Nero DD Dark Diamond - Primeira Saga escrita por Samuel Stanford


Capítulo 8
Capítulo 7




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José Alfredo estava com muita raiva, não apenas de Nero, mas também dele mesmo por não ter conseguido fazer nada para impedir que Nero levasse Maria Clara. Uma lágrima saiu de seu olho esquerdo e escorreu pelo seu rosto e no mesmo instante acabou desmaiando.
As luzes do apartamento logo voltaram, Marta havia caído em um sono profundo. Acordou a onde seria seu quarto se não estivesse morando na casa em Petrópolis, se levantou da cama espreguiçando-se e devagar se dirigiu até a porta. Ao sair do quarto, Marta leva um grande susto ao ver o corredor daquele jeito, parede, teto e o chão quase todo destruído, e ver Zé Alfredo desmaiado e totalmente ferido.

— Meu Deus! O que foi que aconteceu aqui?

João Lucas estava desacordado em frente à entrada de seu quarto. Pedro estava sentado em um cantinho da parede tremendo de medo e em choque com o que havia presenciado.

— Zé Pedro! – Marta correu até onde o filho estava e o tocou.

— NÃO! POR FAVOR, NÃO ME MACHUQUE! – Ele gritava de olhos fechados e se debatendo.

— Calma! Calma! Sou eu, sua mãe, Marta! – Dizia ela segurando o filho firmemente tentando acalma-lo.

— E se for um disfarce seu...?

— Seu? Quem José Pedro?

Pedro abre os olhos e olha para sua mãe a sua frente, após reconhecer que realmente era ela a abraçou bem apertado ainda sentindo muito medo e falava com tom de desespero quase aos prantos:

— O demônio, mãe! Ele... Ele esteve aqui...

— O tal de Nero? – Pergunta Marta abraçando o filho para tranquiliza-lo.

— Sim... Ele machucou o pai e sequestrou Maria Clara...

Marta ainda abraçada ao filho olhou em direção ao quarto de Clara, a porta estava aberta, ela se soltou devagar do filho e se dirigiu até o quarto vendo que não havia ninguém. Nesse mesmo instante Lucas acordou, ainda estava meio zonzo e confuso, e dizia com a voz rouca e sonolenta:

— Acho que eu tive um sonho louco... Com um demônio parecido com o pai...

— Não era sonho João Lucas, é tudo real! – Falou José Pedro se levantando.

— O que...? – Lucas piscou, abriu bem os olhos olhando tudo em sua volta com espanto.

— O demônio feriu o nosso pai, e depois sequestrou Maria Clara...

— Droga! – Lucas falou com as mãos sobre a cabeça, totalmente chocado com o que escuta. – Não pode ser...

Rapidamente Lucas vai em direção ao pai que continuava desacordado no chão. Pedro também chegou perto do Comendador e Marta correu para pedir ajuda ao seu mordomo Silviano.

— E-Ele está morto? – Pedro perguntou.

— Não! Vi a pulsação dele agora pouco, ainda está vivo, graças a Deus. – Aliviou-se Lucas.

— Mas aquele demônio era muito poderoso, como ele conseguiu sobreviver?

— Nosso pai sempre foi forte, e acho que tendo esses poderes que ele disse que tem, deve ter ficado muito mais forte ainda. Ele apenas está muito ferido. – Disse Lucas com preocupação.

Marta vinha gritando acompanhada junto ao seu mordomo.

— Vamos! Ajudem também!

Silviano é um homem idoso, usava óculos de grau; tinha cabelo branco; e 1,69 de altura. Suas vestes eram aquelas típicas roupas de mordomo pretas e brancas, diferentes das roupas meio cinzas como o da novela.
Lucas, Pedro e Silviano carregaram o Comendador com cuidado até a sala, o colocaram devagar deitado no grande sofá, e após foram cuidando de seus ferimentos. Enquanto esperavam o Comendador acordar, José Pedro contava para Marta e Lucas tudo o que ele tinha presenciado desde a chegada de Nero até a briga entre ele e o Comendador. Passadas algumas horas José Alfredo foi acordando devagar, estavam todos a sua volta, até mesmo Eduarda a melhor amiga de João Lucas estava lá. Eduarda é uma bela garota de cabelos vermelhos que veste roupas meio góticas e descoladas, era uma garota da mesma geração que o Lucas, sempre radical.
Zé Alfredo se senta devagar no sofá e pergunta com a voz fraca:

— Ca-Cadê Maria Clara?

