Consequências do Amor escrita por Rah Forever, Reh Lover


Capítulo 31
Capítulo 31 - Um Casamento, Uma Proposta


Notas iniciais do capítulo

Oiii, gente! ❤ Tudo bem com vocês? Esperamos que sim ❤

Primeiramente, quero me desculpar pela demora para postar esse capítulo. Eu realmente não esperava demorar tanto tempo para escrever um capitulo, mas infelizmente foi o que aconteceu. Esse ano está sendo complicado para mim e eu estava com dificuldades para conciliar o trabalho, a faculdade e tudo mais e a escrita acabou ficando de lado. Me desculpem, prometo que vou fazer o possível para escrever mais rápido os capítulos ❤ Muitooo obrigada por continuarem acompanhando a gente, vocês são incríveis! ❤

Prometo pra vocês que nunca abandonaremos a fic, mesmo que demoremos para postar ❤ Estávamos morrendo de saudades de vcs e do Nyah, esperamos que gostem do capítulo. Demorou, mas até que enfim saiu kkk ❤

Peço que Por Favor, não deixem de comentar, pois isso incentiva muito a gente escrever. Saber o que vocês estão achando é muitooo importante para gente ❤

Quero agradecer as lindas que nos enviaram mensagens e comentaram no último capítulo, muitooo obrigada pelo apoio, sem vocês não teria conseguido escrever o capitulo ❤

#Duh Leon
#Blackspace
#ViolettaS2
#GabriellaSantos

OBRIGADA A TODOS QUE CONTINUAM LENDO A FIC, VOCÊS SÃO DEMAIS ❤❤❤

Boa leitura e comentem o que acharam ❤



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Baby, I'm dancing in the dark
With you between my arms
Barefoot on the grass
Listening to our favorite song
When I saw you in that dress
Looking so beautiful
I don't deserve this
Darling, you look perfect tonight

* Perfect - Ed Sheeran


GERMAN

 

Eu simplesmente não conseguia desviar o olhar de Angie. Ela estava deslumbrante em um vestido lilás longo. Uma coroa de flores brancas enfeitava seus cabelos dourados.

Ela estava perfeita, parecia um anjo. Um anjo que eu perdera por pura covardia. Me arrependo amargamente do dia em que decidi por um fim em nosso relacionamento, achando que era o melhor a ser feito.

Fui um idiota, mas estava disposto a reconquistar Angie, a provar para ela que eu a amava e que eu tinha mudado, que eu não cometeria novamente os mesmos erros.

Eu não conseguia ver um futuro sem Angie ao meu lado. Tudo o que eu mais queria era casar com ela e formar uma família. Invertemos a ordem, mas eu estava imensamente feliz ao saber que seria pai novamente. A princípio eu ficara um tanto chocado com a notícia inesperada, mas quando o choque passou fiquei imensamente feliz em saber que seria pai novamente. Eu já amava esse bebê e me esforçaria para ser o melhor pai. Cometi muitos erros com Violetta e não iria comete-los novamente.

Não ousei desviar o olhar de Angie nem por um segundo, enquanto ela descia a escada vindo em minha direção.

— Você está deslumbrante, Angie. — Estendi uma de minhas mãos para ela quando terminou de descer o último degrau.

— Obrigada. — Ela sorriu. — Você está ótimo também.

Continuamos de mãos dadas ao sairmos de dentro da casa para a enorme área verde que se estendia à nossa frente. Ela estava toda enfeitada com elegância para o casamento. Eu não pude deixar de pensar em como poderíamos ser Angie e eu prestes a nos casar. Eu quase podia imaginar a cena, eu no altar esperando-a vir até mim com seu sorriso maravilhoso de sempre.

— German. — Senti Angie tocar em meu braço. — Precisamos nos posicionar, a cerimônia já vai começar.

— Ah, sim. — Foi o que respondi, distraído.

Eu precisava tirar Angeles da minha cabeça por pelo menos alguns minutos, eu era o padrinho, precisava dar o meu melhor. Olga e Ramalho mereciam isso.

A organizadora do casamento nos posicionou da forma correta e começamos a andar na direção do altar.

