Somebody to Love escrita por Candy S


Capítulo 19
Capítulo 19




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Já haviam se passado dois dias desde que descobri que Barry era o Flash. Eu gostaria muito de conversar com ele, mas alguma coisa me fazia travar toda vez que pensava em ir.
— Oi, Barry. Então... tudo bem? - estava treinando no espelho o que falar. - Oi, Barry. Eu te perdoo. Nãaao, que droga, não sei o que dizer. 

Me joguei em cima da cama.
— O que é que você tá fazendo?

Octávia estava na porta do quarto, me olhando como se eu fosse louca.
— Nada, não é nada.
— Eu posso falar com você?
— Pode, contanto que não me encha a cabeça.
— Quer saber, deixa para lá.

Antes de ir embora, ela ainda disse:
— A Iris tá lá em baixo te esperando.
— E você só diz agora?

Ela deu de ombros e saiu.

Chamei Iris para o meu quarto, ao entrar, ela parecia um pouco tensa.
— O que aconteceu, Iris?
— Barry me disse que você descobriu que ele era o Flash.
— E você sabia, não é...
— Sim, mas eu não podia dizer... É um segredo do Barry e não meu.
— Eu sei, Iris, e te entendo.
— Eu sei o que você sentiu quando descobriu... O Barry também não me disse no ano passado. E por um acaso, eu também descobri sozinha.
— Sério?
— Aham... Então, - Iris mudou de assunto. - Cisco e Caitlin conseguiram convencer Barry de ir a uma baladinha hoje. - Iris fazia movimentos de dança com os braços. - Você não quer ir conosco...? Conversar um pouco com ele... quem sabe fazer as pazes... talvez dar alguns beijinhos...

Nós rimos.
— Ai, Iris... - continuei rindo. - Eu não sei... Eu quero muito conversar com o Barry, mas não sei se estou pronta, sabe...
— Mas você vai?
— Não sei... Talvez, quem sabe... Eu vou pensar, ok.
— Ok! Te espero lá então.

Ri.
— Tchau, Iris.

Assim que ela saiu, Octávia entrou no meu quarto e se sentou em minha cama, parecia séria.
— O que foi, Octávia?
— Eu... quero te pedir um conselho...
— Sério?
— Posso falar? - disse impaciente.
— Claro!
— Então... é que eu tenho um crush...
— Crush...?
— É... - Ela revirou os olhos - Ele nunca tinha me notado, mas agora, nós nos aproximamos e ele me chamou para sair... Você acha que eu devo ir?
— Eu... acho que sim... Quer dizer, você gosta dele, não é?
— Sim.
— Então você deve ir. Conversar, dizer o que sente... - Percebi que aquele conselho também servia para mim.
— Você tem razão!
— Para onde vocês vão?
— Pro cinema.
— Que bonitinho... Você está crescendo... - disse, fazendo cocegas nela.
— Paraaa - ela disse rindo.
— Olha só, você tem que falar com a mamãe também, ok? Ela tem que saber para onde você vai.
— Tá bom.
                                                 ...

Eu estava decidida, ia a balada encontrar com todos e principalmente com Barry.

Chegando lá, vi Iris, Wally conversando com uma menina de cabelo curto e olhos claros, Caitlin, Cisco e Barry.
— Heeey, olha só quem chegou. - Iris disse feliz.
— Oi, pessoal.

Olhei para Barry, que parecia surpreso e feliz.
— Você já conhece todo mundo aqui, não  é, menos a Jesse.  - Iris disse, nos apresentando.
— Oi, sou a Daphne. Prazer em conhece-lá.
— Oi, prazer em te conhecer também.

Fiquei ao lado de Wally no balcão e percebi que Jesse e Wally trocavam alguns olhares.
— Chama ela para dançar... - eu disse a Wally.
— O quê? Por quê?
— Porque você não tira os olhos dela.
— Você tem razão. - ele disse se levantando. - Jesse, você não quer... dançar?
— Ahm... Quero.

 

Ela colocou o seu copo no balcão, perto de Barry e do nada o seu relógio começou a apitar.
— Que... droga. - disse tentando parar com o barulho. Desculpa, eu... preciso ir ao banheiro.
— Ahm... Tudo bem... - Wally disse, voltando para o seu lugar.
— Então, - Cisco disse para Caitlin. - Sei que sou quase seu irmão. E sou quase a metade do Jay, mas... Quer dançar?
— Claro.
— Vamos lá.