— Bem ela... – Lucas tentava falar do ocorrido, porém, as palavras não saiam de sua boca.

José Alfredo tenta se levantar, mas todos a sua volta pediam para que ele ficasse deitado de repouso por enquanto. O Comendador não quis dar ouvidos, se levantou logo se dirigindo até a escada mesmo com um pouco de dor que sentia em seu corpo, tentava não tropeçar e cair com o pouco de tontura que sentia. Ele subiu cada degrau sem desistir de ir até ao quarto de Maria Clara.
Dirigiu-se até o corredor sendo seguido por todos da família, e logo seguiu em direção ao quarto de Clara. Quando finalmente chegou ao quarto de sua filha, ele fica chocado e decepcionado ao ver que sua filha não estava lá, José Alfredo já não conseguia mais se controlar, a raiva por Nero só aumentava cada vez mais e sua família pedia para que ele tentasse se acalmar, mas Zé parecia não escutar o que eles pediam, pensava apenas no quanto se sentia culpado por deixar sua filha ter sido levada e ele nunca se perdoaria se algo acontecesse com ela.
José Alfredo gritava com muito ódio e se ajoelhava apoiando as mãos ao chão, ele tentava segurar as lágrimas que teimavam de querer cair de seus olhos e escorrer pelo seu rosto. Logo, os seus olhos começaram a ficar com as íris lilases e fluorescentes, conforme ele gritava de raiva uma força psíquica surgia em sua volta, o chão estremece e todos precisaram se apoiar na parede e batentes das portas, não estavam entendendo nada do que estava acontecendo com o Comendador.
Daquela força psíquica foi formado um tipo de campo de força negra, assim, a força psíquica continuava crescendo cada vez mais até que terminasse com uma intensa luz que surge cobrindo todo o local. Todos tampavam os olhos por causa da poderosa luz, até que logo a mesma foi diminuindo até desaparecer, Marta e os outros destamparam os olhos, então, ficaram muito surpresos com o que viram. O Comendador havia voltado aos seus 53 anos de idade, ele conseguiu quebrar totalmente o feitiço que Nero tinha jogado nele.
A respiração de José Alfredo estava ofegante, ele se levantou bem devagar e olhava totalmente abalado para o quarto vazio de Maria Clara, ele desacreditava que sua filha realmente havia sido sequestrada por seu maior inimigo, e que ele foi um fraco.

— Zé! – Maria Marta entra na frente dele. – Você conseguiu! Você conseguiu voltar a sua idade de antes! E seus ferimentos... – Ela o olhava impressionada para ele. – Seus ferimentos sumiram!

Ele ainda estava parado em choque olhando o quarto de Maria Clara, não se conformava com o que tinha acontecido, mas logo olhou para Marta ao escuta-la o que dizia, ele olhou para baixo e depois voltou o olhar para ela perguntando como aquilo aconteceu e a Imperatriz respondeu que ele ficou tão enfurecido que uma luz surgiu de dentro dele e fez ele voltar ao normal. Ele se virou e foi até o seu quarto, Marta e os filhos ficaram olhando para ele em silencio indo até o seu quarto não se atrevendo a atrapalhar. Zé se olhou no espelho vendo que realmente conseguiu voltar a ser o Comendador bode velho, de 53 anos de idade, a mesma barba; bigode; e cabelos grisalhos, e a mesma aparência que a do Nero, isso o deixava um pouco incomodado. Nisso Ellen surge no quarto dele, Zé se virou para Ellen e ela ficou parada o olhando acabando por esquecer o que ia dizer, parecia olhar para ele meio espantada.

— Onde você estava? Você está bem?

— Ah... Bem... Sim! Estou bem...

— Eu consegui desfazer o feitiço que Nero tinha jogado em mim.

— Que bom... Desculpe-me, é que a sua aparência me fez se lembrar de Nero. – Ela disse abaixando a cabeça envergonhada.

— Nero sequestrou minha filha Maria Clara. – Zé disse de cabeça abaixada e com muito ódio de Nero.

— Eu sei pra onde ele levou sua filha! – Ellen afirmou ao se lembrar de o que ia dizer á ele.

— Sabe? – Ele olhou para ela ansioso.

