Aconteceu escrita por Alanna Drumond


Capítulo 86
Capítulo 86 (Últimos Capítulos)




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— Matar a Ana. Se ela não ficasse comigo, não ficaria com mais ninguém. Juliana me apresentou ao Júlio, disse que ele faria o trabalho sujo, mas eu estaria junto com ele para o caso de alguma coisa dar errado. Nós viajamos para a Holanda. Ela me pagou 50 mil reais e 20 para o Júlio e quando chegamos continuamos a seguir os dois, ver a rotina, quais eram os momentos livres, os horários de trabalho, quando estariam em casa para quando chegar a hora estarmos com tudo pronto. Ate o dia em que eu vi os dois no parque. Vi que aquilo era um erro, e vi que eu poderia dar tudo o que o Rafael dava para ela também, eu decidi que eu seria o novo Rafael da vida dela. Mas pra isso eu precisava tirar ele de cena. Então ofereci os meus 50 mil para o Júlio e disse para que ele matasse o Rafael no lugar da Ana.
— Mas Juliana ia descobrir. O que vocês iriam dizer para ela?
— Eu já estava com toda a historia na cabeça. Íamos convencer Juliana que o Rafael bancou o herói e entrou na frente da Ana quando Júlio atirasse. Ela não ia ter como saber a verdade e esse seria um tipo de coisa que ele faria. Seria fácil ela acreditar e ela caiu que nem um patinho.
— Desgraçado – disse Juliana – eu confiei em você. Você não podia ter feito isso.
— Ordem no tribunal – disse o juiz batendo o martelo, depois indicou que Gustavo concluísse o depoimento.
— Quando Rafael morresse eu estaria lá. Ia ajudar Ana a superar o luto e logo ela estaria de volta aos meus braços. Mas as coisas deram errado. E quando tudo aconteceu, Júlio voltou preso e eu fiquei na Holanda, não sabia se Rafael ia sobreviver. Eu me infiltrei entre os repórteres na casa de Rafael e vi quando o levaram para o hospital, vi o desespero de Ana e vi que ela nunca me amaria daquela forma, vi que ela nunca voltaria para mim e vi que tudo tinha sido um erro. Quando a imprensa divulgou que Rafael estava fora de perigo foi um alívio para mim. Eu pensei em fugir, mas não ia adiantar. Ele é bom no que faz, eu sabia que ia dar um jeito de me encontrar. Quando eu voltei não foi surpresa nenhuma quando a policia estava no aeroporto eu aceitei o meu destino, assim como aceito a sentença seja ela qual for. – Gustavo olhou para nós e eu me dei conta que estava chorando também – Eu estou arrependido e sei que pedir desculpas para vocês não mudará nada. Mas eu perdi a razão. Eu poderia dizer que tudo o que eu fiz foi por amor, mas eu sei que não foi. O amor não faz isso. Eu estava obcecado, e fui manipulado. Nada justifica eu sei. Mas vou pagar por tudo o que eu fiz.
— Sem mais perguntas meritíssimo. – disse Daniel para o juiz.

Juliana seria a próxima e a última a depor, quando foi convocada pelo juiz, dirigiu um sorriso hostil para mim. Mas quando olhou para Rafael, vi o tremor que percorreu seu corpo. Ela se sentou e não tirou os olhos dele, que retribuiu o olhar com desprezo. Ela não gostou de ser olhada dessa forma. Eu vi isso, no sorriso que abriu quando Dani se aproximou para fazer as primeiras perguntas.

— Oi Dan... Como vai? Senti saudades.
— Você reconhece a vítima Rafael Duarte aqui presente? – disse Dan indiferente e profissional.
— Ah, pra que essa formalidade? Nós estamos entre amigos. Você acha esse protocolo e essa seriedade do tribunal tão chato quanto eu, nós dois sabemos disso.
— Amigos tentam assassinar amigos?
— Protesto – disse o advogado de defesa e antes que o juiz se pronunciasse Juliana continuou a falar.
— Eu nunca quis ser amiga de Rafael.
— E o que você queria ser? – disse Daniel com uma voz desafiadora.
Touché. – ela abriu um sorriso que arrepiou a minha espinha – Não vamos perder nosso tempo falando sobre isso. Já estamos aqui a tarde toda e todos sabemos qual será o resultado.
— Não quer se defender?
— Não. Na verdade – ela sorriu tenebrosamente para Rafael, Camila e Marcella – eu gostaria de falar sobre outra coisa.
— E o que seria? Estamos aqui para ouvi-la
— Outro crime. Um crime arquivado sem solução – o sorriso se ampliou nos lábios dela e Dan ficou totalmente paralisado quando ouviu as próximas palavras – O assassinato de Sabrina Duarte.

Um silêncio se instalou no tribunal, ninguém piscava. Rafael estava branco e os dedos que estavam entrelaçados aos meus ficaram gelados. Dan estava de costas para mim, mas eu tenho certeza que estava devastado.

— O que foi? Ouviram o que eu disse? Quero falar sobre o assassinato da maravilhosa esposa de Rafael Duarte. Ah e, claro, da pequena e doce Cecília – ela olhou para Camila – ela foi um pequeno efeito colateral, mas valeu a pena. Quero que saiba eu nunca tive a intenção de machuca-la, mas... bem, ela era bem chatinha né?! Não está fazendo falta para ninguém.
— Você... você matou minha filha...
— Ora ora, parece que temos um Xeroque Rolmes aqui. – disse Juliana gargalhando e batendo as palmas – Senhoras e senhores, Camila Duarte acaba de descobrir o Brasil.
— Eu vou matar você – disse Marcella. 
— Ah não vai não. Nós sabemos que não é capaz disso. Bem, tecnicamente eu não matei Cecília. Mandei matar Sabrina, mas como eu disse, ela foi um efeito colateral. Adoraria ter puxado o gatilho, mas não tive esse prazer. Mas preciso confessar uma coisa para vocês: Ouvir o barulho das balas do lado de fora da casa foi tão bom, tão prazeroso... Queria eu ter visto a queda de Sabrina... Queria eu estar lá para ver o ultimo suspiro... a derrota dela e a minha vitória. Sim, minha vitória. Não consegui matar Ana, mas consegui o maior feito da minha vida... Mandar Sabrina queimar no inferno.


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