Caitlin e Cisco foram para a pista e ficamos, apenas, Barry, Iris, Wally e eu no balcão. Mas, Iris sabia que aquele era o momento certo para sair dali.
— Wally... Vamos pegar algumas bebidas...
— Mas aqui já tem bebidas.
— Do outro lado, Wally. Vamos pegar lá no outro balcão, anda...
— Tá, calma.

Vendo que ficaríamos a sós, fui até uma mesinha que tinha ali perto, sabia que ele viria atrás de mim.

 

Quando Barry chegou ao meu lado, nos olhamos, havia, com certeza, uma mistura de sentimentos ali.
— Oi.
— Oi, Barry. - disse rindo.

E ficou apenas naquilo.

Olhamos para a pista de dança e vimos Caitlin e um Cisco completamente agitado, dançando (estranhamente) como se não houvesse amanhã.
— Ai-meu-Deus.

Barry e eu nos entreolhamos, e rimos bastante daquela cena.
— Sabe, eu senti falta disso. Digo, de nós dois, rindo juntos. - Barry disse com uma doçura no olhar.
— Eu também senti muito a sua falta!
— Eu tenho tanta coisa para te contar...
— E eu quero escutar tudo!

De repente, um raio vermelho passou dentro da balada. Eu olhei para Barry um pouco surpresa.
— Foi você?
— Não!
— Roubaram a minha bolsa. - Caitlin disse, quando chegou perto de nós.

 

Barry saiu como um raio atrás do velocista.

Eu nunca tinha visto Barry como Flash, fiquei paralisada na hora.
— Você vai se acostumar... - Cisco disse.
— O quê?
— Com o Barry correndo...
— Ah... - passei a mão em uma mecha de cabelo que estava fora do lugar. - Vocês se acostumaram rápido?
— Digamos que sim. - Caitlin disse.
— O que foi que aconteceu? - Iris falou.
— Um velocista invadiu e roubou todo mundo.
— O Flash? - Wally perguntou.
— Não, com certeza era outro velocista. - Cisco disse
— E o sombra branca, onde tá?
— No banheiro.
— Pegando bebida.

Cisco e Caitlin falaram ao mesmo tempo.
— O Barry foi no banheiro e depois ia pegar algumas bebidas... - eu disse tentando explicar a Wally, o que na verdade era mentira.
                                                 ...

Fomos embora, pois o local foi isolado, mas no dia seguinte, ou melhor, algumas horas depois, Iris me ligou. Ela me chamou para acompanha-la até a boate, pois ela faria uma matéria.

Chegando lá, ela buscou por alguns depoimentos e eu tirei algumas fotos para ela.

Barry e Joe chegaram logo depois.
— Oi, Daphne! O que está fazendo aqui?
— Oi, Joe. A Iris me pediu para acompanhá-la.
— Falei com aquela garota - Iris disse se aproximando de nós com um celular. - Ela tem uma foto do borrão vermelho. Parece familiar?
— Isso não é bom. - Barry falou.
— Eu sei, é igual aquela foto que tirei de você ano passado.
— Não quero que achem que o Flash é um ladrãozinho. Precisamos acabar com os rumores antes que se espalhem.

O telefone de Iris tocou.
— Nós precisamos ir, Daphne. O trabalho nos chama. Me mantenham informados sobre o velocista, ok?

Quando chegamos ao CCPN, Scott convocou alguns jornalistas para uma reunião, incluindo Iris.

Ao terminar, Iris veio até a minha mesa. 
— O que aconteceu?
— Scott conseguiu fotos do velocista. Está dizendo que o Flash se corrompeu. Quer que eu escreva ''a jornada do herói para aberração'' até amanhã. - falou revirando os olhos.
— E o que você vai fazer?
— Não sei. Mas, com certeza, não vai ser sobre o Flash virar ladrão.
                                                 ...

Já estava escurecendo, quando Iris voltava com um café para sua mesa. Scott apareceu.
— West. Como está indo seu artigo?
— Ótimo. Eu tenho uma fonte que sabe que o velocista não é o Flash, e sim um impostor.
— Quem é sua fonte?

Iris olhou para mim arregalando os olhos.
— Eu não tenho liberdade para falar.
— Se não pode me contar, farei a história original. - Scott disse indo embora.
— Calma, calma. Você está certo. O que é uma fonte sem nome comparado a dúzias de testemunhas? Honestamente, eu estou tendo dificuldade abrindo minha mente para sua visão da história. 

