Consequências do Amor escrita por Rah Forever, Reh Lover


Capítulo 27
Capítulo 27 - Um Medo Superado, Um Segredo Revelado


Notas iniciais do capítulo

Oiii gente ❤ Aqui estamos com mais um capítulo pra vocês ❤

Obrigada de coração às lindas que comentaram no último capítulo. Vocês são uns amores:

— Leitora Tinista
— Duh Leon
— Blackspace
— ViolettaS2
— Love Angie

● ATENÇÃO! ●
— Vamos postar o próximo capítulo quando esse capítulo aqui atingir a meta de 6 COMENTÁRIOS.

Se estão gostando por favor: COMENTEM, FAVORITEM e RECOMENDEM ❤ Adoramos saber o que vocês estão achando da história ❤

Boa Leitura! ❤



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"How many nights does it take to count the stars?
That's the time it would take to fix my heart
Oh, baby, I was there for you
All I ever wanted was the truth, yeah, yeah"

*Infinity
(One Direction)


GERMAN

Depois de tanto tempo, essa era a primeira manhã que eu finalmente acordara em paz. E o motivo disso era o anjo que dormia tranquilamente abraçada a mim.

Como eu amava Angeles. Ficar esses dois meses longe dela pareceu uma tormenta sem fim. Eu tampouco me achava merecedor de tê-la em minha vida, mas eu já não conseguia lutar mais contra os meus fortes sentimentos por ela. Eu passei anos lutando contra o que sentia por Angie, mas agora já era impossível reprimir meus sentimentos.

  Angie fazia eu me sentir vivo. Foi ela que despertou o amor novamente em minha vida. Tudo o que eu queria era fazê-la feliz. Eu passaria o resto da minha vida me redimindo pelos erros que cometi, pelo sofrimento que infligi a Angeles.

  Se eu pudesse voltar no tempo e apagar certas escolhas, eu o faria sem pensar duas vezes.

  Doía ver no olhar de Angeles o quanto eu lhe feri. Eu esperava fielmente o dia em que ela pudesse me perdoar. Se um dia esse dia chegasse.

  Saí de meus pensamentos ao sentir Angie mexer-se entre meus braços.

  Devagarinho ela abriu os olhos, que logo se ajustaram a claridade do quarto.


ANGIE

— Bom dia. — German me cumprimentou com um de seus sorrisos de tirar o fôlego. Foi inevitável não sentir falta de acordar todo dia com um sorriso desses, como acontecia quase todas as manhãs meses atrás.

— Bom dia, German.— Respondi sorrindo levemente.

— Dormiu bem? — Quis saber.

  Pelo incrível que  pareça, eu havia tido um sono tranquilo e relaxante. Era a primeira vez em meses que eu dormira uma noite inteira. Eu me sentia relaxada naquele momento.

— Muito bem… — Respondi não muito concentrada na resposta, já que German espalhava leves carícias pelas minhas costas. E era tão bom…

  Eu sabia que deveria ir para minha casa, mas eu estava apreciando a companhia de German, por mais que eu não fosse adimitir.

— Angie. — German chamou e eu o encarei. — Sobre a noite de ontem… acho que precisamos conversar.

  Suspirei. A noite anterior fora no mínimo… intensa. Eu me sentia a flor da pele noite passada. Obviamente, tínhamos muito o que conversar e esclarecer, mas não julgava aquela manhã o momento adequado para tal coisa.

— Eu sei, tem algumas coisas que nós precisamos conversar sobre, mas, por favor, vamos deixar isso para depois. — Expliquei e German assentiu. Eu não queria acabar com o clima leve dessa manhã.

— Tudo bem, como você quiser, meu anjo.— Sussurrou próximo ao meu ouvido.

Sua respiração tão perto de minha pele e sua voz rouca em meu ouvido, fizeram um arrepio perpassar pelo meu corpo. Eu quase podia sentir seu toque em minha pele.

— Acho melhor eu ir para o meu quarto… — Eu precisava de um tempo sozinha para pensar no que tinha acontecido.

German acenou com um movimento de cabeça, em concordância.

Caminhei até a porta e girei a maçaneta, abrindo-a. Mas antes que eu saísse, German me chamou.

— Angie.