— Mas só poderei leva-lo até o local quando o seu treinamento estiver completo.

— Quero isso o mais rápido possível, posso até ficar sem dormir para poder ficar mais poderoso que Nero!

— Tudo bem, mas não precisa exagerar Zé... Se quiser podemos começar agora.

Comendador trocou sua roupa e após saiu do quarto acompanhado de Ellen, caminhava pelo corredor até dar de frente com Marta e os dois filhos.

— Aonde você vai pai? – Perguntou João Lucas.

— Salvar Maria Clara e acabar de vez com Nero.

— Mas você está bem para fazer isso? E quem é ela? – Pedro pergunta apontando com olhar para Ellen.

— Chega de perguntas! Eu preciso treinar para poder resgatar Maria Clara, e não vou mais ficar aqui perdendo tempo com explicações! Agora me deem licença e não me esperem... Logo estarei trazendo Clara de volta... – Falou ele saindo e descendo a escada.

Todos ficaram ali parados olhando o Comendador sair como de costume ser dar muitas explicações. Marta diz que era melhor o deixar ir logo já que sabia o que estava fazendo e torcer para que os dois voltassem vivos para casa.
José Alfredo e Ellen foram diretamente para a garagem, Josué já estava do lado do carro esperando pelas ordens do Comendador.

— Zé, eu acho melhor leva-lo para um lugar mais seguro. Assim, Nero nunca vai nos incomodar. – Falou Ellen.

— Okay... E onde vai ser?

— Em outro Mundo em que Nero ainda não foi. – Ellen colocou o dedo sobre os lábios pensando para qual Mundo paralelo o levaria para poder treina-lo tranquilamente. – Hum... Já sei! Nesse lugar com certeza Nero nunca ira nos perturbar.

— Good! – Disse Zé Alfredo, após olha para Josué. – Está dispensado de seus serviços por enquanto, Josué.

— Sim senhor, Comendador.

Assim que Josué sai do local, Ellen se afasta um pouco de Zé logo abrindo um portal à frente, ela pega a mão do Comendador atravessando o portal. Após atravessarem o portal o mesmo se fecha, eles estavam no que parecia ser uma cidade abandonada, as casas estavam totalmente em ruínas naquele lugar.

— Tem certeza que este lugar é seguro? – Zé perguntou observando o local.

— Sim! Tenho certeza absoluta.

— Certo... Então vamos começar logo?

Primeiro começaram pelos golpes e reflexos, José Alfredo tentou treinar seus socos e chutes tentando acertar Ellen e não parou até que conseguisse realizar seu objetivo. No Mundo em que eles estavam era uma manhã com sol, e o treinamento durou aquela manhã ensolarada inteira até chegar a hora do almoço. Quanto mais o Comendador tentava acertar um golpe em Ellen, mais a moça desviava com agilidade, e quanto mais golpes ele quase acertava, mais a demônio os bloqueavam.
Chegada a hora do almoço, fizeram uma pausa no treinamento e sentaram-se no asfalto da cidade para conversar um pouco.

— Estou com muita fome, mas como irei comer se estou no meio do nada?

— Toma! Pode comer isso! – Ellen entrega uma barra de chocolate para ele.

— Chocolate? Isso não vai matar minha fome...!

— É chocolate de demônio! É muito bom, além de deixa-lo bem forte, também irá te sustentar. – Ellen explicou.

— Chocolate do demônio? Que fortalece e sustenta? – José Alfredo estava intrigado com aquilo. – Não sei não, acho que deve ser algum tipo de propaganda enganosa... E demônios por acaso precisam comer?

— Algum de nós só comemos quando estamos enfraquecidos demais. Alguns alimentos de demônios só servem para recuperar nossa energia. – Ellen explicou mais uma vez. – Bom... Se você não quer, posso comer tudo, por que eu amo chocolate! – Ellen fala aproximando o chocolate até a boca.

— Me dá isso daqui! – Zé pegou a barra de chocolate antes de Ellen conseguir morder um pedaço. Ficou olhando fixamente para a barra com um pouco de duvida. – É bom mesmo? Isso não vai me matar, vai?

— É claro que é bom! Agora se vai te fazer mal, eu não sei, nunca vi humanos comerem alimentos de demônios.

Comendador olhava para Ellen com expressão de quem dizia “Não brinca comigo”. Olhou mais uma vez para a barra de chocolate com mais duvida do que antes.

