Consequências do Amor escrita por Rah Forever, Reh Lover


Capítulo 30
Capítulo 30 - Uma Promessa Feita, Uma Promessa Quebrada


Notas iniciais do capítulo

Oiii, gente! Tudo bem com vocês? ❤

E chegamos ao capítulo 30! Quem diria, hein ❤ Quero agradecer a cada um de vocês que acompanhou a gente até aqui. Obrigada a cada um de vocês que mesmo a gente demorando para atualizar continua aqui! Muito obrigada, gente! ❤ Vocês são incríveis!

Era para esse capítulo ter sido escrito e postado um mês atrás, mas tive um bloqueio e passei por alguns momentos bem complicados, então eu estava totalmente sem ideias, eu simplesmente não conseguia escrever nem uma palavra. Esse ano não tem sido um ano fácil, e sei que isso não é desculpa para não postar, mas estou lidando com certas coisas que acabam minando meu rendimento, mas prometo que vou dar o meu melhor para continuar a fic ❤

Esse capítulo não saiu bem como eu tinha imaginado, mas espero que vocês gostem ❤

POR FAVOR, não se esqueçam de nos dizer o que acharam nos comentários, vamos adorar saber o que estão achando da fic. GOSTARÍAMOS que houvesse uma interação maior entre VOCÊS e a GENTE, então COMENTEM, contem para gente o que acham que podemos melhorar, o que vocês gostaram, alguma ideia, sugestão, etc... Saber o que vocês estão achando INCENTIVA a gente a continuar, então se PUDEREM, deixem um comentário ❤

Se estiver gostando da fic, não deixe de COMENTAR, FAVORITAR, RECOMENDAR ❤

MUITO OBRIGADA PELO APOIO QUE VOCÊS NOS DÃO, ISSO É MUITO IMPORTANTE PARA GENTE ❤

■ AGRADECIMENTOS ■

Obrigada as lindas que comentaram o último capítulo, seus comentários nos incentivaram muito a escrever o capítulo ❤ Muito obrigada de coração, lindas:

♡DUH LEON
♡BLACKSPACE
♡GABRIELLASANTOS

Não está sendo fácil escrever, mas prometo que vamos dar o nosso melhor ❤

● META: VAMOS TENTAR BATER A META DE 155 COMENTÁRIOS NA FIC? ❤

Enfim, nos desculpem pela demora ❤ Esperamos que gostem do capítulo! Tenham uma ótima leitura ❤



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"Tengo la esperanza que el dolor
            Cambie y se transforme en tu perdón
            Navegar en un mar sin fantasmas
            Y la luz de tu amor sea mí mapa"

           * Llorar - Jesse y Joy


                                 ANGIE

 

Ansiedade me definia naquele momento. Queria ver meu pai, abraçá-lo, pedir perdão pela maneira que me comportei na última vez que o vi antes do acidente acontecer.

Logo que recebi a notícia de que meu pai finalmente acordou, eu quis correr para o seu quarto e comprovar com meus próprios olhos que ele estava bem, mas infelizmente isso não foi possível, pois os médicos responsáveis pelo meu pai precisavam submtê-lo a alguns exames, então eu teria de esperar até que me chamassem para vê-lo.

German permanecia sentado na cama ao meu lado, seus braços ao meu redor, me passando todo o conforto que eu precisava no momento. Eu precisava de German mais que tudo e ele estava ali ao meu lado, cuidando de mim. Eu não tinha palavras para agradecê-lo.

Brenda e Pablo haviam saído do quarto pouco tempo atrás, precisavam dar a notícia de que meu pai havia saído do coma. Eu estava agradecida por eles cuidarem disso, pois no momento eu não tinha condições de fazê-lo, mesmo que eu quisesse.

Uma eternidade pareceu se passar até que uma enfermeira veio me avisar que eu estava autorizada a ver meu pai. A ansiedade e agitação que eu sentia pareceram duplicar.

German me acompanhou até o quarto de Antônio e perguntou se eu queria que ele entrasse comigo. Eu o agradeci de coração, mas disse que precisava ficar sozinha com meu pai.

