Athena ainda estava terminando os preparativos para levar Seiya para um local seguro e cuidar dele. O Santuário ficaria sobre a proteção dos cavaleiros de prata e de bronze sobre as ordens de Shaina e os relatórios seriam entregues a Athena por Marin. Enquanto isso, Saori ordenou que Ikki, Shun, Hyoga e Shiryu retornassem a suas vidas normais para relaxar depois da intensa Guerra que participaram.

Seiya ficava o tempo todo com Seika no Santuário. Ela havia concordado em deixar seu irmão aos cuidados de Athena, mas não sairia de perto dele até o último instante e continuaria a viver na vila ao pé do Santuário – onde sabia que Seiya sempre a encontraria e estaria perto dele.

Em uma tarde, os habitantes do santuário se surpreenderam com o gélido ar que acompanhava a estrela de Polaris, a constelação da Ursa Maior e os cosmos gentis, puros e poderosos que ressoavam com o de Athena. Estes eram os cosmos de Lyfia e Hilda que sentiam a obrigação de contar a Athena o grande feito de seus cavaleiros de ouro ao salvarem Asgard (*referência a saga do Soul of Gold*).

Athena mal pode acreditar na fantástica história de coragem e determinação de seus cavaleiros. Ela já sabia que estavam lá, pois precisaram de sua ajuda e ela lhes enviou seu sangue e seu cosmo para auxiliá-los. Saori as agradeceu por contar-lhe a história em mais detalhes e desejou sorte a Lyfia como a nova representante de Odin na Terra.

Depois da conversa com Hilda e Lyfia, Athena foi buscar uma justificativa de Poseidon. Hilda lhe contou que ele enviou as armaduras de ouro aos cavaleiros de bronze nos Campos Elísios – mesmo ela já sabendo disso, queria saber porque alguém com quem travou épicas batalhas lhe ajudou.

— Poseidon. – ela o buscava através de seu cosmo – Precisamos conversar. Você está aí? – ela terminou a espera de uma resposta.

— O Imperador Poseidon está um pouco ocupado agora Athena. – Sorento interveio na conversa – Poderia esperar?

— Eu ficarei à espera, mas não desfarei este contato até conversarmos. – ela terminou e Sorento compreendeu.

— Ele já sabe que o está chamando. Logo irá atende-la. – Sorento lhe estimou um prazo para esperar pela conversa – Enquanto aguarda, poderia me dizer do que se trata? – ele precisava saber se ela não estava nervosa por ele ter saído novamente do selo em tão pouco tempo.

— É sobre meus cavaleiros de ouro. – Athena respondeu e Sorento ficou aliviado ao saber que ela nada mais buscava além de saber o que houve com seus cavaleiros.

— Esta será uma conversa bastante interessante. – Sorento limitou-se ao pensamento feliz que lhe ocorreu ao imaginar como seria a situação.

Com mais alguns minutos, Julian Solo havia terminado uma pequena reunião e se fechou em seus aposentos para que Poseidon pudesse atender Athena – Sorento ficou por perto para prestar atenção na conversa dos deuses (não perderia algo como aquilo por nada).

— Athena. – Poseidon a chamou – Estou livre agora. O que gostaria de conversar? – ele aguardou sua resposta.

— Olá Poseidon. – ela o cumprimentou – Eu gostaria de saber porque ajudou meus cavaleiros?

— Bem, seus cavaleiros de ouro despertaram meu espirito com o ressoar de suas poderosas cosmo energias. Achei que seria bem-vindo um agradecimento. – ele justificou-se e continuou enquanto ouvia uma feliz e discreta risada de Saori perante sua resposta – Além, de já ter aprendido o verdadeiro valor de seus cavaleiros quando aqueles jovens de bronze, a amazona de prata e a criança usuária de telecinesia combateram contra mim por você e me ajudaram a escapar dos planos de Kanon que se passou por um de meus generais. – ele terminou e sentiu o aliviado e feliz suspiro que Athena deu.