— Isso vai me fazer ficar mais forte que o Nero?

Ellen dá uma gargalhada com a pergunta e responde:

— É claro que não, Zé!

Zé Alfredo tomou coragem decidindo comer o chocolate, quando ele dá uma mordida em um pedaço ele sente um gosto tão horrível que acaba ficando roxo, aquilo tinha o pior gosto do mundo.

— Isso aqui é horrível!

— Horrível? – Ellen fez uma expressão confusa. – Aé! É por que você é um humano. Paladares totalmente diferentes dos nossos.

— Shit! Não irei comer esse treco ruim!

— Coma! – Ellen chega bem perto de Zé o encarando. – Vai te deixar mais forte. Ou você come, ou vou fazer você comer! – Ela esbravejou e cruzou os braços.

O homem de preto bufou e disse:

— Tudo bem! Eu vou comer!

Zé voltou a mastigar aquele chocolate horrível, tentando aguentar com força aquele gosto ruim.
Assim que terminou de comer, Ellen perguntou:

— Como se sente?

—... Satisfeito... E até um pouco mais forte. – Ele respondeu com satisfação.

— Viu só?! Até que valeu a pena apesar de ser ruim pra você.

Comendador ficou em silencio olhando em volta para o local em que estava algumas casas vazias estavam em ruínas, às árvores não tinham tantas folhas e seus galhos e troncos estavam totalmente secos.

— Que lugar mais esquisito. Onde estamos afinal?

— Eu não quero te ofender, mas... Estamos em Olinda Pernambuco.

Zé fica totalmente chocado com o que escutara.

— Em Olinda? C-Como? O-O que foi que aconteceu aqui?

— Eu não sei ao certo, mas há muito tempo atrás algo aconteceu com a região nordeste, não só o nordeste, mas alguns lugares do País também. O Brasil acabou sendo governado por um Lorde das Trevas, e o único estado da região nordeste que ficou de pé foi a Bahia.

— Mas isso é horrível! Ah, se eu pego esse tal Lord, eu o torturo até a morte! – Disse ele com muita raiva.

— Eu te entendo Zé. Mas seu foco agora é em Nero, lembre-se que tem que resgatar sua filha.

— Eu sei... – Disse José Alfredo de cabeça abaixada pensando sobre aquela história. – Minha Terra não merecia uma coisa dessas... Por que ele fez isso afinal?

— Eu não sei... Desculpe-me por ter te contado isso... – Ellen o olhava preocupada.

— Está tudo bem... – Ele limpa algumas lágrimas com o braço e olha sério para Ellen. – Vamos continuar o treinamento?

— Claro... Vamos.

José Alfredo resolveu treinar a tarde inteira, tentando acertar seus golpes que a moça demônio sempre conseguia desviar ou bloquear. Algumas vezes ele conseguia acertar um golpe e ser acertado pelos golpes de Ellen, até que ele começa a bloquear e se esquivar dos ataques cada vez mais forte e mais rápido.
A cada hora José Alfredo parecia melhorar seus reflexos lentamente, logo em seguida foi sua força, velocidade e seus golpes. O seu próximo golpe foi poderoso o bastante para mandar Ellen a poucos centímetros de distancia, destruindo o muro de uma das casas.

— Nossa...! – Ellen estava admirada, saia sobre a pilha de tijolos em pedaços dizendo. – Esse golpe foi excelente, muito bem!

Ellen logo fez aparecer uma enorme rocha, pegou a enorme pedra e deu um grande salto ficando parada no ar segurando a rocha com apenas uma mão. Lembrando que humanos não conseguem ver as asas dos anjos, ou, demônios quando eles estão na Terra.

— O que vai fazer? – Zé Alfredo perguntou olhando para cima.

— Testar um pouco sua força! – Ela gritou lá de cima.

Ellen arremessa a pedra em alta velocidade em direção onde Zé Alfredo estava.

— Holy Shit...!

Levantou os braços colocando toda a sua força, assim, conseguindo segurar a enorme pedra, mas segurava com um pouco de dificuldade. O chão se rachou com o impacto da força em seus pés.

— Lembre-se que você pode usar os seus poderes ao seu favor! – Ela gritava lá do alto.

José Alfredo se concentrou bem no seu poder psíquico, a íris de seus olhos ficaram lilases fluorescentes, assim, conseguindo segurar melhor e com mais firmeza a rocha para o alto.