Ele acatou minha decisão e depositou um beijo carinhoso em minha testa.

Eu abracei German, respirei fundo e entrei no quarto.

Logo que entrei no quarto, lágrimas começaram a saltar de meus olhos. Eu estava tão feliz e aliviada de ver meu pai saudável, sem nenhum aparelho ou fios ao seu redor.

— Angie! — Antônio disse tão emocionado quanto eu.

Corri para os seus braços e o abracei forte, deixando que mais lágrimas escapassem.

— Eu pensei que fosse te perder para sempre. — Eu sussurrei, a voz trêmula e embargada.

— Ah, Angie… — Começou, a voz afetada igual a minha. — Eu nunca vou abandonar você, filha!

— Eu sei, papai — Respondi emocionada, agradecendo mentalmente aos céus por meu pai ter voltado para nós.

Ficamos por um bom tempo abraçados em silêncio, palavras não eram necessárias naquele momento.

Eu não fazia ideia de quanto tempo estávamos assim, até que meu pai me chamou, da forma carinhosa com a qual sempre me tratou:

— Angie, minha filha.

Levantei-me, sentando ao seu lado.

— Eu tenho que te pedir perdão. — Ele segurou uma de minhas mãos entre as suas. — Eu juro que quis te contar que era seu pai no momento em que eu soube, mas não consegui, eu não devia ter concordado com a sua mãe em guardar esse segredo, mas o fiz e me arrependo. Me perdoa, Angie. Eu não devia ter escondido uma coisa tão importante assim, você merecia saber.

— Eu já te perdoei. Sei que você e minha mãe só estavam pensando em me proteger, isso não fez minha dor ser menor, mas todos cometem erros, fazem coisas que se arrependem, inclusive eu. Eu não deveria ter agido da forma que agi. — Respondi. — Eu tenho que pedir perdão também, pelo modo que agi.

— Não, filha. Você estava certa, não tem que se desculpar. Você estava lidando com tanta coisa ao mesmo tempo.

— Eu sei, mas… — Antônio me interrompeu, sorrindo docemente, um olhar fraternal de um pai para uma filha.

— Não precisa continuar se desculpando, não tenho nada o que perdoar, filha. Tudo bem?

Assenti, sorrindo, ao mesmo tempo que lágrimas de felicidade e emoção começaram a se espalhar pelo meu rosto.

— Não chore, minha filha. — Disse preocupado. — Nunca mais quero te ver triste. Você merece mais que todos ser feliz.

— Não são lágrimas de tristeza e sim de felicidade. — Sorri, enxugando as lágrimas com as palmas das mãos. — Estou feliz de te ver bem e saudável, foi tão difícil te ver cercado de fios e máquinas, cada vez que eu vinha te ver. Eu pensei que nunca mais poderia conversar com você, ouvir seus conselhos, ver sua alegria. Estou feliz porque de agora em diante podemos ter uma relação de pai e filha. Tive tanto medo de que não pudesse conhecer seu ne... — Parei abruptamente, antes que eu concluisse a frase, meu pai tinha acabado de acordar de um coma, eu não podia dar a ele notícias "fortes". Mas já era tarde demais, Antônio encarava minhas mãos espalmadas sob minha barriga. Eu vinha fazendo isso tanto ultimamente, era algo tão automático para mim que eu nem percebi que o estava fazendo.

Por alguns segundos Antônio ficou em silêncio, mas antes que eu pudesse abrir a boca para me explicar, um sorriso caloroso surgiu em seu rosto ao mesmo tempo que lágrimas se acumulavam nos cantos de seus olhos.

— Esse é o momento mais feliz da minha vida. Além de ter ganhado uma filha, descubro que serei avô!

Ri com a empolgação de Antônio, eu não sei se em algum momento eu já o tinha visto tão feliz quanto agora.

— Obrigada, filha! — Agradeceu emocionado e eu o abracei forte, feliz demais.

Pouco depois nos separamos, mas continuei próxima, sentada na poltrona ao lado da cama.

— E a Angelica? Imagino que ela esteja radiante em saber que será avó novamente! — Perguntou, a animação ainda tomando conta de sua voz.

