Consequências do Amor escrita por Rah Forever, Reh Lover


Capítulo 28
Capítulo 28 - Uma Conversa Difícil, Um Momento Especial


Notas iniciais do capítulo

Oiii gente ❤ Aqui estamos com mais um capítulo pra vocês ❤

Obrigada de coração às lindas que comentaram no último capítulo. Vocês são uns amores:

— Duh Leon
— ViolettaS2
— Blackspace
— Gabriella Santos
— Love Angie

● ATENÇÃO! ●
— Vamos postar o próximo capítulo quando esse capítulo aqui atingir a meta de 6 COMENTÁRIOS.

Se estão gostando por favor: COMENTEM, FAVORITEM e RECOMENDEM ❤ Adoramos saber o que vocês estão achando da história ❤

Boa Leitura! ❤



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"And if this is what it takes
Then let me be the one to bear the pain
Oh if this is what it takes
I'll break down these walls that are in our way

'Cause if you don't understand yet
Then I'll never let you forget
That you don't have to do this on your own

I'll be your shoulder to lean on
I'll be your right when you feel wrong
So come on, take my hand, we're moving on"

*This Is What It Takes
           (Shawn Mendes)

 

ANGIE

— Tem certeza que quer ficar sozinha, Angelita? — Sebastian parecia receoso em me deixar sozinha naquele momento.

— Eu vou ficar bem, Sebs.

— Mesmo? — Ele não pareceu convencido com a minha resposta.

— Sim, fique tranquilo. Obrigada por ter me acompanhado, eu estava muito transtornada. — Suspirei. As coisas não estavam saindo como eu tinha planejado.

— Hey, olha pra mim Angelita. — Fiz o que ele pediu. — Vai ficar tudo bem, o German te ama. Ele ficou muito preocupado quando você saiu correndo da mansão.

— Eu sei, mas é que ele não estava muito a fim de me perdoar e disse coisas que me magoaram. — Eu já estava começando a ficar emotiva de novo.

— Quer um abraço? Juro que vai se sentir melhor depois. — Ele sorriu.

Balancei a cabeça e acabei sorrindo também, Sebastian nunca mudava mesmo. Me aproximei dele e ele me abraçou. Ficamos abraçados por alguns minutos e depois de me soltar, ele perguntou:

— Melhor?

— Sim, seu abraço é mágico. — Alimentei o seu ego.

— É o que as mulheres dizem. — Ele mantinha um sorrisinho idiota no rosto.

Revirei os olhos, esse era o Sebastian que eu conhecia desde criança.

Depois que ele foi embora, fui para o meu quarto. Me deitei na cama com o celular na mão e tomando coragem enviei uma mensagem pra minha mãe. Agora que German sabia sobre a gravidez, não teria problema dar a notícia à minha mãe. Já que era pra sofrer, era melhor enfrentar tudo logo de uma vez.

"Olá mamãe, pode vir aqui amanhã cedo pra gente conversar? Tenho algo muito importante pra te contar."

A resposta não demorou muito pra ser retornada. Em cinco minutos uma nova mensagem apareceu na minha tela do celular.

"Claro querida, estarei aí amanhã cedo sem falta. Espero que esteja tudo bem."

Coloquei o celular sobre o criado mudo e fechei os olhos. Como se por um momento meus problemas pudessem desaparecer. O que, claro, não funcionou por muito tempo.

— Eu prometo que quando você nascer as coisas estarão melhores, meu bebê. — Coloquei minhas mãos em minha barriga. — Você será muito amado e, apesar de sua mãe ser um tanto atrapalhada e estar se sentindo perdida nesse momento, vou dar o meu melhor.

Enxuguei meu rosto, até falar com o meu bebê me deixava sensível. Eu não sabia como era possível eu amar tanto um serzinho que eu nem mesmo conhecia, mas que me fazia sorrir que nem uma boba durante o dia.

— Me perdoa por não ter contado a verdade sobre você para o seu pai, eu não deveria ter escondido a sua existência dele. — Acariciei minha barriga.

A cada palavra eu me dava mais conta do quanto tinha sido errado o que eu fiz. Eu julgava minha mãe por ter me escondido que Antônio era meu pai biológico e agora eu tinha feito a mesma coisa. Tinha negado à um pai a existência de um filho. Isso era tão errado.

Depois de deixar as lágrimas rolarem, passei as mãos pelo meu rosto e as enxuguei. Eu estava tão cansada tanto física como emocionalmente que não demorou muito para que eu começasse a ficar sonolenta e adormecesse.