Scott ia falar algo, mas Iris o interrompeu.
— Que tal falarmos mais sobre isso? Beber um café, o que acha?
— Café? Agora?
— Sim. Um pouco de cafeína nunca machucou ninguém, certo?

Scott parecia confuso, mas aceitou.

Iris pegou sua bolsa, e saiu.

Já terminado o meu expediente, fui ao STAR Labs, eu precisava conversar com Barry.

Chegando lá, estavam Caitlin, Cisco, Joe e Jesse. Mas, tinha um homem lá, ele não me era estranho.
— Você é...
— Não, eu não sou ele. - e entrou em outra sala.

Olhei para Barry confusa.
— Ele é assim mesmo. O que faz aqui?
— Eu queria conversar com você.
— Tudo bem.

Barry me levou até um corredor e virou-se para a parede. De repente ela se abriu. Era um tipo de cofre secreto.

Nós entramos.
— Eu quis te trazer aqui porque quero te mostrar algo.

Barry apertou em alguma coisa em um tipo de púlpito e de lá, saiu a projeção de um jornal. Era de 2024 e o título era: ''Desaparecimento do Flash causa crise.''
— Isso é do futuro?
— Sim.
— E você vai...
— Não é sobre isso que eu quero falar. Olhe quem escreveu a matéria.
— Iris West... Allen? Vocês são... casados no futuro?
— Sim. Na verdade também somos na Terra 2... - Barry disse distraído.
—Terra... 2...?
— É. Lá todos temos um sósia.
— E você me entrou lá?
— Na verdade sim. Na TV. Você é atriz lá.
— Sério?
— Sim, mas isso é uma longa história. O que eu quero dizer é que você me faz sentir algo diferente. E no ano passado, quando eu derrotei o homem que matou a minha mãe, ele me disse que eu nunca mais ia ser feliz e você está me fazendo quebrar todas as regras. Desde pequeno, eu era apaixonado pela Iris, mas você me faz sentir algo muito maior que paixão. Você está me mostrando que eu que faço o meu próprio futuro. E eu quero que ele seja com você, porque eu te amo, Daphne!
— Barry...  Você é a pessoa mais especial que eu conheci na vida. E não é porque você é um super herói... Sabe, eu nunca quis ninguém espetacular, eu só queria alguém que me amasse de verdade. E eu achei você! Eu te amo mais do que eu podia imaginar. 

Barry colocou sua mão em meu pescoço, parecia mais quente do que o normal. Nos beijamos como nunca ali. Ele me pós contra a parede, beijando o meu ombro. Voltou com o seu nariz contra a minha pele até encaixar sua boca na minha novamente. Meu coração estava acelerando e eu também podia sentir o dele. Fomos interrompidos pelas luzes, que agora piscavam.
— O que aconteceu?
— Eu não sei.
— Barry, precisamos de você aqui, agora. - Cisco falou pelo alto falante.

Em um picar de olhos eu estava no salão, junto com todos novamente e Barry tinha vestido seu traje de Flash. Fiquei tonta por um instante, mas não tive nem tempo de me recuperar.

Um velocista passou por nós, levando Barry consigo e prendendo-o em algum lugar do prédio. Quando voltou, eu vi que na verdade era uma mulher.

Ela pegou a arma de Joe, jogando-o contra uma porta de vidro e apontou para o homem mal humorado.
— O que você quer? - ele disse.
— Cadê a Velocidade-9, Caitlin? Preciso de um ajuste.
— Eliza, é você? - Caitlin disse.
— Eliza não está aqui agora. Meu nome é Trajectory.
— Por que os malucos sempre se auto-nomeiam? - Cisco disse.

Eu estava ao lado dele.
— Vocês conhecem ela?
— Digamos que a Caitlin sim.
— Eliza, - Caitlin continuou. - Velocidade-9 é muito perigosa, ok. Deixou um amigo meu muito doente, e ele já tinha a força da aceleração no corpo dele. Suas células...
— Chega! - Trajectory gritou. - Estão me matando de tédio. Entreguem a ''V''.
— Eu sou médica, fiz um juramento. Não posso te dar nada que te machuque.