Volvi meu olhar para ele, o que pensando bem, não foi uma boa ideia. German ainda estava sem camiseta e me olhava com intensidade, os olhos focados nos meus.

— Sim. — Falei depois do transe momentâneo.

— Promete que não vai se afastar de mim? — Senti meu coração falhar uma batida ao ouvir sua pergunta.

Suspirei antes de responder. Eu sabia que as coisas entre nós ainda eram complicadas. Que ainda tínhamos muito o que conversar e resolver. Mas não me esquivaria de German e não o manteria afastado que nem fiz quando retornei da França.

— Prometo. — Sorri.

German retribuiu meu sorriso e sai do quarto. Vê-lo sorrir daquele jeito tinha um poder sem igual sobre mim, e como meus hormônios estavam em ebulição por conta da gravidez, achei melhor sair do quarto o quanto antes.

Quando cheguei ao meu quarto, me joguei na cama e levei uma de minhas mãos aos meus lábios. Como se eu pudesse sentir o modo como German havia me beijado na noite anterior.

Relembrei de como a noite anterior havia sido incrível. Eu tinha dificuldades em acreditar que aquilo havia realmente acontecido e não era apenas fruto da minha imaginação. Com cada toque era como se German quisesse mostrar o quanto me amava e que lutaria por mim...

— Angie. — Parecia que Brenda havia surgido do nada à minha frente.

— Que susto, Brenda! — Coloquei uma de minhas mãos dramaticamente em cima de meu peito.

— Me desculpe, Angie. — Ela sentou-se na cama comigo. — Não queria te assustar, mas é que você estava tão distraída que nem ouviu quando eu chamei seu nome pela primeira vez.

— Sem problemas, eu que te devo desculpas. — Sorri pra minha amiga.

— Tudo bem. — Ela também sorriu. — Mas me conta, por quê estava tão distraída e com um sorriso no rosto quando entrei?

Senti meu rosto esquentar com a pergunta. Eu nem sequer havia notado que estava sorrindo.

— Você nem precisa responder nada. Sei que o motivo desse sorriso tem nome e sobrenome. Me conta o que aconteceu. — Brenda falou antes que eu dissesse algo. Ela parecia muito animada para saber a resposta.

— Eu e o German passamos a noite juntos. — Acabei soltando de uma vez. Conhecendo Brenda como eu conhecia, sabia que ela me interrogaria até que eu lhe dissesse o que tinha acontecido, portanto, era melhor falar logo de uma vez.

— Ah, meu Deus, Angie! — Brenda estava surpresa. — E como foi?

Minha amiga se aproximou de mim e envolveu minhas mãos nas suas enquanto esperava por minha resposta. Ela sempre fazia isso quando sabia que eu precisava desabafar.

— Foi incrível… Fazia tempo que eu não me sentia assim, tão amada, tão viva…

— Mas? — Ela parecia saber que tinha um "mas" em toda essa história.

— Mas as coisas não são tão fáceis assim. — Suspirei. — Não é porque passamos a noite juntos que tudo se resolveu e que consegui perdoá-lo pelo que aconteceu. Eu estou tão confusa Brenda...

— Ah, Angie! — Brenda me abraçou. — Com o tempo tudo vai se acertar, apesar de tudo parecer complicado agora. É normal que esteja confusa, você passou por tantas coisas nesses últimos meses. Pode parecer clichê o que eu vou falar, mas dê tempo ao tempo Angie. Com o tempo tudo se acerta. E lembre-se que estou aqui pra te apoiar sempre que for necessário.

— Ah, Brenda! Obrigada, você é a melhor amiga e conselheira que eu poderia ter! — Falei já me sentindo um tanto emotiva.

— Por favor, não chore Angie. — Ela me abraçou mais apertado. — Só quero te ver feliz.

— Eu não estou gostando nem um pouco desses hormônios malucos da gravidez. — Reclamei, mas acabei rindo.

— Deu para perceber! — Ela riu. — Mas pense que isso é por causa de um bem maior.

— Sim, nada disso importa desde que o bebê esteja bem. — Coloquei uma mão em cima de minha barriga. — Decidi contar a verdade para o German hoje mesmo. Só preciso achar o momento certo.

— Isso é ótimo! — Minha amiga pareceu surpresa com minha decisão, mas apoiá-la totalmente. — Vai ser bom você não precisar se estressar mais por conta disso. Tenho certeza que German vai aceitar bem a notícia.

