Nero DD Dark Diamond - Primeira Saga escrita por Samuel Stanford


Capítulo 7
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Desculpem não ter deixado notas no capítulo anterior, mas não estou muito acostumado a deixar notas o tempo todo em cada capítulo, talvez eu coloque apenas quando se é necessário



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José Alfredo havia tomado uma decisão, se Cora queria saber toda a verdade sobre quem ele realmente era, então, ele contaria sim. Ele se levantou da cama ficando em frente a ela dizendo que contaria tudo, ele não pensava que depois de uma maravilhosa noite de amor com Cora, iria ter uma noite tensa por ter que contar aquilo para ela.

— Me conte tudo após o meu banho... – Ela falou pegando a toalha e as suas roupas. – E não espie!

Zé Alfredo ficou no quarto esperando a moça terminar o seu banho, enquanto isso Eliane havia acabado de chegar em casa, ela subiu a escada e foi diretamente para o seu quarto, ela estava bem cansada do trabalho e só queria descansar logo. Após Cora terminar o banho, a mesma voltou para o quarto já vestida e vê que Zé estava lhe esperando vestido calça e camisa social escuras.

— Está mais charmoso vestido assim, Zé Alfredo. – Ela disse com um sorriso, e ao mesmo tempo surpresa com a mudança de roupas. – Agora, você vai me contar tudo?

Zé se aproximou de Cora colocando as mãos no rosto da moça, ele se preparava para contar toda a verdade que Cora queria saber. A moça olhava fixamente para ele e pronta para qualquer revelação, isso é, será que ela irá aguentar uma revelação daquelas?

— Eu sei que você pode acabar me odiando pra sempre depois que eu te contar toda a verdade, sei muito bem das consequências. – Isso é, se ele realmente se importava com as consequências, Zé respirou fundo, soltou o ar lentamente e continuou a falar. – Eu realmente... Não sou quem você pensava. Eu nem mesmo sou de Pernambuco... Nem irmão de Evaldo...

— Disso eu já suspeitava, nem mesmo sotaque nordestino você tem... Mas, se você não é irmão de Evaldo, quem é você afinal?

— Eu sou um demônio... Ou, mais do que apenas um demônio! – Ele disse ficando com a íris dos olhos vermelhas.

— O-O que...? D-Demônio...? – Cora começa a ficar assustada.

Cora estava mesmo acreditando naquilo que escutara, pois, ele não era o irmão de Evaldo, tinha aqueles poderes mágicos, e ela viu com seus próprios olhos agora mesmo o rapaz mudar a cor de seus olhos.

— Calma Cora. Eu jurei a mim mesmo que não lhe faria mal nenhum! – Disse ele em uma expressão séria.

— Um demônio! Eu fiz amor... Com um demônio! – Cora falava desacreditada e ao mesmo tempo espantada e chocada. – Agora você quer levar minha alma... Não é?

— Cora! – Ele ficou bem perto dela segurando seus braços. – Não vou te fazer mal, eu juro! Não vou levar sua alma! – Disse olhando nos olhos da moça.

— J-Jura mesmo? Como posso confiar em um demônio? – Perguntava ela também olhando nos olhos do demônio.

— Claro! Pode confiar em mim, se eu quisesse mesmo fazer algo com você, eu já teria feito. – Ele se afastou um pouco de Cora. – E, além disso... Eu preciso lhe mostrar minha verdadeira aparência humana, por favor, não grite e nem corra, apenas fique parada observando.

Cora fez exatamente o que ele disse, ficou parada em silêncio o observando, mas sua expressão era de medo. A moça se surpreendeu ao ver a verdadeira aparência humana dele, tinha mais barba e bigode do que antes; seu cabelo agora era preto; roupas escuras; e olhos com íris vermelhas, ele estava mais lindo e sedutor do que antes e até sua altura aumentou.

— Esta é a minha verdadeira aparência humana, Cora. É como se fosse o José Alfredo com mais ou menos 45 anos de idade.

— N-Nossa! – Cora o olhava muito surpresa, ele realmente era tão lindo, era até impossível ele ser um demônio desse jeito. – Qual é o seu verdadeiro nome?

— Nero.

— Nero? Nunca vi alguém com esse nome antes, apenas conheço por ser de um Imperador Romano...

