Aconteceu escrita por Alanna Drumond


Capítulo 18
Capítulo 18




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— Então é esse o plano? – disse Juliana surgindo do nada, segundos após Rafael sair de cena.
— Ai que susto Ju! – disse levando a mão ao peito. – Quer me matar?
— Saquei o seu jogo.
— Que jogo?
— A funcionária exemplo, que encanta o chefe milionário. Você é boa admito, convenceu até a mim.
— Do que você está falando?
— Não precisa mais vim com esse número pra cima de mim. Não caio mais nessa. – colocou a bolsa no ombro e saiu me deixando sozinha e perdida em meus pensamentos.

Depois desse dia, muita coisa mudou. Juliana estava convicta de que eu estava interessada em Rafael (ou no dinheiro dele) e passou a observar cada movimento meu no escritório, com isso eu fiquei um pouco mais na minha. Não queria causar problemas para o Rafael. A mudança para o novo prédio ocorreu, e com ela a drástica redução no quadro de funcionários, Alice permaneceu no emprego, mas a grande maioria não teve essa mesma sorte. Stella foi contratada, e está se saindo muito bem como recepcionista da “Duarte”, nos tornamos amigas e além dela e Alice, o único integrante da equipe que eu mantive um bom relacionamento foi Daniel mas ele era exceção, pois se dava bem com todo mundo.

 Estar sempre perto de Rafael tinha suas vantagens. O meu horário era mais flexível, tive um aumento considerável de salário, tinha várias festas e eventos importantes que eu tinha que acompanha-lo e no fim de tudo nos tornamos amigos, estávamos cada vez mais próximos e ele mexia cada vez mais comigo e essa era a desvantagem. Eu já não tinha forças para não pensar nele, pra não sonhar com ele, para não deseja-lo. Ele era um cara um pouco reservado. Ele tinha segredos, muitos segredos. Eu queria que ele confiasse em mim o suficiente para compartilhar. Mas não. Éramos próximos, mas ao mesmo tempo parecia que tinha um continente de distância entre nós dois.

Mais uma vez eu não consegui dormir. O sorriso de Rafael insistia em visitar meus sonhos e eu acordava assustada e cada vez mais confusa. Eu não podia insistir nisso, era loucura. Ele nunca deu o menor indício de que gostava de mim, não do jeito que eu queria que ele gostasse. Isso me frustrava e me deixava irritada. Eu não queria sentir essas coisas. Juro! Com raiva, (não sei se de mim ou de Rafael) me levantei e fui me arrumar para o trabalho. Alice acordou e, de mal humor, foi se arrumar também.

— Vou te falar um negócio viu, Rafael ferrou com a gente depois que fez a mudança do escritório. Antes com 20 minutos a gente chegava, agora gastamos mais de uma hora.
— 20 minutos no seu relógio! Você corre demais. Uma motorista consciente jamais chegaria lá em 20 minutos.
— Você que é lenta demais. – disse revirando os olhos e nesse instante meu celular tocou.

—Alô?
— Ana? Bom dia.
— Bom dia Rafael.
— Tive uns probleminhas domésticos e não vou para o escritório hoje, mas sei que temos muito o que fazer então pensei em trabalhar em casa hoje. Você ainda tá em casa? Posso mandar o motorista te buscar.
— Estou sim.
— Ótimo, dentro de alguns minutos ele passa ai. Até breve.
— Até.

— Que que o poderoso chefão queria?
— Nada, só falar que hoje vamos trabalhar na casa dele e não no escritório.
— Você vai pra casa do Rafael? – disse dando um sorrisinho.
— Trabalhar Alice, apenas trabalhar.
— E você vai com essa roupa? – ela não me deixou responder – Você vai se trocar agora. Rafael mora com os pais numa mansão, cê tem que causar uma boa impressão.
— Boa impressão em quem? Rafael já deve ter se acostumado a me ver com essas roupinhas básicas.
— Na família dele.
— Ah, mas será que eles estarão lá?
— A irmã pode ser que não, mas os pais com certeza. Então vamos trocar essa roupa agora. Vou te emprestar aquela minha blusa vermelha que te deixa maravilhosa... – e me arrastou para o quarto me obrigando a trocar de roupa. Alice, às vezes, era paranoica.

O motorista chegou 28 minutos depois e logo fomos para a casa de Rafael, que parecia ser no fim do mundo de tão longe. Na verdade estava mais para paraíso, obviamente ficava na parte nobre da cidade e quando vi a mansão que Alice mencionou a agradeci mentalmente por ter me feito trocar de roupa. Não dava pra ir naquele lugar com minha blusa comprada no brechó por míseros dez reais.

Assim eu sai do carro e subi a escadinha em direção a porta, uma mulher que eu diria que tem uns 40 anos morena e surpreendentemente parecida com Marcella abriu a porta e me recebeu com um sorriso e enorme.

— Olá, seja bem vinda. Se não me engano seu nome é Ana, acertei?
— Sim, obrigada – eu já ia estender a mão para cumprimenta-la, mas ela resolveu me abraçar e pude notar que ela é muito cheirosa.
— Por favor entre. Fique a vontade, meu filho não pôde ir trabalhar, pois está me ajudando com um probleminha na encanação da cozinha. – então ela era a mãe de Rafael. Parece a irmã mais velha, eu nunca imaginaria. Entramos na casa e eu ficava cada vez mais impressionada com a beleza. Alice iria adorar essa casa.
— Obrigada Senhora Duarte.
— Não precisa dessa formalidade. Pode me chamar de Camila.


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