(…)

GERMAN

Olhei para o meu relógio e os ponteiros marcavam 22:00. Eu não costuma trabalhar até tão tarde, mas eu precisava me manter ocupado para não ir atrás de Angeles.

Ela estava tão machucada quando correu da minha sala, o rosto vermelho e banhado por lágrimas. E tudo por culpa minha. Me doía saber que eu tinha causado sofrimento à ela.

Eu ainda estava chateado com Angie por ela não ter me contado a verdade. Eu era o pai, merecia saber que ela estava grávida. Eu entendia que ela estava com medo e nunca a julgaria por isso, devia ter sido assustador pra ela ter descoberto sozinha que estava grávida. O que me deixava mal é que eu tinha sido o último a saber.

Não gostei de saber que ela pensava tão mal de mim. Eu nunca a deixaria desamparada, aquele bebê era minha responsabilidade também.

Eu estava feliz por saber que seria pai. Eu amaria essa criança e faria de tudo pra que ela fosse feliz. Ter um filho com Angie seria maravilhoso, uma verdadeira dádiva. Sempre foi um desejo meu formar uma família com ela.

Mas eu queria ter sido o primeiro a saber, ou ao menos um dos primeiros. Que ela tivesse confiado em mim e tivesse dito a verdade. Me magoava saber também que ela planejava voltar pra França sem me contar que estava grávida.

Eu precisava saber como ela estava, a imagem de como ela parecia mal ao sair do escritório não saía da minha cabeça.

Peguei meu celular e digitei o número de Angie. Mas quando estava prestes a realizar a chamada, lembrei que ela precisava de tempo. Conversar com ela agora só a deixaria mais estressada, o que não seria bom nem para ela e nem para o bebê.

— Espero que não esteja ligando pra Angie. — Violetta adentrou o escritório e pousou o olhar no celular em minha mãos.

— Eu ia fazer isso, mas desisti. — Joguei o aparelho em cima da mesa.

— Como está se sentindo? — Ela se sentou na cadeira a minha frente.

— Estou feliz, mas chateado ao mesmo tempo. Feliz por saber que vou ser pai, mas chateado por Angie não ter sido sincera comigo.

— Faz sentido, não tiro sua razão de se sentir assim, papai. — Ela pareceu pensar sobre a minha resposta. — Mas pense em como a vida da Angie está conturbada no momento. Ela queria te contar a verdade, mas é que estava tão assustada…

Vilu parecia tão preocupada quanto eu com Angie.

— Eu sei, e piorei ainda mais as coisas. Mas não se preocupe com isso, filha. Vou conversar com a Angie amanhã. Vou me desculpar pela maneira como agi.

— Faça isso. Vocês têm muito o que conversar. — Vilu sorriu. — Mas agora o senhor precisa dormir. Já trabalhou demais por hoje.

— Tem razão. — Concordei, eu não conseguia mais encarar a tela do notebook.

Subi as escadas junto com minha filha.

— Boa noite, Vilu. — Beijei o topo de sua cabeça. — Te amo filha.

— Também te amo papai. — Ela sorriu, sonolenta.

Fui pra minha cama e me deitei. Mas foi extremamente difícil pegar no sono. As memórias da noite anterior ainda estavam frescas em minha mente e o cheiro de Angie estava espalhado pelo quarto. Não pensar nela era impossível. Estávamos nos entendendo tão bem, como as coisas podiam ruir tão rápido?

(…)

NARRADORA

Angeles estava sentada no sofá da sala. Batia os dedos compulsivamente nos joelhos, num ato de nervosismo. A qualquer momento sua mãe chegaria e já poderia prever que não seria uma conversa fácil.

Uma dor de cabeça iminente já despontava em sua cabeça. Ela levou os dedos às têmporas numa tentativa de aliviar a dor. A noite insone já estava cobrando seu preço.

Quando ouviu a campainha tocar, levantou e abriu a porta.

— Bom dia, Angeles. — Angelica sorriu.

— Bom dia, mamãe. — Angie soltou um sorriso fraco. — Entre.

Angelica se acomodou no sofá da sala e Angie perguntou se a mãe gostaria de algo, tentando prolongar a conversa que precisaria ter com a mãe.

— Um chá seria bom. — Ouviu a mãe dizer.

Depois de alguns poucos minutos Angie respirou fundo e voltou à sala com duas xícaras de chá na mão.