— Muito bem! – Ellen elogiou voltando a pisar no solo. – Agora, quero que fique segurando essa rocha até o por do sol. Vamos ver o quanto você consegue aguentar.

— Tá de brincadeira... – Ele reclamou.

Lá Zé ficou segurando a enorme rocha por horas com a ajuda de seu poder, algumas vezes seu poder queria começar a falhar por causa do diminuimento da energia de sua aura, mas fazia todo esforço para concentra-la o máximo possível para não perder nenhuma das duas forças. Finalmente chegou o final da tarde, o céu já estava com o tom de cor mais alaranjado e o sol já estava quase se pondo no horizonte. José Alfredo ainda segurava a grande rocha, suando e ficando bem cansado, até que ele não aguentou mais e arremessou a rocha para longe destruindo um muro inteiro.

— Está ficando realmente forte, Zé! – Ellen elogiou.

O Imperador estava bem ofegante e suando muito.

— Preciso de um bom banho e descanso. Será que tem alguma casa por aqui que dê para tomar banho?

— É meio impossível para um lugar abandonado como esse. Talvez em algum lago... Você sabe usar o teletransporte?

— Ainda não... E nem sei se tenho energia o suficiente pra isso.

— Bom... Tente se concentrar bem em seu poder e pensar, imaginar o local que você quer ir. – Ellen explicou ficando perto dele.

Zé Alfredo fechou os olhos pensando em um local que tivesse um lago bem limpo. Assim que abriu os olhos ele já se encontrava perto da beira de um lago.

— Você conseguiu!

— Yes!

Passado um tempo, José Alfredo tomava banho de rio, enquanto Ellen ficava de costas envergonhada demais de olha-lho. Não resistindo à tentação, acaba se virando só um pouco, José Alfredo saia devagar do lago por enquanto mostrando somente a parte de cima, a parte de baixo era totalmente tampada pela água. Ellen ficou toda vermelha ao ver o belo corpo do Imperador, por causa dos treinamentos ele acabou ficando um pouco mais forte, rapidamente ela voltou a ficar de costas.

— Fui até o outro Mundo pegar umas roupas limpas pra você. – Disse Ellen apontando para o sudeste dela onde as roupas do Comendador se encontravam em cima de uma rocha. – Estão bem ali...

Zé saiu totalmente do lago olhando para Ellen e dizendo:

— Preciso me enxugar antes.

— Toma! – Disse dando uma toalha preta para ele sem virar o rosto.

— Obrigado. – Ele agradeceu pegando a toalha e começando a se enxugar.

— Por nada...

Após Zé Alfredo se enxugar e colocar suas vestes pretas como de costume, ele olhou para a moça que ainda estava de costas para ele e falou:

— Já pode se virar.

Ellen se virou, Zé ia pegar as roupas sujas quando Ellen também acaba pegando e dizendo:

— Eu lavo!

— Pode deixar Eliane, eu mesmo posso fazer isso.

— Não, você precisa descansar.

— Mas...

— Por favor...

Os dois ficaram se entre olhando por um tempo em silencio.

— Ah... Okay... Se você insiste tanto...

—... Você é tão bonito Zé... – Ela elogiou com um sorriso tímido e abraçando as roupas dele.

— Eu sei disso. – Zé sorriu convencido com o elogio.

— Ah, seu convencido! – Ela dá uma gargalhada. – Bem, agora temos que encontrar um lugar para você descansar. Já está escurecendo... Acompanhe-me.

Ellen tocou o ombro do Comendador e com o teletransporte o levou até á uma casa abandonada.

— Acho que vai dar pra ficar aqui por alguns dias.

A casa em que estavam tinham alguns móveis empoeirados, apenas as pessoas que moravam ali haviam desaparecido.

— O que será que aconteceu com as pessoas daqui? – José Alfredo perguntou olhando em volta enquanto subia a escada para o quarto acompanhado de Ellen.

Aquela casa não era tão simples, percebia-se que era um pouco mais bem construída, ou, uma casa de alguém que tinha boas condições financeiras, apenas o tempo havia deixado a casa parecer velha daquele jeito.

— Mesmo eu sendo um demônio, eu realmente não tenho muitas informações sobre o que deve ter acontecido. Apenas temos que tomar muito cuidado para que o Lorde das Trevas não sinta nossa presença por aqui. – Respondeu Ellen enquanto caminhavam pelo corredor.