Escutando as palavras de Cora, ele deu um sorriso misterioso.

— B-Bem... É um nome diferente. – Disse Cora parada ainda com um pouco de medo. Logo abaixou a cabeça ficando pensativa.

— O que foi? Algum problema Cora?

— É que eu tenho algo pra te dizer... Nero...

— Já sei... Você viu o que não deveria ter visto, não é? Eu e sua irmã...

— Sim! É isso! Como você pode ir pra cama comigo, se também estava ficando com ela? – Disse Cora exaltada.

— Mas só fui pra cama com você!

Cora olhou para ele com expressão confusa, de raiva e chateação sem dizer uma palavra. Naquele momento a única coisa que veio em sua mente é que ele conseguiu a manipular e a seduzir para leva-la pra cama.

— Eu tenho planos, Cora! Acho que você não entenderia...

— Realmente... Não! – Ela se afastou dele ainda zangada. – Você é um demônio, e como todo demônio sempre acaba manipulando nós humanos... Realmente não tem como confiar no diabo! – Ela se dirigiu até a porta. – Nunca mais quero que apareça na minha frente!

Após ela ter dito tudo aquilo abriu a porta, mas ao voltar o olhar para o quarto não havia mais ninguém por lá além dela mesma. Fechou a porta lentamente, dirigiu-se até a cama se sentando na beirada dela e ficando pensativa sobre tudo que ocorreu naquela noite. Sua primeira noite de amor tinha sido uma mistura de perfeito com horrível, e o problema é que ela realmente se apaixonou por um demônio não importa qual aparência ele estaria, e se ela estivesse mesmo? Então ela estava bem encrencada, era o que ela pensava.
Pela manhã Cora encontrou Eliane na cozinha preparando o café da manhã, mas não encontrou “José Alfredo’’ por lá.

— Ele realmente foi embora... – Disse Cora em um tom baixinho.

— Cora, você viu Zé Alfredo hoje? – Perguntou Eliane ao ver Cora se aproximar.

— Não, não o vi desde a hora que acordei. – Respondeu Cora fingindo que não sabia de nada. Ela nem sabia se ele contou ou não sua verdadeira história para Eliane, isso a deixava um pouco nervosa.

— Que estranho ele ter sumido assim sem dizer nada... – Disse Eliane fazendo uma expressão de estranheza, enquanto colocava o café na mesa.

— Vai ver ele saiu por aí pra procurar emprego... – Falou Cora.

As duas se sentaram à mesa para tomar o café da manhã, e Cora não disse nada sobre a noite que teve com “José Alfredo’’.

Os dias foram passando e nada de “José Alfredo’’ aparecer, Eliane achava que ele conseguira arrumar um emprego e se mudou para outro lugar, só estranhou ele não ter dado notícias. Já Cora sabia o que realmente havia acontecido, no fundo ela estava morrendo de saudades de Nero, ela o amava muito, só não sabia se um demônio podia ficar chateado com meras palavras de um humano, ela achava que ele não se importou com o que ela disse e ao mesmo tempo em que sim.
Certo dia, Cora se sentiu enjoada, sentia ânsias e também tinha vontades esquisitas, então, suspeita ela resolveu comprar um teste de gravidez. Para a sua surpresa, o resultado deu positivo, era realmente como ela havia suspeitado, ela estava grávida.

— E-Eu estou grávida... Do capiroto! – Disse ela colocando a mão sobre a boca com espanto. – Droga...! Por que eu fui fazer uma burrada dessas? – Falava Cora com a mão sobre a testa totalmente desacreditada.

De repente escutou uma voz reconhecível atrás dela, ela olha para trás vendo Nero ainda na sua forma humana verdadeira.

— Você voltou só por causa disso?! – Cora cruzou os braços olhando bem séria para ele.

— Cora, não fique brava comigo... Sabe, mesmo eu sendo um demônio você foi a única humana que conseguiu me fazer ficar apaixonado. – Nero estendeu a mão para que ela pegasse. – Juro que meu amor por você é verdadeiro. – Dizia Nero olhando nos olhos da moça.

Cora também o olhava nos olhos percebendo que ele realmente estava sendo sincero com aquilo tudo que dizia. A moça ficou totalmente encabulada sem saber ao certo o que dizer naquele momento e pegou a mão de Nero.

