Chego em casa e já vou trocar minha roupa, coloco uma calça de moletom, um casaco de moletom gigante e quentinho e deixo minha meia colorida. Faço um balde de pipoca e me encolho embaixo das cobertas no sofá da sala.

—Bora maratonar How i met your mother, pela vigésima quinta vez - cantarolei me balançando enquanto ligava a tv e achava meu programa favorito na listagem. - amo sextas feiras - coloquei o volume no alto, abracei meu balde de pipoca e me concentrei na tela da tv.

Logo minha sala desapareceu e apareceu o central park, levantei do sofá, sim até o sofá tinha ido parar ali. Olhei em volta e vi apenas árvores, gramado e uma neblina assustadora.

—Ok - parei e fechei os olhos  - com certeza tinha algo naquela pipoca - falei abrindo os olhos e me deparando com a mesma cena - isso aqui está meio assustador, parece um episódio de the walking dead, daqui a pouco saiu um zumbi desse neblina. - minha voz ecoa pelo céu.

Andei por alguns metros chegando na calçada onde tudo mudou, agora tinha pessoas na ruas andando rapidamente, falando no celular, comendo hamburguer.

—Certeza que estou chapada - falei rindo sozinha, uma criança me olhava de longe enquanto comia um algodão doce azul. - isso tá bem sinistro. Bem minha cara mesmo - constatei. Minha mente é tão confusa e fantasiosa que não duvido que tenha isso tudo aqui dentro do meu cérebro genial. Andei pelas ruas, ainda de pijama, acho que era por isso que todos me olhavam meio estranho.

Um homem se aproximou de mim e sorriu. Uau, e que homem hein, tinha seus 1,80, cabelos caindo pela testa, um corpo esguio e maravilhoso, usava um terno caríssimo.

—Poppy - ele falou meu nome e se aproximou de mim, sorri e ajeitei o cabelo, pelo visto eu ia me dar bem. - você está bem? - antes mesmo de poder responder, ele me puxou pela cintura e colou seus lábios nos meus. Me dei bem e nem precisei usar meu charme nele.

—Estou - falei passando minhas mãos por seu terno e tentando sorrir sensualmente

—Você está linda - sorri agradecida e olhei para meu corpo, arregalando os olhos em seguida, eu não usava mais pijama e sim um vestido cinza de malha que ia até nos joelhos, até reclamaria da cor apagada, mas a protuberância em minha barriga não deixou.

—Estou grávida?-  o homem na minha frente sorriu e confirmou com a cabeça.

—Sim Pop, você está de 6 meses - ele juntou as sobrancelhas e me analisou - você está bem mesmo, querida? - querida? como assim? que apelido de casal casado. Coloquei uma mecha de cabelo atrás da orelha e fui quando eu senti uma leve pressão no meu dedo e arregalei os olhos quando vi a aliança dourada no meu dedo.

—Você é meu marido? - ele assentiu, engoli em seco, eu estou ferrada, Georgia vai me matar quando descobrir que estou casada e ainda por cima grávida de 6 meses. - Casada? estou casada e grávida de 6 meses? - arfei segurando no braço do homem na minha frente. - não sei cuidar nem de mim mesmo, imagina cuidar de um bebê.

—Nos saímos bem com Frank e Dylan - falou sorrindo e segurando minha mão.

—Quem é Frank e Dylan?

—Nossos gêmeos - respondeu me deixando sem ar - Poppy, isso é alguma brincadeira? - perguntou irritado, segurei em seus braços novamente - você está bem?  - desmaiei em seus braços.

—POPPY- senti algo caindo em minha cabeça e descobri que eram minhas pipocas. Georgia estava do lado do sofá com o balde de pipoca virado em cima da minha cabeça. Olhei em volta vendo minha sala, cozinha e voltei meus olhos para minha barriga vendo ela lisa. -POPPY, acorda.

—To acordada - levantei e me sacudi tirando ao pipocas do meu corpo - você não tem ideia do sonho que tive, pareceu muito real - falei gargalhando, ela se sentou no sofá e esperou eu falar. - Eu tava casada com um engravatado gostosão, dai eu tava grávida de 6 meses e tava usando um vestido cinza e tinha mais dois filhos, Frank e Dylan- gargalhei - devia ter perguntado qual a cor da nossa casa. - me arrependi de perguntar algo tão importante.

—Você usando vestido cinza? com certeza era sonho - ela falou se levantou e fui para cozinha onde começou a mexer nos armários.

—Sério que das coisas que falei essa foi a única coisa que você ouviu? - perguntei me sentando no balcão tentando descobrir o que ela iria fazer.

—Essa foi a única coisa que acho impossível de acontecer - beberiquei sua xícara de café - hein, isso é meu.

—Você acha que é possível eu casar com uma gostosão engravatado? - perguntei sorrindo de orelha a orelha, ela respirou fundo e me olhou.

—Você é bonita Poppy, consegue arranjar qualquer cara, só tem que ser um cara especial porque você é biruta - falou pegando a xícara da minha mão e indo para sala, estufei o peito e logo me dei conta de sua última frase.

—Hein, não sou biruta - me defendi - mas Frank e Dylan, são bons nomes - pensei armazenando esses nomes na minha gaveta dos pensamentos de nomes para meus filhos.

—São sim - ela sorriu mexendo no celular - mas me conta como era esse engravatado.- me animei e me joguei ao seu lado

—Era um xuxuzinho, era alto, devia ter 1,80 de altura, um cabelo comprido que caía na testa, um sorriso adorável - suspirei fazendo Georgia cuspir seu café.

—Tais apaixonado por esse cara? - dei de ombros. - você sabe que ele não é real né, Poppy?

—Claro que sei, sou apaixonada pelo burro do Shrek e sei que ele não é real - falei emburrada, Georgia riu.

—Você é tão infantil - falou me dando com a almofada na cara, fiz a mesma coisa quando percebemos já estávamos numa guerra de travesseiros.

—uau, duas mulheres fazendo guerra de travesseiro, é meu aniversário e ninguém avisou? - Charlie entrou rindo, jogamos nossas almofadas nele.

—Fica ai com seu gostoso moreno - levantei rapidamente e fui para meu quarto, mas voltei em seguida para buscar meu cobertor e dei de cara com Charlie e Georgia se beijando loucamente. - ai, vão pro quarto, nojentos, em cima do meu cobertor ainda - eles nem fizeram questão de se afastar, apenas continuaram se beijando, puxei meu cobertor mas ele não veio, Georgia estava com a buzanfa em cima - Geo, sai de cima - continuei puxando até que a desgraçada da kátia levantou o corpo e com isso fui parar com a bunda no chão e de levá ainda levei a mesinha pro chão, quebrando a xícara de Georgia e me encharcando de café. Os dois me olharam e gargalharam. - Não acho graça, culpa de vocês e por isso vocês que vão limpar  - levantei estufando o peito e corri para meu quarto antes que algum deles falasse algo