     O sorriso em meu rosto se apegou imediatamente. Aquilo não podia estar mais distante da realidade.

— Ela não aceitou muito bem a notícia. — Antônio constatou, permanecendo depois por alguns segundos calado, parecendo pensativo.

Assenti.

— É complicado, papai. — Respirei pesadamente. — Minha mãe não apoia meu relacionamento com German, ela me disse coisas horríveis quando contei a ela sobre a gravidez. — Contei, tentando me manter firme, as palavras cruéis que minha mãe me dissera ainda estavam frescas na minha mente.

— Um bebê é uma benção, Angie. Mesmo que Angelica não concorde com o relacionamento de vocês, ela não vai negar um neto. Eu sei que ela vai mudar de idéia, você vai ver.

Assenti, torcendo para que meu pai estivesse certo, eu precisava da minha mãe, mesmo depois de tudo.

— O senhor não acha errado? — Perguntei.

— Você e German estarem juntos? É claro que não, filha! Vocês se amam, isso é o que importa. — Ele segurou minhas mãos entre as suas, em forma de apoio. — Tudo que eu quero é te ver feliz, Angie. Você merece ser feliz ao lado de quem desejar e se é feliz ao lado de German, eu apoio vocês dois. — Disse sincero com um de seus sorrisos carinhosos.

— Obrigada, papai! — Disse e o abracei.

E naquele momento, pela primeira vez em dias, eu me senti verdadeiramente feliz.

                      ♡♡♡

             

                NARRADORA

Algumas horas depois…

— Você está bem, Angie? — German envolveu as mãos dela nas suas.

— Sim, por quê? — Ela voltou o olhar para ele.

— É que desde quando estávamos no hospital, você parece bem pensativa.

— Ah, isso. — Ela se acomodou melhor em sua cama. — É que tenho pensado muito nas coisas que aconteceram nesses últimos meses…

— E… — Ele a incentivou a continuar.

— E, por mais que as coisas estejam bem entre nós, acho melhor darmos um tempo.

— Como assim? — Ele queria que ela explicasse melhor o que estava sugerindo.

— Bem, eu te perdoei pela forma que agiu ontem, assim como você me perdoou por eu ter escondido a verdade de você, ambos estávamos errados. Mas, te perdoar por não ter lutado pelo nosso amor é algo mais complicado para mim. — Ela finalmente contou sobre o que estava pensando.

— Eu entendo, Angie. Tudo o que eu mais queria era poder voltar no tempo e corrigir isso, mas eu não posso, então tenho que lidar com as consequências. — German compreendeu muito bem o que ela queria dizer e sabia que ela tinha razão, mas isso não queria dizer que não ficara triste por isso.

— Eu amo você, German, sempre vou amar. Mas é que muita coisa aconteceu, tenho tido tanta coisa para lidar e assimilar. — Ela tocou o rosto dele delicadamente.

— Eu entendo, Angie. Você precisa de espaço e eu vou respeitar a sua decisão. Só quero que você saiba que o que eu fiz não foi por não amar você. — Ele fixou o olhar em seus olhos verdes.

— Eu sei que você me ama. — Seus lábios se moldaram em um sorriso triste. — No hospital você me disse que foi um erro me deixar partir e eu acredito nisso, mas só preciso que me prove. Prova pra mim que posso confiar totalmente em você, que não vai mais tomar uma decisão que compete a nós dois, sozinho. Que não vai me afastar.

— Eu vou provar pra você que não vou quebrar a sua confiança novamente. Que eu vou consertar o que eu quebrei, que estarei sempre aqui para o que precisar.

Angeles sorriu, German parecia determinado em seu intento.

German se aproximou dela e sussurrou em seu ouvido, antes de sair do quarto:

— Eu vou reconquistar você, meu anjo.

                       ♡♡♡

 

                       ANGIE

Eu estava esgotada tanto física como emocionalmente. O dia de hoje tinha sido cheio de emoções. Primeiro quase perdi meu bebê, depois meu pai finalmente acordou e algumas horas atrás tive que pedir um tempo para German, somando tudo isso a discussão que tive com minha mãe ontem. Eu não sabia mais o que me esperava nesse dia.