— I-Isso é sério mesmo?

— Saiba que será uma honra cuidar do nosso filho juntos.

— Um demônio falando isso? Por essa eu não esperava. – Disse ela desacreditada no que escutava.

— Se tudo isso que eu disse não fosse verdade, eu não teria voltado, não acha?

Cora abaixou a cabeça e sorriu, passou a mão de leve na barriga dela pensando em que nunca acharia que uma coisa dessas poderia acontecer, mas isso não importava, ela sentia algo por Nero, uma paixão mesmo ele sendo um demônio, ela sentia aquele sentimento por ele e seu filho sendo de um demônio ou não ainda era o seu filho. Percebeu que Nero colocou a mão de leve em sua barriga e o olhou, ele parecia mesmo estar gostando de ter um filho.

— Você quer mesmo ter esse filho comigo? – Ela perguntou olhando nos olhos de Nero.

O mesmo olhou bem profundamente nos olhos da moça e respondeu com toda sinceridade:

— Quero muito! E... Eu tenho que lhe contar isso...

Cora fica atenta e receosa sobre o que ele iria contar agora.

— Se não fosse eu no lugar do Com... de José Alfredo, saiba que ele iria se apaixonar apenas por sua irmã, Eliane. Os dois iriam planejar fugir juntos e você os impediria por ela estar grávida, mesmo se o marido dela estivesse vivo ou não. Após tudo isso, José Alfredo iria embora para bem longe com muito ódio que iria guardar de você, e ele se tornaria um homem muito milionário, dono de uma empresa famosa e ele nunca iria dar chances pra você, nunca iria se importar com você. – Nero explicou enquanto Cora olhava surpresa e chocada para ele. – Então, escute Cora, seu destino agora neste Mundo foi mudado completamente por minha causa. Eu te amo de verdade... Se não fosse por mim... No futuro você morreria sem ter tido o amor de José Alfredo.

Lágrimas já escorriam pelo rosto de Cora por aquilo que escutara, mas ela resolveu ser forte e limpou suas lágrimas, talvez, Nero estava certo sobre aquilo tudo, afinal, Eliane se apaixonou por ele achando que era o irmão de seu falecido marido e Nero estava apenas seguindo o roteiro de meias coisas que Zé Alfredo faria com Eliane.

— E o que vou ser agora...? – Perguntou ela olhando nos olhos de Nero segurando totalmente o choro.

— Uma rainha! – Nero sorriu colocando as mãos no rosto da moça que amava, limpando suas lágrimas.

Ao escutar aquelas palavras Cora deu um belo sorriso e corou. Ela, logo ela, tinha sido escolhida para ser uma rainha, aquilo tudo nem parecia ser real, estava tão surpresa com o que estava ocorrendo ultimamente, mas se ela queria ter alguém ao seu lado mesmo sendo um demônio, era melhor aceitar as coisas do jeito que eram.

— Então... Então me ame! Seja meu verdadeiro amor, fique comigo e diga que me ama!

— Claro! Sim! Eu te amo, Cora!

Aproximaram-se do rosto um do outro dando um demorado e apaixonante beijo nos lábios. As lágrimas de Cora escorriam pelo seu rosto enquanto o beijava com toda emoção e paixão que estava sentindo, depois de tanto tempo se beijando, Cora o abraçou fortemente e ficaram ali abraçados por um longo tempo.
Quando chegou a noite, quando a casa parecia assustadoramente silenciosa, Eliane se levantou no meio daquela madrugada ás 3:23, dirigiu-se para a cozinha enquanto Cora e Nero estavam no quarto. Nero contou para Cora que matou o José Alfredo deste Mundo para realizar seu plano, e entre outros motivos, e como acabou escolhendo Cora para ser sua rainha, agora ele queria matar Eliane.

— Matar... Eliane? – Cora reagiu um pouco indignada.

— Sim, Cora! Eliane vai acabar ficando grávida daqui alguns dias, e você não vai querer que isso aconteça, não é? Você é a única rainha aqui.

— O QUE...? Você disse que só foi pra cama comigo!

— Perdão... Eu sou famoso por mentir! E foi ela quem quis... – Ele é interrompido quando Cora diz.

— Seu cachorro! – Esbravejou Cora.

— Você quer que eu mate sua irmã ou não? Quer ser a rainha ou não?