— Obrigada, querida.— Angelica agradeceu quando a filha lhe entregou uma das xícaras.

— Disponha. — A loira respondeu ao sentar-se ao lado da mãe.

— Sobre o que quer falar? — Angelica perguntou após tomar um gole do chá.

— Eu não sei como começar.

— Fique calma Angie. Respire fundo e me conte o que está acontecendo. — Pediu a filha, preocupada ao ver que as mãos de Angie tremiam levemente.

Angie inspirou fundo como a mãe instruíra e soltou a verdade de uma vez:

— Eu estou grávida.

O rosto de Angelica ficara pálido por um instante, parecia não acreditar no que a filha havia dito.

— Tem certeza?

— Absoluta.

Angie não deixou de notar que a mãe parecia chocada com sua revelação.

— Meu Deus, Angie! Um bebê é algo muito sério.

— Eu sei, mamãe. — Suspirou.

— Como pôde ter sido tão inconsequente, Angeles?

— Também sei disso, mas agora não vai adiantar nada me repreender.

— O que vai fazer com a sua carreira, querida?

— Ainda é muito cedo pra pensar nisso, mamãe. Ainda estou com dois meses e pouco. Sei que não vai ser fácil, mas sei que posso dar conta de ser mãe e ter minha carreira ao mesmo tempo.

— O pai já sabe?

— Sim, German descobriu ontem.

— De todos os homens, por quê foi se envolver e engravidar justo dele, Angie?

— Não quero falar sobre isso.

— German é um engenheiro muito conhecido. O que as pessoas vão falar sobre isso? Que você está grávida do seu cunhado. As pessoas podem ser cruéis, ainda mais com uma mulher em seu estado.

— Eu não me importo com isso. Sei que minha vida vai mudar bastante, mas a única coisa que me importa no momento é o bem estar do meu bebê. Ele não tem culpa de nada. — Angie colocou as mãos sobre a barriga, num gesto protetor.

— Ser mãe solteira não é uma tarefa simples.

— Tenho certeza de que não, mas vou me esforçar bastante pelo meu bebê.

— E a França?

— Não tem mais nada lá pra mim, quero que meu bebê fique perto da família. Do pai. — Angie falou, com certo ressentimento contido na voz.

— Eu te proibo de vir com essa história de novo, Angeles. A sua situação não é a mesma que a minha. Você não tem o direito de me julgar. — Angelica exaltou-se.

— Julgar? Essa é a única coisa que a senhora tem feito desde que contei sobre a gravidez.

— Eu fiz o que era melhor pra você.

— Não, a senhora fez o que era melhor pra senhora. Não pra mim.

— E você não está fazendo o que é melhor pro seu bebê também. O que ele vai pensar dos pais dele, principalmente de você, quando souber que é filho do marido da sua irmã?

— Por favor, me deixe sozinha, mamãe. — Doera ouvir a última fala da mãe. Fora cruel demais.

— Angie… — Apesar de irritada, ela pôde ouvir o tom de preocupação na voz da mãe.

— Não quero escutar. Não agora.

— Me perdoe Angie, eu não deveria ter dito isso… — A voz de Angelica tremia. Angie percebeu que a mãe parecia culpada e até tinha os olhos marejados.

Angie não queria ouvir mais nada. Ela correu para o seu quarto e trancou a porta. Se jogou na cama e abraçou um travesseiro com força.

Ouviu Angelica bater na porta e chamar por ela. Estava se sentindo uma adolescente rebelde e mimada, mas só queria ficar sozinha por alguns minutos. Melhor, precisava ficar sozinha pelo bem de sua sanidade mental. A conversa com a mãe tinha sido mais desgastante do que tinha imaginado.

Angelica tentou por mais alguns minutos falar com Angie, mas acabou desistindo. Conhecia a filha e, por isso, sabia que Angie só falaria com ela quando se sentisse confortável em fazer isso.

Angelical lançou um último pedido de perdão a filha e foi embora.

Angie suspirou e foi tomar um banho, precisava relaxar. Estava estressada demais, sabia que isso não era bom pro bebê. Tinha que se acalmar.

(…)

Estar em sua sala de canto no Studio novamente, fez Angie sorrir. Aquele lugar era tão colorido e cheio de sonhos que evitar sorrir foi impossível, apesar de seu estado de ânimo estar péssimo. Ficar na cama o dia inteiro fora um tanto tentador, mas estava cansada de ficar encolhida em baixo da coberta e chorando. Seguir em frente era necessário. Tanto para ela quanto para o serzinho que crescia dentro de si.