Ramalho parecia nervoso, e eu sabia que estaria da mesma forma se fosse comigo. Quando nos aproximamos dele, lhe dei um sorriso confiante, tudo iria dar certo.

— Vai ficar tudo bem. Daqui a pouco a mulher da sua vida vai andar até você. — Angie sussurrou para ele quando estávamos nos nossos lugares. Ela se posicionou do lado que seria da noiva e eu do lado de Ramalho.

— Coragem, Ramalho. É o que você sempre diz pra mim.

— Gosto mais de quando sou eu a dizer essa palavras, German. — Ele riu.

Não demorou para que a cerimônia prosseguisse e Vilu e Ludmila começassem a cantar De Rodillas, uma música da banda Reik, muito propícia ao momento.

Olhei para Angie no mesmo momento, a música era linda e eu só conseguia pensar nela ao ouvi-la.


ANGIE

Olhei para German e percebi seu olhar em mim, eu sabia que não deveria, mas retribui o olhar. Era inevitável não olhar da mesma forma para ele.

Não tínhamos nos falado muito hoje cedo, estávamos tentando não ficar tão próximos, nem nos falar muito. Mas o que as palavras não diziam, os olhares que trocávamos falavam.

Só paramos de nos mirar quando Olga começou a entrar, ela estava maravilhosa, parecia tão feliz e animada. Eu estava tão feliz por ela. O dia com que ela tanto sonhara tinha finalmente chegado.

A cada passo que Olga dava, o sorriso de Ramalho parecia se ampliar. O nervosismo tinha sido substituído pela admiração.

Quando ela chegou ao altar, lhe lancei um sorriso, que ela retribuiu com animação. Olga e Ramalho deram as mãos e o juiz de paz iniciou a celebração.

A cerimônia seguiu e a cada instante eu me sentia mais emocionada, tudo estava tão lindo. Na parte dos votos meu rosto já estava molhado pelas lágrimas.

German discretamente colocou-se ao meu lado, apoiando uma mão em minhas costas. Ele me ofereceu um lencinho, que aceitei no mesmo instante.

— Obrigada. — Sussurrei agradecida.

Quando a cerimônia acabou, eu e German fomos os primeiros a cumprimentar os noivos.

— Parabéns para vocês dois, desejo que sejam muito felizes e que o amor que sentem um pelo outro se fortaleça cada vez mais. Amo vocês.

— Ah, Angie! Assim você me faz chorar. —Minha amiga me deu um de seus abraços apertados. — Um dia será a sua vez, minha menina! — Acrescentou só para mim, olhando para German que parabenizava Ramalho.

Eu respondi com um sorriso. Eu queria acreditar naquilo, mas ainda estava ressentida com tudo o que acontecera. Por hora, eu focaria na felicidade de minha amiga e aproveitaria aquele momento especial ao máximo.

Minutos depois, todos nos encaminhamos para dentro da casa de campo, no salão em que ocorreria a festa. Em nenhum momento, em meio a curta caminhada, German me soltou. Como eu sentia falta do seu toque…

Estava tão distraída que não percebi que tínhamos parado de andar, foi quando German chamou meu nome.

Olhei para ele e encontrei um sorriso brincando em seus lábios.

— O que foi? — Perguntei, hipnotizada por seu sorriso.

German tinha que parar de sorrir assim para mim, pois eu queria me manter fiel a nossa promessa… Mas será que seria tão má ideia quebra-la? As vezes eu me sentia tentada a fazer isso.

— Sua tiara está caindo. — Ele disse e logo senti seu toque sutil, enquanto ele ajeitava o delicado objeto em meus cabelos.

Estávamos tão próximos que conseguia sentir sua respiração sob meu rosto.

— Pronto. — German falou quando julgou ter terminado a pequena tarefa.

— Ahn… obrigada! — Agradeci, ainda impactada com seu toque e a maneira doce com a qual me olhava.

— Disponha. — Piscou para mim. — É um prazer lhe ser útil, milady.

Uma gargalhada escapou de meus lábios. Eu adorava quando nos tratavamos como pessoas de séculos passados.

— Quanta cortesia, meu lorde. — Imitei uma mesura, que não deu muito certo, já que acabei me desequilibrando com os saltos, o que fez com que risadas escapassem de nossos lábios.