— Quero...! Claro que quero...! – Fechou os olhos e respirou fundo, tentava esquecer o fato de Nero ter ido pra cama com sua irmã e ter mentido pra ela. – Sou a única rainha aqui! E se ela já ia roubar você ou José Alfredo de mim, se José Alfredo ia escolher ela, então... Ela merece a morte! – Disse Cora com amargura, inveja, ciúmes e vingança no coração. – Quero me vingar por ela ter ido pra cama com você.

Nero dá um sorriso diabólico e diz:

— Você fica linda com ciúmes. E que ótimo que concordou minha amada Cora.

Ela da um soco forte no braço dele e esbravejou:

— Nunca mais minta pra mim!

Nero olhava para Cora com expressão de quem não sentiu a dor do soco, mas se ela queria assim, então, ele faria. Eliane terminava o que estava fazendo na cozinha, quando de repente sentiu uma sensação esquisita como se algo de muito ruim fosse acontecer, passava a mão sobre o peito com expressão de estranheza no rosto. Ao se virar para retornar ao quarto levou um grande susto ao se cruzar com Nero, ela não fazia ideia de quem era aquele homem até ele dizer:

— Se lembra de mim, Eliane?

Eliane nada respondeu, olhava assustada para aquele homem á sua frente.

— Sou eu! – Disse ele com olhar diabólico. – “José Alfredo”!

— J-José Alfredo...? – Se surpreendeu ao vê-lo mais velho e com olhos vermelhos, ele estava tão diferente. – O-O que aconteceu com você? – Ela perguntava com medo daquele olhar e sorriso tenebroso.

— Na verdade não sou José Alfredo, nunca fui. Meu nome verdadeiro é Nero! Sou um dos demônios mais poderosos do Inferno.

— D-Demônio...? O-O que aconteceu com o verdadeiro Jos...? – No mesmo instante em que ela ia terminar a frase, Nero a interrompeu.

— Eu o matei! – Nero respondeu logo dando uma gargalhada malvada. – E posso dizer que... Também matei Evaldo com aquele ônibus.

Eliane colocou as mãos sobre a boca completamente indignada e horrorizada com o que escutou. Lágrimas logo saíram de seus olhos e escorreram pelo seu rosto. Ela não queria acreditar que aquilo era verdade, ela queria que fosse um sonho, apenas um sonho, não queria aceitar aquilo de jeito nenhum.

— P-Por quê? Por que fez isso? – Perguntou ela aos prantos e ao mesmo tempo com raiva.

— Isso não importa mais! Irei mata-la, pois já escolhi a pessoa que eu realmente amo e será minha rainha!

— O-O que...? – Eliane ficou confusa por um instante.

De repente a fixa caiu, ele estava falando de Cora! Ele havia escolhido Cora e realmente se apaixonou por sua irmã, eles estavam a enganando o tempo inteiro.

— Você e Cora?! Estava me enganando direitinho esse tempo inteiro!

— Humanos são fáceis de enganar.

Nero então se aproximou de Eliane para de vez mata-la.

— P-Por que vai me matar? Poderia simplesmente me deixar viva e ir embora com Cora, não vou contar pra ninguém! – Disse Eliane segurando o desespero, mas estava com muito medo do que ia acontecer.

— Não posso deixa-la viva... Não sabendo que logo ficara grávida de um filho meu.

— O-O que...? – Ela se espantou com a notícia.

— NÃO QUERO QUE VOCÊ TENHA ESSE FILHO! – Gritou Cora do alto da escada, Eliane olhava diretamente para a irmã que descia os degraus lentamente. – EU SOU A ÚNICA RAINHA AQUI!

— Rainha? – Eliane ficou confusa. – Do que está falando, Cora?

— Apenas morra Eliane! – Falou Cora em um tom de voz e olhar frio, sem remorso nenhum.

— Você vai mesmo deixar que ele me mate, Cora? – Perguntou Eliane ficando indignada com o jeito e a decisão de sua irmã.

— Sim! Com certeza, Eliane! – Respondeu Cora com amargura. – Quero você fora do nosso caminho e longe do nosso filho! Eu sou a única! Você sempre conseguiu qualquer homem pra você e se José Alfredo estivesse vivo, ele ia escolher quem? VOCÊ! Como todos sempre escolhem! Mas Nero mesmo sendo um demônio me mostrou que eu sou muito melhor do que você, Eliane!