Sabia que voltar a dar aula no lugar era a decisão certa. Que seria bom manter a mente ocupada com algo que amava fazer.

Conversara com Pablo na noite anterior e ele acabou deixando que retornasse com suas atividades, mesmo que um pouco receoso, já que Angie resolveu se abrir com o melhor amigo sobre a gravidez.

Angie sentou-se em um dos pufs da sala e posicionou o violão que tinha nos braços adequadamente. Fechou os olhos e começou a dedilhar alguns acordes aleatórios, já conhecia o instrumento tão bem que não se fazia necessário ficar com os olhos abertos. Sabia que quando a barriga começasse a crescer, seria quase que impossível conseguir tocá-lo.

Levou um susto ao abrir os olhos e encontar German observando-a atentamente.

— German! — Ela levantou, um pouco assustada.

— Me desculpe, não queria assustá-la. Pablo me disse que estaria aqui, mas quando te vi tão concentrada, achei melhor não interromper. — Ele se explicou.

— Tudo bem. — Disse apenas. Não sabia mais o que poderia dizer.

Se German estranhou que ela estivesse de óculos de sol em um dia nublado como aquele, não disse nada. Angie não queria que ninguém se preocupasse com as olheiras profundas e os olhos inchados. Nem a melhor maquiagem seria capaz de esconder aquilo.

— Não sabia que tocava violão. — Ele resolveu começar a conversa com um assunto leve.

— Ah, é que eu sou mais fã do teclado. Não toco muito violão, apesar de gostar. — Ela deu de ombros. — Quero aproveitar pra tocar agora, porque quando a barriga crescer, vai ser difícil.

— Ah, entendo. — Ele se aproximou dela.— Em relação a isso, como se sente? Consegue sentir o bebê?

Angie sorriu com a pergunta de German que transbordava curiosidade, mas também um carinho que a deixou comovida.

— Bem, ele ainda é muito pequeno pra eu sentí-lo chutar. Mas, pode até parecer estranho, mas consigo sentir que tem algo diferente. É como se eu pudesse sentir sua presença, apesar de ser algo bem sutil.

— Parece ser algo bem especial. — Ele sorriu.

— É sim. — Ela colocou as mãos sobre a barriga, num gesto carinhoso.

German observou o movimento. Sentiu seu coração encher-se de ternura. Saber que tinha uma parte sua crescendo dentro da mulher que amava, aquecia seu coração.

Como não tinha notado que ela estava grávida? Ela se sentia enjoada e com tontura boa parte do tempo. E era uma mudança mínima, quase que imperceptível, mas notou, por causa da blusa bem demarcada que Angie usava, que já se podia ver uma leve protuberância. Só se alguém prestasse bastante atenção, perceberia.

— O que foi? — Angie olhou pra ele.

— Nada. É só que… Posso tocar? — Ele pousou o olhar sobre a barriga dela. — Se não quiser, vou entender.

— Claro, pode sim. — Ela ficou feliz com o pedido. Mostrava que ele se importava com o bebê.

Ele se aproximou mais, ficou de frente para Angie e pousou com delicadeza as mãos sobre a barriga dela.

Angie sentiu os olhos marejarem com a cena tão doce.

— Você está bem? — German perguntou ao ver a reação de Angie.

— Sim, é só que esse momento é bem especial pra mim. Estou emocionada. — Ela fungou.

— É especial pra mim também. — Ele sorriu novamente.

— Ainda está bravo comigo? — Ela sabia que poderia estragar o momento com a pergunta. Mas precisava saber.

— Não, é impossível ficar bravo com você por tanto tempo. Não quando você me deu o melhor presente que alguém poderia me dar.

Ela sorriu, não esperava que a próxima vez que ela e German se encontrassem seria tão pacífica, tão agradável.

— Mas ainda precisamos conversar. Temos muito o que dizer um para o outro.

— Eu sei. — Ele suspirou. — Mas vamos deixar isso pra depois. Não vamos estragar esse momento.

— Tem razão. — Ela concordou e apoiou as mãos em cima das dele em sua barriga.

Depois de um tempo em um silêncio confortável, German perguntou:

— Por quê está de óculos de sol? — Ele parecia realmente interessado na resposta.

— É que... — Ela hesitou em falar. — Acho melhor eu tirá-los.