— Espero que sim.

(…)


NARRADORA

Angie sabia que tinha sido uma má ideia aceitar o convite de Violetta para passar uma tarde na piscina com ela e German, já que o dia estava bem quente. Só estavam os três naquele momento na mansão.

Angie estava sentada numa espreguiçadeira, não estava muito afim de entrar na piscina. As lembranças que tinha de quando Priscilla a empurrara, ainda perambulavam vez ou outra por sua mente.

Mas isso não era o que mais a incomodava. Precisava achar o momento certo para contar sobre o bebê, mas parecia que nenhum momento lhe parecera apropriado ainda.

E German não ajudava em nada tirando sua concentração. Ele estava lindo sem camisa, com os braços fortes e torneados e o peito esculpido à mostra.

Angie desviou o olhar quando percebeu que German estava observando-a. Sentiu-se igual a uma criança pega no flagra pela mãe fazendo bagunça.

Ela sentiu-se corar quando ele sorriu e continuou passando protetor solar.

— Entra na piscina comigo Angie. — Violetta se aproximou olhando para a tia com olhos pidões.

— Ah, não me olha assim Vilu! — A loira sorriu. — Você sempre me convence me olhando assim.

— Vai ser bom pra você relaxar. Entra comigo. — Reforçou o pedido.

— Não sei não Vilu. — Falou, mesmo sabendo que acabaria cedendo.

— Está com vergonha do papai? — Violetta pareceu entender errado a relutância da tia.

Ah, se Violetta soubesse… Depois do que acontecera na noite anterior, não teria como Angie se sentir envergonhada por ficar de roupa de praia na frente de German. Ele já conhecia seu corpo com perfeição.

— Não, não é isso. — Angie foi sincera. — Mas decidi que vou pensar no seu caso.

— Eba! — Vilu comemorou, animada. — Vou estar te esperando tia.

Depois de conversarem mais um pouco, Violetta entrou na piscina.

Angie sorriu ao olhar pra sobrinha, a garota parecia uma criança se divertindo na piscina. Torcia para que Vilu nunca perdesse aquela pureza que tinha. Olhou pra German, ele parecia prestes a entrar na piscina, mas recebeu uma ligação, o que fez com que ele se sentasse em uma espreguiçadeira também.

Depois de já fazer meia hora que German estava ao telefone, Angie supôs que devia se tratar de uma ligação de negócios, para ele estar demorando tanto. Passados mais alguns minutos, ele finalmente encerrou a chamada.

Vilu saiu da piscina e foi até a tia.

— Eu vou ao banheiro, mas já volto.

Angie apenas acenou com a cabeça.

Logo após a sobrinha entrar na mansão, German sentou-se na espreguiçadeira que estava ao lado de Angeles.

— Você está bem? — Foi a primeira coisa que disse ao se aproximar.

— Estou sim, obrigada German. Não se preocupe. — Ela lhe lançou um sorriso para tranquilizá-lo.

Ela sabia que German ficara preocupado mais cedo, quando durante o almoço ela sentiu um pouco de tontura e ficou um tanto pálida.

— Certeza? — Ele precisava ter certeza se ela estava realmente bem.

— Claro, estou certa de que foi apenas a minha pressão que baixou um pouco por causa do calor.

German não pareceu tão convencido com sua resposta, mas pareceu aceitá-la.

— Então vamos entrar na piscina, acho que isso vai te ajudar. — Ele sugeriu.

— Não sei se eu quero entrar. — Ela desviou o olhar.

— Não precisa entrar se não se sentir bem pra isso. — Ele pousou uma de suas mãos na dela.

— Eu sei, mas quero provar pra mim mesma que o que aconteceu não tem o poder de me deixar mal. Que a lembrança do meu afogamento é só isso, uma lembrança.

— Sabia que você é a pessoa mais forte que eu conheço? — Ele olhou com admiração nos olhos para ela. — Eu queria que você enxergasse em si mesma tudo o que eu vejo quando olho pra você.

— Você vê em mim muito mais do que realmente há. A única coisa que tenho feito nesses últimos dias é chorar. Isso não é ser forte.