Estava me sentindo melancólica, coisas demais tinham acontecido e eu precisava de tempo para lidar com elas.

Ouvi uma batida na porta do meu quarto e a vi ser aberta.

— Posso entrar? — Ludmila perguntou.

— Claro que pode. — Sorri.

— Não vou incomodar seu descanso?

— Não, você está me fazendo um favor. Já estou entediada de ficar descansando.

Ela sorriu, eu fui um pouco para o lado e bati no lugar ao meu lado para que ela sentasse.

Depois de se sentar, ela perguntou:

— Você está bem, Angie? — Ela segurou uma de minhas mãos.

— Sim, só estou um pouco cansada.

— Entendo. Seu dia foi complicado.

— É, foi sim. — Concordei.

Notei que ela parecia um pouco aérea, alguma coisa parecia incomodá-la.

— Você está bem, Ludmila? Parece distraída. — Me preocupei que algo estivesse errado com ela.

— Pra falar a verdade, não. — Ela soltou um suspiro cansado.

— O que aconteceu? — Foi minha vez de segurar suas mãos.

— É que minha mãe não entrou mais em contato comigo. É como se ela tivesse esquecido que eu existo. Eu sei que ela não era a melhor mãe, mas é como se mesmo assim, uma parte minha sentisse falta dela. Nem consegui dormir bem de noite, por isso. — Ela desabafou, com os olhos marejados.

— Está tudo bem, querida. Não se culpe por sentir falta dela, isso é normal. Ela é sua mãe, não se sinta mal por isso.

— É que ela fez tantas coisas ruins, me chantageou tantas vezes com a desculpa de me mandar para África, me pressionou tantas outras…

— E mesmo assim, você ainda se importa com ela. — Completei. — Sabe por quê isso acontece? Porque você tem um coração bom demais Ludmila. Você a ama mesmo assim. Isso não é errado.

— Tem certeza? — Ela parecia insegura.

— Tenho. — Sorri. — Quer um abraço?

Ela apenas balançou a cabeça e me abraçou. Passei meus braços ao seu redor, abraçando-a também. Fiquei subindo e descendo uma de minhas mãos por suas costas, tentando acalmá-la.

— Eu não queria chorar por isso. — Ela fungou e eu a abracei mais apertado.

— Está tudo bem chorar, Ludmila. Coloque pra fora tudo o que está sentindo. Vai te fazer bem.

Depois de alguns minutos, senti que ela estava mais calma.

— Se sente melhor? — Passei as mãos carinhosamente pelos cachos loiros.

— Sim. — Ela respirou fundo, se recompondo. — Eu queria ter tido uma mãe que nem você Angie.

— E eu teria muito orgulho de ter uma filha como você. — Respondi com a voz embargada, me senti emocionada ao ouvir isso e os hormônios da gravidez só ampliaram a sensação.

Continuei abraçando-a. Ludmila precisava de amor e que as pessoas demonstrassem o carinho que sentiam por ela. Ainda mais após o abandono da mãe.

Não demorou muito para que eu sentisse que ela relaxou. No entanto, que ela acabou adormecendo. Acomodei-a melhor na cama e a cobri com uma manta.

Eu queria continuar deitada, mas precisava tomar as vitaminas que a doutora tinha me passado que estavam dentro da minha bolsa, que eu tinha esquecido no sofá da sala. Então depositei um beijo na cabeça de Ludmila e saí do quarto.

Fechei a porta e quando me virei, me senti trombar em alguém.

Era German. Minhas mãos acabaram se apoiando em seu peito, enquanto as suas seguraram minha cintura.

— Me desculpe, Angie. Você está bem? — Ele me estudou, com o semblante preocupado.

— Sim, estou bem. Trombamos de leve. — Esclareci.

Percebi que seu cabelo estava molhado e que ele estava usando o perfume que eu mais gostava. Senti minhas mãos pesarem sobre seu peito e não resisti a subí-las um pouco mais até onde sua camisa estava com alguns botões abertos.

Senti seus braços me puxarem levemente para mais perto. Seus olhos se fixaram nos meus e, como sempre, eu conseguia enxergar amor em seu olhar. Me senti balançada com isso, ninguém nunca tinha me olhado assim.

