Diário do futuro. Versão 2. escrita por Gabi


Capítulo 2
A cena do crime.


Notas iniciais do capítulo

Olaaa a todos! Como estão? Eis o primeiro capítulo. As palavras em itálico são parte do diário do Cebola, sua filha lê uma página por dia, assim como ele ordenou no prólogo. Espero que gostem e acompanhem essa história com carinho. Boa leitura!



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São Paulo, 21 de setembro de 2013.

      Mais um dia como aqueles, fui resolver umas paradas no centro... Pra isso faltei ao colégio, depois fui ‘estudar’ com umas minas, essa semana foram três meninas, uma delas tinha uma pegada... Acho que ela se chama Mia. Nada de mais, fora isso... Acho que falei com a morte!

                                                             ----*----

      Então enfim eu estava aqui, a cena do crime! Acho que sempre quis falar isso...

      Eu esperei por tanto tempo, fazendo perguntas sem respostas, procurando e não encontrando nada, noites e noites imaginando como ele era e agora eu não quero vê-lo, não assim, não caído ao chão.

      Que vontade de chorar... Droga, eu já estou chorando! Mas poxa, foi tão rápido, se eu tivesse chegado alguns minutos mais cedo... Agora, ele se foi. Ele parecia ser tão... Incrível! Eu esperei tanto por ele. Se tudo tivesse dado certo sabe. Se ele pudesse continuar sorrindo pra sempre. Se eu pudesse ver seu sorriso. Eu queria que ele estivesse aqui...

      Bom, foco garota! São tantas sirenes e luzes, pessoas por toda parte, e o IML também esta aqui, o local esta cheio, ela não vai gostar disso. E por falar nela, será que ela vai se assustar muito? Eu não há culpo, eu também me assustei. Talvez ela fique em choque!

      Foi quando eu a vi. Ela chegava em sua moto negra com aquele motor de dar inveja, ela é tão incrível! Ela desceu. Quando suas botas tocaram o chão eu pude ver suas roupas totalmente pretas. Que fascínio! Cara, eu quero ser como ela!

     Eu vou ao seu encontro. Ela começa a falar.

—esses bandos de abutres.

      ...

—já disse que eu não gosto de trabalhar com esses abutres aqui.

      Ela esta falando da policia! Ela os detesta, ela diz que eles não sabem nada, só atrapalhar. E ela sempre os chama assim: abutres.

—detetive!

—ah... Já esta aqui? Você veio rápido.

—eu...

      Estava angustiada, essa é a verdade.

—e os abutres?

—não podemos dispensa-los detetive. Eles chegaram primeiro e fizeram a isolação do local.

—entendo... Mas não precisa de todo esse formalismo. Pode me chamar de Magali!

—eu sempre me esqueço...

      Detetive Magali, uma das mais jovens e mais importantes detetives de todo o pais! Conseguiu seu distintivo há quase um ano, por ser filha de um casal de detetives caiu na graça desde criança, sempre escondeu o seu olhar apurado. Com toda a certeza ela seria a primeira pessoa que alguém como eu deveria procurar.

—há quanto tempo não venho aqui, pena ser por um motivo tão ruim... Muito bem. Pode me passar o veredito.

      Que bom que ela me faz rir... Ela vai surtar.

—bom. Temos um corpo.

—quantos dias?

—horas. Aproximadamente duas horas e 45 minutos.

—você é boa.

—obrigada detet... Magali.

—idade?

—18 anos.

—a minha idade... Sexo?

—masculino.

—como o acharam?

—de acordo com a polícia, foi encontrado por um cachorro adestrado de um morador aqui de perto.

—no meio do nada?

—se você chama todo esse matagal de meio do nada então sim.

—belo lugar pra se matar alguém...

—eu pensei o mesmo.

—há sinais de tiro?

—estão procurando.

—bom, então vamos ate lá.

—detetive... Magali. Se não se importa, eu gostaria de ficar por aqui.

—aqui? Por quê?

—sabe, eu pensei em fazer umas anotações, e ai...

—tudo bem, eu entendo.

—entende?

—sim. Pode ficar aqui, mais saiba que se quiser seguir meus passos deve aprender a lidar com esse tipo de coisa. Ate.

      Eu sei que devo, eu quero seguir seus passos e ser assim como você, eu quero ver, mas não o corpo dele. Não ele. Não quero ter a certeza de que ele esta morto. Não quero confirmar.

      La estava ela, lá na frente quase chegando. O nome dela é Magali e ela é minha professora. A pessoa mais importante da minha vida. A única pessoa da minha vida. E não, você não se enganou, ela é mesmo detetive aos 19 anos, com distintivo, mandados e tudo. Se bem que ela fez 20 anos no mês passado. No dia 15 de agosto.

      Eu ate imagino o que vai acontecer: ela vai andar ate lá e vai pedir passagem. Provavelmente vai chama-los de abutres. Ela vai mostrar o distintivo e eles, acanhados, vão pedir desculpas e deixa-la passar. Não sei por que eles têm tanto medo dela. Ela vai ver o corpo. Seus olhos vão estar arregalados. Mas não vai ser pelo sangue, muito menos pelo “estado”, vai ser por ele. Ela vai se ajoelhar na frente dele e por as mãos dentre os joelhos. Agora uma lagrima morta atravessa o seu rosto. Seus olhos vão estar lacrimejados. Ela vai abrir a boca lentamente e dizer o nome dele em forma de sussurro.

—Cebola?!

                                                             —---*----

       Meu nome é Samantha, e eu tenho 15 anos, mas pode me chamar de Sam. É difícil falar de você mesmo, eu acho mais fácil falar dos outros. Embora eu não goste, eu sou baixinha de mais pra minha idade. Acho que sou normal, tenho olhos negros, assim como meus cabelos que vão ate o meio das costas, e minha pele é tão branca que se pintasse ficaria evidente. Eu acho que não tenho nenhuma característica marcante. Nenhuma que eu tenha contado, na verdade... Que graça teria se eu contasse!

      Eu vivo com a Magali há alguns meses, e ela é incrível! A gente anda pra lá e pra cá a procura de “casos”. Ela é muito inteligente e é uma das mais jovens detetives do país! Nós não temos endereço físico, ficamos viajando de cidade em cidade, e não temos muitos amigos.

      Mas não se enganem, ninguém aqui é como era, todos já fomos alguém diferente, mas o mundo fez com que ficássemos assim. A Magali, por exemplo, eu ouvi por ai que ela era doce, uma garotinha doce, hoje não é assim, ela é totalmente ao contrario. E eu, por exemplo, gostaria de ser o que eu já fui. Eu gostaria de não saber a verdade, de não ter que ter visto ele morto... De viver sozinha, fugindo do mundo...

      Eu quero, eu preciso da Magali, e preciso passar por isso. Vocês vão ver que eu não sou assim uma garota simples de entender, mesmo que pareça. E mesmo que não pareça, acho que já falei com a morte!

       Ficha de personagem:

Nome: Magali.

Idade: 20 anos.

Aparência: Magali ainda prende os cabelos como antigamente, embora estejam maiores. Ela usa, na maioria das vezes, roupas prestas, blazers e uma capa antiga da sua mãe. Ela não gosta mais de babados e florezinhas.

Personalidade: Por ser uma detetive experiente, ela pode ser meio fria ao falar com as pessoas. Ela detesta a policia e faz de tudo pra proteger quem ela ama. Quando ela pega um caso ela vai fundo, mesmo que por dentro ainda seja aquela menininha meiga e doce de quando era criança.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Sintam se livres pra deixar sua opinião. Até breve!



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