Bem Me Quer escrita por Maitê Miasi


Capítulo 12
1+1=3


Notas iniciais do capítulo

Não vou dar nenhuma desculpa sobre a minha demora, só peço mil desculpas a vcs.
Espero que gostem
Bjs



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[“...Houve um tempo em que eu não tinha certeza
Mas você acalmou minha mente
Não há dúvida de que você está no meu coração agora...”]

****

Diana.

Engoli a pouca quantidade de saliva que havia na minha boca, com certo medo do que estava pra acontecer, eu via o ódio estampado na cara dela, como jamais havia visto antes, a Rosa doce e meiga tinha dado lugar a uma Rosa... Aliás, eu havia despertado essa rosa que estava adormecida.

— Rosa, vamos conversar. – Eu dava alguns passos pra trás, meio que involuntariamente.

— Conversar Diana? – Ela vinha andando em minha direção, bem consciente, acreditava. – Você quer conversar agora? – Ela ria, e eu temia.

— Sei que você não deve tá muito contente com algumas atitudes minhas, mas acredite, eu não escolhi te magoar.

— Bom, vejamos, você me deu esperanças em relação ao seu primo, me fez acreditar que nós dois daríamos certo, mas ao mesmo tempo, você ficava dando em cima dele, até que agora ele está caidinho por você, é, com certeza você não escolheu me magoar Diana

— Escuta Rosa, eu sei que tudo isso parece proposital, mas não foi, eu juro! Eu não queria, mas acabei me apaixonando pelo Chico, eu tentei ao máximo me afastar dele, mas foi mais forte que eu.

— Ah, faça-me o favor Diana! – Ele vinha caminhando em minha direção. – Sabe, eu pensei mesmo que nós duas seríamos amigas, mas eu não posso ser amiga de alguém que me apunhala por trás.

Rosa estava cada vez mais perto de mim, eu já não sabia pra onde ir, ou o que fazer. Eu estava realmente com medo, se ela partisse pra agressão física, eu poderia fazer muito pouco, porque mal sabia dar um tapa, que dirá brigar com uma mulher possessa de ódio.

— Eu não sei o que fazer pra você me desculpar, o que aconteceu foi involuntário da minha parte, mas eu não vou abrir mão do que eu sinto e do que eu quero por você Rosa, me desculpa.

— Ah, que linda, claro que você não abriria mão, não faria nenhum sentido você fazer isso, já que vocês dois já riram o suficiente da minha cara, pra quê abrir mão agora né? Mas só que, Diana querida, eu não tenho sangue de barata como vocês haviam pensando, e não vou deixar isso barato, não senhora.

Como uma cobra dando bote, e disso eu entendia bem, ela pegou meus cabelos com tal força, que eu não pude protestar, e então começou a puxa-lo.

Mais cedo, antes da minha mãe e minha tia saírem, minha tia pediu que eu jogasse uma panela enorme de feijão que havia estragado, e eu tava enrolando pra fazer isso, porque o conteúdo da panela estava literalmente podre, e eu fazia ânsia de vômito toda vez que tirava a tampa.

Rosa avistou a panela, e eu li sua mente.

— Ah Dianinha, agora sim você começa a me pagar.

Ela começou a me arrastar pelo pequeno percurso até onde estava a panela, e eu tentava me soltar, porém pouco podia fazer, eu só me machucava mais.

— Me solta sua louca! Eu não tenho culpa da sua dor de cotovelo!

— Ah não? – Ela me perguntou irônica, nós duas já estávamos perto da panela, e eu já sentia o fedor que saia de lá. – Na verdade Diana, eu acho que você tem sim. – Ela sorriu. – Olha aqui – ela destampou a panela que estava em cima de uma cadeira – nossa que cheiro horrível! Aposto que você irá odiar sentir o cheiro lá de dentro, não.

— Você não é nem maluca de fazer isso, agora solta meu cabelo senã...

— Senão você vai fazer o quê? Vai sair correndo e contar pro seu amado? Não Diana, agora somos só nós duas, e nem se você gritar, alguém vai te escutar, então pode se preparar.