Seu olhar passou dos meus olhos para a minha boca e me senti inclinar meu rosto para frente, eu queria que ele me beijasse. Queria sentir que as coisas estavam voltando aos eixos, mas eu tinha tomado uma decisão quanto ao nosso relacionamento e me manteria fiel a ela. Estar assim com ele não parecia uma boa ideia. Será que todas as vezes que nos encontrassemos seriam assim?

Então, antes que eu caísse na tentação de beijar German, me desfiz do seu abraço abruptamente, minha ânsia em me afastar foi tanta que acabei fazendo isso rápido demais e não percebi que eu estava bem perto da porta, e acabei me chocando contra o batente dela. Eu continuava desastrada como sempre.

— Meu Deus, Angie! Você está bem? — Ele segurou meus ombros e me olhou com preocupação novamente.

— Sim, só a minha cabeça que está um pouco dolorida. — Coloquei uma de minhas mãos no local da dor. Com certeza, em poucas horas, minha testa estaria com uma cor diferente do normal.

— Você precisa ter mais cuidado. — Ele me advertiu num tom carinhoso.

— Eu sei. — Eu precisava mesmo, ainda mais agora que estava grávida.

German levou uma das mãos à minha testa, parecia estar examinando o local.

— Pelo menos não está inchado. Quer ir ao médico? — Perguntou, atencioso.

— Não precisa, não é a primeira vez que esse tipo de coisa acontece comigo.

— Então vamos colocar pelo menos um pouco de gelo?

— Pode ser. — Eu sabia que fazer isso poderia evitar que a minha testa ficasse tão inchada mais tarde, então concordei.

Quando chegamos a cozinha, me sentei em uma das banquetas de frente a bancada.

German colocou alguns cubos de gelo em um saco e me estendeu. Peguei-o e logo posicionei sobre o local da dor. Em poucos minutos o gelo tinha amortecido a minha pele e a dor estava bem leve.

— Melhor?

— Sim, obrigada. — Sorri para não preocupá-lo.

German parecia querer me contar algo, mas parecia receoso.

— Está tudo bem? O que aconteceu? — Olhei-o fixamente.

— É que eu preciso falar algo para você, mas não sei se devo, não quero te preocupar, ainda mais depois do que aconteceu hoje. — Ele se sentou na banqueta ao lado da minha.

— Pode me contar o que é, não vou me alterar. — Assegurei.

— Encontrei com sua mãe hoje no hospital.

— Quando? — Estranhei que ela não tivesse me procurado.

— Enquanto você estava com o seu pai. Ela recebeu uma notificação do hospital de que Antonio tinha acordado, então foi para o hospital vê-lo.

— Você contou pra ela sobre o que aconteceu mais cedo?

— Sim, contei que você passou mal. Ela quis falar com você, mas achei melhor que ela fizesse isso em outro momento. Você estava muito fragilizada. — Ele explicou. — Fiz bem?

— Sim, eu não estava com cabeça para conversar com ela. Nem sei se estou agora. — Suspirei. — Me sinto culpada por não querer falar com a minha própria mãe.

— Não se culpe, se você acha melhor esperar um pouco para conversar com ela, espere. Só faça isso quando se sentir pronta. — Ele segurou uma de minhas mãos.

— Tem razão. — Apertei sua mão na minha. — Eu quero conversar com ela, mas o que ela me disse ainda dói. Eu sei que ela não estava de todo errada, mas não precisava ter agido tão mal comigo.

— Não se martirize por isso. É seu direito estar chateada. Não pense nisso agora, deixe pra depois. Você precisa descansar.

— Tudo bem. — Concordei, não adiantaria nada ficar remoendo esse assunto na minha cabeça.

Levantei-me e German me acompanhou até meu antigo quarto, onde Ludmila dormia tranquilamente. O que me lembrou de algo.

— German, você teve alguma notícia de Priscilla? — Perguntei. Eu não gostava daquela mulher, mas me importava muito com Ludmila.

German suspirou, cansado.

