estava montando e posicionando próximo da beirada.

— Você vem aqui ver as estrelas? –pergunto me aproximando do objeto, só havia o visto na internet.

— Sim e não. Desde que me mudei estive procurando um lugar para poder fazer isso, hoje é a primeira vez, há um cometa que irá passar como ele só passa uma vez a cada 50 anos não podia perder a oportunidade. – ela explicou sem me olhar.

Estava curioso há respeito desta garota. Ela não parecia ficar nervosa com minha presença como a maioria das garotas, não me olhava, não sei que tipo de reação causava nela.

— Posso ver também? – perguntei impulsivamente.

— Claro, a floresta é publica. – ela respondeu. Não pude deixar de sorrir com seu atrevimento.

Após terminar ajustar o telescópio, Emily abriu a mochila e tirou um lençol, estendendo no chão, sentou em cima. Ela me encarou finalmente.

— Vai ficar em pé? Vai levar mais ou menos uma hora para podermos vê-lo. – ela diz.

Olho em volta, que mal teríamos ficar por ali afinal, sento-me ao seu lado. Ficamos em silêncio observando o céu, ficava cada vez mais escuro a nossa volta.

— Por que Mia não veio com você? – perguntei subitamente curioso.

— Ela não gosta de nada que envolva ficar no meio do mato, escuro ou insetos. - Emily respondeu.

Sua resposta me surpreendeu, percebi o quão pouco conhecia Mia, não sabia de seus hobbies ou gostos.

— São poucas garotas que gostam deste tipo de coisa. – digo, olhando-a de lado. Emily me encara, percebendo minha indireta.

— Não me importo com esse tipo de coisas, não tenho medo de escuro, mato ou insetos. – ela retruca.

— E do que você tem medo? – pergunto invasivo. Ela me olha e por um instante parece chocada com uma pergunta tão direta.

— Tenho medo de ter medo. – ela responde após refletir um pouco. Agora foi minha vez de olhá-la chocado. – Pelo visto você também. – ela conclui lendo meus pensamentos.

Ficamos em um silêncio confortável durante um longo tempo, Emily cantarolava baixinho, não me sentia entediado e sim relaxado. Seu celular vibrou e ela atendeu.

— Oi Mia! – ela cumprimentou animada.

Ao ouvir este nome, prestei atenção.

— Ainda não passou, estou esperando. – ela continua. – Não se preocupem, vou ficar bem. Boa noite. – ela despede-se, desligando.

— Preocupada com você? – pergunto curioso.

— Sim, me desacostumei com isso. – ela me responde.

— Como assim? – pergunto.

— Minha mãe era bem liberal, não precisava dar satisfações. – ela respondeu.

— Era? – pergunto. Emily usa sua mochila como travesseiro e deita-se admirando o céu estrelado.

— Ela faleceu há alguns meses. – Ela tenta responder com leveza, mas posso sentir o nó se formando em sua garganta.

— Eu sei como é. – digo, deitando-me a seu lado.

— Sabe? – ela pergunta.

— Perdi a minha quando tinha seis anos. Desde então somos apenas eu e meu pai. –respondo com sinceridade.

Estava trocando mais informações com aquela estranha do que com meus colegas habituais.

— Olhe! – ela diz apontando para o céu e levantando-se de rapidamente, levanto-me preguiçosamente e aproximo-me do telescópio, Emily da alguns pulinhos entusiasmados olhando o cometa através do aparelho. – Veja! – ela afasta-se dando espaço para que eu olhe.

 Era incrível, conseguia entender todo seu entusiasmo, era algo único e especial realmente, nos encaramos por um momento, seu sorriso incrível me hipnotizando, de repente uma distração enquanto Mia estivesse com Adam, poderia me fazer muito bem.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam?
Fic entrando na reta final.
;,(
Bjos