— V-Você está grávida...?! – Eliane estava completamente perplexa, em choque com tudo que sua irmã disse a ela, Cora se revelou mesmo como uma pessoa invejosa e má. -... Nós somos irmãs, Cora! Não acredito que está dizendo uma coisa dessas! – Ela começa a chorar mais do que antes.

— NÃO! Eu não sou mais sua irmã! Você não é nada pra mim... Apenas uma pedra no meu caminho. – Disse Cora com ódio nos olhos. – Agora chega de conversa! Vamos acabar logo com isso. – Falou a irmã megera parando no ultimo degrau da escada, com desejo de ver Eliane sumir de sua vida pra sempre.

Eliane estava incrivelmente chocada e decepcionada com Cora, sentia uma mistura de tristeza, raiva, nojo, desprezo por tudo àquilo que sua irmã se tornou, ou revelou ser. Infelizmente Eliane não conseguiu fugir a tempo, sentiu uma dor horrível atravessando o seu peito, sua respiração se tornou sufocante e o seu sangue saia por sua boca, até que seus olhos foram se fechando bem devagar. Nero havia perfurado o peito de Eliane com apenas um soco, e esmagou o coração dela que havia arrancado, tirou à mão toda suja de sangue do buraco que tinha feito em seu peito e por fim deixou que o corpo sem vida e todo sujo de sangue de Eliane caísse sobre o chão.




Algumas horas depois...


Os olhos de Eliane se abriram de repente, ela se levantou observando que estava em sua própria casa, parecia estar de noite ainda, Cora e Nero não estavam mais no local. Ela se sentia bem, sem dor alguma no peito, ela resolve dar um passo a frente quando sentiu pisar em algo e ao olhar para baixo ela se assusta com o que vê. Seu próprio corpo sem vida estava estendido no chão e coberto de sangue. Ela agora era um espírito, uma alma perdida e presa em outro plano.

— Ai, meu Deus! E agora? O que eu faço? – Ela se perguntava olhando em volta com desespero e medo.

Eliane dava passos para trás até que bate em algo, mas não era bem algo, ao se virar ela se assusta com um estranho homem á sua frente. Ele tinha cabelos longos e pretos; usava um terno escuro, camisa social cinza e uma gravata; a esclerótica de seus olhos eram totalmente negras e a íris eram douradas.

— Q-Quem é você?

— Meu nome eu não irei revelar... Mas posso dizer que eu sou... Um demônio! – Ele respondeu com expressão séria e tom de voz calma.

— Ai, não! – Eliane se afastava com medo. – De novo não!

— Acalme-se! Vim aqui para ajuda-la.

— Um demônio? Ajudar um humano? Isso é sério? – Ela perguntava desconfiada.

Sem mais palavras o demônio jogou Eliane contra a parede fazendo com que ela bebesse o seu sangue enquanto recitava palavras em idioma desconhecido, ela mal teve tempo para reagir, pois o mesmo foi muito rápido nos seus movimentos e após o ocorrido Eliane acaba desmaiando.
Minutos se passaram e ao acordar ela percebeu que estava se sentindo diferente, mais forte e mais viva, seu corpo morto não estava mais no chão o que quando ela olhou acabou achando bem estranho. Em sua frente viu aquele mesmo demônio de antes olhando fixamente e sem expressão para ela, então, Eliane perguntou:

— O que você fez?

— Olhe-se no espelho.

Do nada Eliane consegue aparecer dentro do banheiro, ela já não estava entendendo mais nada do que estava ocorrendo, se perguntava como ela conseguiu parar ali. Ao se olhar no espelho levou um susto enorme, se surpreendeu com o que ocorreu com ela, a esclerótica de seus olhos estava completamente negras e a íris de seus olhos de cores douradas iguais aos olhos do demônio misterioso.

— O-O que aconteceu comigo...? – Perguntava ela olhando espantada para seu reflexo no espelho.

— Te transformei em um demônio. – Respondeu o desconhecido demônio que estava atrás de Eliane.

— O QUE? – Ela se virou olhando espantada para ele, com expressão chocada e desacreditada. – N-NÃO PODE SER VERDADE!