Cisco começou a se mover devagar, na tentativa de libertar Barry da cela.
— Ok, então ou me passa a ''V'', ou o bonitão vai pegar. - Trajectory disparou na direção de Cisco, mas não o acertou.
— Olha, todos os frascos acabaram. Não sobrou nada. - Caitlin falou.
— Eu estava esperando que você não me fizesse fazer aquilo... ''Vou ter que matar um por um até que você me dê o que quero...'' Mas tudo bem.

Trajectory puxou Jesse e apontou a arma na sua cabeça.
— Espere! - O homem que me lembrava alguém disse. - Você quer a Velocidade-9... Faremos para você.
— Pai, você não pode.

Pai? Como assim, pai?
— Nós temos todos os ingredientes.
— Não sou uma pessoa paciente, é melhor se apressar. - ela disse, soltando Jesse, mas ainda apontando a arma para ela.
— Cisco. - falei baixo. - Quem é ele?
— Harrison Wells.
— Harrison Wells? Ele não morreu?
— Cara, o Barry tem muita coisa pra te explicar ainda!
— Ei, vocês dois. Calem a boca. - Trajectory disse.

Alguns minutos depois, Dr. Wells e Caitlin voltaram com a V-9. Eliza pegou todos os frascos.
— É o que você queria. Agora, deixe-a ir.
— Como vou saber se vocês não encheram isso de sedativo, para me enganar?
— Não faríamos isso.
— Hum... É bom prevenir, não é?

Trajectory aplicou a droga em Jesse, mas nada aconteceu.

Trajectory saiu correndo.
— Solte o Barry. - Caitlin falou a Cisco, que assim o fez. - Você está bem, Jesse?

Quando Barry voltou para o salão, Jesse estava tendo uma convulsão.
— O que aconteceu?
— Eliza aplicou a V-9 nela. - eu disse.
— Fique comigo, Jesse. - Dr. Wells falou à filha inconsciente.
— Estava muito pura. Ela precisa de uma transfusão. O sangue novo tirará a droga do sistema dela. - Caitlin avisou.
— Qual o tipo sanguíneo dela? - eu perguntei.
— PZ negativo.
— O quê?
— Isso não existe nessa Terra, cara! - Cisco disse.
— Eu sou compatível.

Logo Caitlin foi preparar a transfusão.

Jesse e Dr. Wells ficaram na enfermaria, enquanto Barry, Caitlin, Cisco e eu voltamos para o salão, arrumando toda a bagunça que Trajectory havia feito.
— Caitlin, eu sei que ela era sua amiga e tal... mas a garota ficou doidinha. - Cisco falou.
— Agora ela está lá fora, com mais V-9. - Barry disse preocupado.
— O que ela não sabe é que eu coloquei um micro rastreador na droga. - Caitlin disse.

Eu me aproximei de Barry.
— Eu sei que talvez não seja o momento certo, mas... Esse Harrison Wells, é aquele Dr. Harrison Wells?
— UOU. Cuidado pra não dar um nó na cabeça dela hein, Barry. - Cisco disse rindo e indo para o computador.
— Então... O Harry é o Dr. Wells da Terra 2.
— Ah, aquele negócio de Terra de novo... - falei confusa.
— Não se preocupe, querida... - Joe disse. - A confusão só vai piorando. Eu nunca vou conseguir entender isso...

Nós rimos.
— Você pode correr, mas não se esconder. - Cisco disse.

Harry se aproximou e perguntou:
— Qual a localização dela?
— Ponte de Central City.
— Por que ela está correndo para frente e para trás?
— Ela está criando atrito. - Barry disse. - Nessa vibração e velocidade... Ela pode destruir toda a ponte. E todos que estão nela.

Barry saiu correndo, apenas deixando o vento em seu lugar. Aquilo era tão estranho.
— Cara, como é divertido ver a reação das pessoas com a velocidade do Barry. - Cisco falou sorrindo.
— O quê...? Eu disse, ainda impressionada.
— Não é nada.

No final das contas, Barry conseguiu deter o caos que Trajectory estava fazendo, mas infelizmente, Eliza morreu, simplesmente evaporou.

Quando ele voltou o Star Labs, disse:
— Vocês viram o que aconteceu com a Eliza?
— É... Parece que suas células degeneraram, como as de Jay. - Caitlin disse triste.
— Jay nos avisou que isso era perigoso, agora sabemos porquê. - Joe disse.