— Não, depois que a denunciamos nunca mais soube nada dela, está foragida. O delegado me informou que qualquer avanço no caso, ele entraria em contato. Mas até agora nada.

— Ludmila me contou que sente falta da mãe. É triste ver o quanto ela sofre pela mãe não ter a procurado ao menos para saber se ela estava bem. — Contei, triste por ver o quanto Ludmila sofria com o descaso de Priscilla.

— Eu realmente não desejo ver essa mulher novamente, só quero que a justiça seja feita e ela pague por todo mal que causou. Quero que Ludmila seja feliz e sei que ela gostaria de ver a mãe novamente, mas acredito que Priscilla nunca mais colocará os pés na Argentina novamente ao menos não por vontade própria.

— Priscilla não faz bem a Ludmila, mas por tanto tempo ela foi a base de Ludmila, é compreensível que ela sinta a ausência da mãe. — Disse, triste por ver a nossa supernova tão chateada.

— Um filho nunca se esquece dos pais, por mais que eles tenham errado com o filho, mas com o tempo ela vai melhorar. — German disse e tive a impressão de que não falava apenas sobre a relação complicada entre Ludmila e Priscilla, mas também sobre a sua com seus pais.

— Você sente muito a falta deles, não é? — Perguntei.

— Sinto. Mas eles escolheram se afastar. Eu escolhi o amor e não me arrependo.

Sorri. German tivera que escolher entre um amor ou a família e todo o prestígio que a mesma carregava consigo e escolheu o que lhe faria feliz. Foi corajoso ao deixar a estabilidade que a família tinha para recomeçar uma nova vida do zero, muitos não teriam feito o mesmo.

— São eles que perdem, German. Você é um homem incrível, íntegro, tem um coração enorme. É uma pena que eles escolheram não fazer parte de sua vida. — Disse e toquei a lateral de seu rosto com minha mão.

— Então eu sou incrível, hein? — Ele disse e piscou para mim, convencido.

— Você não cansa de ser convencido, não é? — Brinquei.

German riu e meu coração bateu mais forte com a linda melodia que escapava de seus lábios.

— Não, acho que não. — Respondeu, me presenteando com seu típico sorriso de lado.

Balancei a cabeça, sorrindo também.

— Você não muda mesmo, German. — Brinquei.

Conversamos amenidades por alguns minutos, até que comecei a me sentir sonolenta, meu corpo cobrava o descanso pelo dia complicado que eu enfrentara.

Percebendo o quão cansada eu estava, German me guiou até o meu quarto, onde me ajudou a deitar, para logo depois cobrir tanto eu quanto Ludmila, que dormia tranquilamente ao meu lado, com um edredom.

Eu queria agradece-lo, mas meus olhos estavam pesados demais e a inconsciência já estava nublando meu raciocínio.

A última coisa de que me lembro de ouvir antes de adormecer completamente, foi German sussurrar:

— Durma bem, meu anjo. Eu te amo.

Eu queria poder dizer que também o amava, mas antes que pudesse fazê-lo o sono me alcançou.

E depois de um dia cheio de fortes emoções, eu finalmente consegui relaxar.

                    ♡♡♡

 

Duas semanas depois…

                        ANGIE

Eu analisava meu reflexo no espelho, conferindo minha aparência uma última vez antes de sair do quarto e encontrar German, meu acompanhante.

Finalmente o dia do casamento de Olga e Ramalho chegara e estávamos todos alojados em uma linda casa de campo, onde aconteceria a tão esperada cerimônia de duas das pessoas mais especiais em minha vida. Eu torcia muito pelos dois e sabia que eles seriam muito felizes juntos.

Só de pensar que German estava a minha espera eu sentia uma agitação tomar conta de mim. Era inevitável não pensar no "incidente" que acontecera uma semana atrás.

Por um momento minha mente divagou até aquele dia:

"Eu estava feliz, pois eu finalmente havia recebido alta do meu repouso e poderia voltar a minhas atividades. Eu já não aguentava mais ter de ficar parada, mas eu sabia que foi necessário pelo bem de meu bebê.