German envolveu minha cintura, me dando sustentação. Apreciei o ato, mesmo que não fosse admitir.

— Acho que não sirvo para ser uma dama. — Brinquei.

— Ah, não diga isso, milady! É a dama mais incrível que já conheci. — German respondeu, parecendo mesmo um perfeito cavalheiro.

— E a mais desastrada também! — Completei.

O sorriso de German se ampliou e eu senti meu pulso acelerar. Nossos olhares permaneciam travados, eu adorava a conexão que tínhamos, ela se mantinha inabalável mesmo depois de tanto tempo.

Eu não sabia há quanto tempo estávamos assim, até que senti alguém tocar levemente meu braço, me tirando completamente do momento.

Me afastei de German e encarei a pessoa a minha frente. Tive uma surpresa quando vi que se tratava de minha mãe, não sabia que ela havia sido convidada para o casamento.

— Podemos conversar, filha? — Perguntou, parecendo calma, mesmo tendo presenciado um momento entre mim e German. Se ela estava descontente com o que vira, não demonstrou.

Assenti e pedi a German que fosse na minha frente, que depois eu o encontraria na nossa mesa. Ele pareceu um tanto relutante em me deixar sozinha, mas acatou minha decisão sem questionar.

Agradeci-o e me voltei para minha mãe.

— Sobre o que quer conversar? — Quis saber, minha voz em um tom moderado, mesmo eu ainda estando muito chateada com ela.

— Queria saber como você e o bebê estão. — Disse, um tanto sem jeito.

— Estamos bem. — Respondi tocando meu ventre, algo que já se tornara um hábito. Seu olhar seguiu meu movimento e pensei ter visto um rastro de emoção em suas feições, mas ela logo se recompôs.

— Fiquei preocupada quando soube que você passou mal. — Acrescentou.

— Agradeço a preocupação, mas já estamos bem. Nosso bebê é forte. — Disse, acariciando meu ventre com carinho. Mesmo sendo tão pequenino, eu já o amava tanto.

— Nosso? Pelo visto você e German estão ficando sério. Espero que já tenham marcado a data do casamento. — Disse, a voz caminhando para um tom rígido.

— Casamento? — Questionei, surpresa. — Não quero me casar nesse momento.

— Mas deveria, o que acha que as pessoas vão pensar se você for mãe solteira? O mínimo que German deveria ter feito era te pedir em casamento, mas pelo visto ele não está disposto a te assumir.

Aquilo doeu. E vindo da minha mãe foi pior ainda. Mas continuei firme, não deixaria ela fazer suposições falsas.

— Sabe o que eu acho? Que a senhora deveria parar de pensar no que as pessoas vão pensar e começar a viver! Você só sabe julgar a mim e German, pois saiba que ele está sendo maravilhoso comigo, está cuidando de mim, enquanto tudo o que a senhora faz é me atacar sempre que tem a oportunidade. German coloca eu e o bebê como prioridade, ele se importa conosco, coisa que a senhora aparenta não fazer! — Explodi, coloquei pra fora tudo o que eu queria dizer fazia um bom tempo.

— É claro que eu me importo! Se eu não me importasse, não estaria aqui tentando colocar a verdade na sua cabeça!

— Não! Isso é o que você acredita ser a verdade! Você acha que sabe o que é melhor pra mim, mas sou eu quem decide isso e saiba que se você quer um dia fazer parte da vida do seu neto, é melhor parar de julgar minhas decisões e começar a respeita-las! — Disse e saí dali, antes que a discussão ficasse mais séria e acabassemos falando mais coisas das quais acabariamos nos arrependendo, se bem que no momento eu não me arrependia de nenhuma de minhas palavras.

Segui em frente, sem olhar para trás. Eu não estragaria um dia tão especial como aquele.

Logo que adentrei o local da festa, encontrei minha mesa, que estava lotada de pessoas muito especiais para mim, todas muito animadas e em ritmo de comemoração.

            Sorri e caminhei até elas.

 

NARRADORA

Angie sentou-se a mesa, ao lado de German. Logo que mirou a loira, ele soube que algo estava errado. O sorriso em seu rosto não era tão genuíno quanto os que ela dera minutos atrás.