— Angie, chorar não é sinal de fraqueza. É uma forma de deixar toda a dor sair. É se libertar de toda a dor que você tem guardado com você por muito tempo. — Ele acariciou o rosto dela, olhando em seus olhos.

— Gostei do seu modo de ver a situação. — Ela sorriu. — Chega até a ser poético.

German sorriu com o gracejo.

— É de ver você assim que eu gosto. — Ele se levantou e estendeu uma mão para ela. — Quer entrar na piscina comigo?

Angie se sentiu um tanto relutante. Tinha medo de que no instante em que entrasse na piscina as imagens do episódio terrível que sofrera naquele mesmo lugar retornassem para atormentá-la.

Mas ao mesmo tempo, encheu-se de coragem. Sabia que algumas coisas só podiam ser superadas se fossem enfrentadas.

— Quero. — Ela disse apenas.

Angeles se levantou e tirou a saída de praia na qual estava envolvida. Aproximou-se de German, entrelaçou uma de suas mãos à que ele lhe estendera e andaram até uma das bordas da piscina.

— Quer que eu entre primeiro? — Ele olhou com atenção para Angeles.

Ela anuiu afirmativamente com a cabeça.


ANGIE

German entrou na piscina e estendeu os braços para mim.

Me sentei numa das bordas, deixando que apenas minhas pernas entrassem em contato com a água.

— Pronta? — Ele olhou para mim esperando por aprovação.

— Sim.

German envolveu minha cintura com seus braços e me puxou aos poucos com cuidado para dentro da piscina.

Num primeiro momento foi relaxante sentir a água fria em contato com minha pele. O calor que eu sentia se dissipou, me deixando mais confortável do que eu estava na espreguiçadeira.

Mas, quando eu menos esperava, as imagens ruins que eu estava tentando evitar, invadiram a minha mente. Lembrei da sensação de tudo ficar escuro e minha cabeça latejar por causa da dor. De meus sentidos começarem a me abandonar e eu afundar. Da água entrando em meus pulmões, fazendo meu peito doer.

Era como se eu fosse me afogar de novo. Respirar parecia difícil. Eu só queria que essa sensação ruim passasse. Fechei meus olhos com força, tentando fazer as imagens desaparecerem.

Senti German passar seus braços novamente ao meu redor, me abraçando. Me agarrei à ele e apoiei minha cabeça em seu ombro.

— Não me solta, por favor. — Pedi.

— Não vou te soltar. Prometo.

— Obrigada. — Sussurrei um agradecimento abafado contra seu ombro.


GERMAN

— Você está segura Angie. Está tudo bem. Não vou deixar nada de ruim acontecer com você. — Falei num tom calmo, esperando que isso ajudasse Angie a se acalmar.

Ela me parecia bem, mas quando seus olhos se fecharam com força, soube que tinha algo errado.

Senti meu peito doer ao constatar que Angie devia estar se lembrando do dia do afogamento. Ela parecia perdida em memórias. E eu me sentia um inútil por não poder ajudá-la.

A culpa me atingiu certeira. Se eu não tivesse trazido Priscila pra minha vida, Angeles não estaria sofrendo…

— Olha pra mim, Angie. Por favor.

Ela pareceu ter dificuldades em abrir os olhos. Mas acabou abrindo-os. Os olhos verdes brilhantes que eu tanto amava pareciam enevoados e assustados.

— Ninguém vai te machucar, meu anjo. Nunca mais. — Prometi à ela e a mim ao mesmo tempo.

Ela balançou a cabeça, expressando que havia me compreendido.

— Agora respire, amor. Comece inspirando aos poucos. — Falei enquanto passava minhas mãos por suas costas devagar, tentando acalmá-la.

Angie fez o que pedi e aos poucos a cor pareceu voltar ao seu rosto e sua respiração que antes estava irregular, tornou-se mais ritmada.

— Estou bem agora. — Ela disse depois de um tempo.

— Certeza? — Perguntei colocando uma mecha de seu cabelo atrás da orelha.

— Sim, já passou.

— Você conseguiu, Angie. Enfrentou seu medo.

— É, nem acredito que consegui. — Ela sorriu, parecia não acreditar que realmente havia conseguido.