— Não Rosa, por favor, não faz isso, por favor!

— Pensasse nisso antes de me apunhalar pelas costas, sua cobra! — Ela gritou. – A propósito, agora eu entendo porque você não teve sequelas quando foi picada, porque você era bem mais venenosa do que a pobre da cobra que te picou, coitada que ela descanse em paz, não mereceu uma morte tão trágica.

Rosa não perdeu mais tempo, e foi levando minha cabeça lentamente até aquela panela fedorenta. Eu queria mata-la quando senti minha cabeça submergindo dentro daquele troço gosmento. Eu queria vomitar, mas tratei de ficar com a boca bem fechado pra não entrar nenhum resíduo daquilo dentro de mim. E lentamente ela retirou minha cabeça. Mas não acabou por aí, ela continuou repetindo a cena algumas vezes.

— Isso Diana, é pra você aprender que não deve furar os olhos das amigas. – Ela dizia enquanto repetia seu ato diabólico. – É pra você parar de achar que é mais esperta que os outros. – Então ela tirou minha cabeça de uma vez. – Nossa – ela analisou o estrago – você tá horrível, e fedendo. – Fez cara de nojo.

Depois que ela soltou meu cabelo, eu não tive muita reação, apenas tirei o excesso de feijão dos meus olhos e da minha boca. O cheiro estava insuportável.

— Você acha que fazendo isso vai ganhar alguma coisa?

— Posso até não ganhar nada, mas pelo menos tive o prazer de te ver humilhada.

— Nossa, não sabia que você era tão baixa, eu esperava mais de você.

— Que curioso, eu também esperava mais de você. Bom, deixa eu ir, você ainda tem muito trabalho pra limpar essa sujeira, e já te adianto, esse cheiro não vai sair de você fácil não hein. – Ela deu uma risadinha cínica e se pôs a caminhar em direção a porta.

— Ei, ei, espera aí – eu a interrompi de prosseguir – você acha que vai sair disso impune? – A segurei apertando suas bochechas, fazendo-a me encarar. – Mais não vai mesmo!

— Me solta Diana! – Ela disse, e o som saiu abafado.

— Não sabe brincar, não desse pro play querida.

Foi a minha vez de rir diabólicamente. Eu já estava na merda mesmo, então não faria diferença nenhuma pra mim.

Eu segurei seus cabelos, como ela fez comigo, não mergulhei sua cabeça na panela que estava com feijão acima da metade, e só tirava pra ela tomar um pouco de ar e retornava novamente. Como se não fosse suficiente, saí daquela área, fui até a geladeira, arrastando-a pelos cabelos, peguei alguns ovos e comecei a quebrar na sua cabeça, não foi um ou dois, foram todos os ovos que estavam na geladeira (que eram por volta de uns quinze). Ainda fui até o armário peguei tudo que eu conseguia e joguei nela, só pra dificultar a lavagem daquilo tudo depois. Joguei açúcar, farinha, pô de café, pra finalizar, joguei uma pimenta em pó bem na direção dos seus olhos, não joguei dentro deles, porque estavam um tanto cobertos, e porque eu fiquei com um pouco de pena. Ela gritou durante toda minha obra de arte.

— Você é louca!

Eu a soltei por fim.

— Você quem pediu isso Rosa, eu não queria fazer nada disso.

— Ah Diana, você não perde por esperar.

— Ok, só não se esqueça que seu veneno pra mim é drink.

Eu estava na pior, mas acho que no fim saí vencedora.

Mas pro meu azar, minha mãe e minha tia chegaram enquanto nós duas batíamos boca, e obviamente, se assustaram com tamanha bagunca.

— Que zona é essa aqui na minha cozinha? — Minha tia protestou.

— Pede pra sua sobrinha explicar madrinha. – Rosa saiu bufando, sem dar nenhuma explicação, e as duas ficaram sem entender nada.

— Diana, pode desembuchando. – Minha mãe ordenou.