O moreno estava prestes a perguntar a Angie se estava tudo bem, visto que suas últimas conversas com Angelica tinham ido de mal a pior, quando mais um integrante se juntou a mesa, fazendo com que Angie voltasse completamente a atenção ao recém chegado.

— Sebastian! — A loira o abraçou fortemente. — Senti muito sua falta!

— Que isso, Angelita! Foi só uma semana fora. — Disse bem humorado, ao que Angeles lhe lançou um olhar fingindo estar brava. — É brincadeira! Estava morrendo de saudades da minha Angelita.

Sebastian havia viajado para África do Sul para resolver assuntos necessários que ficaram pendentes, já que no momento ele pretendia morar em Buenos Aires para ajudar no Studio, que ainda passava por uma crise. Queria poder ajudar Angie e Antônio a reerguer aquele lugar tão especial para todos.

Sebastian e Angie continuaram a conversar animadamente, enquanto German tentava não prestar tanta atenção nos dois enquanto mantinha uma conversa com o resto da mesa, mas eventualmente acabava focando o olhar nos dois.

Angie estava tão animada, Sebastian parecia fazê-la sorrir a cada segundo. German queria que aqueles sorrisos fossem para ele, que fosse ele que estivesse causando tanta felicidade na loira, mas sabia que não era. Pelo contrário, se julgava mentalmente por ter deixado Angie partir. Afinal, como poderia querer que ela fosse feliz ao seu lado sendo que já a infligira tanto sofrimento?

Doia manter-se afastado dela, a última semana havia se provado muito difícil. A todo momento ele se via querendo dizer a ela o quanto a amava e o quanto estava disposto a lutar pelo amor deles, mas havia a promessa que fora feita dias atrás. Já havia quebrado outras promessas, não poderia quebrar aquela.

 

ANGIE

Eu ainda me sentia um tanto chateada devido a conversa que tivera mais cedo com minha mãe, mas tentei ao máximo deixar isso de lado e aproveitar a festa, que por sinal estava tão linda. Tudo ali refletia amor e felicidade.

Eu estava tão feliz por Olga e Ramalho! Finalmente eles tinham decidido lutar pelo seu amor. O amor deles triunfara, sobrepora todo e qualquer empecilho em seus caminhos. Como eu queria que o mesmo tivesse acontecido comigo e German, mas nosso amor não fora suficiente...

— Angelita! — Um Sebastian fingindo impaciência surgiu em meu campo de visão, me tirando de meus devaneios. — Planeta terra chamando Angeles! - Brincou.

— Me desculpe, Sebs. Estou meio distraída hoje. — Expliquei, involuntariamente meu olhar procurando German.

— Percebi. — Me encarou um tanto desconfiado. — Vocês brigaram?

— Não, não é isso. — Disse e contei a ele tudo o que tinha se passado entre mim e German nas ultimas semanas.

Sebastian balançou a cabeça, um tanto incrédulo quando terminei meu relato.

— Eu realmente não entendo vocês dois. Vocês se amam e querem ficar juntos, mas ficam colocando empecilhos no caminho. Sei que vocês tem uma história complicada, mas se querem seguir em frente precisam perdoar um o outro e a si mesmos.

Ele estava certo, mas na prática não era assim tão simples, muito menos se tratando de mim e German.

Suspirei cansada. Até quando eu e German continuariamos assim? Tentando lutar contra nossos sentimentos?

— Não gosto de te ver assim, Angelita. — Disse e tocou carinhosamente minha mão. — Sei de algo que vai te animar!

— O quê? — Perguntei, curiosa.

— Dançar. — Falou e apontou para a pista de dança, onde alguns casais já se encontravam. — O que me diz? — Perguntou sorrindo para mim docemente, de forma que suas covinhas surgissem. Como eu podia negar algo a Sebastian sendo que ele estava sendo um fofo comigo, fazendo de tudo para me animar.

— Claro que aceito! — Ele estava certo, eu adorava dançar.

Estavamos prontos para nos dirigirmos a pista de dança, quando Sebastian recebeu uma ligação importante e teve de sair para atender, já que a festa estava animada demais para que desse para entender o que a pessoa do outro lado estava dizendo. Segundo ele, seria rápido.

