Samantha 

Depois do ocorrido voltei a minha sala, e tentei voltar as minhas atividades normais, tinha chegado a hora do almoço e ele ainda não tinha me chamado ou ligado pedindo alguma coisa, eu estava preocupada, e se ele começar a agir estranho, meu deus não era para eu ter correspondido, mas eu também queria perguntar do porque ele ter me beijado, entretanto é melhor eu ficar na minha ou vou estragar tudo, não quero piorar a situação. 

Eu tomei coragem peguei o telefone e linguei na linha direta com sua sala. 

—Sim? - disse ele do outro lado da linha, eu respirei fundo. 

—Freddie sou eu, estou saindo para almoçar, precisa de mais alguma coisa? 

—Não no momento, mas você não quer ir almoçar comigo? Preciso conversar com você. 

Eu gelei, senti um frio na barriga, eu não queria conversar porque eu sabia oque ele iria falar, e eu não preciso ouvir o que já esta gritando em minha mente. 

—Tudo bem, vamos agora ou quer que eu espere mais um pouco? 

—Não, eu já estou pronto. 

—Ok, vou só pegar minha bolsa.  

—Estou saindo.  

Me levantei da minha cadeira e peguei minha bolsa, ele abriu a porta e saiu, eu estava nervosa, parecia que eu iria ser condenada.  

Fomos para o elevador em silêncio, ao chegar na garagem entramos no carro mas ele não deu partida, apenas respirou fundo e começou a falar. 

—Sam, você sabe que eu demorei muito para voltar a ser como éramos quando nos conhecemos, eu não sei o que me levou a te beijar naquela hora, talvez vontade, desejo, você é uma mulher linda, eu não sei explicar ao certo o que eu quero, mas uma coisa eu sei, não quero perder sua amizade, você é a pessoa mais próxima que tenho depois da minha família, é minha melhor amiga, mas não pense que por causa disso eu não há vejo como mulher. Não quero esse clima estranho entre a gente, você pediu para eu esquecer o que aconteceu, eu não vou esquecer, mas posso tentar se você quiser, porque eu quero que tudo volte a ser como era antes, sem esse clima tenso. 

Ele dizia tudo aquilo e eu apenas escutava, sem interrompe-lo, ele nem sabe que o que eu quero e nem vai saber, como ele disse ele é meu melhor amigo, se eu perder isso perco tudo. 

—Você está certo Freddie, não vou mentir que eu também te beijei, mas não podemos trocar o certo pelo duvidoso, você é meu melhor amigo e eu também não quero perder isso que temos, não quero ficar com esse clima estranho, então é melhor esquecer sim o que aconteceu e continuar. 

Eu sorri para ele em forma de mostrar que estava tudo bem, só que não, não estava nada bem, eu não estava bem, mas oque eu sei fazer de melhor é guardar isso para mim, odeio ficar dando explicações de assuntos que eu não quero falar. Eu via em seu olhar que ele agiu por impulso , meu deus, preferia não ter saído de casa hoje. 

Ele sorriu de volta e deu partida no carro, ficamos conversando sobre qualquer assunto, tudo tinha voltado ao normal. 

Freddie 

Cara oque deu em mim para beijar a Sam, confesso que ela me atrai, mas ela é minha melhor amiga e se caso alguma coisa realmente acontecesse, como ficaria depois, e se não fosse apenas um beijo, como agiríamos se desse errado, ficaríamos estranhos um com o outro, ela se afastaria, e se ela fosse embora de novo? Oque eu faria? Eu não posso viver sem ela. Não tenho certeza dos meus sentimentos, mas sei que só o fato dela ir embora novamente faz meu coração se sentir sufocado e me bate um desespero só de pensar.  

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Já na hora de largar eu fui até Sam e a chamei. 

—Vem Sam, eu te levo em casa.  

—Não precisa Benson, já parou de chover, você deve estar cansado. 

—Eu já disse que te deixo em casa, vamos, não vai ser esforço nenhum. -Ela sorriu e se deu por vencida me acompanhando até a garagem, entramos no meu carro e fomos rumo a sua casa. No meio do caminho estava um trânsito infernal. Liguei o som para passar o tempo e começou a tocar Ed. Sheeran - Friends, era uma das minhas músicas favoritas, mas não era a música que eu queria ouvir agora, contudo deixei rolar. 