— Posso fazer isso por você? — Ele queria ver os olhos tão lindos e profundos escondidos pelo óculos.

Angie assentiu. Era melhor tirar, sua ideia não tinha sido muito boa. Não adiantaria nada ficar com ele no rosto.

German levou as mãos ao objeto e retirou-o do rosto dela.

Angie virou o rosto, não queria que ele a visse tão vulnerável.

— Olhe pra mim, Angie. Por favor. — Ele pediu, queria saber o que tanto a afligia.

Angie volveu seu olhar ao dele.

German sentiu o peito doer. Angie parecia tão ferida emocionalmente. Os olhos estavam tão inchados e vermelhos, as olheiras tão aparentes. Ele não conseguia deixar de se culpar por ela parecer tão triste.

— É por minha culpa, não é?

— Não, talvez as olheiras um pouco. — Ela foi sincera. — Mas meus olhos vermelhos não.

— Quer falar o sobre o que houve?

— Sim. — Ela respirou fundo antes de continuar. — É que eu contei que estou grávida pra minha mãe.

— E como ela reagiu?— Ele sabia que a aprovação de Angelica era importante pra Angie.

— Nada bem. Ela acha que não estou pronta pra ter uma responsabilidade dessas. Que eu fui inconsequente. Ela não gostou de saber que o bebê é seu filho. E que vou sofrer julgamentos por estar grávida do meu cunhado. — Angie passou as mãos pelo rosto, num gesto que demonstrava cansaço.

— A responsabilidade não é só sua, Angie. É de nós dois igualmente. Você não vai ficar desamparada. Nunca.

— Eu sei, e fico aliviada de saber que pensa assim. Muitos homens não pensam dessa forma.

— Entendo que vai ser difícil lidar com pessoas que julgam sem entender a situação. Ainda mais pra você, por ser mulher. Mas não se preocupe com isso, não vai precisar passar por isso sozinha. Estamos nessa juntos.

— Obrigada, vai ser importante ter você ao meu lado. Eu não me importo com a opinião alheia, pelo menos, não tanto. Só não quero que o nosso bebê sofra por isso.

— Fique calma, Angie. Não precisa pensar nisso agora. Não vou deixar que nosso bebê passe por isso. Vamos dar um jeito.

— Tudo bem, é melhor não pensar nisso por agora. Só vou ficar mais estressada.

— Sabia que o bebê tem o tamanho de um feijãozinho? — Ele falou, tentando animá-la.

— É sério? — Ela sorriu.

— Seríssimo. — Ele sorriu também, Angie parecia mais animada agora. — Pesquisei na internet.

— Que atencioso da sua parte. — Ela riu. — Não sabia que ele era tão pequeno assim.

— Também não.

— É incrível saber que o coraçãozinho de uma criaturinha tão pequena assim, já bata.

— Verdade, é algo extraordinário.

Angie sorriu pra German, que retribuiu o gesto. Saber que ele tinha se importado em pesquisar sobre a gestação, tinha feito com que seu coração batesse com mais convicção contra seu peito.

— Você gostaria que o bebê fosse menina ou me… — Angie não conseguiu terminar a frase. Ela sentiu uma cólica forte, que nunca tinha sentido antes e colocou uma das mãos sobre a barriga.

Ela sabia que cólicas eram normais durante a gestação, mas cólicas fracas e não fortes, como as que ela estava sentindo.

Angie se apoiou na mesa que estava ao seu lado. Doía muito.

— Meu Deus, Angie! — German segurou-a nos braços. Estava desesperado. — O que foi?

— Eu não sei… — Falou, assustada. — Tá doendo muito. Não era pra isso estar acontecendo.

— Vou te levar para o pronto socorro. — Ele falou no tom mais calmo que conseguiu.

Ela assentiu. Era o certo a se fazer. Ela sabia que tinha algo muito errado acontecendo.

German pegou Angie no colo e acomodou-a entre seus braços com cuidado. Não queria que ela sentisse mais dor. Ele carregou-a pra fora da sala de canto.

— Angie! — Brenda falou, preocupada ao ver a amiga sendo carregada por German.

— O que aconteceu com ela, German? — Pablo perguntou também muito preocupado. Ele nunca vira a melhor amiga tão pálida e tremendo daquela forma.

— Angie está com muita dor. Vou levá-la para o hospital. — German explicou, enquanto se dirigiam pra fora do Studio.