Ela me abraçou com empolgação. Fiquei feliz em vê-la bem. Eu sentia falta de seus sorrisos tão espontâneos. Ah, eu a amava tanto…

Acolhi-a em meus braços. Ela apoiou sua cabeça em meu peito, enquanto eu subia e descia uma de minhas mãos por suas costas. Pousei a outra mão em sua cintura.

Angie parecia tão serena, em paz... Como eu não via fazia tempo.

— Estou tão orgulhoso de você, meu anjo. — Falei depois de alguns minutos sem falar nada, apenas apreciando a presença um do outro.

— Obrigada por me ajudar a passar por isso. — Ela olhou para mim com um sorriso meigo em seus lábios.

— Você fez tudo sozinha, Angie. Como a mulher forte que é. — Segurei seu rosto em minhas mãos e olhei fixamente em seus olhos. — Sou eu quem precisa de você Angie, não o contrário.

— Ah, German… Eu preciso tanto de você… — Foi sua vez de segurar meus rosto em suas mãos. — E eu pretendo mostrar o quanto.

E então Angeles me beijou.


ANGIE

Senti as borboletas que habitavam em meu estômago desde que conheci German darem cambalhotas quando toquei seus lábios com os meus.

Suspirei ao sentir seus braços me puxando mais para perto de seu corpo. Passei meus braços por seu pescoço colando sua boca ainda mais na minha.

O beijo era doce e suave, sem pressa. Não tinha toda aquela intensidade da noite anterior. Seus lábios se moldavam aos meus com perfeição, assim como nossos corpos.

Senti minha pele se arrepiar ao sentir seus lábios descerem por meu pescoço e repousarem sobre meu ombro.

Envolvi minhas mãos em seu cabelo, bagunçando ainda mais os fios negros.

German me pegou em seus braços e cruzou a piscina até chegar à mini escada. Ele me colocou sobre o primeiro degrau, equiparando assim as nossas alturas.

Envolvi minhas pernas ao redor de sua cintura, queria que ficássemos o mais próximos possível. Seus lábios retornaram aos meus num beijo mais intenso, fazendo minha respiração se tornar mais sôfrega. Passei minhas mãos por suas costas, subindo e descendo-as. Sentindo seus músculos se retesarem ao meu toque.

Depois de alguns minutos, o beijo se tornou mais tranquilo, nossos lábios se tocando com suavidade.

Encostei minha boca na sua uma última vez, encerrando o beijo com um selinho.

German me puxou para seu colo, deitei minha cabeça em seu peito.

— Acho que é impossível me manter longe de você Angie. — Pude sentir um sorriso em sua fala.

— Posso dizer o mesmo. — Levantei minha cabeça de seu peito para olhá-lo melhor.

— Tem tanta coragem dentro de você, Angie. — Ele segurou meu rosto em suas mãos.

Desviei meu olhar do seu, me sentia culpada. Ele me achava tão corajosa, mas na verdade eu era uma covarde. Tinha inventado a desculpa de achar um momento adequado para contar sobre o bebê para mim mesma. Se ele soubesse que não tinha nada de coragem em mim...

— O que foi Angie? Está tudo bem? — Seu olhar analisou meu rosto atentamente.

— Não é nada, é só que… — Respirei fundo, tomando coragem. — Eu tenho que te contar uma coisa.

— Então me conte. — Ele me lançou um sorriso, sem dúvida, para me acalmar. Ele devia ter percebido o quão nervosa eu estava.

— German, eu…

— Angie! — Vilu apareceu em meu campo de visão. — Ah, me desculpem. Não tive a intenção de interrompê-los. — Ela nos lançou um sorriso de desculpas.

— Tudo bem, querida. O que aconteceu?

— É que o Sebastian veio te visitar. Ele acabou de chegar do Studio.

— Ah, obrigada Vilu. — Sorri para minha sobrinha. — Diga pra eles que só vou trocar de roupa e já vou.

Vilu acenou em afirmação a cabeça e se retirou.

— Podemos conversar depois? — Olhei para German.

— Claro, só que não vou esquecer que me deve uma conversa. — Ele sorriu.

— Eu não espero nada menos de você. — Sorri também.

Depois de sairmos da piscina, nos despedimos com um beijo e fomos cada um para o seu respectivo quarto.


NARRADORA

— Você está bem Angelita? — Sebastian perguntou após sentar-se ao lado da amiga no sofá.

