Kiki subia até as Câmaras de Athena já um pouco apreensivo em seus pensamentos: “A Saori me chamou. O que será que aconteceu? Espero que ela não queira falar comigo sobre o reparo das armaduras! O mestre Mu me ensinou muitas coisas... mas não sou bom como ele nisso. Ai! O que vou fazer se for isso que ela quer?”. Ele continuava sua subida pelas doze casas até chegar na Sala do Mestre e ir para as Câmaras de Athena.

— Oi Athena. – Kiki a cumprimentou educadamente como a deusa que era – O que gostaria que falar comigo?

—  Está tudo bem Kiki. Pode ficar calmo. – Saori o cumprimentou depois de uma pequena risadinha – Somos amigos, não precisa ser tão formal. – ela via que Kiki estava nervoso e tenso.

— Tudo bem, Saori. – Kiki se acalmou um pouco, mas ela ainda via que ele estava nervoso.

— Venha, vamos caminhar um pouco pelos jardins. – ela o chamou para acalma-lo e os dois foram saindo pelos jardins – Como você tem estado? Depois do que aconteceu com Mu você ficou muito distante.

— Eu estou me sentindo um pouco melhor. – ele respondeu um pouco chateado – É que ainda me sinto mal por tê-lo perdido sem poder agradecer e dizer adeus. – ele lhe contou a verdade.

— Tente entender Kiki. – ela abaixou-se ao seu lado para conforta-lo – Mu foi um grande cavaleiro que lutou até o fim pelo que acreditava e por sua missão. Sabe que ele ficaria chateado se visse você assim. – ela viu Kiki dar um discreto sorriso.

Os dois passearam pelos jardins mais um pouco até uma pequena construção ao fundo da paisagem. Entrando no templo, Kiki surpreendeu-se em ver incontáveis armaduras posicionadas. Foi aí que se lembrou que muitos cavaleiros estavam sem suas armaduras, que as casas do zodíaco estavam sem a proteção de suas respectivas armaduras e que confirmou seu medo sobre do que aquela conversa realmente se tratava.

— Eu não acho uma boa ideia. – Kiki não esperou que ela perguntasse. Foi direto em dar sua opinião e justificar-se – Eu ainda não sou bom com isso como o mestre Mu é... – ele parou e se corrigiu – foi. Cuidar de uma armadura é cuidar da segurança de um cavaleiro! Eu acho que não estou pronto ainda.

— Você vai ficar bem Kiki. – Saori olhou diretamente para ele – Quando Mu estava aprendendo ele também ficou responsável sozinho por algumas armaduras; ele era tão novo quanto você na época. – ela viu ele se surpreender e explicou – Mu aprendeu com o antigo cavaleiro de Aries e Mestre do Santuário: Shion. Ele foi um sobrevivente da última Guerra Santa junto de Dohko. Shion era bastante ocupado e por isso Mu aprendeu algumas coisas na prática, mas o que sempre teve para ajuda-lo foram sua determinação, confiança e vontade de aprender. – ela terminou vendo a surpresa nos olhos de Kiki que deixava escapar algumas lágrimas.

— Está bem. – Kiki lhe respondeu depois de se recompor um pouco – Mas posso tentar fazer isso em Jamiel? Não quero ninguém se assustando ou me pressionando além de ter que melhorar muito minha telecinesia. – ele foi sincero com Saori.

— Claro que pode. Façamos assim: você vai com Marin e Shaina até Jamiel para que elas te ajudem a levar as armaduras que precisa consertar para o castelo e, conforme forem ficando prontas, você avisa a Marin para que ela venha busca-las se ainda não se sentir preparado para enviá-las com telecinesia. – Saori lhe sugeriu um esquema para ajudá-lo.

— Athena, você pode selecionar mais cavaleiros para eu levar? – Kiki, depois de pensar um pouco, lhe pediu e ela esperou uma justificativa – Algumas armaduras precisaram ser revividas e para não correr o risco de matar alguém eu gostaria de levar mais cavaleiros comigo.

— Isso é verdade. – Saori ficou a pensar – Mas as defesas e a reforma do Santuário também são importantes. – ela continuava a pensar e Kiki tentava bolar uma saída daquilo – Que tal reviver as armaduras na casa de Aries e depois transportá-las? Assim manteríamos os cavaleiros aqui e você levaria as armaduras já com vida para Jamiel. – Saori sugeriu e Kiki gostou do plano.

Com a ideia aprovada eles foram executa-la. Athena reuniu alguns cavaleiros na casa de Aries e deixou Kiki a sós com eles e as armaduras a serem revividas. Kiki já havia lhes explicado que precisaria de um pouco do sangue de cada um para reviver as armaduras sem que corressem riscos e assim os cavaleiros o fizeram.

Com tudo pronto, Kiki foi com Shaina e Marin levar as armaduras para Jamiel – e eram MUITAS! Cobra, Águia, as doze armaduras de ouro, as cinco armaduras de bronze dos cavaleiros que foram ao inferno e mais as armaduras de Unicórnio, Hidra, Lobo e Leão Menor. Kiki estaria ocupado por muito tempo com os reparos.

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Com uma semana de permanência no Santuário, Saori e seus cavaleiros se despediam. Ela estava levando Seiya para uma de suas casas que apenas ela saberia a localização – não contou nem a Seika onde ficava – e checou pela última vez como estavam as coisas na defesa do Santuário.

Athena desaparecia no horizonte envolta de uma bola de luz e levando consigo o cavaleiro de Pegasus. Ikki, Shun, Hyoga e Shiryu a muito haviam ido embora do santuário. Saori lhes proibiu de passar mais um segundo sequer perto de trabalho ou problemas. Deveriam descansar e assim o fizeram (esta era uma ordem muito bem-vinda naquela situação).

Mesmo ela exigindo que descansassem não estava sendo uma tarefa fácil para eles. Hyoga ficava atormentado por horas a fio em seus pensamentos perante os túmulos de seus mestres e o lugar de naufrágio onde sua mãe permanecia; Shiryu estava com problemas nos Cinco Picos Antigos; e Ikki havia mais uma vez partido para ficar a sós com seus pensamentos enquanto Shun tentava organizar os seus e dormir ao menos um segundo em casa.