Barry estava pensativo em um canto.
— Barry, o que foi? - eu disse.
— É que antes da Eliza desaparecer, o raio dela ficou azul.
— Certo. Mas e se for um efeito colateral da V-9? - Cisco indagou.
— Jay tomou a Velocidade-9 e seu raio não ficou azul. - Caitlin disse.
— Quão rápido ele correu?
— Não tão rápido quanto Eliza.
— Certo. E se a V-9 é o que torna seu raio azul... Isso explica o por quê do Zoom ser muito mais rápido que eu.
— Se é verdade, significa que ele está doente, certo?
— Ele está morrendo. - Harry disse. - Por isso ele quer a sua velocidade. Ele está morrendo, e precisa de uma cura.
— Assim como Jay.
— Jay? Não. Ele morreu bem na nossa frente. O Zoom o matou bem na nossa frente.
— Cisco, nós já vimos um velocista estar em dois lugares ao mesmo tempo.
— Acho que é uma boa hora para contar que venho tendo vibrações do Zoom.

Eu não fazia ideia do que Cisco quis dizer, mas descobrimos que Zoom na verdade era Jay.

Barry estava nervoso com a descoberta. Ele entrou na sala ao lado. Pela janela de vidro eu pudi ver o quanto ele estava furioso. Ele começou a correr em uma esteira. Era impressionante poder ver o quão rápido ele era.

Após muitos minutos, ele foi desacelerando, até parar de correr. Se sentou na base da esteira, parecia pensativo.

Fui até lá.
— Como você está? 

Barry deu uma risada forçada.
— Nada bem!

Me aproximei dele. A base da esteira o deixava um pouco mais baixo que eu.
— Você sabe que pode contar comigo, não é?
— Sobre isso... acho que... esse foi um péssimo momento para estarmos juntos...
— Barry...! Não!
— Eu não sei o que faria se Zoom fizesse algo com você! Talvez seja melhor...
— Não, Barry! - coloquei minha mão em seu rosto - Eu não vou ficar longe de você por causa daquele monstro. Eu te amo, por isso vou ficar do seu lado!

Barry pegou minha mão e a beijou.
— Eu sei...
                                                 ...

Voltamos para casa no meu carro. Ao sairmos, eu disse:
— Você vai ficar bem?
— Uhum...
— Você mente muito mal, sabia?

Nós rimos.
— Boa noite, Daphne.
— Boa noite, Barry.

Nos despedimos com um abraço e um beijo.

Assim que entrei fui direto para o meu quarto. Minha mãe veio atrás de mim.
— Você não vai jantar, filha?
— Não, mãe. Eu estou sem fome, sabe...
— Sei... Vou deixar você descansar. Boa noite, meu amor. - mamãe me deu um abraço e um beijo na testa.
— Boa noite, mãe.

Assim que ela saiu tirei meus sapatos, minha roupas e tomei um banho, bem demorado por sinal.

Voltei para o quarto e fechei a porta, me preparando para dormir. Foi um dia longo. 

De repente um raio vermelho passou pela minha janela, trazendo um vento forte junto.

Soltei um grito, pois me assustei.
— Barry? O que é que você tá fazendo aqui?
— Filha? - meu pai gritou lá de baixo. - Está tudo bem aí em cima?
— Está... está, pai. Eu pensei que alguma coisa tinha entrado aqui, mas tá tudo bem.
— Ok, então.
— Barry...! Que susto! Aconteceu alguma coisa?
— Não, é só que... Você sabe... Essa história toda do Zoom...
— Não adianta, eu já disse que eu não vou ficar longe de você!
— Não, não é isso. Na verdade é o contrário.
— Como assim?
— Meu foco todo agora vai ser o Zoom. Ele não pode sair impune de tudo que fez. Mas antes disso acontecer, eu queria ter um tempo com você... Esse último mês foi tão turbulento entre nós, e agora então... Por isso... Eu queria que você vinhesse comigo...
— Pra onde?
— Um chalé que os meus pais tinham fora da cidade.
— É pra ir agora, Barry?
— É... Confia em mim?
— Claro!
— Então fecha os olhos, porque nós vamos correndo.

Eu respirei fundo e fechei os olhos. Barry me colocou nos braços e logo eu senti o vento batendo no meu rosto. 

Em um instante nós já havíamos chegado. Barry me colocou no chão e eu tombei um pouco para o lado.
— Você está bem?
— Estou. Só um pouquinho tonta e com frio.
— Estão vamos entrar.

