Aconteceu escrita por Alanna Drumond


Capítulo 26
Capítulo 26




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Eu realmente não estava esperando por aquilo, nem nos meus melhores sonhos Rafael me beijaria ali naquela hora. Fui pega totalmente de surpresa e quando a língua dele pediu passagem, eu não resisti. Que mulher resistiria! Eu sonhei com aquele momento diversas vezes, mas em nenhuma delas eu pensei que seria daquele jeito. Uma das mãos de Rafael acariciou a minha cintura fazendo com que pequenos tremores surgissem em cada pedacinho que ele conseguia alcançar. Com aquela mão enorme, ele me puxou, me trazendo mais para perto – como se fosse possível – praticamente fundindo nossos corpos me fazendo sentir cada canto de seu corpo largo e atlético.

Ele me beijava doce e ferozmente, calma e freneticamente. Eu me apoiava em seus ombros largos, pois minhas pernas estavam extremamente frágeis e tinha medo de cair. Eu comecei a perder a respiração e Rafael desacelerou o beijo que terminou com suaves selinhos. Ele não me afastou, me manteve ali, presa a seu corpo, a testa colada na minha enquanto também recuperava o ar.

— Eu fiz de tudo... tudo para evitar isso, mas esse seu jeitinho... – a frase morreu no ar enquanto ele acariciava meu rosto
— Por que evitar? Foi tão ruim assim ficar com sua secretária?
— Não, claro que não. Queria ter feito isso há mais tempo, mas eu não podia. Eu não posso, foi um erro. – aquilo doeu – Mas mesmo sabendo disso eu não consegui evitar.
— Um erro? – disse magoada
— Não posso deixar você entrar na minha vida assim Ana.
— Por quê não?
— Eu já te expliquei. É perigoso.
— Ah para com isso, não estamos no jardim de infância. Fala a verdade
— Eu tô falando. É pra te proteger. – exasperada, desencostei minha testa da dele e ergui a cabeça para me perder naquela imensidão de olhos verdes.
— Você não pode me beijar desse jeito e depois me deixar no mais completo escuro. – ele desviou os olhos e se manteve calado. – Por que não pôde viver a sua segunda paixão? – ele continuou calado – Por que me beijou se tá apaixonado por outra mulher? – ele me olhou e franziu o cenho.
— Outra mulher?
— É , você disse que ... – ele me interrompeu.
— O que aconteceu à cinco segundos atrás não te deu nenhuma dica de quem seria essa mulher? – seus olhos brilhavam e ele me olhava com profundidade, eu não queria me iludir, mais do que eu já estava. Mas ainda não fazia sentido ele me beijar daquele jeito. – se você ainda ficou com alguma dúvida eu acho que não fiz isso direito. – riu nervoso e me beijou novamente. Sim, ele me beijou novamente.

Eu ainda não tinha recuperado totalmente a respiração, mas ainda assim não consegui me negar ao segundo beijo. E assim como o primeiro, enviou cargas elétricas a todo o meu organismo e, de repente, parecia que eu tinha borboletas no estomago. Eu nunca havia sido beijada assim. Tinha fogo, paixão e desejo. Ele me abraçava e me beijava fazendo que todo o meu mundo girasse em torno daquele beijo, daquele homem. Aquele homem que estava apaixonado por mim.


— Sou eu? – ele assentiu abrindo um sorriso enorme – Mas... não faz sentido.
— Não. Não faz. Mas é isso, e é um saco. Se a minha vida fosse outra, eu te convidaria pra jantar, te levaria ao cinema, roubaria alguns beijos e... sei lá, eu me permitiria ser feliz fazendo você feliz. – sua mão escorregou do meu rosto e caiu na lateral de seu corpo e ele desviou os olhos. – Mas essa é a minha vida e eu não posso fazer isso. Eu já arrisquei muito.
— O que aconteceu?
— Não importa. Pode ser tarde demais pra mim, mas pra você não é.
— Não é tarde demais para você. Nunca é tarde demais. Sempre podemos tentar de novo. Nunca é tarde para recomeçar.
— Para quê recomeçar se o final pode ser o mesmo?
— Mas pode não ser. Você só vai saber se tentar – ele sorriu tristemente.
— Eu fui muito ousado hoje, me perdoe se...
— Não pode perdão, não me magoa assim.
— Desculpa, não era a minha intenção te magoar, eu nunca sei o que dizer ou o que fazer perto de você. Mas sobre o beijo, não vai mais se repetir, eu prometo. Você poderia esquecer isso? – nem se eu quisesse eu poderia – E sobre eu estar apaixonado por você, esquece isso também. Não vai mudar nada.
— Rafael, não faz assim. Deixe que eu ... – fui interrompida por uma voz.
— Rafael? – nos viramos e encontramos Daniel nos encarando, a mão de Rafael ainda estava em minha cintura e tenho certeza que Daniel viu isso.
— O que faz aqui? – Rafael perguntou e Daniel me olhou como se implorasse para que eu não contasse que ele estava saindo com Alice, eu não contaria, jamais arriscaria o emprego de minha melhor amiga.
— Alice esqueceu um documento na empresa, fui o ultimo a sair então trouxe para ela.
— Hum... – Rafael pareceu engolir a desculpa.
— E vocês? Estou atrapalhando alguma coisa?
— Não. – Rafael disse rápido tirando a mão de minha cintura e não convenceu Daniel.
— Rafael foi meu advogado por um dia Dani, só isso. - eu disse com dificuldades.
— Algum problema?
— Já resolvemos. – respondi.
— Por ora não há mais nada a ser feito. – Rafael virou para mim – Eu vou indo então. Se cuida.
— Ai, me dá uma carona. Meu carro estragou. – Daniel deu um sorriso amarelo, e Rafael assentiu – Até amanhã Ana. – e então eles partiram.


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