— Acho que vocês preferem que eu limpe essa bagunça primeiro, não?

E foi assim que eu me livrei de uma explicação, naquele momento.

...

Chico.

Eu meu assustei ao chegar em casa e me deparar com um cheiro que dava ânsia, e fiquei surpreso ao ver Diana limpando a cozinha, tendo minha mãe e minha tia como plateia.

— O que tá acontecendo aqui? – Indaguei com a testa franzida.

— É o que estamos tentando descobrir. – Minha tia disse. – Estamos a algum tempo esperando uma explicação plausível, mas sua priminha só enrola.

Diana a olhou com ar de deboche portando um rodo nas mãos.

— Eu já disse que foi um desentendimento comum de amigas, parece que vocês que não querem entender.

— Amigas brigam dessa forma? Pelo estado dessa cozinha, você e Rosa pareciam inimigas de infância.

— Diana, querida, vá tomar outro banho, que você ainda está fedendo, deixa que eu termino isso aqui.

Minha mãe se ofereceu pra terminar de limpar a bagunça, porque se dependesse de Diana, aquela cozinha não ficaria limpa nunca.

Mais tarde, depois que todos tinham se recolhido, fui até meu antigo quarto, saber o que realmente tinha acontecido naquela tarde.

— Entra! – Recebi a resposta de Diana assim que bati. A encontrei lendo mais um de seus romances.

— Seu dia foi bem badalado hein. – Nos rimos e eu me acomodei ao seu lado na cama.

— Ah, nem fala, minha vontade ainda é de matar sua amiguinha. – Ela fechou seu livro deixou sobre suas pernas que estavam esticadas. – Falei com ela hoje, quer dizer, não houve diálogo nenhum né, houve algumas trocas de farpas, e o fim foi aquilo que você viu.

— Tava pior? – Me referi a lambança das duas.

— Muito pior.

— É, deveria estar mesmo, pelo teu cheiro, você ainda tá fedendo Diana!

Eu brinquei, e levei um tapa dela, que por sinal, ardeu.

— Eu tô brincando amor – beijei seu pescoço – mesmo se estivesse fedendo, ia te amar da mesma forma, minha fedorenta. – Deixei alguns beijos no seu ombro e pescoço.

— Muito engraçadinho. – Ela revirou os olhos.

— Agora sério, nós vamos ter que conversar com ela, nós três juntos, e esclarecer tudo isso.

— Ah, vá você sozinho, essa eu passo. Do jeito que ela tá louco de raiva, vai jogar os dois pros porcos.

— Ela tá com essa moral toda?

— Nunca subestime uma mulher com raiva meu amor.

— Ok, acho melhor escutar a voz da razão. – Nós rimos. – Tava pensando nas coisas do casamento, festa, comes e bebes, essas coisas.

— Ai Chico, eu não queria nada disso não, queria que nos casássemos no civil, e, sei lá, fizéssemos algo bem simples, sem chamar muita atenção.

— Sério? Pensei que você quisesse uma festança.

— Ah, eu já me casei e tive a festa dos sonhos, e não deu certo, então acho que isso não é o mais importante, entende?

— Entendo. Bom, se você prefere assim, por mim tudo bem. Olha, a gente vai ter que morar aqui por um tempo, até eu conseguir comprar uma casa pra gente.

— Tá. Eu vou começar a procurar um emprego também, não quero que tudo fique nas suas costas.

— Você? – Fiquei surpreso com a revelação. – Vai trabalhar com o quê? Você não tem cara de quem bota a mão na massa.

— Nossa, obrigada hein, isso foi um grande estímulo. Mas respondendo sua pergunta, eu posso trabalhar em alguma loja, ou até mesmo na escola, como auxiliar de professora, ou, sei lá.

— Você não tem cara de quem lida muito bem com crianças, acho melhor desconsiderar a hipótese de trabalhar na escola.

— Você deu pra me julgar hoje hein. Mas pro seu governo, eu sou formada em pedagogia tá legal.

— Sério? Não sabia disso.

