A Garota e o Lobo escrita por Manusinha Mayara


Capítulo 18
Alegria


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal!
A fic já está caminhando para o fim :(
Aproveitem o capítulo!



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Uma semana depois do ocorrido...

Sentia-me desamparada, eu era culpada por tudo aquilo. Minha mãe, Sebastian e Adam no hospital, todas as pessoas que se arriscaram por mim. Eu trazia má sorte a todos a minha volta.

— Mia?! – Minha mãe balbuciou deitada na cama de hospital, sem sua maquiagem forte e suas roupas coloridas, parecia super frágil.

— Estou aqui mãe. – Respondi, levantando-me da poltrona em que eu estava sentada e segurando sua mão.

— Por que está assim tão quieta? – ela perguntou, senti que seus olhos estavam avaliando-me.

— Me sinto mal por vocês estarem aqui por minha culpa. – Respondo com sinceridade. Ela solta uma risada alta, encaro-a sem entender sua súbita reação.

— Pare com isso, nos te amamos. Sebastian e Adam foram embora ontem, são jovens e fortes, se recuperam rápido. Eu vou ficar bem. Fizemos isso por que te amamos. – ela diz tranqüila.

— Já pensou em como a vida de todos seria mais fácil sem mim? – pergunto irônica.

— Mas seria bem sem graça também. – Mamãe conclui me fazendo sorrir um pouco.

Não havia conversado muito com Adam nestes últimos dias no hospital, visitei-o todos os dias, principalmente enquanto dormia, tinha medo que ele se cansasse de mim e de toda essa merda de bagagem de confusões que eu trazia. Sabia que o evitar não era a melhor coisa a se fazer, mas não tinha outra opção no momento. 

Parecendo ler meus pensamentos ela emendou.

— Não o evite isso só deixa o garoto mais confuso. Ele deve estar pensando que o problema é com ele. – mamãe diz.

— Com ele? – perguntei incrédula. Adam era perfeito, não havia nenhum problema com ele.

— Homens não sabem ler pensamentos ainda. Essa habilidade pertence apenas às mulheres. – ela responde. Rimos juntas.

—Vou conversar com ele, ver se ainda me quer. – digo.

— Só não irá querer se for louco. – ela retruca e emenda – Está lembrando-se de buscar sua prima hoje na rodoviária?

— Tinha me esquecido. – respondi.

Minha prima, na verdade afilhada de minha mãe, filha de uma amiga de infância dela, estava morando com minha avó, mas estava tendo dificuldades em se adaptar, desde a morte de sua mãe. Como éramos amigas e da mesma idade, vovó achou melhor ela vir morar conosco durante um tempo.

— Vai ficar bem aqui sozinha? – pergunto em dúvida para minha mãe enquanto visto meu casaco.

— Claro, não sou criança. – ela retruca. Dou um beijo em sua testa e vou embora.

 Tento me concentrar na estrada, mas meus pensamentos estão em tudo que aconteceu. Mesmo eu o tratando mal, Sebastian também me ajudou, devia me desculpar com ele por tudo. Quando chego a minha casa, sentado nos degraus da entrada está Adam. Estaciono em frente à garagem, respiro fundo antes de descer e caminho em sua direção.

 Ao reparar em Adam, ele me parece nervoso, suas mãos tamborilando no degrau. Mau sinal eu penso, paro em frente a ele.

— Oi. – digo sem graça.

Ele não responde de imediato, em seguida levanta-se e me abraça com força. Retribuo imediatamente, colocando meus braços em volta de sua cintura, afundo minha cabeça em seu pescoço, e as lágrimas que nem havia notado estarem ali, começaram a cair.

— Desculpe. – digo baixinho.

— Pelo que? – Adam pergunta, afastando seu rosto do meu cabelo, para poder olhar em meus olhos. Não consigo olhá-lo, encaro sua camisa.

— Por tudo, você se machucou, sua família se arriscou. Estou com vergonha, meti vocês em meus problemas. Sou a pior amiga, namorada e vizinha do mundo. – as palavras jorram por minha boca, afinal é a verdade.

Adam afasta-se um pouco de mim, colocando suas mãos em meus ombros. Ele abaixa seus olhos para ficaram na altura dos meus.

— Você não tem culpa de nada, aquele maluco que te perseguia sim. Nunca mais peça desculpas por algo que você não fez você está me entendendo Mia?- ele pergunta, e parece realmente irritado. Estaria bravo comigo?

— Mas Adam... – começo, mas ele me interrompe.

— Eu te amo Mia. Sei que é cedo, talvez você não sinta o mesmo. Mas é assim que me sinto. Eu não posso ficar sem você, só de pensar que você estava em perigo fiquei louco. Minha família me ajudou porque eles sabem que não posso ficar mais sem você, é preciosa demais para mim. Eles estão em minha mente, eles sabem dos meus sentimentos, quando eles me ajudaram a proteger você, estavam também me protegendo. Porque hoje, perder você, seria uma dor insuportável para mim. – ele diz.

Fico em choque, Adam se declarou para mim de uma forma perfeita. Aquelas três palavrinhas, como esperei ansiosa para ouvi-las, já pensei em dizer várias vezes a ele, mas fiquei com medo de espantá-lo. Toda a culpa e a insegurança que preenchiam minha mente sumiram. Ergui minhas mãos colocando, uma de cada lado de seu rosto.