Zé entrou em um dos quartos que parecia ser um quarto de casal por causa da cama com lençóis brancos.

— Não tenho medo desse tal Lorde das Trevas. – Disse Zé se aproximando da cama. Verificou se a cama estava empoeirada para poder se deitar e estranhou um pouco. – Esquisito... A cama não parece empoeirada... Tem certeza que aqui é um lugar seguro?

— Claro que tenho! Eu ficarei lá fora vigiando, qualquer coisa eu virei para te ajudar.

— Tudo bem! Obrigado Eliane e boa noite.

— Boa noite!

Ellen sorriu e logo saiu do quarto se teletransportando para o lado de fora da casa. José Alfredo sentou na cama que parecia ser confortável, e os travesseiros e lençóis não tinha cheiro de mofo, pelo contrario, estavam com cheiro de novos.

— Lençóis brancos... – Ele suspirou. -... Fazer o que...

Zé Alfredo olhou para o lado vendo uma porta de vidro que dava até uma varanda não muito grande. Após se deitou na cama para descansar, assim amanhã estaria mais disposto para retornar ao seu treinamento.
Eram 3:30 da madrugada e José Alfredo mal conseguia dormir direito por pensar muito em Maria Clara. Ao virar a cabeça em direção à porta de vidro, lá estava uma sombra de um homem onde apenas conseguia ver o brilho vermelho de seu olho esquerdo. Zé se levantou rapidamente, mas a sombra já tinha desaparecido em uma velocidade impressionante.
O Imperador foi até a porta de vidro a abrindo, dirigiu-se devagar até a varanda procurando por aquela misteriosa sombra, mas não havia ninguém ali. Da varanda conseguia ter uma ótima visão de Olinda, mas aquilo deixava o Comendador triste em ver a cidade abandonada daquele jeito, ali o silencio reinava, não tinha luzes de postes, de casas, ou de prédios, sem carros e pessoas passando na rua. Havia apenas a escuridão, aquilo era tão horrível, o Comendador segurava as lágrimas não queria acreditar que aquilo podia ser real, seu peito doía de pensar que o Nordeste não existia mais naquele Mundo paralelo ao dele.

— O Comendador deste Mundo está morto. – Diz uma misteriosa voz vinda por trás do homem de preto.

José Alfredo se virou e se surpreendeu ao ver como a tal pessoa se parecia.

— Quem é você? – Zé Alfredo perguntou o encarando sem medo algum.

— Você deve ser o Comendador do outro Mundo... Eu sou o Lorde das Trevas, o rei de todo esse País! – Respondeu o homem misterioso com ar de superioridade.

— Mas... E a presidente?

— É fácil convencer os políticos com excelentes quantias de dinheiro.

— O que fez com o “Eu’’ deste Mundo? E o que fez com a minha Terra? - O tom de voz do Imperador era de raiva e desprezo.

— Só me livrei do que me fez mal... – Ele disse não querendo contar a real história da morte do Comendador daquele Mundo. - E eu poderia até mata-lo, mas vou te deixar vivo em um lugar horrível como esse, já que é a sua Terra. Se bem que “sua Terra’’ soa de uma maneira arrogante demais, e, aliás, seu objetivo é derrotar Nero, certo? Então, boa sorte José Alfredo Medeiros!

— Espera! Como é o seu nome? Para que eu possa me lembrar, encontra-lo e acabar com você, me vingar no meu Mundo?

— Apenas... Lembre-se das siglas JD. – Depois de dito isso o Lorde das Trevas desaparece da frente do Comendador.

José Alfredo volta a observar a cidade pensando em tudo aquilo que o Lorde havia lhe falado, pensava se algum dia encontraria-o em seu Mundo, e se isso acontecesse iria dar uma bela surra nele como vingança por ter feito tudo aquilo com sua preciosa Terra.
Ao amanhecer Zé Alfredo desceu até a sala, depois daquela conversa que teve com o Lorde das Trevas até que ele conseguiu voltar a dormir. Saiu da casa encontrando-se com Ellen, ficou ao lado dela observando que o céu estava se fechando com várias nuvens bem escuras, quem olhasse pensaria que iria cair uma chuva fortíssima. O tempo também ficou frio, o que era bem esquisito já que naquela região fazia muito calor.