German e eu estávamos bem. Não estava sendo nada fácil mantermos certa distância um do outro, mas até o dado momento tudo estava tranquilo entre nós. Conversávamos e agiamos normalmente na presença um do outro. German como sempre cuidou de mim e me tratava com carinho, mas nunca deixando o momento partir para o lado romântico.

Naquela noite, como de costume, German me acompanhara até meu quarto, como fazia todos os dias desde que decidimos dar um tempo.

Ficamos algum tempo apenas conversando amenidades, aproveitando o momento de cumplicidade entre nós. Até que German deu um passo a frente e com cuidado prendeu atrás da minha orelha um cacho que caira em meu rosto.

Instintivamente acabei fechando os olhos, aproveitando a sensação que o toque de German provocara em mim.

Suspirei, quando senti os braços de German ao meu redor, deixando nossos corpos bem próximos.

Tudo que eu mais queria era ser beijada por ele, mesmo que meu cérebro me alertasse de que estávamos dando um tempo, e parecendo se dar conta disso, German colou seus lábios nos meus.

Em questão de segundos, o beijo que começara calmo, rapidamente tornou-se mais exigente. Nossas bocas exploravam com ardor. Nossas mãos passeavam deliberadamente pelo corpo do outro, evidenciando o quanto precisávamos daquele contato.

Em um dado momento, eu que permanecia encostada na parede, envolvi a cintura de German com minhas pernas, deixando nossos corpos ainda mais cientes de quão próximos estavam e do quanto essa proximidade nos afetava.

Minhas mãos bagunçaram o cabelo de German, tentando aplacar os sentimentos que o toque dele provocava em meu corpo, enquanto o moreno distribuía beijos pela pele exposta de meu pescoço.

German traçou uma linha de beijos por minha pele até que nossos lábios se encontraram novamente em um beijo intenso, cheio de paixão.

Em um determinado momento, German passou os braços por debaixo dos meus joelhos, me pegando no colo.

Ele me carregou até seu quarto sem nunca interromper o beijo.

O moreno sentou-se na cama, comigo ainda em seus braços.

O clima entre nós dois se intensificara ainda mais.

German afastou a alça fina do vestido que eu usava e distribuiu beijos pelo meu ombro exposto, enquanto me concentrei o máximo que conseguia em abrir os botões da camisa de German.

Eu acabara de concluir meu intento - a camisa de German já se encontrava jogada em algum canto do quarto - quando espalmei as mãos pelo peito desnudo de German e senti um pequeno objeto tocar minha palma.

Abri os olhos e dei de cara com o anel de compromisso que German me dera em uma das melhores noites da minha vida. O delicado anel agora servia de pingente na corrente que German usava.

— Eu carrego ele todo dia comigo. Da mesma forma que carrego o amor que sinto por você aqui dentro. — Ele disse e guiou minhas mãos até o peito, mostrando o quanto seu coração batia ensandecido por mim. O meu batia com a mesma intensidade.

Por mais que eu tivesse adorado as belas palavras de German, as mesmas me trouxeram de volta a realidade.

Imediatamente me afastei do toque do moreno, me colocando em pé.

Confuso, German seguiu meu exemplo e levantou-se também.

— Angie, o que foi? — Perguntou alarmado, provavelmente querendo saber o que acontecera para que a conexão que partilhavamos momentos atrás fosse dissipada em questão de segundos.

Ele dera um passo a frente e estava prestes a tocar meu rosto, quando eu dei um passo para trás.

Eu pensei ter visto dor em seu olhar. Eu sabia que o tinha magoado e isso me machucava também, mas eu ainda tinha medo.

Eu o amava e também o carregava comigo em meu coração. Sempre. Mas naquele momento era como se a pele de German me queimasse, precisava de distância. Era como se o pequeno objeto queimasse minha pele com as lembranças que o mesmo trazia.

A noite que German me dera o delicado anel fora incrível, era uma das lembranças mais doces que eu guardava comigo. Mas, em contrapartida, o mesmo também me lembrava do dia em que German desistira de lutar por nosso amor, do dia em que ele tomara uma atitude que competia a nós dois, não apenas ele. As lembranças desse dia ainda doíam, ainda eram recentes.

