Nunca avia visto um cervo correr tão rápido na minha vida, ele estava na parte mais densa da floresta, não parava de olhar para trás, foi quando notei que ele estava sendo perseguindo,um vampiro, tão rápido como um vulto, então pude ver seu rosto, era Michael, sem esforço algum, envolver seus braços em volta do cervo; pude ver seus dentes reluzirem, tão afiados, entrando na pele do animal, vi o sangue escorrer pela sua boca, o cervo caio ao chão, cada vez mais fraco até que morreu.

— Michael!!! Não faça isso! - Gritei. - Ele não pode se proteger, pare!!!

— Dayana! Dayana! Acorde. - Alguém me sacudia e esse alguém só poderia ser minha vó. 

— Querida, você estava tendo outro pesadelo.

— Ainda bem que era um pesadelo, eu vi Michael caçando um animal.

— Dayana acho que está na hora de conversarmos de um assunto um pouco delicado. Nós vampiros, necessitamos de sangue, no inicio da transformação o alimento humano nos deixa forte, mas depois de um tempo a
comida só não basta, e é por isso que você viu Michael caçando, não somos assassinos, então tomamos sangue só de animais.

— É o que?

— Nós caçamos.

— Por que não me contaram antes?

— Michael sempre quis contar, desde o inicio, mas algo, não sei exatamente o que me impediu, no fundo, eu não queria ver você sujeita a isso.

— E eu vou ter essa necessidade, vai acontecer comigo?

— Se for como Jhony, vai precisar menos que a gente, mas vai.

— Prefiro ficar fraca a machucar alguém.

— Mas querida, é sangue animal.

— Eles também sentem dor. – Se antes eu já achava que eu era um mostro depois dessa eu tenha certeza.

— Eu acho lindo que pense assim, mas isso é o que somos, precisamos de sengue, não é igual as historias contam, mas precisamos disso.

— Eu não queria que a senhora ficasse chateada.

— Eu não estou, juro. Espero que não chegue a sentir essa necessidade, espero que seu corpo não exija isso de você mas se acontecer, eu espero que ceda, e que beba sangue de animal, pois, você pode correr o risco de machucar alguém.

***

Fui para escola meio atordoada, vi que Michael estava com o aspecto de doente então decidi que ele deveria saber que já sabia de tudo.

— Eu já sei, vovó me contou, sei que vocês ficam fracos se não tomam sangue.

— Você já está ficando fraca?

— Não! – Falei espantada.

— Então por que a Miranda te contou? Achei que ela ia te contar só caso você tivesse necessidade.

— Porque eu vi você caçando.

— Em uma visão?

— Mais ou menos isso, tive um sonho.

— Ainda bem que você já sabe, não preciso mais mentir para você; está com medo certo?

— Sim, não posso mentir para você, deve ser bom poder ver a aura das pessoas. - Então me veio algo em mente. - Então agora você tem o risco de virar pó?

— Não, isso só aconteceria se fosse sangue humano.

— Oi meu amor. - Era Jared que acabara de aparecer pela janela do
carro, que estava agora estacionado numa das vagas perto do portão da escola.

— Qualquer dia você nos mata cara. - Rio Michael, que como eu também havia se assustado.

— Desculpa Mick, não foi minha intenção é que eu estava com saudades da minha princesa. - Jared abriu a porta do carro, tirando-me pelas mãos, e dando-me um beijo nos lábios.

— Olá meu casal preferido. - Era Éllen, me tirando dos braços do Jared e me dando um abraço.

— Oi, como está? – Perguntei.

— Bem, mas hoje tem prova para todo mundo e o sinal já tocou. Nós quatro corremos para as nossas salas, eu fui muito bem na prova, mesmo não tendo estudado porque havia esquecido, bem que vovó disse que eu iria me dar bem por causa de meus dons, na prova toda me concentrei para ver qual eram as respostas; Michael e Jared ficaram dizendo que eu havia trapaceado, pois não era justo eu olhar o futuro para ver as respostas. Mas depois do que já passei por ter visões algum beneficio teria que tirar disso.