— Eu também te amo Adam. Muito mesmo, tanto que chega a doer. Eu estava com medo de que não me quisesse mais depois daquilo tudo. – digo encarando-o.

Ele não está mais nervoso, agora está radiante. Parece ter ganhado na loteria.

Seus lábios encostam-se aos meus, juntos estamos em chamas. Um beijo intenso, tão forte que sinto que nunca mais irei solta-lo.

Um pigarrear interrompe nosso momento, olhamos em direção ao som.

— Sabe essas cenas de romance aqui fora, podem fazer as pessoas normais vomitarem. – Sebastian diz com um sorriso irônico. Quando ele havia chegado ali?

— As pessoas normais, não aparecem sem serem convidadas. – Adam retruca também irônico. Os dois sorriem achando graça.

— Estão amiguinhos agora? – pergunto sem conter minha curiosidade, nunca os vi tão amistosos assim um com o outro.

— O que uma mulher não faz. – Sebastian responde – Vim ver se estava bem, você sumiu, mas parece estar melhor do que eu imaginava. – diz com um sorriso amistoso, mas sinto que está chateado por não ter chegado primeiro.

Afasto-me um pouco de Adam e encaro-o.

— Obrigada por tudo, você foi melhor comigo do que eu merecia. – agradeço envergonhada.

Sebastian coloca um dedo sob meu queixo, levantando-o um pouco me fazendo encará-lo.

— Você torna as coisas nessa cidade bem mais interessantes. – ele diz, deixando-me mais constrangida. Posso sentir o olhar de Adam sob nós.

Um táxi aproxima-se de minha casa, aproveito a distração para me afastar de Sebastian, não queria que Adam voltasse a odiá-lo por me tocar daquela forma. Sentia que nos três poderíamos ser amigos finalmente.

 De dentro do taxi, Emily sai e me olha com irritação, abro minha boca em choque, não tinha ido buscar ela como prometi que faria a minha mãe.

— Não se esqueceu de nada não priminha? – ela pergunta irônica.

— Emily! – Solto um grito, tão alto que surpreendo até mesmo ela. Corro para dar um forte abraço nela, ela sorri mesmo tentando manter sua pose de brava, um sorriso sincero de uma amiga para outra.

Depois que eu e mamãe iniciamos nossa fuga, eu fiquei os últimos meses sem conversar com minha amiga, somente por emails ocasionais. Como seria bom tê-la por perto.

Emily retribui o abraço, e se abaixou para pegar sua carteira e pagar o taxista.

— Eu pago! – digo já tateando meus bolsos.

— Para com isso, eu que vim de táxi. – ela retruca já entregando o dinheiro para o rapaz – Pode ficar com o troco. – ela sorri gentilmente e percebo o homem olhar para ela admirado.

Emily sempre foi a mais bonita, ela tinha longos cabelos negros, olhos azuis como o céu. Era muito gentil e sempre alegre. Naquele momento, porém, olhando no fundo de seus olhos, pude ver um pouco da tristeza guardada pela perda de sua mãe. Havíamos perdido o enterro, era ariscado voltar com Jack nos perseguindo, falhei com minha amiga no momento em que ela mais precisou de consolo, teria que compensá-la agora que estávamos juntas novamente!

O táxi foi embora, deixando as duas malas enormes de Emily e uma caixa, pra quem estava de mudança ela tinha trago poucas coisas.

— Como estão as coisas? Eu soube de Jack! – ela perguntou, seu olhar estava me avaliando. Nunca consegui mentir para ela.

— É um alivio o ver começar a pagar um pouco de todo mal que nos causou. – respondo sincera – Você vai adorar o quarto de hospedes! Eu te ajudo com as malas. – digo animada!

— Oi! – Emily diz olhando sobre meu ombro. Viro-me e vejo Adam e Sebastian um pouco mais atrás.

— Desculpe, esqueci de te apresentar. Este é Adam meu namorado. – apresento com orgulho para ela.

— Namorado? – ela pergunta já com um sorriso enorme de satisfação. – Prazer em conhecê-lo Adam. – ela diz enquanto trocam um aperto de mão educado. - Pelo visto minha melhor amiga não me deu os detalhes mais importantes dos últimos meses. – ela chama carinhosamente minha atenção.

— O prazer é meu, Mia já mencionou você algumas vezes. – Adam retruca educadamente. Sebastian se aproxima até se juntar a nos.

— Este é nosso amigo, Sebastian. – digo apontando para ele, gostei de apresentá-lo assim, era confortável saber que todos podíamos ser amigos. Sebastian estica a mão e Emily a aperta educadamente.

Percebo minha amiga enrubescer, Emily quase nunca ficava constrangida, olhei para Sebastian e ele a encarava com um ar misterioso. Os dois não diziam nada, apenas ficaram ali segurando as mãos um do outro.

— Vamos te ajudar com as suas coisas. – Adam diz, sem notar o estranho clima entre os dois.

— Obrigada! – Emily diz, finalmente soltando a mão de Sebastian.

Adam pega uma mala e Sebastian a outra, eu seguro uma caixa e entramos todos juntos na casa.

É como se minha vida estivesse aos poucos se ajeitando, finalmente permito-me sentir alegria.


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Notas finais do capítulo

O que acharam??
Me contem!
Bjos



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