Aproveitei que continuaria ali por mais algum tempo e pedi um suco de laranja no bar que fora improvisado na festa, onde eu e Sebastian nos encontravamos já a algum tempo.

Estava quase no final da taça, quando senti alguém sentar na banqueta ao meu lado. Eu soube que era ele, sua presença marcante e o típico perfume que usava, o denunciavam.

— Aproveitando a festa? — German perguntou, já acomodado.

       — Muito. — Respondi. — Estou muito feliz por Olga e Ramalho finalmente ficarem juntos.

— Partilho do mesmo sentimento. Eles merecem toda felicidade do mundo.

— Com certeza! — Respondi. — A festa está tão linda!

— Só não tão linda quanto você. — Disse sorrindo e eu não consegui evitar de sorrir também.

— Muito obrigada, cavalheiro. Fico lisonjeada. — Brinquei.

— Disponha, milady. — Disse e piscou para mim, me arrancando uma gargalhada.

Conversamos por mais alguns minutos, até que uma nova música começou a tocar. German aproximou-se de mim e perguntou:

— Me concederia esta dança, milady?

Eu queria e estava prestes a aceitar, quando percebi que Sebastian havia acabado de adentrar o salão, vindo em nossa direção.

— Eu já prometi a outra pessoa uma dança. — Disse, por fim.

Antes que German pudesse formular uma resposta, Sebastian chegou até onde estavamos.

— Olá, German! — Ele cumprimentou, ao que German lhe respondeu com um aceno de cabeça. — Pronta? — Perguntou, agora dirigindo-se a mim.

— Claro! — Aceitei.

— Sendo assim, já vou indo. Divirtam-se. — Disse, quase que mecanicamente. Senti um tom de desapontamento em sua voz.

— Obrigada. — Sebastian agradeceu, animado como sempre e me puxou para o centro da pista.

Nos posicionamos.

— É impressão minha ou ele está com ciúmes? — Perguntou, enquanto começavamos a dar os primeiros passos.

— Impressão sua, com certeza. — Tratei de responder.

— Sei… — Brincou. — Ele está olhando para mim como se quisesse que eu fosse eliminado da face da terra.

— Pare de ser exagerado, Sebs. — Disse e dei um tapa leve em seu ombro.

— Ai, Angelita, não precisa ser tão agressiva. — Brincou, passando a mão pelo ombro supostamente machucado, fingindo estar sentindo muita dor.

Dei risada.

— E você não precisa ser tão dramático. Você deveria ter feito teatro, não dança. — Provoquei.

— Obrigada, Angelita! Sempre soube que tinha um talento nato para as artes cênicas! — Disse e desatamos a rir.

                         (...)

Eu girava meu recém adquirido buquê de lírios entre minhas mãos, enquanto observava a noite estrelada que se estendia diante de mim.

Há pouco Olga havia jogado seu buquê e eu tive a sorte de pega-lo. Logo que o arranjo chegara a minhas mãos, meu olhar encontrou o de German, que me fitava com intensidade.

Pensamentos involuntários sobre o que poderíamos ter sido invadiram minha mente, tornando impossível minha permanência dentro do salão, eu precisava de ar, precisava sair dali para por tais pensamentos em ordem.

Então, avisei Vilu e expliquei rapidamente onde ia, não queria deixa-la preocupada. E como a sobrinha maravilhosa que era, ela me entendeu perfeitamente sem que eu precisasse dar maiores detalhes do que estava acontecendo.

Saí do salão e fui até a sacada do mesmo, que tinha vista e acesso ao belo jardim que havia do lado de fora.

         E por ali fiquei por uns bons minutos, tentando aplacar meus sentimentos.


NARRADORA

Faziam exatos dez minutos que Angeles permanecia alheia a festa, do lado de fora do salão recostada na sacada, quando alguém se aproximou, sem que a mesma percebesse.

— Acho que me deve uma dança, milady. — Uma voz ressoou pelo ambiente.

Ela permaneceu de costas para ele.

— Devo é? — Ela respondeu tentando mascarar o sorriso em sua voz. — Depende do ponto de vista. Eu não disse que sim.

— Mas tampouco disse que não. — Rebateu.