— Estou sim, Sebs. Por que está tão preocupado com isso?

— É que eu disse pra ele que você se sentiu mal hoje. — Violetta explicou.

— Ah, sim. Mas foi só uma tontura. Normal pra alguém no meu estado. — Ela sorriu, não queria que ficassem preocupados.

— Você já remarcou a data da ultrassom? — Ludmila entrou na conversa.

— Ainda não.

— Angelita… — Sebastian falou em tom de reprovação.

— Eu sei, Sebs. Prometo que vou ligar hoje mesmo para o consultório da minha ginecologista.

— Lembre-se que com saúde não se brinca.

Angie concordou com a cabeça, sabia que Sebastian tinha razão. Devia ter se consultado antes mesmo de retornar a Buenos Aires.

— A vovó já sabe da gravidez? — Violetta olhou com preocupação para a tia. Sabia que existia a possibilidade de sua avó não receber bem a notícia.

— Ainda não. — Angie suspirou. — Não voltamos a nos falar ainda. Mas vou contar pra ela.

— É melhor mudarmos de assunto. — Ludmila falou, percebendo a tristeza no olhar de Angie. — Está animada pra ouvir o coração do bebê pela primeira vez?

— Sim, estou muito ansiosa pra isso Ludmi. — Angie sorriu.

— Deve ser bem emocionante. — Angeles ouviu a sobrinha dizer.

— Com certeza. — Concordou. — Acho que estar grávida é uma das melhores coisas que já me aconteceu.

Angie colocou as mãos sobre a barriga.

— Você está o quê?

Angeles gelou ao ouvir a voz de German invadir o ambiente.

Não, não e não. Isso não pode estar acontecendo, Angie pensou.

Ela se virou na direção da voz. Se sentiu paralisar ao ver que o olhar dele estava fixo em suas mãos sobre a barriga.

Angeles ficou sem fala por alguns bons segundos. Não sabia o que dizer, não era pra ele ter descoberto da gravidez dessa forma. Ela só estava esperando o momento certo, mas agora ele nunca chegaria. Não era mais necessário se preocupar com isso.

— German, eu… P-podemos conversar? — Sua voz tremeu um pouco.

— Por favor. — Ele disse impassível. Angie não sabia se estava irritado ou não.

— Quer que eu fique ao seu lado? — Violetta perguntou após sentir o clima tenso.

— Não precisa Vilu, mas obrigada. — Ela tentou sorrir, mas tudo o que conseguiu foi um sorriso sem graça. Tão atípico de Angie.

Ambos entraram dentro do escritório de German.

O moreno se sentou com calma, Angie não sabia como ele conseguia ter calma num momento tão tenso como esse. Ela sentia seu corpo tremer.

— Acho melhor você sentar. — Ele falou depois de Angeles parecer não conseguir se mexer e se sentar.

— E-eu… — Ela limpou a garganta. — Eu prefiro ficar de pé.

— Como quiser. — Ele respondeu, sem demonstrar nenhuma emoção.

— Eu posso explicar. — Ela falou, num momento de coragem.

— Eu sei que pode. Mas antes me diga: você sabia que estava grávida desde quando?

— Pouco antes de retornar a Buenos Aires. No mesmo dia que soube do acidente do meu pai.

— E você pretendia voltar pra França sem nem me contar a verdade? — Ele empregou um pouco de cinismo na voz, o que não passou despercebido por Angeles.

— Eu ia contar, é que o momento certo nunca chegava. — Sua voz saiu um pouco mais grave do que pretendia.

— Pra contar pra mim, você quer dizer, não é? Porque você pareceu não ter dificuldades pra contar pra todo mundo.

— Você não tem o direito de falar assim comigo. — Ela aumentou o tom da voz.

— E você não tinha o direito de esconder de mim a sua gravidez. — Ele respondeu no mesmo tom, exaltado.

Touché. Nada que ele dissesse poderia tê-la feito se sentir mais culpada ou mais irritada, ao mesmo tempo. Ela não sabia qual sentimento prevalecia. Talvez um pouco dos dois.

— Quem sabe sobre a sua gravidez? — German se levantou e ficou de frente pra Angeles. Ele estava agitado demais pra permanecer sentado.