Barry abriu a porta, e quando entrei, vi uma mesinha com velas, alguns petiscos, vinhos e um tapete com algumas almofadas em cima e um cobertor.
— Esse chalé é muito aconchegante.

Barry foi ligar a lareira que tinha atrás da mesinha.
— Meus pais me traziam aqui algumas vezes no inverno.
— Mas todas essas coisas não foram colocadas aí a alguns ano atrás, não é.

Barry riu.
— Claro que não. 

Barry pegou minha mão e me trouxe para o tapete. Nós nos sentamos e ele me serviu vinho.
— Eu não sei, mas acho que esse é o momento certo, por isso te trouxe aqui.

Tomei um gole do vinho. Eu sabia o que Barry queria dizer com ''momento certo''. Eu estava nervosa.

Barry se aproximou para um beijo, mas eu o parei.
— Barry... Eu tenho que te dizer uma coisa.
— Pode dizer, meu amor.
— Eu escondi uma coisa de você. Na verdade, é porque eu me sinto culpada por tudo e sinto vergonha de algumas coisas.
— Você pode confiar em mim.

Respirei fundo e contei tudo sobre Alex, Masonville e Tommy.

Barry parecia surpreso com o que eu revelei.
— Eu não podia imaginar! Esse cara... ele é um imbecil! Eu sinto muito.

Continuei.
— Depois do Alex, eu só tive um namorado e das poucas tentativas que fizemos de transar, eu travei... E esse foi um dos motivos que ele terminou comigo. Depois que o Alex tentou me estuprar, isso é muito difícil pra mim, sabe...
— Eu sei... E te entendo. Mas, Daphne, a culpa não é sua. Você não fez nada para merecer tudo isso que aconteceu na sua vida. - Barry passou a mão no meu rosto. - Eu prometo que vou te respeitar, que vou no seu tempo! Se você quiser ficar aqui, só tomando o vinho, ou se quiser ir pra casa, por mim tudo bem. Eu não vou te forçar a nada, ouviu?

Barry pegou a minha mão e beijou.
— Eu te amo! - coloquei a mão no seu rosto. - Você é muito mais do que eu esperava...

Uma lágrima caiu dos meus olhos. Ele, gentilmente, enxugou.
— E isso aqui é seu.

Barry tirou do bolso o colar que me deu de presente no natal, o mesmo que tinha devolvido a ele quando terminamos.

Ele afastou meu cabelo e devolveu o colar ao meu pescoço, dando um beijo logo em seguida.
— Eu te amo, Barry Allen.

Beijei Barry. No começo foi lento, mas depois alguma coisa parecia tomar conta de mim. O beijo ficou mais quente. Mais rápido. Mais ofegante.

Sentei no seu colo, eu queria mais, só aquilo não bastava. Barry desabotoou minha blusa e tirou devagar. Eu também tirei a sua. Ele me pôs deitada no tapete, ficando por cima de mim. O beijo cada vez mais ardia.
— Você tem certeza que quer isso?
— Eu acho que sim... Quer dizer... eu quero você, Barry... Eu quero você!

Barry me colocou no colo e me levou até o quarto ao lado, me colocando na cama.

Ele foi cauteloso e muito carinhoso comigo. Eu jamais irei esquecer dessa noite.
                                                 ...

Acordei com algo nos meus olhos. Era uma fresta de luz da janela.
— Ai não. Barry, acorda. Barry!
— Hum... O que foi...
— Já é de manhã, eu tenho que ir pra casa.
— Só mais 5 minutinhos...
— Quê? - levantei da cama colocando minha roupa de volta. - Nada de 5 minutinhos! Acorda, Barry!

Sacudi ele.
— Tá bom... Já acordei...
— Barry, é sério... Eu tenho que ir trabalhar. Sem contar que eu saí de casa e ninguém viu. Minha mãe vai surtar se pensar que eu sumi!

Barry sentou na cama. Ainda estava com sono e descabelado. Ele ficava lindo daquele jeito.

Fui ao banheiro passar uma água no rosto. Quando voltei para o quarto, ele já estava pronto.
— Você foi rápido...
— Isso foi um trocadilho?
— Pior que não.

Nós rimos.

Barry me deixou em casa e assim que ele saiu, minha mãe abriu a porta.
— Está tudo bem aí, filha? Eu ouvi um barulho...
— Barulho? Não foi aqui, não...
— Hum... tá certo...


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