Samantha 

Já estava no trabalho, Freddie ainda não tinha chegado, creio que ele esteja preso no transito. Me levantei e fui em direção a sua sala, aproveitei que ele não estava aqui e fui arrumar sua mesa, organizei alguns documentos, peguei uns novos e liguei seu computador, não era sempre que eu fazia isso, afinal a maioria dos arquivos dele ficam comigo, normalmente eu cuido até das atividades pessoas dele, mas não mexo muito em seu computador.  

Assim que liguei tinha uma foto de quando éramos crianças, não devo ter comentado que eu, ele e a Carly nos conhecemos no ensino fundamental, porém quando a minha mãe morreu eu vim para Seattle junto com Carly e seu irmão Spencer, minha irmã foi morar em Londres com uma tia nossa, o Freddie ficou em São Francisco com sua mãe e seu pai. Depois que eu fui embora fiquei sem noticias dele até ele vir para cá e trabalhar na sede da empresa junto com seu pai, ele não controlava tudo e eu não trabalhava diretamente pra ele, era só uma secretaria estagiaria, quando seu pai adoeceu ele assumiu o posto de presidente e o senhor Benson voltou para São Francisco. 

A foto foi no dia em que eu e Carly fomos embora, essa foto me trouxe muitas lembranças, éramos inseparáveis, mas aí perdemos contato, e quando nos reencontramos o Freddie tinha mudado muito, se tornou frio, até um pouco arrogante, não queria tanta conversa e sempre falava apenas o básico, mas Carly não deixou barato e sempre estava conversando, indo na empresa, ligava quase todos os dias até que com o decorrer do tempo Freddie se abriu mais com a gente. 

—Senhorita Samantha oque anda fazendo no meu computador? 

Dei um pulo da cadeira com o susto que levei, nem o vi  entrando, ele estava parado do meu lado sorrindo pelo susto que me deu. 

—Só ia arquivar umas coisas pra ir adiantando o trabalho, acabei me distraindo vendo essa foto. 

Ele olhou em direção ao computador e sorriu de leve. 

—Por que você deixa essa foto na área de trabalho?  

—Não sei, acho que porque me traz boas lembranças. 

—É, nesse dia tinha feito 1 mês da morte da minha mãe e foi também o dia que eu vim para cá com a Carly e o Spencer.  

—Esse dia foi muito triste para mim, passei muito tempo sem querer sair de casa. 

—Você passou tanto tempo sem entrar em contato, e quando falou era sempre o básico, nunca quis conversar ou manter contato por muito tempo, porque Freddie? 

—Eu queria me acostumar a viver sem vocês, não queria manter os sentimentos de saudade então decide me afastar o máximo que podia. 

Ele disse aquilo com um certo pesar na voz, eu meio que entendia o que ele queria dizer, eu também não queria me torturar com o vazio e a saudade. 

—Bom senhorita Puckett é melhor voltarmos ao trabalho. 

—É, claro. 

Voltei para minha mesa e fiquei pensativa sobre o que ele tinha dito. 

O dia se passou muito rápido e quase no final do expediente, Gibby subiu e falou comigo. 

—Sam? 

—Oi gibby, aconteceu alguma coisa? 

Ele estava com uma cara de poucos amigos, quando ele vinha aqui no escritório ou era porque tinha que dar algum recado da Carly ou tinha algum problema com a empresa. 

—Sam, tenho uma noticia boa e uma noticia ruim, qual você quer primeiro? 

—Ai meu deus, logo agora perto de largar, tem como esperar pra amanhã não? 

—Não Sam, ou é agora ou perdemos muita coisa. 

—então diz a ruim logo. 

—Os documentos enviados para a filial da Corea não chegaram devidamente. 

—Como assim, Gibby eram mais de 3 pastas de arquivo com dados e não foram enviados? 

—Sim Sam, e agora vão ter que ser refeitos ainda hoje. 

Respirei fundo, contei até dez mentalmente para não surtar. 

—Ok, qual é a boa noticia? 

—Ah eu a Carly vamos fazer um churrasco amanhã e um almoço no domingo, ela pediu pra te chamar e chamar o Freddie 

—Era só isso Gibby? 

—Sim, e adivinha quem vai ter que dar a noticia para o poderoso chefão? 

—Não vou nem responder Cornelius. 

Ele sorriu e se despediu de mim saindo da minha sala, alguns funcionários já estavam indo embora e outros se preparavam para sair, eu não acredito que isso esta acontecendo em plena sexta-feira eu aqui presa, tudo bem que eu não iria sair, mas eu queria descansar na minha casa . Me levantei e fui em direção a sala do Freddie já vi que ele vai ficar possesso quando souber. 

Bate na porta e ouvi um "entre". 

—Freddie preciso falar com você. 

—Sam, achei que já tinha saído. 

—Não, estava conversando com o Gibby, ele estava aqui agora pouco. 

Ele fechou a cara e logo falou. 

—Oque foi dessa vez? 

—Vou direto ao assunto, os documentos da filial da Careia do Sul não foram devidamente enviados e agora teremos que refazer e enviar na segunda de manhã. 

Ele levantou de uma vez batendo as mãos na mesa e começou a ficar vermelho de raiva. 

—QUEM FOI O RESPONSAVEL POR ISSO SAMANTHA? 

—Eu não sei, mas esses documentos não passaram por mim, porém eu me responsabilizo. 

Ele passou a mão no rosto respirando fundo, olhou pra mim e disse. 

—Não, tudo bem ok, não adianta chorar pelo leite derramado. Vamos começar isso logo. 

—Ah eu também tenho outra coisa pra dizer. 

—Não me diga que é outro problema? 

—Não, na verdade não. A Carly mandou te chamar para irmos para um churrasco amanhã e um almoço no domingo. 

—O final de semana todo lá? 

—Sim provavelmente ela quer que a gente fique para dormir. 

—Hm, você vai? 

—Vou, faz tempo que eu não vejo a Carlynha e ainda vamos conversar sore o casamento dela. 

—Também vou. 

—Ok então, vou pra minha sala começar a refazer os documentos. 

—Não Sam, provavelmente todo mundo já foi embora, você vai ficar lá sozinha, pegue seu notebook e venha para cá. 

Fiquei surpresa com a proposta dele, parece besteira, mas vindo dele é muito para mim, uma pessoa que fez o máximo para se afastar e agora não quer passar um tempo sozinho isso é muito bom para nós dois.  

Eu sai sorridente para pegar as coisas, é... parece que fazer hora extra não vai ser tão ruim assim.