Angeles revirou os olhos com a pergunta. Sério mesmo que ele queria saber disso entre tantas coisas que poderia perguntar?

— Além da Vilu, da Ludmila e do Sebastian, a Olga, o Ramalho, a Brenda, o Frederico e o Leon. Só eles.

— Só eles? Do tanto de gente que sabe, achei que Buenos Aires inteira já sabia.

— Sabe por quê eu não te contei que estava grávida? Eu fiquei com medo que reagisse mal, igual está fazendo nesse exato momento.

— Se você tivesse me contado logo que chegou a Buenos Aires, as coisas teriam sido diferentes. — Ele soltou um suspiro cansado, passando as mãos pela cabeça, num gesto de nervosismo. — O que aconteceu noite passada não significou nada pra você? Não o suficiente pra você ser sincera comigo?

— Não diga isso, por favor. As coisas não são simples assim. — Ela sentiu os olhos marejarem.

— Eu estou feliz por saber que vou ter um filho, Angeles. De verdade. Eu teria gostado de saber disso antes, de ter enfrentado isso tudo com você.— Ele não parecia mais irritado, só… decepcionado. — Mas você não confiou em mim. Me machuca saber que você pensa tão pouco de mim.

— O que você esperava de mim German? Eu estava assustada, com medo. — Ela falou num fio de voz.

— Só queria que você tivesse confiado em mim.

— Como você queria que eu confiasse em você? Você terminou comigo, me machucou de uma forma que ninguém nunca tinha feito. Acha que foi fácil pra mim esconder a verdade?

— Agora a culpa é minha? — Ele voltou a erguer a voz.

— Não foi isso que eu disse, pare de agir como um moleque, German.

— Você sempre acha um jeito de me fazer o vilão da história. Estou cansado disso. Pare de ser uma garotinha mimada que só vê o seu lado da história.

— Eu nunca imaginei que essa conversa seria assim. Você quer a verdade, tudo bem: Eu fiquei com medo, eu não sabia fazer nada além de chorar. Minha vida estava uma bagunça, eu não sabia o que fazer. Pela primeira vez depois que perdi meu pai e a Maria, eu me senti perder o controle da minha vida. E agora eu tinha um bebê crescendo dentro de mim, tão indefeso e pequeno, que dependia de mim. Que não merecia uma mãe tão bagunçada. Nunca me senti tão insegura, eu já amava esse bebê e não queria falhar com ele. — Ela respirou fundo e logo continuou. — Não teve um dia em que não me senti culpada por não te contar a verdade. Eu sei que foi errado o que fiz, mas eu só… não sabia o que fazer. E ainda não sei.

Angie sentiu a primeira lágrima escorrer e não demorou muito pra que outras viessem. Era a primeira vez que ela admitia em voz alta suas inseguranças.

German sentiu seu peito apertar. Ele não suportava ver Angeles sofrer, aquela mulher tão forte quebrando em sua frente.

Ele se aproximou e fez menção de segurar sua mão, mas ela se afastou.

— Eu preciso ir. — Ela se esforçou pra voz sair firme.

— Angeles. — Ele chamou, num tom preocupado.

— Não diz mais nada, por favor. Eu não ia suportar que você me julgasse mais uma vez.

— Eu não…

Angie saiu num rompante de dentro do escritório. Ela não podia ouvir mais nada, tudo parecia sufocante demais.

Ela atravessou a sala o mais rápido que pôde e saiu da mansão. German fez menção de ir atrás dela, mas Vilu o interrompeu.

— Ela precisa ficar sozinha, pai. A Angie está sofrendo mais do que demonstra.

— A Vilu tem razão, German. Dê um tempo pra ela e aproveite pra pensar em tudo com mais calma. Converse amanhã com ela. — Ludmila falou.

— Fique tranquilo, German. Vou acompanhá-la até em casa. — Sebastian falou, sabia que isso deixaria German mais calmo.

— Obrigado. — Foi o que German disse antes de voltar pro escritório. Precisava trabalhar, se não enlouqueceria.

(…)


*TRADUÇÃO:

"Quantas noites precisam para contar as estrelas?
Esse é o tempo que levaria para consertar meu coração
Oh, amor, eu estava lá para você 
Tudo o que eu queria era a verdade, yeah, yeah"

 


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Notas finais do capítulo

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