— Sim. Eu tinha que garantir um futuro pra mim né. Bom crianças e eu vivemos numa montanha russa, às vezes estamos lá no topo, e às vezes bem lá embaixo.

Nós rimos de novo.

— Tomara que você consiga, independente do que for, mas se você não conseguir, eu vou te sustentar, afinal, essa será minha obrigação daqui um tempo, te manter, e te mimar com tudo que você merece.

— Hum, nossa, desse jeito eu me apaixono mais.

— Ah, então pode ir se preparando, porque eu vou te dar uma vida de rainha, e te tratar como tal.

Eu a beijei apaixonadamente, como todas as outras vezes, e ela foi logo tirando seu cabelo do pescoço, me indicando onde eu deveria ir, e prontamente comecei a depositar beijos quentes e molhados por toda a extensão do mesmo.

O fogo começou a subir, e logo já tomava conta de ambos. Já não raciocinávamos direito, e após beijos, e toques, nossas roupas já estavam longe, indicando o que aconteceria em breve.

Logo estávamos ali, desfrutando do nosso prazer, sentindo um desejo imensurável, nos amando loucamente, e depois de tanta paixão daquele frenesi que nos envolveu, nos derramamos no ápice do prazer.

Ainda ficamos grudados um no outro, esperando nossas respirações se controlarem. Ficamos em silêncio, apenas aproveitando a presença um do outro. Eu brincava com algumas mechas do seu cabelo, e quando ela estava deitada sobre a minha barriga, eu amava quando ficávamos assim, se eu morresse naquele dia, eu morreria feliz.

— Eu te amo Chico. – Ela disse um tanto sonolenta.

— Eu tambem te amo minha diabinha.

Eu respondi com um sorriso travesso, sabendo que ela já não raciocinava muito bem devido ao sono. Eu continuei ali por mais um tempo, até me certificar de que ela estava mesmo dormindo, então saí com cuidado da cama, a cobri, deixei um beijo na sua testa, e saí do quarto apagando a luz.

...

Diana.

Os dias e as semanas se passaram bem rápido, e parece que eu estava finalmente me encontrando naquele lugarzinho. Pra minha felicidade, Rosa e eu estávamos nos evitando, pra não acontecer algum ocorrido como aquele de novo, enquanto Chico e eu estávamos cada vez mais próximos, e amadurecendo mais a ideia do nosso casamento, e procurano alguma forma de contar pra nossas mães sobre nós, apesar de achar que elas suspeitavam de alguma coisa.

Os bons ventos sopravam a meu favor, eu havia conseguido um emprego na escola local, como ajudante da bibliotecária, algo bem simples, mas eu já não me sentia tão inútil como antes.

— Filha – minha mãe foi falando ao entrar no quarto – o almoço tá pronto, dá tempo de você comer antes de ir pra a escola.

Eu estava dobrando uma a roupas, e me sentei na cama ao vê-la entrando.

— Ah mãe, acho que não vou comer não, tô sem fome e um pouco enjoada também. Acho que a janta ontem não me caiu muito bem não. – Concluí.

— Já tem alguns dias que você tá comendo mal Diana, você pode tratando de comer direito, não quero receber ligação de ninguém dizendo que você tá caída por aí.

— Nossa mãe, como você é dramática. Olha – eu fui até uma pilha de roupa que eu havia separado – separei essas roupas aqui pra doação, eu dei uma engordadinha, e não estão me servindo mais.

Quando eu acabei de falar, minha mãe me olhou com uma cara, que me deu medo, como se o que eu tivesse dito, era que eu tinha assassinado alguem.

— Que foi mãe? Que cara é essa? — Perguntei com medo.

— Diana, me responde uma coisa – ela dizia com calma – a sua menstruação está em dia?

Eu, sem entender o porquê daquela pergunta, respondi:

— Agora que você tocou nesse assunto, ela já tá algum tempo atrasada, por quê?

— Diana, você está grávida!

Continua.


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Notas finais do capítulo

As reações de Diana sobre a suposta gravidez serão as melhores, aguardem.



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