— Fiz isso para que possa se vingar de Nero.

— Se vingar... Do Nero...? M-Mas como vou fazer isso?

— Se você quiser eu posso treina-la para isso. Para poder controlar seus poderes de demônio.

— Bem eu... Não sei se é isso que eu quero, e eu não sei se posso confiar em você. – Disse Eliane indecisa e um pouco desconfiada.

— É normal não confiar em um demônio, ainda mais você que foi morta por um. Mas nem todos são iguais, alguns de nós fomos enganados pelo rei do Inferno e caíram naquele lugar, no Inferno, sem que quisessem. Eu sou um desses que caiu sem que quisesse, e fui mandado aqui para dizer que você tem uma missão. – Ele estende a mão para Eliane e continuava. – Te garanto que estou dizendo toda a verdade.

Eliane olha por um momento para a mão estendida a sua frente, e volta a olhar para o demônio desconhecido. Pegou na mão dele decidindo ser treinada para um dia poder se vingar do que Nero e Cora fizeram com ela.

Ellen termina de mostrar toda a história tirando as mãos da cabeça de José Alfredo.

— Foi isso que aconteceu... Foi esse mesmo demônio que me ensinou essa técnica de mostrar acontecimentos como se fosse um filme. Ele me disse que eu tinha uma missão, e eu descobri que essa missão era treinar você Zé. – Ela falou meio tristonha por lembrar-se do seu passado.

Comendador ficou de pé em frente à cama, sua expressão era de muita raiva e indignação.

— Então, aquele maldito matou o outro eu daquele Mundo, fingiu ser eu, matou meu irmão e você. Usou minhas mesmas palavras que usei neste mundo e ele fez isso para apenas te enganar... – Zé falava aquilo com todo o seu desprezo. - Minha vontade é de esfregar a cara dele em um asfalto e... – Ele logo parou mudando o assunto. - E ele ainda teve um filho com Cora?! Que mau gosto! Mas eles foram feitos um para o outro mesmo. – Ele voltou a ficar ao lado de Ellen e segurou sua mão. – Não fique triste por causa desse passado horrível, nossos passados ruins só fizeram nos tornar muito mais fortes, você é uma guerreira e vamos vingar tudo que Nero fez! – Falou tentando reconfortar Ellen, e sorriu para a moça.

Ellen o olhou de volta sorrindo por ele estar sendo tão gentil e querendo vê-la bem, balançou a cabeça entendendo suas palavras. Ele acariciou o rosto de Ellen e voltou a ficar de pé novamente com uma expressão bem pensativa e começando a andar de um lado para o outro.

— Está pensando em um jeito de derrotar Nero?

— Na verdade estava pensando em um jeito de voltar a ser velho.

— Ué, não gostou de ser novinho de novo?

— Até que gostei, mas não posso ficar assim pra sempre. Além disso, acho que sou bem mais charmoso sendo mais velho.

Ellen dá um sorriso tímido e diz concordando:

— Tem razão.

Zé e Ellen ficaram se olhando por alguns minutos, ele começou a se aproximar lentamente da moça demônio quando é interrompido. A energia da casa havia acabado de repente.

— Será que é quem estou pensando? – Se perguntou José Alfredo olhando em direção à porta.

José Pedro, filho mais velho do Comendador caminhava pelo corredor escuro, ele não tinha nada a temer, alias, para ele era apenas uma queda de energia normal que logo voltaria, mas mal ele sabia o que estava preste a acontecer naquele instante. Parou no meio do corredor dos quartos ao escutar um estranho barulho, olhou para trás para saber quem estava ali, mas não havia ninguém atrás dele, ele suspirou pensando que talvez fosse apenas sua mente pregando-lhe peças. Só que Zé Pedro não esperava bater de frente com ele, o rapaz caiu para trás aos berros que todos do aposento escutassem.

— É o José Pedro! Nero o encontrou! – Disse Zé Alfredo.

Maria Clara e João Lucas abriram a porta de seus quartos se espantando com o que viram com os próprios olhos. O demônio em que seu pai havia falado era real e se parecia mesmo com o Comendador. José Pedro olhava assustado demais para aqueles olhos vermelhos que brilhavam na escuridão, ele não sabia o que fazer ao certo naquele momento, escutava seus irmãos gritando para correr, mas Pedro não conseguia parecia que o medo o prendia ali no chão, e ele tremia muito de pavor.