— Dormiu bem?

— Sim... Um pouco, mas... No meio da noite acabei acordando e me encontrando com o Lorde das Trevas. O que aconteceu com o tempo? Será que vai chover?

— Acho que não... Talvez foi o próprio Lorde das Trevas que deixou o tempo desse jeito. Ele disse o nome dele pra você?

— Disse apenas para eu me lembrar das siglas JD.

— JD? Que esquisito...

José Alfredo abaixou a cabeça e disse:

— Vamos voltar ao treinamento?

— Sim, claro!

Comendador continuou tentando treinar suas habilidades dessa vez era com seus poderes psíquicos, porém, José Alfredo estava meio descontrolado naquela manhã.

— Zé se acalme! Você está meio que sem controle. – Pediu Ellen.  

Zé se ajoelhou colocando as mãos apoiadas no chão ficou de cabeça abaixada por um tempo. Ele ainda pensava naquela conversa durante a madrugada, e aquilo estava lhe incomodando muito.

— Olha Zé, não deixe que aquilo que o Lorde disse te deixar desse jeito.

Ele olhou para a moça demônio que lembrava sua antiga e primeira paixão do passado, prestando total atenção no que ela dizia para ele.

— Você é o Comendador! O Imperador dos Diamantes, o homem mais poderoso que já conheci e eu também sei que nada pode te fazer desistir de seus objetivos. Lembre-se que sua filha foi capturada por seu maior inimigo, e se você desistir agora ela pode acabar sendo morta, ou a sua família, ou até mesmo você Comendador. Sem você, o outro Mundo pode ser horrível no futuro igual a esse.

Ao escutar aquelas palavras confortantes de Ellen, Zé Alfredo acordou para a realidade, se levantou olhando firme e forte para Ellen. Aquelas palavras lhe deram novamente a força, a coragem e a determinação que precisava.

— Você tem razão Eliane. Vou continuar lutando para realizar meus objetivos como sempre fiz. Não vou parar por qualquer coisa que tente me abalar, e também não morrerei nunca!

Dessa vez José Alfredo conseguia seguir em diante em seu treinamento com controle, seus poderes ainda não haviam subestimado os poderes de Ellen. Ele treinou a manhã inteira e só pausando quando chegou meio dia. Após comer, voltava a treinar a tarde inteira, foram dias e dias de treinos e José Alfredo ficava cada vez mais forte nos seus movimentos, golpes, e poderes. Seu corpo físico não era mais como antes, nem muito magro e nem muito gordo, agora seu corpo físico estava um pouco mais forte.
No último dia de treinamento, Zé já estava bem preparado para lutar contra Nero e finalmente salvar sua filha Maria Clara. Sentia-se mais disposto, mais determinado e bem confiante no que ia fazer, ele não deixará Nero derrota-lo novamente.

— Eu nunca esperei que algum dia uma coisa dessas iria acontecer comigo. – José Alfredo disse observando a paisagem mesmo o tempo estando nublado.

— E tudo isso por que você foi o escolhido.

— Eu entendo. – Zé se levantou, respirou fundo e perguntou. – Já podemos ir?

Ellen assentiu positivamente com a cabeça, abriu aquele mesmo portal e atravessaram por ele voltando ao Mundo do Comendador. José Alfredo já conseguia usar os seus poderes e golpes de maneira correta para lutar contra Nero. Já estava de noite em seu Mundo, Ellen levou Zé para o local onde tinha visto Nero trazer Maria Clara, parecia ser um tipo de galpão abandonado fora da cidade. Quando chegaram lá infelizmente não encontraram ninguém.

— Onde está aquele maldito? – Pergunta Zé Alfredo a procura de Nero.

— Me desculpe Zé, mas eu juro que vi Nero trazer sua filha pra cá...

— Ele deve ter mudado o local enquanto estávamos no outro Mundo. Ou ele nos enganou como sempre faz.

— Mas que droga! Falhei mais uma vez... Eu sou um demônio imprestável.

— Não é sua culpa Eliane, aquele demônio que é um cretino. Nós vamos conseguir acha-lo.

Ellen olhou para o Comendador dando um meio sorriso. De repente escutam uma voz familiar, se viraram rapidamente para ver quem é e se surpreenderam.

— Nero! Onde está minha filha?