— É justo. — Ela disse e virou-se em direção a voz. E logo que o fez percebeu que German estava mais perto do que ela imaginava, poucos passos os separavam.

— E o que a dama faz sozinha aqui fora? — Ele quis saber.

— Nada de mais, só apreciando a vista. — Disfarçou.

— Posso lhe fazer companhia? — O moreno perguntou, fitando Angeles com atenção.

Ela deu de ombros.

— Claro.

German aproximou-se, recostando-se também na sacada, ao lado da loira.

O silêncio habitou entre eles por alguns minutos, até que German estendeu uma das mãos para a loira.

Angie olhou para ele um tanto confusa.

— É nossa música. — Disse, fazendo com que Angie se atentasse a música que vinha de dentro do salão. — Me daria a honra? — Ele continuou com a mão estendida.

— E nós temos uma música? — Indagou, intrigada com a fala do moreno.

Foi a vez dele dar de ombros.

— Bom, pelo menos por hoje acho que podemos ter. — Disse e um sorriso involuntário surgiu em seus lábios.

Angie fingiu pensar por alguns segundos, mas logo aceitou a proposta do moreno.

Parando para analisar, Angie percebeu que de fato aquela música tinha um tanto a ver com o momento, apesar de ser bem romântica. Não era a primeira vez que ouvia "Perfect", mas não se lembrava do quanto a letra era linda.

Ela sentiu o pulso acelerar ao sentir o toque firme e ao mesmo tempo delicado de German em sua cintura. Aquela proximidade ao mesmo tempo que a fazia bem também a assustava, visto que as coisas entre eles acabavam sempre sendo complicadas.

Angie posicionou uma mão em cada ombro de German. Ela pensou em envolver o pescoço dele com os braços, mas achou que o toque seria invasivo e inapropriado demais, visto que eles tinham feito uma promessa que tinha como objetivo evitar esse tipo de coisa. E eles estavam a um fio de quebra-la.

A princípio os passos eram mais lentos e eles tentavam se tocar o menos possivel, o tanto quanto era possível evitar o contato na situação em que se encontravam. Mas conforme a musica foi passando, os movimentos evoluiram, o momento se tornara mais intenso e através de seus corpos eles demostravam tudo o que sentiam.

As mãos de German passeavam livres pelas costas, cintura e braços da loira, como uma leve carícia.

Seus olhares não ousaram se desviar nem por um segundo, tamanha intensidade do momento.

German não conseguia parar de pensar em como Angie estava perfeita. E em como daria tudo para voltar no tempo e concertar o passado.

Ter Angie em seus braços era algo inexplicável. Ele a amava, mais do que poderia colocar em palavras. E pensar que aquele casamento poderia ter sido o deles... Sentia uma imensa emoção invadir o peito ao imaginar uma Angie toda vestida de branco vindo em sua direção.

No final da música, German ergueu Angie, girando-a no ar e suspendendo ela por segundos do chão, para depois acomoda-la gentilmente em seus braços, aumentando a proximidade entre eles.

Logo que seus pés tocaram o chão novamente, Angie voltou o olhar a German e tocou-lhe o rosto com carinho, sentindo uma paz tão grande lhe envolver.

Ele sentia o mesmo. Paz. Amor. Carinho.

German fechou os olhos ao sentir o toque delicado. Como ela podia mexer tanto com seus sentimentos?

Ela aproximou-se do rosto dele e depositou um beijo em sua bochecha, para depois abraçá-lo fortemente, recostando a cabeça em seu ombro.

German respirou pesadamente, sentia o coração bater ensandecido contra o peito. Quando tinha Angeles em seus braços era como se o resto do mundo parasse.

Ficaram abraçados por um bom tempo, apenas aproveitando a presença um do outro. Palavras não eram necessárias naquele momento, a presença um do outro bastava.

German sabia que estaria quebrando a promessa, mas precisava dizer a ela o que estava sentindo. Se tinha uma coisa que aprendera com o passado era que era um erro guardar seus sentimentos para si. Não se arrependeria por não dizer o que sentia. Não outra vez.

Ele se afastou dela o suficiente para poder mirar seus lindos olhos verdes, que naquela noite pareciam mais brilhantes que nunca. E sem poder guardar mais aquelas palavras consigo, disse:

— Eu te amo, Angeles Carrara. E não suporto ficar mais um minuto longe de você.