— Q-Quem é você? – Perguntou Pedro tentando ter um tom de voz autoritária, mas falhava.

— Sou aquele tal demônio que seu pai mencionou e você não acreditou nas palavras dele. Eu sou Nero!

— D-Droga! – Pedro tentou se levantar para fugir, mas Nero fez com que o mesmo não pudesse mais se mover.

Clara e Lucas também tentaram fugir, mas Nero foi bem mais rápido também deixando os dois imobilizados na entrada de seus quartos.

— Acham mesmo que deixarei vocês perderem o show? – Nero gargalhou diabolicamente. – Eu sei que você está aí Comendador! Apareça se não quiser que seus filhos sejam mortos! – Gritava Nero com um sorriso maldoso e ansioso para rever José Alfredo.

Do quarto o Comendador podia escutar seus filhos gritando por socorro, ele estava muito furioso por Nero estar atacando os seus filhos. O Comendador saiu do quarto como um furacão e virou o corredor encontrando Nero de costas pra ele, ficou bem irritado ao ver seus filhos imóveis.

— NERO!

Nero olhou por cima do ombro para Zé Alfredo com um sorriso e diz:

— Que bom vê-lo mais uma vez. Eu estava com saudades de você, Comendador!

— Solte os meus filhos agora, seu desgraçado! – Comendador ordenava com rigidez.

— Soltar? Hum... – Nero finge que esta pensando sobre o assunto. – Não sei se devo. – Ele se virou de frente para olhar melhor o Comendador.

— Não é um pedido. É uma ordem!

— Você não manda em mim, Comendador! – Nero falava com um olhar desafiador.

— Me faça voltar ao normal! – Zé Alfredo estava ficando irritado.

— Acho que não quero fazer isso. – Disse Nero com um sorriso provocador.

— DEMÔNIO MALDITO! – Gritou Zé com muita raiva.

— Isso Comendador! Fique com raiva, muita raiva mesmo! Amo vê-lo desse jeito. – Nero falava provocando mais ainda o Comendador.

— SHUT UP DEVIL! Você me enlouquece! – O homem de preto gritou com a respiração ofegante de ódio.

Nero olhou para Maria Clara, eles se olharam fixamente nos olhos e a moça já estava começando a ficar com muito mais medo. Nero sorriu maldosamente e olhou de volta para José Alfredo o fazendo entender o que queria.

— VOCÊ NÃO VAI FAZER NADA COM ELA!

— Seria uma pena se eu fizesse. – Falou Nero fingindo estar com pena.

— Zé! Ele está planejando sequestrar Maria Clara! – Disse Ellen ficando ao lado do rapaz.

Nero olha bem sério para Ellen, logo, jogando-a contra a parede com toda a força. Zé fechou os olhos conforme uma ventania veio em sua direção, ao abrir os olhos e olhar para trás viu Ellen caída no chão desacordada.

— Eu ia fazer uma surpresa para você, Comendador. – Diz Nero olhando bem sério para Ellen.

Quando Zé voltou a olhar para Nero, percebe que o demônio havia feito algo com Maria Clara, pois a moça estava sangrando pela boca.

— EU MANDEI NÃO FAZER NADA COM ELA!

Furioso o Comendador correu em direção a Nero, seu punho estava bem fechado e combinado com sua energia psíquica em um nível forte.

— E eu disse que você não manda em mim, Comendador de shit!

— Ora seu...

Estava prestes a acertar Nero quando de repente vê José Pedro á sua frente, ele parou o ataque com o punho quase perto do rosto de Pedro, o filho estava com os olhos fechados como se esperasse pelo golpe.
Zé Alfredo se afastou de Pedro, e olhava para os lados a procura de Nero.

— Cadê aquele demônio idiota?

De repente Zé Alfredo sente uma pancada na nuca que o faz cair no chão.

— Será que sou mesmo idiota, Comendador?

— Pai! – Clara e Lucas gritaram ainda imóveis.

Nero começa a rir e Maria Clara brava pergunta:

— Tá rindo do que, hein?

— Pai?! Com quantos anos ele fez vocês? Com treze anos de idade? – Disse ele fazendo uma piada por causa do feitiço que fez o Comendador ficar jovem.