Não somos, não, nós não somos amigos 

Nem nunca fomos 

Nós apenas tentamos manter esses segredos à luz 

Mas se eles descobrirem, tudo vai dar errado? 

E o céu sabe, ninguém quer isso 

Eu a olhava enquanto ela cantarolava a música, parecia que tinha sido escrita para aquele momento, era coincidência demais, eu mal poderia acreditar que era aquela música. 

Então eu poderia tomar o caminho de volta 

Mas seus olhos vão me levar de volta pra casa 

E se você me conhece, como eu te conheço 

Você deve me amar, você deve saber 

Por deus, o que está acontecendo comigo? eu a olhei novamente ela olhava para janela do carro, ela ficava tão linda distraída. Ela me olhou e sorriu. 

—Oque foi Benson, oque tanto olha? 

—Não posso mais te olhar? 

—Eu perguntei oque estava olhando e não te proibi de me olhar 

—Touché. - Ela riu e eu sorri junto com ela, a cada momento, a cada frase dita, eu vou me perdendo em sua voz. 

Amigos apenas dormem em camas separadas 

E os amigos não me tratam como você trata 

Bem, eu sei que há um limite para tudo 

Mas meus amigos não me amam como você 

Não, meus amigos não me amam como você 

Depois de quase um repertorio inteiro de músicas de Ed. Sheeran finalmente o trânsito tinha andado e agora já estávamos em frente a sua casa. Ela me olhou e disse. 

—Obrigada Freddie, você foi muito gentil em me trazer em casa. 

—Não há de que, Sam, então você quer que eu te busque aqui amanhã de manhã? 

—Seria legal Benson, e também não adianta eu negar você insiste até eu dizer que sim. 

—É que eu sou um cara teimoso. 

—Como se eu não soubesse disso.  

Ela riu e veio em minha direção, me deu um beijo, mas dessa vez foi na bochecha. 

—Tchau Benson, até amanhã. 

—Até Puckett.  

Ela saiu do meu carro e eu esperei ela entrar para dar partida rumo ao meu apartamento. Assim que cheguei deixei as coisas em cima da mesa tirei meu terno e a gravata e me joguei no sofá. Não deu cinco minutos que eu tinha chegado e meu telefone tocou, olhei na tela, era um número que não estava registrado em minha agente, apenas atendi. 

—Alô? 

—Freddie? 

—Sou eu, quem é? 

—ah sou eu Tori, a Carly acabou de me ligar e me falou sobre a viagem. 

—Hum, é verdade, vamos viajar antes do casamento deles. 

—então eu estava pensando, será que eu poderia ir com você? Sabe meu carro quebrou e eu não sei quando vai ficar pronto. 

—Sabe oque é Tori, é que eu já vou levar a Sam comigo. 

—Hum entendo, mas acho que eu não me importaria de ir com você e a Sam, afinal ela não é nada sua, a não ser sua amiga. 

Ela falou, achei que ela ainda pensava que eu a Sam estávamos juntos 

—Quem te falou que isso? 

—A Carly me disse, quando eu perguntei se vocês ainda estavam namorando, ela me falou que nunca namoraram, não que ela saiba. 

—Hum não importa, de todo jeito eu e a Sam vamos direto do trabalho, então não vai dar para te levar comigo, você vai ter que arranjar outra carona. - Menti para ver se ela sai do meu pé. 

—tudo bem Freddie, eu vou dar um jeito, mas você e Sam não estão juntos mesmo não é? 

—Não, Tori não estamos juntos. - passei a mão no rosto, tentando me acalmar eu estava odiando o rumo da conversa. 

—Hum entendo. 

—Era só isso? 

—Sim, eu vou desligar Freddie, você pareci cansado. Boa noite Freddinho. 

—Boa noite Tori. 

Deliguei o celular na cara dela, garota sem noção. 

                                                                                // 

Já em casa Sam foi tomar um longo e quente banho, não queria pensar sobre oque aconteceu mais cedo, da mesma maneira que ele vai tentar esquecer o que houve ela também tentaria. Colocou seu pijama mais quentinho e suas pantufas, fez pipoca e Cappuccino -ótima combinação para a loira em um dia frio- escolheu os filmes mais românticos e os mais dramáticos, faria uma noite só dela e choraria tudo que tinha para chorar. 

