Dias já haviam se passado desde que Barry deu sua velocidade para Zoom. Desde então, fazia o possível para sempre estar ao seu lado. Hoje não seria diferente.

Fui ao CCPD visitá-lo. Assim que cheguei a sua sala, vi um Barry completamente entediado, olhando alguns casos. Fiquei parada na porta o observando. Ele, sem querer, derrubou sua xícara de café no chão. Era notável como a velocidade fazia falta para ele.
— Oi.
— Oi! Você está aí a muito tempo?
— Não. Como você está?
— Como uma pessoa normal. - Barry forçou uma risada, girando em sua cadeira.
— E a Caitlin? Alguma notícia?
— O Cisco viu ela no covil do Zoom. Precisamos fazer algo para salvá-la. - Barry passava suas mãos na cabeça, preocupado.
— Eu sei, mas... sem a sua velocidade... Acho que não há nada que possa fazer agora.
— Eu sei. A culpa é toda minha. E agora Zoom pode atravessar a brecha quando bem entender.
— Ei. - disse me aproximando dele. - A culpa não é sua, ok. Você tem que parar de carregar a culpa do mundo inteiro nos seus ombros. Olha só, que tal um café? Ou alguma sobremesa... Ou qualquer outra coisa que você queira fazer...

Barry me olhava como se nenhuma dessas opções fosse a ideal.
— Vamos lá, Barry. Você precisa fazer alguma coisa além de ficar aí, jogado nessa cadeira.
— Você tem razão, por isso vou até o STAR Labs. As pessoas da cidade ainda precisam de ajuda, eu tenho que pensar em algo.
— Eu queria ficar com raiva por você ter me dispensado agora, mas eu só consigo ficar orgulhosa. Mesmo sem sua velocidade, você ainda continua sendo o grande herói de Central City.

Me aproximei dele e o beijei.
— Sabe, as vezes heróis também merecem recompensas... - falei, abrindo um sorriso malicioso e o beijando novamente.
                                                 ...

Estava no CCPN quando Scott me chamou em sua mesa. 
— Dean, a sua matéria ficou incrível. Como conseguiu a exclusiva?
— Eu... apenas consegui.
— Ok. Acho que essa matéria pode te trazer bons frutos no futuro...
— Sério? - falei eufórica.
— Sim. Mas eu ainda não posso te dar certeza. Mas... quem sabe, não é mesmo?
— Muito obrigada, Scott!

Fui para a minha mesa, estava feliz com a possibilidade de ganhar uma promoção. Precisava contar a alguém, foi quando percebi que Iris não estava lá.

Logo em seguida recebi uma mensagem de texto de Wally: ''Preciso falar com vc! Pode vir aqui em casa hj?''

Eu não imaginava o que poderia ser, mas assim que saí do trabalho fui ao seu encontro.

Chegando lá, bati na porta. Wally não demorou muito para abrir.
— Oi, aconteceu alguma coisa?
— Não, é só que... eu pedi ao Joe que marcasse um encontro meu e do Flash. Ele disse que vai tentar. - Wally falou sorridente.
— Sério?
— Sim. Sabe, eu venho sendo imprudente a minha vida toda. Correndo em rachas, desafiando os limites. Tudo em máxima velocidade, sem me preocupar com o mundo. Mas isso foi até o Zoom me tirar isso. Eu realmente achei que ia morrer. Você não achou?
— Sim, quer dizer, talvez. Eu também estava com medo.
— Mas na verdade eu ia morrer, se o Flash não fizesse o que ele fez. Você sabe disso mais que ninguém. Ele abriu mão dos seus poderes para me salvar. Um cara que ele nem conhecia.

Respirei fundo, pois sabia que na verdade, o Flash o conhece muito bem.
— Ninguém fez isso por mim antes. Eu queria agradece-lo por isso. E foi por isso que te chamei aqui. Se o Joe conseguir, você gostaria de ir comigo falar com ele?
— Ahm... Quer saber Wally, eu acho que você deve ir sozinho. Acho que vai ser um momento especial para você. Sem contar que eu já o agradeci. Eu posso te dar um abraço?
— Claro!
— Você pode contar comigo sempre, ok? Você não está mais sozinho, ouviu?