— Pare de piadinhas, Nero! – Falou Zé Alfredo se levantando com uma das mãos esfregando a nuca.

Mal vendo o que aconteceu, com um piscar de olhos, Clara e Lucas estavam caídos no chão desacordados.

— O que você fez Nero? – Perguntou ele tentando entender o que acabou de acontecer.

— Apenas os fiz dormirem um pouco, para não verem o que vou fazer com você, Comendador. – Nero olha para Pedro por cima do ombro com uma expressão bem séria. – Já o seu primogênito, José Pedro, merece ver o quão poderoso eu sou!

Naquele momento, Nero se teleporta para trás do Comendador dando-lhe um poderoso chute nas costas o fazendo ser jogado contra a parede há algumas distancias. Apareceu na frente dele antes que se levantasse e atacasse, pegou Zé pelos pés jogando-o contra a parede ao lado direito a ele, metade do seu corpo ficou entre a parte de dentro do quarto e a parte de fora que conseguiu quebrar parte da parede, Nero arrasta Zé Alfredo deixando rastros quebradiços na parede até chegar onde Zé Pedro estava. José Alfredo caiu um pouco perto de Pedro. Mais uma vez, antes que o Comendador pudesse fazer alguma coisa, Nero dá um grande pulo com seu pé em chamas atingindo Zé com um golpe bem nas costas, o mesmo grita de tanta dor que sente, ele teve muita sorte de Nero não ter conseguido quebrar sua coluna.

— O que foi? Não consegue se levantar? Pode deixar que eu te ajudo, Comendador!

Com a telecinese, Nero levantou o Comendador até chegar ao teto.

— Me coloque no chão agora! – Zé gritou furioso.

— Você quer descer é?

No mesmo instante o demônio fez José Alfredo descer com toda a velocidade até o chão, e repetia a técnica de subi-lo até o teto e descê-lo com toda a força até o chão várias e várias vezes aumentando a velocidade a cada minuto, até que o teto e o chão ficarem rachados. Assim Nero parou, olhava para o Comendador caído ao chão admirando vê-lo todo ferido e sangrando, Zé mal conseguia se mexer direito.

— Comendador...! – Nero caminhava lentamente em direção ao homem de preto com um sorriso maléfico. – Você está tão péssimo... – Dizia ele irônico. – Deixe eu te ajudar a melhorar!

Nero pegou o Comendador pela gola da camisa, Zé Alfredo olhou para os olhos de Nero com toda a ira que estava sentindo do demônio, o mesmo sorriu para o Comendador e começa a dar vários e vários socos fortes nele por todo o seu corpo deixando-o muito ferido.
Ao terminar de dar uma bela surra no Comendador, Nero o larga jogado ao chão e olhou para Clara se dirigindo até á ela, se abaixou para perto dela e olhou para o Comendador.

— Seria uma pena se eu a levasse comigo, não é Comendador? – E sorriu diabólico.

José Alfredo olhava para ele que ameaçava leva-la, com dificuldade sentindo muitas dores pelo seu corpo inteiro, ele diz:

— Não... Não toque nela...

Nero continuou com seu sorriso diabólico, e tocou em Maria Clara.

— A Maria Clara não... Ela não!

Ele tentava impedir Nero implorando para que ele não a sequestrasse, mas Zé não conseguia se mover direito por causa das dores em seu corpo. Estendeu a mão implorando para Nero não levar sua filha para longe, mas o demônio não deu ouvidos, ignorando José Alfredo por completo, as palavras do Comendador não valiam nada naquele momento. Nero pegou Maria Clara nos braços e olhou para o Comendador.

— Até a próxima, Comendador! – Disse se despedindo com um olhar malicioso e desapareceu do local numa fumaça negra.

— MARIA CLARA!

Zé Alfredo estava com muita raiva, não só de Nero, mas dele mesmo por não ter conseguido fazer nada para impedir que Nero levasse Maria Clara. Uma lágrima saiu de seu olho esquerdo e escorreu pelo seu rosto e no mesmo instante acaba desmaiando. 


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Notas finais do capítulo

No próximo capítulo eu vou contar o por que do Nero ter deixado o Comendador com aparência jovem... Será que ele vai conseguir voltar a ser velho novamente? Deixem suas opiniões nos comentários...



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