                                                                           // 

Duas semanas se passaram, tudo estava estável na empresa e os pais de Freddie já estavam na cidade, decidiram ficar no apartamento dele, já que lá tinha um quarto separado só deles. Hoje seria o dia da viagem, era uma sexta-feira a chuva já tinha dado sua esperada trégua, Sam e Freddie, assim que encerrou o expediente na empresa foram as pressas para casa, dessa vez Freddie não levou Sam como estava fazendo todos os dias. Eles precisavam estar na estrada o quanto antes. 

A casa ficava no estado vizinho, ao sul de Washington, em Oregon numa cidade chamada Eugene, era mais de 4 horas de carro. 

Sam já estava de malas prontas e Freddie já estava a caminho de sua casa para busca-la, assim que ele chegou bateu na porta e ouviu um "entre" dela, ela estava descendo com sua mala, na opinião de Freddie ela estava tão linda, mesmo estando simples, não precisa de maquiagem ou roupas extravagantes para ser bela. Desde o beijo Freddie não conseguiu manter a promessa de tentar esquecer, todos os dias antes de dormir lembrava do sorriso que ela deu e logo depois lhe puxou para outro beijo, não conseguia esquecer sua respiração se misturando com a dela, não conseguia esquecer o sabor dos lábios macios dela.  

Naquele dia depois que ela saiu da sala, ele queria chama-la, queria dizer que ela não saia da sua cabeça, e que ele precisava experimentar, ele não negava que estava com sede dela, queria provar dela.  

Eles foram para o carro e colocaram a mala dela dentro, ela foi fechar a porta enquanto ele ligava o carro.  

—Já jantou Freddie? - perguntou ela fechando a porta do carro. 

—Não, sai tão apressado que não comi nada, e você? 

—Também não, a Carly ligou? 

—Hum, a gente para em algum lugar para jantar a viagem vai ser muito longa, e não ela não ligou. 

—tudo bem então, vou ligar para ela pra avisar que já saímos. 

—Ok, eu te contei que semana retrasada e ontem a Tori me ligou? 

—Não, você não disse, oque ela queria? 

—Perguntou se eu podia ir buscar ela e ontem me ligou e me chamou para sair. 

Sam ficou se corroendo por dentro, ela sabia oque Tori queria com Freddie,  o pior de tudo era sentir ciúmes de alguém que nem é seu, se Freddie quiser algo com ela, ela não vai poder fazer nada em relação a isso. 

—Hum, e você disse oque? -  Perguntou Sam, era a única coisa que podia fazer. 

—disse que não iria busca-la e ontem disse que eu iria trabalhar hoje muito cedo e que não saio no meio da semana, acho ela muito atirada, sei que está afim de mim, não quero nada com ela. 

—Que bom. - Disse Sam com um sorriso de lado. 

—Bom? - Perguntou Freddie sorrindo de lado também. 

—Sou sua amiga e sei oque é melhor para você Fredward. 

—Não me chama assim, você sabe que eu não gosto. 

—Ué você me chama sempre de Samantha e também sabe que eu não gosto, e se reclamar chamo de Fredward Benson. 

—Eu sou seu chefe tenho que te chamar formalmente. 

—Não diga, você é meu chefe nem percebi.- Disse Sam com seu tom debochado que Freddie tanto conhecia. 

—Eu estou perdendo a moral mesmo. 

—Calma ai garotão, você não perdeu a moral Fredward, ainda manda em mim. - ela disse sem pensar e isso soou muito mal.  

—Eu mando em você Puckett? Isso é muito bom. - Ele disse sem a menor vergonha de esconder a malicia em sua voz. 

Sam começou a rir para não ficar com vergonha e decidiu entrar na brincadeira que ela tinha criado sem querer. 

—Sim, você manda totalmente em mim, qual o seu desejo mestre? 

—Estou pensando, quando chegar a hora não se preocupe vou cobrar esse desejo Puckett. 

  Ele falou sorrindo, porém não sabia Sam que ele estava falando serio através de uma brincadeira. 

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