Angie sentiu suas barreiras estremecerem ao ouvir a confissão de German. Ela sabia que era verdade, podia sentir emoção nas palavras que ele dissera.

— German, a promessa… — Disse dando um passo atrás, virando-se de costas para ele.

Mesmo que partilhassem dos mesmos sentimentos, Angie ainda tinha medo de abaixar a guarda. Estava confusa.

— Me desculpa, mas eu precisava te dizer isso. — Ele disse, sincero.

— Você não tem o direito de me dizer essas coisas, German. — Ela falou, ainda de costas para ele.

— Não, eu não tenho. — Admitiu e aproximou-se da loira. — Mas eu já não tenho mais forças para lutar contra esse sentimento.

"Eu também não", Angie quis acrescentar, mas preferiu permanecer calada.

— Por favor, meu anjo. — Ele pediu e ela imediatamente elevou seu olhar ao dele, sem conseguir evitar por mais tempo o contato visual. — Me dê uma chance.

Por um momento Angeles não soube o que responder. Afinal, quantas chances eles já não tinham dado um ao outro? E nenhuma delas se provara benéfica, pelo contrário, trouxeram sofrimento. Quem os garantia que dessa vez seria diferente?

— E o que mudou, German? Foi você que tinha escolhido não lutar pelo nosso amor.

Ele suspirou, cansado. O sentimento de culpa tomando conta de si.

— Eu sei, eu errei. Pensei que ao te afastar de mim estaria fazendo a coisa certa, mas eu estava errado. Ficarmos juntos ou não era uma decisão que cabia a nós dois, não apenas a mim. Você pode ter certeza de que não existe um dia do qual eu não me arrependa por ter te deixado partir. Eu nunca vou me perdoar por ter te feito sofrer, mas eu quero concertar tudo o que eu quebrei, quero te fazer feliz. Mostrar que o homem que você amou ainda está aqui.

Angie sentiu a garganta coçar e os olhos marejarem com a declaração de German. Ele dissera tudo aquilo com tanta emoção, tanta verdade.

— German, eu não sei o que dizer… Eu preciso pensar. — Disse, ainda estava confusa com todas as emoções que a habitavam naquele momento.

— Tudo bem, eu não quero que me dê a resposta agora. — Ele sorriu compreensivo.

— Precisamos conversar, mas não aqui. — A loira se pronunciou.

— Eu concordo. — Ele assentiu. — Se aparecer no meu quarto até uma hora depois do final da festa conversaremos e decidiremos juntos se merecemos outra chance, mas se não aparecer, vou entender como um não, e prometo que não voltarei a incomoda-la e nem insistirei nisso.

Angeles balançou a cabeça em concordância.

German pegou delicadamente as mãos dela e envolveu-as entre as suas, enquanto a fitava.

— Quero que saiba que não importa qual seja sua decisão, eu vou respeitar. Tudo o que eu mais quero é te ver feliz, Angie. — Ele disse sincero. Ele sabia que ia doer se Angie escolhesse se afastar, mas se isso fosse fazê-la verdadeiramente feliz, ele se afastaria sem nem pensar uma segunda vez.

— Eu sei. — Ela sorriu levemente.

Angie queria acrescentar que sentia o mesmo em relação ao moreno, quando sentiu que já não estavam mais sozinhos.

Violetta e Ludmila encaravam os dois com sorrisos radiantes no rosto. Ambas tinham para si que era questão de tempo para os dois reatarem.

Logo as garotas se aproximaram e explicaram que Olga estava procurando por Angie, o que fez com que a loira se dirigisse imediatamente de volta para o salão, mas não sem antes trocar um olhar com German que falava mais do que palavras poderiam dizer.

                       (…)

 

              TRADUÇÃO:

"Querida, eu estou dançando no escuro
Com você entre meus braços
Descalços na grama
Ouvindo nossa música favorita
Quando eu vi você naquele vestido
Estava tão linda
Eu não mereço isso
Amor, você está perfeita esta noite"

 


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Comentem, vamos ficar muitooo felizes em saber o que acharam ❤

Beijos e tenham uma ótima semana! ❤



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