— Eu e Brenda vamos junto com vocês. Eu dirijo. — Pablo falou.

— Obrigada, não estou com cabeça pra isso agora.

German não conseguia pensar em mais nada. Só em Angie que gemia de dor em seus braços e no bebê, que poderia estar em perigo.

Logo que German entrou com Angie no carro e segurou-a novamente no colo, Pablo começou a dirigir, mas não sem antes apertar a mão de Brenda contra a sua, num gesto pra tentar acalmá-la.

Em poucos minutos estariam no hospital. German tinha certeza que aqueles estavam sendo os minutos mais aterrorizantes de sua vida.

— Eu tô com medo, German. — Angie soluçou contra o peito dele.

— Vai ficar tudo bem, meu anjo. — Ele depositou um beijo no topo da cabeça dela.

— Eu estou perdendo o bebê, German... — Ela chorou, sabia que tinha algo errado com o bebê.

— Não diga isso, amor… Por favor. — German não queria acreditar nisso. Estava apavorado, não suportaria que isso acontecesse. Se isso o deixaria devastado, sofria só de imaginar como Angie ficaria.

— Ah, meu Deus, outra pontada! — Angie gemeu de dor mais uma vez e se agarrou à camisa de German.

— Vocês vão ficar bem, você vai ver amor. — Ele precisava acreditar nisso.

German só percebeu que estava chorando quando sentiu os olhos embassarem.

— Meu bebê… — Angie murmurou fracamente, colocando a mão sobre a barriga.

German não sabia o que dizer para acalmá-la, não podia fazer nada pra que a dor que Angie sentia sumisse. Se sentia impotente diante dessa situação.

— Isso não pode estar acontecendo, German… — Ela apoiou a cabeça no peito dele.

— Não vamos perder o nosso filho, amor. Isso não vai acontecer. — Ele não podia acreditar nisso. Tinha que ser forte por Angie.

— Eu não suportaria uma dor dessas. Eu já o amo tanto. — Falou, com a voz trêmula.

— Ele é seu filho, amor. Ele é forte, vai ficar bem. — German passou as mãos pelos braços de Angie, tentando fazê-la relaxar.

— German… — Angie chamou, sentindo uma vertigem atingindo-a. — Eu… acho que…

German sentiu o corpo de Angie amolecer em seus braços e segurou-a com mais firmeza. A dor era tanta que ela tinha desmaiado. Ele desesperou-se, isso não era um bom sinal. Só piorava a situação.

— Acorde, meu anjo, por favor... — Sua voz tremia, o medo estava apavorando-o.

Angie não reagia e parecia ter dificuldade para respirar normalmente.

Não demorou pra que chegassem ao hospital. German desceu do carro com Angeles imóvel nos braços, onde duas enfermeiras já os esperavam com uma maca. Brenda ligara antes pra deixar a equipe médica a par da emergência.

German depositou Angie com delicadeza sobre a maca. Ela estava ainda mais pálida.

Ele se sentiu impotente ao ver a maca ser empurrada pelo corredor do hospital. Não lhe fora permitido acompanhar Angeles, mesmo que ele tivesse insistido com afinco que queria ficar ao lado dela.

De novo estava passando por aquela dor. Nunca imaginou que meses depois do acidente de Angie precisaria voltar ao hospital porque algo havia acontecido com ela novamente. Não podia deixar de se sentir culpado, Angie estava passando por muito estresse ultimamente e ele era parte do que a deixava assim.

Brenda foi até German e apoiou uma mão em seu braço.

— Eles vão ficar bem.

— Sim, vão. Porque se não ficarem eu nem sei…

(…)

 

*Tradução:

"Se isso for necessário,
Então me deixe ser quem aguenta a dor.
Oh, se isso for necessário,
Eu vou quebrar as barreiras no nosso caminho.

Por que se você não entendeu ainda,
Então não vou deixar você esquecer.
Você não tem que fazer isso sozinha.

Eu serei um ombro pra se apoiar
Eu te ajudarei a ver o certo, quando tudo estiver errado.
Então venha, segure a minha mão, vamos seguir em frente."


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Notas finais do capítulo

● ATENÇÃO! ●
— Vamos postar o próximo capítulo quando esse capítulo aqui atingir a meta de 6 COMENTÁRIOS.

Se estão gostando por favor: COMENTEM, FAVORITEM e RECOMENDEM ❤ Adoramos saber o que vocês estão achando da história ❤

Boa Leitura! ❤



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