— Eu não posso fazer isso, German. — Disse, tentando desamassar meu vestido. Eu não conseguia olhar nos olhos de German. — Nós combinamos que daríamos um tempo.

— Eu sei, eu não devia ter forçado a barra. Me desculpe, Angie. — Desculpou-se, sua voz demostrando claramente culpa.

— Não tem que se desculpar. Você não forçou a barra, eu também queria o beijo. — E tudo o que viesse depois, completei mentalmente. — Eu só não me sinto pronta para embarcar novamente em um relacionamento. Ainda tenho medo, não quero quebrar meu coração novamente. Eu sei que você está arrependido, mas preciso me curar das feridas que ainda doem.

Levantei os olhos e encontrei um German triste. Eu odiava vê-lo assim, mas eu tinha que dizer a verdade, o que eu estava sentindo. Não era minha intenção magoa-lo, mas tínhamos que ir devagar dessa vez, pois das outras vezes as coisas evoluíram rápido entre nós dois e quando pensei que finalmente alcançaramos o final feliz, German escolheu acabar com tudo. Doia saber que ele não colocara fé em nosso relacionamento, ao invés disso decidiu que o melhor era nos separarmos. Nosso amor era suficiente para vencer qualquer obstáculo, mas German acreditara no contrário, lançando por água abaixo nosso amor.

O clima de romance fora embora totalmente, deixando apenas um clima tenso para trás, gerando um silêncio desconfortável.

— Prometo que não vou quebrar a promessa novamente. — German disse decidido. E eu soube que desta vez nosso acordo seria seguido a risca.

— Eu também não. — Afirmei, mesmo que me manter longe do homem que amava não fosse uma tarefa fácil.

Depois disso, sai do quarto de German, antes que cometessemos alguma loucura.

Foi inevitável não derramar algumas lágrimas antes que o sono me alcançasse naquela noite. Eu queria o perdoar, e sentia que em pouco tempo isso aconteceria, mas antes eu precisava de um tempo para assimilar tudo que estava acontecendo, um tempo para que finalmente pudesse deixar o medo e a dor no passado.

Era o melhor a ser feito."

Sai de meu devaneio quando senti meu celular vibrar em minhas mãos.

Uma mensagem piscava na tela. Uma mensagem de German:

"Estou te esperando aqui embaixo, Angie."

Rspondi da mesma maneira, cordial:

"Já estou descendo"

Era assim que nos trataramos a semana inteira, de maneira cordial, sem deixar os sentimentos a mostra. Nos evitamos o máximo que conseguíamos vivendo sob o mesmo teto, era a melhor opção, pois se ficássemos tão perto novamente era bem capaz que a promessa que fizemos fosse quebrada outra vez.

German mal passou a última semana em casa, os últimos dias foram bem agitados na construtora.

Era inevitável sentir sua falta, era estranho estar na mansão e não vê-lo com frequência.

Respirei fundo e decidi que já era hora de descer e finalmente encarar German e os sentimentos que eu sabia que acabariam vindo a tona quando nos tocassemos novamente.

O fato era que eu ainda podia sentir seus lábios deslizando por minha pele. Sentia falta de seu toque.

Balancei a cabeça, afastando tais pensamentos e sai do quarto.

Meu quarto ficava no segundo andar, como todos os outros, então era preciso descer uma escada para ter acesso ao andar de baixo.

Logo que me aproximei da escada e estava prestes a desce-la, senti o olhar de German em mim e empaquei no lugar.

E quando nossos olhares finalmente se encontraram, o mundo pareceu parar. Tudo ao redor sumiu e tudo que eu via era o homem que eu amava.

                       ♡♡♡

Continua…


                           TRADUÇÃO:

"Tenho a esperança que a dor
            Mude e se transforme no seu perdão
            Navegar em um mar sem fantasmas
            E a luz do seu amor seja meu mapa"

 


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam do capítulo? ❤

VAMOS TENTAR BATER A META DE 155 COMENTÁRIOS NA FIC? ❤

Se estiver gostando da fic, não deixe de COMENTAR, FAVORITAR, RECOMENDAR ❤

Obrigada por continuarem nos acompanhando! Beijos ❤



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