— Presa em outro local. – Nero respondeu virando de costas para o Comendador. – Mas... Acho que ela já pode estar morta numa hora dessas. – Olhou para Zé Alfredo por cima do ombro com um sorriso no rosto.

— O-O que...? Morta...? – A expressão de Zé Alfredo era de descrença.

José Alfredo se teletransporta até onde estava Nero dando-lhe um forte golpe, mas infelizmente é bloqueado por Nero que dá um sorriso debochado olhando nos olhos do Comendador e diz:

— Como você é otário Comendador! Caiu feito um bode!

— Não brinque comigo! – Ele esbraveja.

Com o poder da mente jogou Nero contra a parede, o arremessou com tanta força que Nero caiu do lado de fora daquele galpão.

— Anda logo Nero! – Comendador gritava correndo até o demônio. – Diga logo onde levou minha filha?!

Chegando perto do demônio logo o pegou pela gola de sua camisa o olhando com fúria para aqueles olhos vermelhos, e ameaçou:

— Ou eu vou acabar com você aqui mesmo!

— Até parece que vai conseguir humano!

Ele dá uma forte cabeçada no Comendador que o solta, em seguida o joga para longe com um chute. Nero entra de volta ao galpão e levanta o Comendador para cima com a mente, logo o arremessando para mais alguns centímetros de distancia. Se teletransportou até Zé Alfredo para lhe dar um golpe, mas nesse mesmo instante o Imperador o impede atingindo Nero com um raio psíquico poderoso onde um feixe de luz brilhante saia de suas mãos.
Após esse ataque Nero havia desaparecido, Zé olhava em volta a sua procura até que de repente Nero aparece atrás dele que ao se virar leva vários golpes em sequencia e sem parar. Cansado de ser golpeado, Zé se apoia sobre o chão desviando de um chute, pega os pés de Nero e o roda rapidamente até joga-lo para perto de uma escavadeira, após joga uma esfera psíquica do tamanho de uma bola de basquete causando uma forte explosão. Ellen observava a luta até ser pega por Nero que havia conseguido escapar da esfera psíquica, a moça demônio é presa em uma jaula para que não pudesse ajudar José Alfredo.

— Me solta agora, Nero! – Grita Ellen olhando furiosa.

— Até parece que vou deixar você ajudar o Comendador.

No instante em que Nero falava, ele se esquiva rapidamente do ataque de Zé Alfredo logo desaparecendo.

— Maldito! – Zé Alfredo pragueja.

Nero aparece na frente do Comendador conseguindo paralisa-lo totalmente, assim, tendo a chance de poder ataca-lo. O Comendador logo sente uma horrível dor no pescoço e seu corpo é logo desparalisado. O Comendador se ajoelhou no chão com uma das mãos apoiadas no chão e a outra cobrindo sua garganta, após tirar e olhar a mão viu que estava suja de sangue.

— O-O que...?

— JOSÉ ALFREDO! – Ellen gritou em desespero.

Nero havia feito um forte arranhão na parte da frente do pescoço do Comendador, o demônio olhava para seus dedos e lambe o sangue que havia neles. José Alfredo olhava para Nero com muita raiva enquanto apoiava a mão cobrindo a garganta tentando estancar o sangramento. Ele tenta ir até o demônio para ataca-lo, mas estava começando a se sentir enfraquecido.

— Você tem um sangue maravilhoso meu querido Comendador. – Falou Nero apreciando muito a dor e agonia do Comendador com um sorriso maléfico. – Acho que meus cachorros de estimação vão adorar devorar uma excelente carne de bode!

Nesse momento sete cachorros negros do inferno com dentes super afiados aparecem começando a se aproximar do Comendador. Nero pega o diamante rosa de seu bolso mostrando de longe para José Alfredo com um sorriso diabólico estampado no rosto.

— Aproveitem bem o bode! E boa sorte se tiver Comendador! – Depois de dito isso Nero desaparece do local.

O Comendador mal conseguia falar e já estava sentindo-se sufocado, o sangue continuava a escorrer cada vez mais entre as aberturas de seus dedos, o sangue pingava no chão atraindo mais ainda os cães infernais. O Imperador se afastava até não ter mais saída, e os cachorros se aproximavam cada vez mais já babando de fome e rosnando.

— Não posso morrer! Eu não vou morrer! – José Alfredo pensava ainda sentindo a horrível dor piorar cada vez mais.


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