— Algo me diz que eu e você nunca mais vamos brigar. – ela expôs feliz sua visão sobre o assunto – Obrigada por ajudar meus cavaleiros em nossa batalha contra Hades.

— Foi um prazer ajuda-la Athena. Se não o tivesse feito, talvez Hades tivesse triunfado sobre seus cavaleiros e destruído este planeta. Dois terços da superfície deste mundo ainda é território meu e o protegerei. – ele continuava sua conversa com Athena – Também sinto que eu e você não iremos brigar novamente. Os humanos e a terra são responsabilidade sua e estão sobre sua jurisdição. Com o mar e terra juntos vai ser difícil alguém decidir fazer algo inadequado. – ele terminou e ambos começaram a rir juntos.

Enquanto os deuses conversavam, Sorento silenciosamente prestava atenção em cada palavra. Era fantástico ver dois inimigos históricos se entenderem daquela forma e se perderem em uma descontraída conversa. Mas, em um determinado momento, sentiu o clima da conversa mudar e a tensão do cosmo de seu mestre aumentar muito.

— Athena, tenho algo extremamente sério a lhe dizer. – Poseidon chamou sua atenção e ele lhe deu toda – Sabe que os outros deuses não vão fazer vista grossa sobre seus cavaleiros de bronze, certo? Principalmente aquele cavaleiro de Pegasus. – ele terminou.

— Eu sei disso. Mas não permitirei que façam mau a meus cavaleiros e.... – ele sentiu o cosmo de Athena fraquejar e jurava que podia ouvir suas lágrimas escorrerem – Seiya foi atingido por uma maldição de Hades em meu lugar. Ele se colocou entre Hades e mim para me salvar e agora está em péssimas condições. – ela parou para se recompor.

Por aquela Sorento e Poseidon não estavam esperando. O cavaleiro de Pegasus havia sido derrotado? Aquele mesmo cavaleiros que foi reconhecido pela armadura de ouro de Sagitário, usou a armadura de Odin, derrotou incontáveis inimigos mais fortes que ele, sobreviveu as mais sangrentas e cruéis batalhas do inferno, derrotou deuses de todos os níveis e tipos e elevou seu cosmo além do limite sempre com determinação e coragem foi abatido pela maldição de Hades e agora estava fora de circulação para lutar!?

Para Sorento e Poseidon o motivo estava mais que claro para aquilo: Athena. Ela mesma havia dito que ele a defendeu. Mas o motivo parecia ainda maior. Ele não fizera apenas por Athena, e sim pelo mundo, a paz e o amor. Aquele seria eternamente um verdadeiro cavaleiro.

— Me desculpem. – Saori voltou a si e continuou sua conversa – Está sendo bem difícil para todos suportar esta situação.

— Não há mal. Compreendemos a gravidade de suas palavras. – Poseidon lhe respondeu e continuou com o assunto principal – Ainda que seus cavaleiros estejam precisando de um excelente descanso e de cuidados especiais, não se esqueça que os deuses viram por eles em busca de retribuição pelo ocorrido. – ele foi direto em declarar a verdade – Quanto a mim, não pretendo me envolver; pois respeito seus cavaleiros. Mas não pense que isso mudará a opinião dos outros. Eles afrontaram, desrespeitaram e sobrepujaram deuses! Isso vai sair caro. – ele terminou.

— Eu entendo o que quer dizer. Já esperava que em algum momento outros se enfurecessem com as derrotas de Éris, Abel, Lúcifer, você, Hypnos, Thanatos, Loki e agora Hades. Ainda assim eu continuarei a acreditar em meus cavaleiros e na força deles. Eles ainda são jovens e tem muito para onde crescer e amadurecer ainda. – ele foi sincera e Poseidon aceitou suas palavras surpreso com os outros deuses que haviam derrotado e ele desconhecia.

Não muito depois os dois deuses se despediram um do outro e voltaram a seus respectivos afazeres. Julian Solo estava viajando a negócios e Athena tinha que falar seriamente com Kiki.