O abracei. Sentia que Wally precisava daquilo.

Assim que saí da casa dos West, Barry me ligou.
— Oi, Bar. Ainda está no STAR Labs?
— Sim. Quer dizer não. Estamos saindo daqui a pouco.
— Você já está vindo pra casa?
—Não. Eu estou... indo salvar o Harry.
— Salvar o Harry... Aconteceu alguma coisa grave?
— É.... Digamos que sim...
— Barry. Eu te conheço. O que você está escondendo.
— Ok. Só não pira, tá. O Harry foi sequestrado por um meta. Ele acha que o Harry é o Herrison Wells dessa Terra. Nós já descobrimos onde eles estão e vamos salvá-lo.
—Ok. E qual o poder dele...?
— É... super...força...
— O quê? - falei espantada. - Barry, você tá doido? Esse cara vai te matar!
— Calma. O Cisco tem um plano. Talvez eu me machuque...um pouco.... Mas vai ficar tudo bem. 
— Certo.  Mas assim que você chegar em casa me manda uma mensagem e eu vou correndo para lá. Eu sei que você vai se machucar, então vou cuidar de você.
— Amor, você é muito pessimista.
— Não, Barry. Eu sou realista, é diferente. Mas ainda assim, cuidado. Te amo.
— Está bem. Eu também te amo.

Assim que desliguei o telefone, fui para a sala.
— O que vocês estão fazendo aí?
— Assistindo, ué. - Octávia disse, com a boca cheia.
— E ninguém me chama? - falei, pegando um pouco da pipoca que estava com Octávia.
— A mamãe mandou eu ir te chamar, mas quando cheguei no seu quarto, você estava falando com alguém no telefone.
— Senta aqui, filha. - meu pai disse, batendo no espaço ao seu lado no sofá. - Não começou a muito tempo.
— Que filme é esse?
— Alguma coisa sobre um menino e uma aranha...
— O quê? - minha mãe disse. - Josh, você disse que ia colocar aquele filme, como é o nome mesmo... Curtindo a vida em perigo.
— Adoidado. - dissemos em coro.
— Mãe, a gente já assistiu esse filme mais de um milhão de vezes. - Octávia falou impassiente.
— É verdade, meu amor.
— Ok, ok. - mamãe disse revirando os olhos.

Assim que terminamos de assistir o filme, Barry mandou uma mensagem. "Cheguei e estou bem. Não precisa se preocupar." Eu não acreditava nele, por isso fui até a casa dos West.

Entrando, Joe disse que Barry estava no quarto. Fui até lá.
— Oi. - falei, batendo na porta.
— Oi! Entra.

Fui até ele e o dei um beijo.
— Eu disse que estava bem. Não precisava se preocupar.
— Sei...
— Ok. Talvez com uma costela quebrada e alguns hematomas...

Nós rimos.
— Sabe com quem acabei de conversar? - Barry disse.
— Não...
— Com o Wally.
— Como o Flash? Ele me disse que o Joe ia marcar um encontro de vocês dois. E aí, como foi?
— Parecia que aquilo era importante para ele, sabe. Ele disse que não ia desperdiçar a chance que eu o estava dando.
— Ele achava que ia morrer.
— Eu sei... - Barry estava pensativo.
— O que foi?
— É que eu gosto de ajudar as pessoas, você sabe, como o Flash. Mas logo todos vão perceber que ele se foi. Eu preciso descobri um jeito de continuar com o Flash nas ruas. Ainda não sei como, mas eu vou descobrir, eu prometo. Não vou abandonar essa cidade e não vou deixar que eles percam a esperança.

Eu adorava ver Barry com aquele brilho nos olhos. Ele realmente amava ajudar as pessoas.
— E eu sei que você vai, Bar.